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6ª feira da 5ª Semana da Quaresma

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Memória Facultativa

Santo Estanislau, Bispo e Mártir

Antífona de entrada

Tende piedade, estou sofrendo. Libertai-me do inimigo e do opressor! Não serei confundido, Senhor, porque vos invoquei. (Cf. Sl 30, 10. 16. 18)
Miserére mihi Dómine, quóniam tríbulor: líbera me, et éripe me de mánibus inimicórum meórum, et a persequéntibus me: Dómine, non confúndar, quóniam invocávi te. Ps. In te Dómine sperávi, non confúndar in aetérnum: in iustítia tua líbera me. (Ps. 30, 10. 16. 18 et 2)
Vernáculo:
Tende piedade, estou sofrendo. Libertai-me do inimigo e do opressor! Não serei confundido, Senhor, porque vos invoquei. (Cf. MR: Sl 30, 10. 16. 18) Sl. Senhor, eu ponho em vós minha esperança; que eu não fique envergonhado eternamente! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me. (Cf. LH: Sl 30, 2)

Coleta

Perdoai, Senhor, as faltas do vosso povo e, na vossa bondade, desfazei os laços dos pecados que em nossa fraqueza cometemos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Ou:


Deus de misericórdia, que concedeis neste tempo à vossa Igreja imitar piedosamente a Bem-aventurada Virgem Maria na contemplação da paixão de Cristo, fazei que, pela intercessão da mesma Virgem, sigamos cada vez mais firmemente o vosso Filho Unigênito e alcancemos um dia a plenitude da sua graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — Jr 20, 10-13


Leitura do Livro do Profeta Jeremias


10Eu ouvi as injúrias de tantos homens e os vi espalhando o medo em redor: “Denunciai-o, denunciemo-lo”. Todos os amigos observavam minhas falhas: “Talvez ele cometa um engano e nós poderemos apanhá-lo e desforrar-nos dele”.

11Mas o Senhor está ao meu lado, como forte guerreiro; por isso, os que me perseguem cairão vencidos. Por não terem tido êxito, eles se cobrirão de vergonha. Eterna infâmia, que nunca se apaga! 12Ó Senhor dos exércitos, que provas o homem justo e vês os sentimentos do coração, rogo-te me faças ver tua vingança sobre eles; pois eu te declarei a minha causa. 13Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, pois ele salvou a vida de um pobre homem das mãos dos maus.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 17(18), 2-3a. 3bc-4. 5-6. 7 (R. cf. 7)


℟. Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.


— Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, minha rocha, meu refúgio e Salvador! ℟.

— Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, minha força e poderosa salvação, sois meu escudo e proteção: em vós espero! Invocarei o meu Senhor: a ele a glória! E dos meus perseguidores serei salvo! ℟.

— Ondas da morte me envolveram totalmente, e as torrentes da maldade me aterraram; os laços do abismo me amarraram e a própria morte me prendeu em suas redes. ℟.

— Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e elevei o meu clamor para o meu Deus; de seu Templo ele escutou a minha voz, e chegou a seus ouvidos o meu grito. ℟.


https://youtu.be/6ucCHTBAbWM
℟. Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!
℣. Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna! (Cf. Jo 6, 63c. 68c) ℟.

Evangelho — Jo 10, 31-42


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo João 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 31os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. 32E ele lhes disse: “Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?”

33Os judeus responderam: “Não queremos te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um homem, tu te fazes Deus!” 34Jesus disse: “Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’?

35Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, 36por que então me acusais de blasfêmia, quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo? 37Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim. 38Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”.

39Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles. 40Jesus passou para o outro lado do Jordão, e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali. 41Muitos foram ter com ele, e diziam: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a respeito deste homem, é verdade”. 42E muitos, ali, acreditaram nele.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Benedíctus es, Dómine, doce me iustificatiónes tuas: et non tradas calumniántibus me supérbis: et respondébo exprobrántibus mihi verbum. (Ps. 118, 12. 121. 122. 42)


Vernáculo:
Ó Senhor, vós sois bendito para sempre; os vossos mandamentos ensinai-me! Pratiquei a equidade e a justiça; não me entregueis nas mãos daqueles que me oprimem! Assegurai tudo que é bom ao vosso servo, não permitais que me oprimam os soberbos! Esta será minha resposta aos que me insultam: “Eu conto com a palavra do Senhor!” (Cf. LH: Sl 118, 12. 121. 122. 42)

Sobre as Oferendas

Concedei, ó Deus de misericórdia, que mereçamos sempre servir dignamente o vosso altar e, pela participação assídua nesse sacrifício, alcançar a salvação. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Jesus carregou nossos pecados em seu próprio corpo, sobre o lenho da cruz, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas chagas fomos curados. (Cf. 1Pd 2, 24)
Ne tradíderis me, Dómine, in ánimas persequéntium me: quia insurrexérunt in me testes iníqui, et mentíta est iníquitas sibi. (Ps. 26, 12; ℣. Ps. 26, 1a. 1b. 2ab. 3ab. 9ab. 9cd. 13. 14)
Vernáculo:
Não me entregueis a seus desejos! Porque falsas testemunhas se ergueram e vomitam violência. (Cf. LH: Sl 26, 12)

Depois da Comunhão

Senhor, sejamos sempre protegidos pelo sacrifício que recebemos; que ele afaste sempre de nós tudo o que é nocivo. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 11/04/2025


Um Deus a caminho da morte?


“Se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, por que então me acusais de blasfêmia, quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo?”

Como temos visto desde domingo passado, todas as leituras do Tempo da Paixão insistem na divindade de Jesus Cristo, e a razão por que a Igreja nos procura inculcar, não uma, mas sete vezes o dogma fundamental da nossa fé é para nos preparar para outro grande mistério que havemos de celebrar nos próximos dias: a crucificação e morte de Nosso Senhor. Ensina a Igreja com tanta insistência que Cristo é verdadeiro Deus, não só para não nos escandalizarmos com os discípulos, mas para estarmos de pé junto da cruz com Maria SS., a única que, naquela primeira Sexta-feira Santa, sabia que o homem a quem dera o corpo que então padecia todo gênero de suplícios era também o Deus que a criara e escolhera por Mãe. Lembrar antes da Paixão, como Ele mesmo o quis fazer ao se transfigurar no monte, que Jesus é o Filho unigênito do Pai é abrir os olhos para o que nenhum infiel pode enxergar no Calvário. Na cruz, o que veem os judeus é a pena mínima a quem é réu de blasfêmia; o que veem os gentios é mais um teatro patético da porção mais desprezível do Império; o que veem alguns incrédulos modernos é, no máximo, uma injustiça contra um simpático “rebelde”. O que veem porém os olhos da fé é a restauração do gênero humano, é a abertura do reino celeste, é a satisfação plena, por meio do ato de amor e sacrifício mais sublime nunca que imaginou o coração humano, dos direitos de Deus. Quando chegar a Sexta-feira Santa, temos de levantar os olhos para cruz e ver nela, não uma derrota, mas um triunfo; não tanto um homem destroçado quanto um Deus, a ele unido em unidade de pessoa, vencendo com obediência a rebeldia do pecado, dando morte à morte eterna e pagando com amor a inimizade de todos os homens. Na cruz, por estar pregado nela não um homem qualquer, mas um homem que é Deus e um Deus que se fez homem, o Filho repara em sua própria carne o crime do servos e, transbordando por nós de um amor que não merecemos, nos merece a graça de sermos filhos do Pai, capazes de Lhe oferecer todo o amor que Ele merece. Preparemo-nos desde já para esta Semana Santa renovando nossa fé na verdade em que Jesus Cristo tanto insistiu, como insiste agora a Igreja: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10, 30).

Deus abençoe você!

Nossa Missão
Evangelize com o Pocket Terço: pocketterco.com.br/ajude

Homilia Diária | A divindade de Cristo: uma verdade incômoda (Sexta-feira da 5ª Semana da Quaresma)

Muitas pessoas, até mesmo entre os católicos, sentem um certo desconforto diante daquilo que é ponto central de toda a fé cristã: a divindade de Jesus. Para uns, apenas um mestre; para outros, um mero exemplo de justiça e solidariedade. O Evangelho, porém, é cristalino a esse respeito. Em mais de uma ocasião, Cristo nos diz com clareza: “Eu e o Pai somos um”.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, dia 11 de abril, e entenda essa Verdade que despertou o ódio dos judeus e que levou à morte o Senhor da vida.


https://youtu.be/sGyw4fe6RzU

Santo do dia 11/04/2025

Santa Gemma Galgani, Virgem (Memória Facultativa)
Local: Lucca, Itália
Data: 11 de Abril † 1903


Em 12 de março de 1878, no pitoresco vilarejo de Borgonuovo di Camigliano, próximo a Lucca, nascia uma criança extraordinária. Era a primeira menina entre os oito filhos do farmacêutico Enrico Galgani e Aurelia Landi. Um tio sugeriu que a menina fosse chamada de Gemma, mas a mãe relutou, alegando não haver nenhuma santa com esse nome para interceder por sua filha. Um sacerdote, ao presenciar a discussão, interveio, lembrando que “Gemma”, de origem latina, significa “pedra preciosa”, e acrescentou: “Há muitas gemas no céu; esperemos que ela também seja um dia outra gema no Paraíso.” Essas palavras se revelaram proféticas, pois a menina seria batizada no dia seguinte e um dia seria conhecida como Santa Gemma Galgani.

Desde muito pequena, Gemma aprendeu com a mãe a rezar. Sua mãe era uma dona de casa muito piedosa, e junto com as primeiras palavras, a menina já aprendia a rezar para o Papai do Céu. Sua atração pela vida espiritual era evidente e, desde cedo, demonstrava grande interesse pela religião, tanto que alguns parentes a encontraram no quarto, rezando de joelhos diante de uma imagem da Virgem Maria. Gemma tinha apenas quatro anos. Ao perguntarem o que ela estava fazendo, a menina disse: “Estou rezando a Ave Maria. Estou em oração.” Dotada de uma inteligência excepcional, absorvia os ensinamentos com facilidade e rapidez. Aos cinco anos, já conseguia ler no breviário o Ofício de Nossa Senhora e dos defuntos, sempre ansiosa para ouvir as histórias de Jesus contadas por sua mãe.

Entretanto, a saúde frágil de sua mãe era motivo de preocupação. No dia de sua confirmação, Gemma ouviu uma voz interior perguntando se ela ofereceria sua mãe a Deus. Sem hesitar, respondeu afirmativamente, desde que também fosse levada junto. A voz lhe disse para esperar junto ao pai e que mais tarde a levaria para o céu. Esse sinal marcou o início de uma jornada de entrega total a Deus, que incluiria o sofrimento pela salvação das almas. Como previsto pela voz, a mãe de Gemma adoeceu gravemente e faleceu pouco depois.

Incapaz de cuidar da menina devido às suas obrigações, o pai a matriculou como seminterna na escola das Irmãs de Santa Zita, em Lucca, fundada pela Beata Elena Guerra. Gemma destacou-se como aluna exemplar, dedicando-se especialmente ao estudo da religião. Seu desempenho acadêmico era notável, mas sua maior preocupação estava na vida espiritual, onde sua influência positiva sobre as colegas era evidente. Uma de suas professoras afirmou que Gemma era a alma da escola.

Nesse ponto de sua vida, o maior desejo de Gemma era receber a primeira comunhão. Insistia com as freiras para que lhe permitissem participar desse sacramento tão aguardado. Naquela época, não era comum que crianças recebessem a primeira comunhão, mas Gemma estava determinada. Ela dizia: “Dê-me Jesus e verá como serei boa. Mudarei completamente. Não cometerei mais nenhum pecado. Dê-me Jesus. Eu o desejo tanto que não consigo viver sem Ele.” Aos nove anos, o Bispo de Lucca, Monsenhor Giovanni Volpi, autorizou sua primeira comunhão, reconhecendo sua pureza de coração. Gemma fez um retiro de 15 dias em um convento de freiras, onde, ao ouvir a narrativa da Paixão de Cristo, sentiu profundas dores e uma febre alta. Em 17 de junho de 1887, na festa do Sagrado Coração de Jesus, Gemma recebeu sua primeira Eucaristia com a presença solene de seu pai, tornando-se um dos dias mais felizes de sua vida.

Em 1894, Gemma enfrentou a perda de seu irmão Gino, que aspirava a ser sacerdote. Três anos depois, outra provação se abateu sobre ela com o diagnóstico de câncer na garganta de seu pai. Gemma continuou os estudos no colégio das freiras, mas aos 19 anos, enquanto seu pai enfrentava sérias dificuldades financeiras, veio a falecer devido ao câncer. A família, agora sem recursos e enfrentando a miséria, sofreu um golpe devastador. Ainda com o pai em seu leito de morte, os credores tomaram tudo o que restava da família, deixando seus irmãos na miséria. Gemma confidenciou: “Chegaram a ponto de meter as mãos nos meus bolsos, levando as cinco ou seis moedas, apenas uns centavos, que eu guardava comigo.”

Com a família em ruínas, ela não podia ajudar devido à sua saúde precária. A meningite a deixou surda por um tempo, e uma curvatura na espinha dorsal causava-lhe dores intensas. Acrescentando-se à perda do pai e à miséria, Gemma sofreu imensamente. A família se dispersou; um irmão partiu para o Brasil, onde veio a falecer, enquanto Gemma foi viver com tios em Capannori, próxima a Lucca.

Seu desejo era ingressar no convento das Irmãs Passionistas e se consagrar a Jesus, mas suas doenças a impediam de sair de casa. Para piorar, abscessos se formaram em sua cabeça, e ela perdeu os cabelos. Os médicos não conseguiam curá-la; nenhum tratamento surtia efeito. Pouco tempo depois, ficou paralisada aos 20 anos, parecendo que sua vida chegaria ao fim.

Apesar das doenças e dores insuportáveis, Gemma não descuidava de sua vida de oração. Devorava as histórias de santos e dedicava-se à oração. São Gabriel da Virgem Dolorosa, um santo passionista, foi quem mais a impressionou. Ela mesma escreveu: “Comecei a admirar suas virtudes e seus hábitos. Minha devoção por ele crescia. À noite, eu não dormia sem ter sua imagem debaixo do travesseiro, e depois disso passei a vê-lo perto de mim. Não sei como explicar isso, mas eu sentia a sua presença a cada momento e em cada ação. O irmão Gabriel vinha à minha mente.”

No dia 23 de fevereiro de 1899, à noite, ela ouviu o ruído de um rosário. Olhou para o lado de onde vinha o ruído e viu São Gabriel. Ele lhe disse: “Vê como o teu sacrifício foi agradável? Eu mesmo vim ver-te. Você quer ficar curada? Reze com fé toda a noite a novena ao Sagrado Coração de Jesus. Eu virei até a novena terminar e rezarei com você a este sacratíssimo Coração.” Enquanto transcorriam os dias da novena, Gemma melhorava inexplicavelmente. No último dia, ela estava totalmente curada. A família estava em volta de seu leito para rezar a última parte da novena. Ao terminar, Gemma levantou-se. Todos choravam de alegria pelo grande milagre.

Além disso, o anjo da guarda de Gemma era uma presença constante, incentivando-a em suas virtudes. Era ele quem se encarregava de transportar suas correspondências para o céu ou para seu diretor espiritual. Gemma escrevia suas cartas e seu anjo da guarda as recolhia e as entregava aos destinatários.

Pouco tempo depois, em 8 de junho de 1899, desfrutando de uma saúde perfeita, Gemma recebeu uma graça especial ao receber a comunhão. Uma voz interior lhe anunciou que algo extraordinário estava prestes a acontecer: “Meu Filho Jesus te ama sem medida e deseja te dar uma graça. Eu serei uma mãe para ti. Serás uma verdadeira filha.” Nossa Senhora então abriu seu manto e cobriu Gemma com ele. Naquele momento, Jesus apareceu com todas as suas chagas abertas, mas daquelas chagas não saía sangue, e sim chamas de fogo. Num instante, aquelas chamas vieram tocar suas mãos, seus pés e seu coração. Sentiu como se estivesse morrendo e teria caído no chão se sua Mãe não a tivesse segurado. Enquanto permaneceu sob o manto de Maria, ficou várias horas naquela posição. Finalmente, Ela beijou sua testa. Tudo desapareceu, e Gemma se viu de joelhos, mas sentia uma dor forte nas mãos, pés e coração. Levantou-se para ir para a cama quando percebeu que saía sangue dessas partes onde sentia dor. Cobriu as feridas o melhor que pôde, ajudada por seu anjo, e então pôde ir para a cama.

Inúmeras testemunhas, incluindo renomados membros do clero, presenciaram esse milagre dos estigmas de Cristo no corpo de Santa Gemma, que se repetia semanalmente, das tardes de quinta-feira até por volta das 15 horas de sexta-feira. Depois disso, as feridas sempre se fechavam, deixando apenas cicatrizes. As marcas eram evidentes: pulsos e pés perfurados, a cabeça marcada pelas feridas da coroa de espinhos, além das cicatrizes das chibatadas nas costas e uma ferida proeminente no ombro, que correspondia à ferida de Jesus ao levar a cruz.

Apesar dos esforços para ocultar as chagas, logo foram descobertas, transformando Gemma em alvo de insultos e acusações. Rotulada de farsante e histérica, enfrentou um período desafiador. Até mesmo seu confessor, Monsenhor Giovanni Volpi, chegou a duvidar dos estigmas.

Ao completar 21 anos, seus irmãos não podiam mais sustentá-la, pois a fama da família Galgani estava arruinada. Conseguiram então que Gemma fosse acolhida pela generosa família Giannini, farmacêuticos locais. Ajudando nos afazeres domésticos, principalmente auxiliando a senhora Cecília Giannini, Gemma demonstrou uma eficiência notável, realizando suas tarefas com rapidez para dedicar todo o tempo livre à oração. Frequentava a missa diariamente e comungava. A senhora Giannini, em testemunho posterior, afirmou: “Posso jurar que durante os 3 anos e 8 meses que Gemma esteve conosco, eu nunca soube do menor problema em nossa família que fosse por ela, e nunca vi nela o menor defeito. Repito: nem o menor problema, nem o menor defeito.”

Nesse período, Gemma encontrou seu diretor espiritual, Padre Germano Ruoppolo, da Congregação dos Padres Passionistas, que reconhecendo sua profunda vida de oração e sua estreita união com Deus, a considerava uma joia de Cristo já avançada em sua espiritualidade. Foi ele quem a encorajou a registrar tudo o que experimentava durante as aparições, que totalizaram cerca de 150 ao longo de sua vida. Padre Germano testemunhou Gemma em êxtase, dialogando com Jesus e Nossa Senhora, intercedendo para que a Mãe de Deus contivesse o braço de seu Filho sobre algum pecador. Em muitas ocasiões, após esses êxtases, alguém vinha em profundo arrependimento buscar o Padre Germano para se confessar. Ele também foi o biógrafo de Santa Gemma, recebendo elogios do Papa Pio X pela obra.

Apesar do sofrimento causado pelos estigmas, Gemma encontrava consolo em seu anjo da guarda. Em conversas íntimas, compartilhavam orações e reflexões. Certa vez, o anjo lhe disse: “Olha para o que Jesus sofreu pelos homens. Considera uma por uma estas chagas. Foi o amor que abriu todas elas. Veja como o pecado é horrível, já que, para expiá-lo, tanta dor e tanto amor foram necessários.”

Além de enfrentar o escárnio na cidade e a desconfiança de seu confessor, Gemma também encarou o ódio do demônio, que muitas vezes aparecia na forma de um cão feroz que lhe mordia ou de outras criaturas monstruosas. Após esses ataques, era Jesus Cristo quem vinha e curava todas as feridas.

A pedido de Padre Germano, Gemma começou a escrever um diário sobre sua vida espiritual. No entanto, o demônio interveio e levou o diário para o inferno, só o devolvendo após o padre realizar um exorcismo diante do túmulo de São Gabriel da Virgem Dolorosa. O documento, todo chamuscado pelo fogo, permanece exposto na residência da família Giannini.

Em 1902, Santa Gemma, que desfrutava de boa saúde desde sua cura milagrosa, decidiu se oferecer como vítima expiatória pela salvação das almas. Sua oferta foi aceita por Jesus. Subitamente, ela adoeceu gravemente, sem apetite e incapaz de se levantar da cama. Os médicos não conseguiam diagnosticar sua enfermidade, mas, tão repentinamente quanto chegara, a doença desapareceu. Gemma recuperou-se e voltou à sua rotina.

Em 21 de setembro de 1902, ela começou a tossir violentamente, expelindo sangue. Ao mesmo tempo, foi envolvida por uma aridez espiritual total: não mais experimentava consolações nem graças palpáveis em sua vida de oração. A tentação a acometia, sugerindo que fora abandonada por Jesus. Em meio a essas batalhas espirituais, ela clamava incessantemente pelos nomes de Jesus e Maria.

Sobre esse período terrível de sofrimento e tentações, seu diretor espiritual, Padre Germano, escreveu: “A pobre sofredora passou dias, semanas e meses desse modo, dando-nos um exemplo de paciência heroica e razões para um medo saudável pelo que pode acontecer conosco, que não temos os méritos de Gemma na terrível hora da morte.”

Apesar do sofrimento aparentemente interminável, ela nunca se queixou. Sua fé permanecia inabalável, mesmo diante da aridez espiritual e da sensação de abandono. Mantinha-se em constante oração. Enquanto sua doença progredia, tornando-a esquelética, sua beleza interior e exterior persistiam, irradiando pureza de alma.

À medida que sua situação se agravava, Padre Germano lhe ministrou a extrema unção. Em 11 de abril de 1903, todos perceberam que o fim se aproximava e cercaram seu leito de morte. Segurando o crucifixo, Gemma proferiu: “Agora é mesmo verdade que não me resta mais nada. Jesus, eu recomendo a minha pobre alma a ti.” Em seguida, dirigindo-se a uma imagem da Virgem Santíssima, suplicou: “Minha Mãe, encomende a minha pobre alma a Jesus. Dizei a Ele que tenha misericórdia de mim.” Essas foram suas últimas palavras. Com um largo sorriso, inclinou a cabeça para o lado e expirou.

Gemma partiu em serenidade tão pacífica que muitos acreditavam que ela apenas adormecera. Contudo, seu coração havia cessado de bater. Era o Sábado Santo. Aos jovens 25 anos, ela deixava este mundo.

Ao longo de sua vida, nutriu um grande desejo: consagrar-se a Deus na Congregação das Irmãs Passionistas. Apesar de ter sido recusada mais de 20 vezes devido às suas doenças, seu desejo foi realizado após sua morte. As Irmãs Passionistas de Lucca a receberam oficialmente na congregação, e ela foi sepultada com o hábito de freira passionista.

Em 24 de abril do mesmo ano, uma comissão médica realizou a autópsia do corpo de Santa Gemma. Uma descoberta impressionante aguardava os especialistas: seu coração parecia vivo, repleto de sangue e flexível. Colocado em um relicário, permanece intacto até hoje. Suas relíquias são veneradas na capela do convento das Irmãs Passionistas de Lucca.

Durante sua vida, Gemma viveu de forma discreta e simples, permanecendo praticamente desconhecida. Foi somente após sua morte que seu valor foi reconhecido. Padre Germano e outros recolheram as magníficas cartas que ela escreveu ao longo de sua vida. Nessas cartas, revela-se a profunda experiência de Gemma com Jesus, refletindo sua ardente teologia do amor de Deus.

Para Gemma, o amor de Deus não era apenas uma emoção, mas uma resposta ao amor de Cristo manifestado em sua Palavra. Ela aspirava a compartilhar os sofrimentos de Jesus, a ponto de se tornar uma vítima expiatória por amor aos pecadores. Essa foi sua missão: salvar os pecadores, não por meio de palavras ou ensinamentos, mas com sua própria vida.

A reputação de santidade de Gemma já existia quando ela morreu, mas somente em 1917 seu processo de beatificação foi iniciado. Testemunhos sob juramento foram coletados, todos destacando suas virtudes heroicas. Os milagres oficialmente confirmados por juntas médicas ratificaram sua santidade.

Em 1933, ela foi beatificada pelo Papa Pio XI (não Pio X, como alguns relatos afirmam). Embora tenha havido alguma oposição à sua beatificação e canonização, o Papa enfatizou que Gemma seria beatificada não por suas visões, mas por sua vida santa e exemplar. Em 2 de maio de 1940, ela foi canonizada na Basílica de São Pedro, em Roma, pelo Papa Pio XII.

Santa Gemma foi declarada padroeira dos farmacêuticos e de todos que trabalham em farmácias, além de modelo para a juventude. Foi contemporânea de outros dois grandes santos: Santa Teresinha do Menino Jesus e São Padre Pio de Pietrelcina. Podemos ver em Gemma o amor de Santa Teresinha e os dons místicos de Padre Pio.

Santa Gemma Galgani, rogai por nós!

VATICAN NEWS. Santa Gemma Galgani, virgen, terciaria pasionista. Vaticano, s.d. Disponível em: https://www.vaticannews.va/es/santos/04/11/s--gema-galgani--virgen--terciaria-pasionista.html. Acesso em: 11 abr. 2025.

RUOPPOLO, Germano. Santa Gemma Galgani: la Povera Gemma. Roma: Edizioni San Paolo, 2003.

MONASTERO SANTA GEMMA GALGANI. Vita di Santa Gemma Galgani. Lucca, Itália, s.d. Disponível em: https://www.santagemma.eu/vita-di-s.gemma.html. Acesso em: 11 abr. 2025.



Santo Estanislau (Memória Facultativa)
Local: Cracóvia, Polônia
Data: 11 de Abril † 1079


O rei Boleslau II da Polônia (1058-1079) é lembrado nas páginas da história pelos empreendimentos militares vitoriosos que consolidaram o jovem Estado, alargando-lhe os limites à custa da Rússia, pela valorização das terras, por ele promovida com nova organização fundiária e pelas reformas políticas e econômicas. Deste rei, porém, o primeiro historiador polonês, Vicente Kadlubeck, lembra também as graves injustiças e o comportamento imoral na vida particular. Mas em seu caminho, Boleslau encontra severo repreensor. Qual João Batista em relação a Herodes, o destemido bispo de Cracóvia, Estanislau, levantou sua voz, admoestando o onipotente soberano sobre seu dever de respeitar os direitos alheios.

Estanislau nasceu em 1030 na diocese de Cracóvia, em Szczepanowa, filho de pais pobres. Concluindo os primeiros estudos com os beneditinos de Cracóvia, aperfeiçoou-os na Bélgica, na célebre escola de Liège. Voltando à sua pátria, distinguiu-se pelo zelo pastoral e pelas benéficas iniciativas realizadas com caridade e inteligência. Morto o bispo de Cracóvia, o papa Alexandre II nomeou-o para o alto cargo. A sua designação foi, além do povo e do clero, acalentada pelo próprio Boleslau II, que nos primeiros anos consentiu na obra de evangelização em toda a região e na formação do clero local, secular, que devia ocupar progressivamente o lugar dos monges beneditinos na administração da Igreja polonesa.

A boa harmonia entre o bispo e o soberano durou até que o corajoso Estanislau teve de antepor seus deveres pastorais à tolerância para com as faltas do amigo, pois a reprovável conduta do soberano corria o risco de alimentar os maus costumes dos súditos. As crônicas do tempo contam de fato que o rei, apaixonado por uma bela matrona, Cristina, esposa de Miecislau, sem demora mandou raptá-la, com grave escândalo para todo o país.

Ameaçada e depois efetivada a excomunhão do soberano, este não mais conteve o seu furor, fazendo trucidar Estanislau em Cracóvia, na igreja de são Miguel, durante a celebração da missa. O ignóbil assassínio na catedral parece ter sido perpetuado pelas mãos do próprio soberano depois que os guardas tiveram de se retirar, porque eram impedidos por força misteriosa. Venerado pelos poloneses desde o dia do seu martírio, santo Estanislau foi canonizado a 17 de agosto de 1253 na basílica de são Francisco de Assis e desde então o seu culto é muito difundido na Europa e na América.

Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Santo Estanislau, rogai por nós!


Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil