Nome: São José (Solenidade)
Data: 19 de Março

São José, denominado Esposo da Virgem Maria, foi proclamado Patrono da Igreja Universal. Em si nem precisava ser declarado como tal, pois ele o é pela própria missão que desempenhou.

São José é um desses santos que fazem parte da piedade cristã. Ele encontra-se no caminho para se chegar a Jesus Cristo. Sua figura é de uma riqueza extraordinária no plano de Deus da salvação. É o último dos Patriarcas que recebe as comunicações do Senhor através da humilde via dos sonhos. Assim como o antigo José, é o homem justo e fiel que Deus pôs como guarda de sua casa.

José aparece nos Evangelhos como um homem que viveu da fé. Ele liga Jesus, rei messiânico, à descendência de Davi. Esposo de Maria e pai oficial de Jesus Cristo, ele guia a Sagrada Família na fuga e no retorno do Egito, refazendo o caminho do Êxodo.

É chamado pelo Evangelho de "justo" (Mt 1, 19). Nele realizou-se o novo Êxodo do Egito (cf. Mt 2, 19-23). Nele cumpriram-se as promessas divinas. Deus o fez chefe de sua casa e despenseiro de todos os seus bens: seu próprio Filho.

José foi aquela pessoa eleita por Deus com a missão de acolher seu Filho feito homem no seio da Virgem Maria, quando habitou entre nós. Além de acolhê-lo, ele o protegeu, defendeu-o contra os inimigos na fuga para o Egito e seu retorno para Nazaré, acompanhou-o em sua vida oculta de Nazaré propiciando-lhe o alimento pelo seu trabalho de carpinteiro. E, por que não dizê-lo, ajudou-o a dar os primeiros passos.

São José é chamado muitas vezes de pai nutrício do Filho de Deus, pai putativo, pai adotivo. Fala-se também em pai legal ou pai oficial. Prefiro dizer que José foi o pai de Jesus Cristo na fé e pela fé. São Leão Magno afirma que "uma virgem da descendência real de Davi foi escolhida para a sagrada maternidade; iria conceber um filho, Deus e homem, primeiro em seu espirito, e depois em seu corpo" (cf. Sermão I na Natividade do Senhor). De modo semelhante, também José gerou o Filho de Deus no espirito pela fé. Sem esta fé do noivo de Maria e depois seu esposo, o filho de Maria, obra do Espírito Santo, não poderia existir na sociedade, pois Maria seria irremediavelmente apedrejada. Assim, José pôde dar o nome a Jesus e, com o nome, a existência na sociedade humana.

Para todos os efeitos Jesus é o filho de José. Se consultarmos os Evangelhos, constatamos algumas passagens que confirmam esta condição de José como pai de Jesus Cristo. José é considerado o descendente de Davi, de quem devia nascer o Messias. Maria era prometida em casamento a um homem, chamado José, da casa de Davi (cf. Lc 1, 27: cf. Mt 1, 16; Mt 1, 20; Lc 1, 69; Lc 2, 4). José é chamado, simplesmente, o pai do Menino (cf. Lc 2, 33). Maria diz ao Menino quando o acharam no Templo: "Olha, teu pai e eu, aflitos, te procurávamos" (Lc 2, 48). Jesus é conhecido como o filho de José (cf. Lc 4, 22) ou o carpinteiro (cf. Mc 6, 3).

Ora, se José esteve tão próximo a Jesus quando entrou neste mundo e foi crescendo e fortalecendo-se, cheio de sabedoria, estando a graça de Deus com ele (cf. Lc 2, 40), logicamente está presente também onde o Corpo místico de Cristo, a Igreja, nasce, dá seus primeiros passos, precisando de acolhida, de proteção e de ser alimentada e guiada. Se São José foi o Protetor, o pai nutrício de Jesus Cristo quando neste mundo, ele é também o Protetor do Cristo presente hoje na história através de sua Igreja.

São José está presente com sua solicitude onde a Igreja nasce, onde ela cresce, onde dá os seus primeiros passos, onde a vida divina vai desabrochando em cada cristão. É comemorando o que ele foi para Jesus Cristo que ele também se torna presente hoje na Igreja. Em vista disso, São José costuma ser o Patrono de muitas casas de noviciado.

Conforme os Evangelhos, São José se distinguiu por duas coisas. Primeiro: o silêncio. Os Evangelhos não nos transmitiram nenhuma palavra de São José. No silêncio ele ouve a palavra de Deus, crê, confia e age de acordo com ela. O que seria do mundo sem a profunda fé do Esposo da Mãe de Deus? Segundo: a ação. São José ouve no silêncio os desígnios de Deus, interpreta-os à luz da fé e age de acordo. José se apresenta como o homem que age no silêncio. Dedica toda a sua existência a Maria, sua Esposa, e ao filho de Maria, Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo isso, como servo fiel e prudente que Deus escolheu para reger a sua casa. Que maravilhoso exemplo! Nem todos são chamados a pregar pela palavra, mas todos os cristãos podem anunciar Jesus Cristo no silêncio da realização do plano de Deus e através da ação concreta em favor de Jesus Cristo e de Maria.

Gostaria de realçar mais um ponto. Jesus Cristo tinha São José por pai. Quando Jesus se dirigia a Deus costumava chamá-lo de Pai. Com que ternura ele se dirige a Deus, chamando-o de pai em sua oração sacerdotal (cf. Jo 17). Pede que os seus discipulos se dirijam a Deus em oração chamando-o de pai: Pai nosso. Onde é que Jesus aprendeu esta prática de comunicação intima com Deus como seu Pai? Foi certamente com José, seu pai na fé.

A Liturgia de sua solenidade lança fundo no mistério da vocação e da missão de São José, Esposo da Virgem Maria.

São José é invocado como Padroeiro da boa morte. Supõe-se, com razão, que ele tenha sido assistido, na hora da passagem para o Pai, por Jesus e Maria. O papa Pio IX declarou-o Padroeiro da Igreja e Leão XIII propunha-o como advogado dos lares cristãos. Em 1955 foi proposto como modelo dos operários, inclusive, com a festa de São José Operário, no dia 1º de maio, dia do trabalho. João XXIII incluiu o nome de São José no Canon romano da Missa.

Que São José nos conceda a graça de vivermos totalmente com Cristo e para Cristo em íntima comunhão com Maria.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São José, rogai por nós!

Consagração a São José

Ó Glorioso São José, Patriarca e Padroeiro da Igreja!
Ó Castíssimo Esposo da Virgem Mãe de Deus!
Ó Guardião e Pai adotivo do Verbo Encarnado!

Na presença de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Santíssima Virgem Maria, de nossos Anjos da Guarda e de toda Corte Celeste, nós hoje vos escolhemos como pai, guardião e protetor.

Imitando a Jesus e Maria, queremos hoje nos consagrar a vós. Debaixo de vossa proteção, colocamos nosso Apostolado, nossas Famílias e tudo aquilo que somos e temos. Recebei-nos de corpo e alma. Zelai pelo nosso crescimento espiritual e por todos os nossos bens interiores e exteriores.

Ó bondoso São José, a quem Deus constituiu como chefe da Sagrada Família, aceitai-nos em vossa Casa. Por vossas mãos e pelas mãos da Virgem Maria, concedei que possamos estar sempre unidos a Jesus para servi-lo fielmente, todos os dias de nossa vida.

Ó guardião bendito e majestoso protetor, não permitais que sejamos abandonados em nossas necessidades, mas acolhei-nos como servos inúteis e membros de vossa Sagrada Família.

Ó clementíssimo São José, concedei-nos tempos de paz e de saúde para que, em tudo, possamos realizar a vontade de Deus. Livrai-nos dos castigos que merecemos, protegei-nos dos males que padecemos.

Ó São José, Terror dos Demônios, aumentai em nós a virtude, protegei-nos do maligno e socorrei-nos na hora da tentação. E dai-nos, na hora da morte, assistidos por Jesus e Maria, nos unir a vós na felicidade eterna, para o louvor e para a glória da Santíssima Trindade.

Amém.

Fonte: padrepauloricardo.org

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