Sábado do Tempo do Natal depois da Epifania
Antífona de entrada
Ecce advénit dominátor Dóminus: et regnum in manu eius, et potéstas, et impérium. Ps. Deus, iudícium tuum regi da: et iustítiam tuam fílio regis. Ant. Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent. Ant. Et adorábunt eum omnes reges terrae: omnes gentes sévient ei. Ant. (Cf. Mal. 3, 1; I Chron. 29, 12; Ps. 71, 1. 10. 11)
Vernáculo:
Eis que veio o Senhor dos senhores; em suas mãos, o poder e a realeza. Sl. Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Ant. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir, e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá, hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Ant. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. Ant. (Cf. MR: Ml 3, 1; 1Cr 29, 12; ℣. Sl 71, 1. 10. 11)
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, pelo vosso Filho Unigênito nos fizestes nova criatura para vós. Dai-nos, pela vossa graça, participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos do séculos.
Primeira Leitura — 1Jo 5, 14-21
Leitura da Primeira Carta de São João
Caríssimos, 14esta é a confiança que temos no Filho de Deus: se lhe pedimos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve. 15E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que lhe pedimos, sabemos que possuímos o que havíamos pedido.
16Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não conduz à morte, que ele reze, e Deus lhe dará a vida; isto, se, de fato, o pecado cometido não conduz à morte. Existe um pecado que conduz à morte, mas não é a respeito deste que eu digo que se deve rezar.
17Toda iniquidade é pecado, mas existe pecado que não conduz à morte. 18Sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca. Aquele que é gerado por Deus o guarda, e o Maligno não o pode atingir.
19Nós sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno. 20Nós sabemos que veio o Filho de Deus e nos deu inteligência para conhecermos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos com o Verdadeiro, no seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro e a Vida eterna. 21Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 149, 1-2. 3-4. 5 e 6a e 9b (R. 4a)
℟. O Senhor ama seu povo, de verdade.
— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel em quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei! ℟.
— Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes. ℟.
— Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca. Eis a glória para todos os seus santos. ℟.
℣. O povo, sentado nas trevas, grande luz enxergou; aos que viviam na sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. (Mt 4, 16) ℟.
Evangelho — Jo 3, 22-30
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 22Jesus foi com seus discípulos para a região da Judeia. Permaneceu aí com eles e batizava. 23Também João estava batizando, em Enon, perto de Salim, onde havia muita água. Aí chegavam as pessoas e eram batizadas.
24João ainda não tinha sido posto no cárcere. 25Alguns discípulos de João estavam discutindo com um judeu a respeito da purificação. 26Foram a João e disseram: “Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão e do qual tu deste testemunho, agora está batizando e todos vão a ele”.
27João respondeu: “Ninguém pode receber alguma coisa, se não lhe for dada do céu. 28Vós mesmos sois testemunhas daquilo que eu disse: ‘Eu não sou o Messias, mas fui enviado na frente dele’. 29É o noivo que recebe a noiva, mas o amigo, que está presente e o escuta, enche-se de alegria ao ouvir a voz do noivo. Esta é a minha alegria, e ela é completa. 30É necessário que ele cresça e eu diminua”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Gradual Romano:
Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent: et adorábunt eum omnes reges terrae, omnes gentes sévient ei. (Ps. 71, 10. 11)
Vernáculo:
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir, e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá, hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. LH: Sl 71, 10. 11)
Sobre as Oferendas
Ó Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz, que vos honremos dignamente com esta oferenda e, pela participação nos sagrados mistérios, sejam reforçados os laços que nos unem. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vidimus stelam eius in Oriénte, et vénimus cum munéribus adoráre Dóminum. (Cf. Mt 2, 2; ℣. Sl. 71, 1. 2. 3. 7. 8. 10. 11. 12. 17ab. 17cd. 18)
Vernáculo:
Vimos a sua estrela no Oriente e viemos com presentes adorar o Senhor. (Cf. MR: Mt 2, 2)
Depois da Comunhão
Senhor, que o vosso povo, sustentado com tantas graças, possa receber hoje e sempre os dons do vosso amor, para que, confortado pelos bens transitórios, busque com mais confiança os bens eternos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 10/01/2026
O Batismo que jorra do peito de Cristo
Qual é a diferença entre o Batismo de João e o de Jesus? Por que o primeiro era apenas sinal de penitência, enquanto o segundo é verdadeiramente fonte de vida e renovação espiritual?
Com a liturgia deste sábado depois da Epifania, encerra-se o ciclo do Natal para dar lugar, a partir de amanhã, ao Tempo Comum. E o Evangelho de hoje já nos insere nesse clima do ministério público de Cristo, ao qual daremos mais atenção ao longo dos próximos meses. Aqui, o evangelista começa por nos apresentar o contraste entre o Batismo de João Batista, por um lado, e o de Jesus, por outro: o primeiro era simples figura e preparação do segundo, que jorraria mais tarde, com a sua força sacramental, do peito aberto de Cristo crucificado. Mas vejamos antes o contexto em que se insere essa narrativa. Após descrever o ministério de Cristo em Jerusalém, o evangelista nos transporta para os arredores da Cidade Santa, “na região da Judéia” (v. 22), onde o Senhor permaneceu com os seus discípulos, pelos quais batizava os que vinham procurá-lo (cf. Jo 4, 2). Também se encontrava ali João Batista, antes de ser aprisionado por Herodes (cf. v. 24), administrando um Batismo de penitência. Ora, alguns de seus discípulos, revoltados com que as turbas começassem a ir atrás de Jesus, procuraram acender nele um espírito de rivalidade: “Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão e do qual tu deste testemunho, agora está batizando e todos vão a ele” (v. 26). João, porém, replicou-lhes nestes termos: “Ninguém pode receber alguma coisa, se não lhe for dada do céu” (v. 27), isto é, quereis que eu me arrogue uma glória que Deus não me concedeu. Por isso, recorda-lhes em seguida o que já lhes havia testemunhado antes acerca de Jesus (cf. Jo 1, 20-23.26-27.33-34), cuja onímoda grandeza ele confessa publicamente e ilustra, aqui, com a bela parábola do Esposo e do amigo do esposo (cf. v. 29). Cristo — diz ele — é o Esposo a quem foi prometida uma esposa, que representa não apenas o povo judeu, mas o mundo inteiro (cf. Jo 1, 29), ao passo que ele, João, é apenas o amigo do Esposo (gr. ὁ δὲ φίλος τοῦ νυμφίου) a quem cabia conduzir-lhe a sua noiva. Ora, como João já tivesse cumprido a sua função de νυμφαγωγός e visse, como fruto dela, os homens acorrerem a Jesus, não lhe restava mais do que dizer: “Esta é a minha alegria, e ela é completa”. Por isso — conclui —, “importa que Ele cresça e que eu diminua” (v. 30): Ele, com efeito, vem de cima e é superior a todos, enquanto eu venho da terra e não sou digno sequer de lhe desatar a correia das sandálias (cf. v. 31; Jo 1, 27); o Batismo dele é fonte de água viva, que jorra do Coração traspassado do Deus feito homem, ao passo que o meu é apenas sinal de penitência e figura daquela purificação interior que só o Espírito Santo pode operar em nossas almas.
Deus abençoe você!
Santo do dia 10/01/2026
São Guilherme de Bourges (Memória Facultativa)
Local: Bourges, França
Data: 10 de Janeiro † 1209
Guilherme Berruyer, da ilustre família dos antigos condes de Nevers (França), foi educado por Pedro, o Eremita, arquidiácono de Soissons, seu tio por parte de mãe. Desde a infância, Guilherme aprendeu a desprezar a insensatez e vacuidade do mundo, a abolir seus prazeres e a estremecer por seus perigos. Tinha como único prazer as práticas de piedade e os estudos, nos quais empregava todo seu tempo com infatigável dedicação.
Tornou-se cônego, primeiro de Soissons e depois de Paris, mas logo decidiu abandonar o mundo e se retirou para o ermo de Grandmont. Nesta austera ordem, viveu com grande disciplina, até que finalmente se uniu aos cistercienses, comunidade que então exalava maravilhoso odor de santidade.
Após algum tempo, foi eleito prior da Abadia de Pontigny, e depois se tornou abade de Chaalis. Com a morte de Henrique de Sully, arcebispo de Bourges, Guilherme foi escolhido como seu sucessor. O anúncio dessa nova honra que lhe sobrevinha cobriu-o de tristeza, e ele não teria aceito o cargo não tivesse a ordem de assumi-lo vindo diretamente do Papa e seu geral, o abade de Citeaux.
O primeiro cuidado que teve nessa nova posição foi conformar a própria vida às mais perfeitas regras de santidade. Redobrou as penitências, alegando que agora lhe cabia praticá-las tanto pelos outros quanto por si mesmo. Sempre vestia um cilício sob o hábito religioso, e jamais acrescentava camadas de roupa durante o inverno ou as removia no verão; nunca comia qualquer tipo de carne vermelha, embora a servisse à mesa para os outros.
Quando se aproximava seu fim, pediu para ser deitado com o cilício sobre a cinza, e nesta posição expirou, a 10 de janeiro de 1209. O corpo veio a ser sepultado em sua catedral, e, honrado por muitos milagres, foi levado em 1217, e no ano seguinte Guilherme foi canonizado pelo Papa Honório III.
REFLEXÃO
Os defensores da fé provam a verdade de seu ensinamento menos pela força de seus argumentos do que pela santidade de suas vidas. Jamais se esqueça de que, para converter os outros, devemos primeiro olhar para nossa própria alma.
BUTLER, Alban. Vida dos Santos: para todos os dias do ano. Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2021. 560 p. Tradução de: Emílio Costaguá. Adaptação: Equipe Pocket Terço.
São Guilherme de Bourges, rogai por nós!


