3ª feira da 4ª Semana do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Gloriai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus! Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face! Sl. Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! (Cf. LH: Sl 104, 3. 4 e 1)
Coleta
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de coração sincero e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Hb 12, 1-4
Leitura da Carta aos Hebreus
Irmãos,1rodeados como estamos por tamanha multidão de testemunhas, deixemos de lado o que nos pesa e o pecado que nos envolve.
Empenhemo-nos com perseverança no combate que nos é proposto, 2com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia, e assentou-se à direita do trono de Deus.
3Pensai pois naquele que enfrentou uma tal oposição por parte dos pecadores, para que não vos deixeis abater pelo desânimo. 4Vós ainda não resististes até ao sangue na vossa luta contra o pecado.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 21(22), 26b-27. 28e 30. 31-32 (R. cf. 27b)
℟. Todos aqueles que vos buscam, hão de louvar-vos, ó Senhor.
— Sois meu louvor em meio à grande assembleia; cumpro meus votos ante aqueles que vos temem! Vossos pobres vão comer e saciar-se, e os que procuram o Senhor o louvarão. “Seus corações tenham a vida para sempre!” ℟.
— Lembrem-se disso os confins de toda a terra, para que voltem ao Senhor e se convertam, e se prostrem, adorando, diante dele todos os povos e as famílias das nações. Somente a ele adorarão os poderosos, e os que voltam para o pó o louvarão. ℟.
— Para ele há de viver a minha alma, toda a minha descendência há de servi-lo; às futuras gerações anunciará o poder e a justiça do Senhor; ao povo novo que há de vir, ela dirá: “Eis a obra que o Senhor realizou!” ℟.
℣. O Cristo tomou sobre si nossas dores, carregou em seu corpo as nossas fraquezas. (Mt 8, 17) ℟.
Evangelho — Mc 5, 21-43
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 21Jesus atravessou de novo, numa barca, para a outra margem. Uma numerosa multidão se reuniu junto dele, e Jesus ficou na praia. 22Aproximou-se, então, um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés, 23e pediu com insistência: “Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!”
24Jesus então o acompanhou. Uma numerosa multidão o seguia e o comprimia. 25Ora, achava-se ali uma mulher que, há doze anos, estava com uma hemorragia; 26tinha sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais.
27Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. 28Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. 29A hemorragia parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada da doença. 30Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão, perguntou: “Quem tocou na minha roupa?” 31Os discípulos disseram: “Estás vendo a multidão que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem me tocou?’”
32Ele, porém, olhava ao redor para ver quem havia feito aquilo. 33A mulher, cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade. 34Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”.
35Ele estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, e disseram a Jairo: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodar o mestre?” 36Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” 37E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João. 38Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam chorando e gritando.
39Então, ele entrou e disse: “Por que essa confusão e esse choro? A criança não morreu, mas está dormindo”. 40Começaram então a caçoar dele. Mas, ele mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos que o acompanhavam. Depois entraram no quarto onde estava a criança. 41Jesus pegou na mão da menina e disse: “Talitá cum” — que quer dizer: “Menina, levanta-te!” 42Ela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E todos ficaram admirados. 43Ele recomendou com insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de comer à menina.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Bonum est confiteri Domino, et psallere nomini tuo, altissime. (Ps. 91, 2)
Vernáculo:
Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! (Cf. LH: Sl 91, 2)
Sobre as Oferendas
Apresentamos, Senhor, no vosso altar os dons do nosso serviço. Acolhei-os com bondade e transformai-os em sacramento da nossa redenção. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. (Mt 5, 3-5)
Vernáculo:
Mostrai serena a vossa face ao vosso servo e salvai-me pela vossa compaixão. Não serei confundido, Senhor, porque vos invoquei. (Cf. MR: Sl 30, 17-18)
Depois da Comunhão
Alimentados com o sacramento da nossa redenção, nós vos pedimos, Senhor, que, com este auxílio de salvação eterna, cresça sempre mais a verdadeira fé. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 04/02/2025
A mulher, tremendo, contou-lhe toda a verdade
“A mulher” hemorroíssa, “cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade”.
No Evangelho de hoje, São Marcos, a partir do testemunho de São Pedro, narra de forma singular o episódio da cura da mulher com hemorragia e o da ressurreição da filha de Jairo. Ao relatar a cura da hemorroíssa, São Marcos descreve as reações emocionais de Jesus e da mulher. Primeiramente, quando a mulher toca Jesus e “apropria-se” da cura, Ele humanamente tem a percepção de que algo lhe foi tirado, e, lançando um olhar inquisidor, faz um contundente questionamento: “Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão, perguntou: ‘Quem tocou na minha roupa?’” (Mc 5, 30). Marcos se debruça demoradamente sobre esse acontecimento, descrevendo em detalhes a reação de Jesus, mesmo depois de ter recebido uma resposta dos discípulos: “Ele, porém, olhava ao redor para ver quem havia feito aquilo” (Mc 5, 31). Dramaticamente, a mulher descobriu que havia sido desmascarada por ter “roubado” um milagre de Jesus, e tremendo apresentou-se diante dele como se estivesse diante de um juiz “e contou-lhe toda a verdade” (Mc 5, 33). Aqui, vemos que Jesus quer de nós toda a verdade, a fim de que testemunhemos os prodígios que Deus realiza em nossas vidas. Depois de a mulher ter admitido o que fez, Jesus com ternura a chama de filha. Assim, aquele rosto que antes era de juiz, agora é um rosto paternal de quem acolheu o testemunho da verdade. Por mais que nos custe, sigamos o exemplo da hemorroíssa e não nos calemos, mas cantemos eternamente as misericórdias do Senhor.
Deus abençoe você!
Santo do dia 04/02/2025
São João de Brito (Memória Facultativa)
Local: Oriur, Índia
Data: 04 de Fevereiro † 1693
Filho do governador do Brasil, D. Salvador de Brito Pereira, e de sua esposa, dona Brites Pereira, nasceu João Heitor a 1º de março de 1647 em Lisboa, filho mais novo do casal. Com apenas 9 anos de idade tornou-se pajem na corte de El-rei. Ao piedoso jovem faltou-lhe ali a direção amorosa da mãe, mas nem por isso a vida na corte causou-lhe dano, pois, como em casa dos pais, conservou-se fiel aos exercícios religiosos, e, no estudo, ativo e diligente. A sua seriedade e modéstia submeteram-no a frequentes observações e caçoadas dos levianos companheiros da corte. Perigosa enfermidade fê-lo voltar ao lar, onde os cuidados maternos e a fé na intercessão de são Francisco Xavier lhe restituíram a saúde. Aos poucos foi alimentando o desejo de ingressar na Companhia de Jesus, o que realmente fez a 17 de dezembro de 1662, contando 15 anos e dois meses.
Pouco tempo depois de sua ordenação foi mandado, com 27 confrades, para as Índias. Chegou ao porto de Goa após perigosa navegação e foi designado para a missão do Maduré. Aí conseguiu converter populações inteiras de pagãos, recebeu o governo de toda a Missão e não temeu expor-se aos maiores perigos para levar o Evangelho a toda parte. Perseguido pelos brâmanes, que constituíam a primeira das quatro castas, regime mais rígido do que em qualquer outra parte da Índia, acabou por cair nas mãos deles, opositores do cristianismo, os brâmanes, soberbos pelo nascimento e posição, mestres do povo, depositários da ciência e sustentáculo da vida religiosa, viam naturalmente na nova religião proclamada uma ameaça à sua influência.
Libertado a primeira vez de cruel cativeiro, foi João de Brito enviado à Europa para tratar dos negócios das missões na Índia. Mas apressou-se a voltar, o que fez após uma visita às residências da província do Malabar. Chegou, assim, novamente a Marava, em 1691. A 8 de janeiro de 1693 foi preso novamente por uma tropa de soldados. Levado à presença do príncipe de Marava, foi condenado à morte por pregar uma doutrina religiosa estranha em seus domínios. Foi enviado depois a Urgur, onde se consumou seu martírio, pelo estraçalhamento de seu amado corpo: cortaram-lhe primeiro a cabeça, depois mãos e pés, e suspenderam o tronco com a cabeça a um poste, no local onde estivera antes do martírio a orar: após o recolhimento dessa oração dissera a seus carrascos: "Podeis fazer de mim agora o que quiserdes".
A notícia de seu martírio inflamou o zelo dos missionários, firmou a fé dos neófitos e converteu grande número de infiéis. Muitos milagres se realizaram por sua intercessão. Foi canonizado em 1947 pelo papa Pio XII.
A semelhança de são João Batista, o heroico missionário português foi martirizado precisamente por defender a unidade e indissolubilidade do matrimônio. Fiel à palavra de Deus, durante toda a sua vida, deu o supremo testemunho pela Verdade, morrendo por ela. "Agora espero padecer a morte por meu Deus e meu Senhor. A culpa de que me acusam vem a ser que ensino a Lei de Deus nosso Senhor... Quando a culpa é virtude, o padecer é glória". (Carta escrita no cárcere, na véspera de sua morte)
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São João de Brito, rogai por nós!