5ª feira da 31ª Semana do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Não me abandoneis, Senhor, meu Deus, nem fiqueis longe de mim! Vinde em meu auxílio, ó Senhor, força da minha salvação! (Cf. MR: Sl 37, 22- 23) Sl. Repreendei-me, Senhor, mas sem ira; corrigi-me, mas não com furor! (Cf. LH: Sl 37, 2)
Coleta
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas o dom de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Rm 14, 7-12
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos, 7ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. 8Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. 9Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos. 10E tu, por que julgas o teu irmão? Ou, mesmo, por que desprezas o teu irmão? Pois é diante do tribunal de Deus que todos compareceremos. 11Com efeito, está escrito: “Por minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim e toda língua glorificará a Deus”. 12Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 26(27), 1. 4. 13-14 (R. 13)
℟. Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver, na terra dos viventes.
— O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei? ℟.
— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo. ℟.
— Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor! ℟.
℣. Vinde a mim, todos vós que estais cansados, e descanso eu vos darei, diz o Senhor. (Mt 11, 28) ℟.
Evangelho — Lc 15, 1-10
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”.
3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4“Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, 6e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ 7Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.
8E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? 9Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ 10Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Benedic ánima mea Dómino, et noli oblivísci omnes retributiónes eius: et renovábitur, sicut áquilae, iuvéntus tua. (Ps. 102, 2. 5)
Vernáculo:
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! De bens ele sacia tua vida, e te tornas sempre jovem como a águia! (Cf. LH: Sl 102, 2. 5)
Sobre as Oferendas
Seja este sacrifício para vós, Senhor, uma oferenda pura e, para nós, fonte generosa de vossa santa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim também quem de mim se alimenta viverá por mim, diz o Senhor. (Cf. Jo 6, 57)
Vernáculo:
Haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se converte. (Cf. MR: Lc 15, 10)
Depois da Comunhão
Cresça em nós, Senhor, a ação da vossa graça, para que, refeitos pelos vossos sacramentos, sejamos preparados para alcançar o que prometem. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 06/11/2025
Um Jesus para cada cabeça?
Jesus acolhe a quantos o procuram, mas quer que todos o busquem para escutá-lo e, arrependidos, vivam a vida nova que Ele nos veio merecer ao preço de tanto Sangue.
No Evangelho de hoje, lemos o fantástico capítulo 15 de São Lucas, em que são narradas as três parábolas da misericórdia, ou seja, a parábola da ovelha perdida, a parábola do dracma perdido e a parábola do filho perdido, também conhecida como parábola do filho pródigo.A versão que nós lemos vai somente até o versículo 10, ou seja, a parábola do filho pródigo fica de fora. Para entendermos essas parábolas da misericórdia, é necessário colocar o contexto em que Jesus nos conta as parábolas. O contexto é a verdadeira chave de leitura para a misericórdia.Jesus, aqui, é acusado pelos fariseus, que dizem: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. O que quer dizer isso? Fazer refeição com os pecadores, aqui, quer dizer que Jesus está “misturado” com os pecadores, está “promíscuo”. A palavra “promíscuo” quer dizer exatamente isso: “misturar-se” com os pecadores.Essa é a acusação dos fariseus. Temos uma tendência hoje, dois mil anos depois, de aceitar a acusação dos fariseus como se aquilo fosse verdade. Assim como os fariseus diziam: “Ah, Jesus vive com os pecadores, logo Ele é um pecador”, a tendência, dois mil anos depois, é a oposta, porque “extrema tangunt se”, os extremos se tocam.O oposto é chegar e dizer: “Ah, Jesus come com os pecadores. Sabe por quê? Porque não é pecado. Nada é pecado! Deus está ‘de boa’. Deus não condena ninguém. Deus não veio condenar ninguém, portanto nada é pecado”. Assim nos esquecemos de olhar o verdadeiro contexto. O Evangelho nos diz: “Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar”.Era isso que distinguia esses pecadores dos fariseus. Os fariseus não se aproximavam de Jesus “para o escutar” e, assim, mudar de vida. Esses pecadores estão se aproximando de Jesus para o escutar e, assim, mudar de vida porque, é claro, ninguém ama o que não conhece. Portanto, a primeira coisa que nós temos de fazer para amar a Deus é conhecê-lo.Hoje nós vivemos numa época em que o diabo fez a tarefa direitinho. O diabo sabe exatamente o que precisa para fazer as pessoas não amarem a Deus. Ele jogou uma cortina de fumaça, dizendo assim: “Ah, essa coisa de ‘doutrina’ é muito intelectual, abstrata, desencarnada, longe da realidade… Não estudem doutrina, não estudem os ensinamentos da Igreja, não estudem a doutrina dos santos, dos Papas, do Magistério de dois mil anos. Não, não estudem nada disso. Vocês têm de ‘amar’ Jesus”.Só que acontece o seguinte. Se a pessoa não estuda a doutrina, cria um Jesus em sua cabeça que não é o Jesus verdadeiro e termina amando esta coisa por ela criada, portanto não ama o Jesus real e verdadeiro.Precisamos fazer como esses pecadores do Evangelho. Precisamos nos aproximar de Jesus para escutá-lo, para ouvi-lo, para mudar nossas opiniões, para mudar nossa mentalidade. E a doutrina, o verdadeiro ensinamento de Jesus é aquele de dois mil anos.É inútil dizer: “Nós temos de amar Jesus”. Mas qual Jesus?! Qual dos “Jesuses”? Qual “versão” adaptada de Jesus você ama? Os fariseus também tinham uma ideia de Jesus, mas era uma caricatura, assim como hoje. Muitas pessoas têm “ideias” sobre Jesus, mas são caricaturas…Para sabermos quem é Jesus, precisamos conhecê-lo como o Filho de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade que se fez homem, se encarnou e morreu na Cruz para nos redimir, chamando-nos com a sua graça para a santidade, para a transformação de vida.Nós precisamos participar e pertencer ao seu Corpo, que é a única, santa, católica e apostólica Igreja, e ter esta fé, a fé da Igreja de dois mil anos: “Nesta fé eu quero viver e morrer”.Assim se escuta Jesus. Este é o Jesus de verdade, e não um “líder religioso”, um “cara legal” ou um Deus que não se importa com o nosso egoísmo nem com o nosso pecado. Ora, Deus que não se importa com o nosso egoísmo nem com o nosso pecado não morreria na Cruz para nos livrar do egoísmo e do pecado!Então, vamos lá, coragem! Façamos como está escrito aqui: “Aproximavam-se de Jesus para o escutar”, então, sim, alcançaremos misericórdia.
Deus abençoe você!
Santo do dia 06/11/2025
São Leonardo de Noblac (Memória Facultativa)
Local: Noblac, França
Data: 06 de Novembro † c. s. VI
É dos santos mais populares na Europa central. Diz de fato um estudioso que em sua honra foram erigidas nada menos que seiscentas igrejas e capelas, e seu nome se encontra frequentemente na toponomástica e no folclore. O mesmo estudioso acrescenta que ele "com especial devoção sacudiu a época das cruzadas e entre os devotos sobressaiu o príncipe Boemundo de Antioquia, que, prisioneiro dos infiéis no ano 1100, atribuiu a sua libertação em 1103 ao santo, e voltando à Europa, doou ao santuário de são Leonardo de Noblac, como voto, corrente de prata, parecida com as que o amarraram durante sua prisão". São Leonardo de Noblac (ou de Limoges) é santo descoberto no início do século XI, e é a esse período que remontam as primeiras biografias, bastante lendárias.
Com o seu costumeiro senso crítico, os balandistas declararam cheia de fábulas a Vida de são Leonardo escrita pouco depois de 1030. É ainda dessa fonte, na verdade pouco genuína, que tiramos as notícias seguintes: Leonardo nasceu na Gália no tempo do imperador Anastácio, isto é, entre 491 e 518, sendo seus pais, além de nobres, também amigos íntimos de Clóvis, o grande chefe dos francos. Tornando-se moço, Leonardo não quis seguir a carreira das armas e preferiu pôr-se no seguimento de são Remígio, que se tornara bispo de Reims.
Como são Remígio, aproveitando-se da sua amizade com o rei, conseguira o privilégio de conceder a liberdade a todos os prisioneiros com os quais se encontrasse, também Leonardo pediu e obteve poder análogo, que exerceu frequentemente. O rei sentiu-se no direito de oferecer outra coisa, a dignidade episcopal. Mas Leonardo, que não aspirava a glórias humanas, preferiu retirar-se primeiro para junto de são Maximino em Micy e depois para as proximidades de Limoges, bem no meio de uma floresta denominada Pavum.
Sua solidão foi interrompida um dia com a chegada de Clóvis que caçava com os seus seguidores. Com o rei estava até a rainha, que precisamente naquela ocasião começou a sentir dores de parto. As orações e os cuidados de são Leonardo propiciaram-lhe um feliz parto, e então o rei fez com Leonardo um pacto singular: dar-lhe-ia de presente, para edificar ali um mosteiro, todo o terreno que ele conseguisse percorrer montado num burro.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Leonardo de Noblac, rogai por nós!