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Antífona de entrada

Eis o servo fiel e prudente, a quem o Senhor confiou a sua família. (Cf. Lc 12, 42)
Iustus ut palma florébit: sicut cedrus Líbani multiplicábitur: plantátus in domo Dómini, in átriis domus Dei nostri. Ps. Bonum est confitéri Dómino: et psállere nómini tuo, Altíssime. (Ps. 91, 13. 14 et 2)
Vernáculo:
O justo crescerá como a palmeira, florirá igual ao cedro que há no Líbano; na casa do Senhor estão plantados, nos átrios de meu Deus florescerão. Sl. Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! (Cf. LH: Sl 91, 13. 14 e 2)

Glória

Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.

Coleta

Deus todo-poderoso, na aurora dos novos tempos, confiastes a São José o cuidado dos mistérios da salvação humana; por sua intercessão, concedei à vossa Igreja conservá-los fielmente e levá-los à plenitude. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura (2Sm 7, 4-5a. 12-14a. 16)


Leitura do Segundo Livro de Samuel


Naqueles dias, 4a Palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5a“Vai dizer ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor: 12Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 13Será ele que construirá uma casa para o meu nome, e eu firmarei para sempre o seu trono real. 14aEu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre’”.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial (Sl 88)


℟. Eis que a sua descendência durará eternamente.


— Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme como os céus. ℟.

— “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!” ℟.

— Ele, então, me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!” Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel. ℟.


https://youtu.be/0aVUObJGXdY

Segunda Leitura (Rm 4, 13. 16-18. 22)


Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos


Irmãos, 13não foi por causa da Lei, mas por causa da justiça que vem da fé, que Deus prometeu o mundo como herança a Abraão ou à sua descendência.

16É em virtude da fé que alguém se torna herdeiro. Logo, a condição de herdeiro é uma graça, um dom gratuito, e a promessa de Deus continua valendo para toda a descendência de Abraão, tanto para a descendência que se apega à Lei, quanto para a que se apoia somente na fé de Abraão, que é o pai de todos nós. 17Pois está escrito: “Eu fiz de ti pai de muitos povos”. Ele é pai diante de Deus, porque creu em Deus que vivifica os mortos e faz existir o que antes não existia. 18Contra toda a humana esperança, ele firmou-se na esperança e na fé. Assim, tornou-se pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: “Assim será a tua posteridade”. 22Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


℟. Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, Palavra de Deus!
℣. Felizes os que habitam vossa casa, para sempre eles hão de vos louvar! ℟.

Evangelho (Mt 1, 16. 18-21. 24a)


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo.

21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 24aQuando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Ou:


Evangelho (Lc 2, 41-51a)


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Lucas 

℟. Glória a vós, Senhor.


Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”.

49Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. 51aJesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Creio

Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.

Antífona do Ofertório

Veritas mea et misericórdia mea cum ipso: et in nómine meo exaltábitur cornu eius. (Ps. 88, 25)


Vernáculo:
Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, sua força e seu poder por meu nome crescerão. (Cf. LH: Sl 88, 25)

Sobre as Oferendas

Senhor, assim como São José se dedicou com amor e fidelidade ao serviço do vosso Filho unigênito, nascido da Virgem Maria, fazei que também nós sirvamos de coração puro aos mistérios do vosso altar. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Muito bem, servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor. (Cf. Mt 25, 21)
Ioseph fili David, noli timére accípere Maríam cóniugem tuam: quod enim in ea natum est, de Spíritu Sancto est. (Mt. 1, 20; ℣. Ps. 111, 1. 2. 3. 4. 5-6a. 6b-7a. 7b-8. 9)

Quando legitur Evangelium Ibant parentes Iesu:
Fili, quid fecísti nobis sic? Ego et pater tuus doléntes quaerebámus te. Et quid est quod me quaerebátis? Nesciebátis quia in his quae Patris mei sunt, opórtet me esse? (Lc. 2, 48. 49; ℣. Ps. 111, 1. 2. 3. 4. 5-6a. 6b-7a. 7b-8. 9)
Vernáculo:
José, Filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. (Cf. Bíblia CNBB: Mt 1, 20)

Quando lemos o Evangelho, os pais de Jesus:
Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu andávamos, angustiados, à tua procura! Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu Pai? (Cf. Bíblia CNBB: Lc 2, 48. 49)

Depois da Comunhão

Senhor, que na solenidade de São José alimentastes neste altar a vossa família, defendei-a sempre com a vossa proteção e conservai nela os vossos dons. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 19/03/2024
Pai de Cristo, pai da Igreja

“José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo”.


Celebramos com grande alegria a solenidade de São José, o grande São José, Padroeiro da Igreja universal. Diante do mistério de São José, nós somos tomados de tanta alegria, que a Igreja faz como que um parêntese na sobriedade quaresmal. E qual é o grande mistério de São José? Vejam, todos os santos são glorificados porque, unidos a Cristo, alcançaram aquela transformação interior em que eles podem dizer: “Vivo, mas não sou mais eu; é Cristo quem vive em mim” (Gl 2, 20). Esse é o mistério da graça. Mas São José e a Virgem Maria estão como que num lugar especial dentro do plano de salvação de Deus. Eles não estão somente no mistério da graça; em teologia nós dizemos que eles estão no mistério da união hipostática.

A palavra “hipóstase”, em grego, quer dizer “pessoa”. Ou seja: a segunda pessoa da Santíssima Trindade, Jesus, é ao mesmo tempo Filho de Deus verdadeiramente e Filho de Homem verdadeiramente, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, unidos numa só pessoa, de tal forma que aquela pessoa pode olhar para o céu e dizer: “Pai”, e aquela mesma pessoa podia, há dois mil anos, olhar para a terra e dizer verdadeiramente para a Virgem Santíssima: “Mãe”. Até aqui nós entendemos perfeitamente por que a Virgem Maria é tão especial: porque, claro, ela fez aqui na história, aqui no mundo, algo menor, mas análogo àquilo que Deus Pai faz na eternidade. Deus Pai, na eternidade, gera o Filho; a Virgem Maria gerou o Filho de Deus aqui na terra. Filho de Deus, e filho de ser humano: filho da Virgem Maria. Mas, esta mesma pessoa olhava para São José e o chamava de “pai”. O evangelho de São Lucas o diz com toda a clareza quando Jesus se perde e é reencontrado no Templo entre os doutores. Nossa Senhora diz para Jesus: “Teu pai e eu” (Lc 2, 48). “Teu pai”! Aqui ela se referia a São José, mas Nossa Senhora sabia perfeitamente que Jesus não era filho carnal de José; mas ela sabia, e São José o sabia, que Jesus era filho de José de outra forma para realizar as profecias.

Ao longo dos séculos, Deus havia prometido… Mil anos antes de Cristo, Deus prometeu a Davi: “Eu te darei uma descendência” [cf. 2Sm 7, 11ss], e esse descendente prometido a Davi era o Messias. Quando Jesus é professado como Messias, quando o povo reconhece que Jesus é o Messias, chamam a Ele de “Filho de Davi”; mas Nossa Senhora não era da descendência de Davi. Quem era da descendência de Davi era São José. Tanto, que os Evangelhos fazem uma genealogia de Jesus que não é a genealogia de Maria, é a genealogia de José. São José é aquele que garante que Jesus é a realização da profecia, que Jesus é o Filho de Davi, e para Jesus ser verdadeiramente o filho de Davi profetizado, Ele precisa ser verdadeiramente filho de José. Claro, não biologicamente, mas por decreto divino.

Para entendermos a grandeza de São José, nós temos de compreender o seguinte: Deus, numa decisão maravilhosa e santíssima, de amor infinito, decidiu que enviaria o seu Filho Jesus, segunda pessoa da Santíssima Trindade. Encarnado, nasceria Jesus. Nesse mesmo ato de vontade, Deus escolheu a Virgem Maria como aquela que iria gerar virginalmente o seu Filho aqui no mundo, mas também escolheu São José como aquele que iria garantir que Jesus fosse o Filho de Davi.

Ora, é importante que você compreenda o abismo desse grande mistério. Num só ato de vontade, num único decreto cheio de amor e de bondade, Deus pensou e decidiu a Encarnação do seu Filho, a maternidade virginal de Maria e a paternidade legal e profética de São José. É assim que São José está naquele único ato de vontade divina.

De nenhum dos outros santos se pode dizer isso. São José está, portanto, num lugar acima dos anjos. Sim, São José e a Virgem Maria estão acima dos anjos em dignidade. Por quê? Porque ligados a este grande mistério, não ao mistério da graça somente, — claro, também no mistério da graça, como os anjos e como os santos —, mas a um outro mistério, unidos à segunda pessoa da Santíssima Trindade. De tal forma que Jesus podia, e de fato o fazia, chamar Maria de “Mãe” e São José de “pai”. Ele sabia que São José não era seu pai biológico, mas era seu pai por um decreto do Pai do Céu, e por isso também nosso pai.

Assim como a Virgem Maria, porque é Mãe da Cabeça, que é Cristo, pode dizer, e de fato o é, que é Mãe de todos os membros da Igreja; São José, que espiritualmente é pai da Cabeça da Igreja, que é Cristo, pode ser, e de fato o é, pai de toda Igreja, São José, pai e Padroeiro da Igreja universal. E a palavra “universal” aqui quer dizer “católica” — a Igreja inteira, aquela que está nos céus, aquela que está no purgatório e aquela que, junto conosco, luta e peregrina aqui neste mundo. São José, rogai por nós.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
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Homilia Diária | Do escondimento para a mais alta glória no Céu (Solenidade de São José)

É com imensa alegria que a Igreja celebra hoje, rompendo a austeridade da Quaresma, a solenidade de seu santo Patrono e Protetor: São José, castíssimo esposo da Virgem Maria e pai virginal do Filho de Deus. Este humilde carpinteiro, que viveu em silêncio e servindo discretamente a Sagrada Família, atravessou os séculos sem despertar muito a devoção dos fiéis, até que o Pai, enfim, quis “tirá-lo” do seu silêncio e proclamar, nestes tempos, a dignidade e a glória daquele a quem confiara a guarda de seu Filho muito amado. Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta segunda-feira, dia 19 de março, e peçamos a São José que ampare sempre a Igreja Católica, continuação da Sagrada Família.


https://youtu.be/J-4rZ-LLZ4A

Santo do dia 19/03/2024

Ouça no Youtube

São José (Solenidade)
Data: 19 de Março


São José, denominado Esposo da Virgem Maria, foi proclamado Patrono da Igreja Universal. Em si nem precisava ser declarado como tal, pois ele o é pela própria missão que desempenhou.

São José é um desses santos que fazem parte da piedade cristã. Ele encontra-se no caminho para se chegar a Jesus Cristo. Sua figura é de uma riqueza extraordinária no plano de Deus da salvação. É o último dos Patriarcas que recebe as comunicações do Senhor através da humilde via dos sonhos. Assim como o antigo José, é o homem justo e fiel que Deus pôs como guarda de sua casa.

José aparece nos Evangelhos como um homem que viveu da fé. Ele liga Jesus, rei messiânico, à descendência de Davi. Esposo de Maria e pai oficial de Jesus Cristo, ele guia a Sagrada Família na fuga e no retorno do Egito, refazendo o caminho do Êxodo.

É chamado pelo Evangelho de "justo" (Mt 1, 19). Nele realizou-se o novo Êxodo do Egito (cf. Mt 2, 19-23). Nele cumpriram-se as promessas divinas. Deus o fez chefe de sua casa e despenseiro de todos os seus bens: seu próprio Filho.

José foi aquela pessoa eleita por Deus com a missão de acolher seu Filho feito homem no seio da Virgem Maria, quando habitou entre nós. Além de acolhê-lo, ele o protegeu, defendeu-o contra os inimigos na fuga para o Egito e seu retorno para Nazaré, acompanhou-o em sua vida oculta de Nazaré propiciando-lhe o alimento pelo seu trabalho de carpinteiro. E, por que não dizê-lo, ajudou-o a dar os primeiros passos.

São José é chamado muitas vezes de pai nutrício do Filho de Deus, pai putativo, pai adotivo. Fala-se também em pai legal ou pai oficial. Prefiro dizer que José foi o pai de Jesus Cristo na fé e pela fé. São Leão Magno afirma que "uma virgem da descendência real de Davi foi escolhida para a sagrada maternidade; iria conceber um filho, Deus e homem, primeiro em seu espirito, e depois em seu corpo" (cf. Sermão I na Natividade do Senhor). De modo semelhante, também José gerou o Filho de Deus no espirito pela fé. Sem esta fé do noivo de Maria e depois seu esposo, o filho de Maria, obra do Espírito Santo, não poderia existir na sociedade, pois Maria seria irremediavelmente apedrejada. Assim, José pôde dar o nome a Jesus e, com o nome, a existência na sociedade humana.

Para todos os efeitos Jesus é o filho de José. Se consultarmos os Evangelhos, constatamos algumas passagens que confirmam esta condição de José como pai de Jesus Cristo. José é considerado o descendente de Davi, de quem devia nascer o Messias. Maria era prometida em casamento a um homem, chamado José, da casa de Davi (cf. Lc 1, 27: cf. Mt 1, 16; Mt 1, 20; Lc 1, 69; Lc 2, 4). José é chamado, simplesmente, o pai do Menino (cf. Lc 2, 33). Maria diz ao Menino quando o acharam no Templo: "Olha, teu pai e eu, aflitos, te procurávamos" (Lc 2, 48). Jesus é conhecido como o filho de José (cf. Lc 4, 22) ou o carpinteiro (cf. Mc 6, 3).

Ora, se José esteve tão próximo a Jesus quando entrou neste mundo e foi crescendo e fortalecendo-se, cheio de sabedoria, estando a graça de Deus com ele (cf. Lc 2, 40), logicamente está presente também onde o Corpo místico de Cristo, a Igreja, nasce, dá seus primeiros passos, precisando de acolhida, de proteção e de ser alimentada e guiada. Se São José foi o Protetor, o pai nutrício de Jesus Cristo quando neste mundo, ele é também o Protetor do Cristo presente hoje na história através de sua Igreja.

São José está presente com sua solicitude onde a Igreja nasce, onde ela cresce, onde dá os seus primeiros passos, onde a vida divina vai desabrochando em cada cristão. É comemorando o que ele foi para Jesus Cristo que ele também se torna presente hoje na Igreja. Em vista disso, São José costuma ser o Patrono de muitas casas de noviciado.

Conforme os Evangelhos, São José se distinguiu por duas coisas. Primeiro: o silêncio. Os Evangelhos não nos transmitiram nenhuma palavra de São José. No silêncio ele ouve a palavra de Deus, crê, confia e age de acordo com ela. O que seria do mundo sem a profunda fé do Esposo da Mãe de Deus? Segundo: a ação. São José ouve no silêncio os desígnios de Deus, interpreta-os à luz da fé e age de acordo. José se apresenta como o homem que age no silêncio. Dedica toda a sua existência a Maria, sua Esposa, e ao filho de Maria, Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo isso, como servo fiel e prudente que Deus escolheu para reger a sua casa. Que maravilhoso exemplo! Nem todos são chamados a pregar pela palavra, mas todos os cristãos podem anunciar Jesus Cristo no silêncio da realização do plano de Deus e através da ação concreta em favor de Jesus Cristo e de Maria.

Gostaria de realçar mais um ponto. Jesus Cristo tinha São José por pai. Quando Jesus se dirigia a Deus costumava chamá-lo de Pai. Com que ternura ele se dirige a Deus, chamando-o de pai em sua oração sacerdotal (cf. Jo 17). Pede que os seus discipulos se dirijam a Deus em oração chamando-o de pai: Pai nosso. Onde é que Jesus aprendeu esta prática de comunicação intima com Deus como seu Pai? Foi certamente com José, seu pai na fé.

A Liturgia de sua solenidade lança fundo no mistério da vocação e da missão de São José, Esposo da Virgem Maria.

São José é invocado como Padroeiro da boa morte. Supõe-se, com razão, que ele tenha sido assistido, na hora da passagem para o Pai, por Jesus e Maria. O papa Pio IX declarou-o Padroeiro da Igreja e Leão XIII propunha-o como advogado dos lares cristãos. Em 1955 foi proposto como modelo dos operários, inclusive, com a festa de São José Operário, no dia 1º de maio, dia do trabalho. João XXIII incluiu o nome de São José no Canon romano da Missa.

Que São José nos conceda a graça de vivermos totalmente com Cristo e para Cristo em íntima comunhão com Maria.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São José, rogai por nós!

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