Apoiadores do Pocket Terço
Terço com imagens no Youtube
Reze os Mistérios Gloriosos com imagens

Antífona de entrada

Estes são os Santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu Salvador. É a geração dos que buscam a Deus. (Cf. Sl 23, 5-6)

Glória

Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.

Coleta

Ó Deus, que na vossa misericórdia atraístes Santa Clara ao amor da pobreza, concedei, por sua intercessão, que, seguindo o Cristo com um coração de pobre, vos contemplemos um dia em vosso reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Dt 34, 1-12)


Leitura do Livro do Deuteronômio


Naqueles dias, 1Moisés subiu das estepes de Moab ao monte Nebo, ao cume do Fasga que está defronte de Jericó. E o Senhor mostrou-lhe todo o país, desde Galaad até Dã, 2o território de Neftali, a terra de Efraim e Manassés, toda a terra de Judá até ao mar ocidental, 3o Negueb e a região do vale de Jericó, cidade das palmeiras, até Segor. 4O Senhor lhe disse: “Eis aí a terra pela qual jurei a Abraão, Isaac e Jacó, dizendo: Eu a darei à tua descendência. Tu a viste com teus olhos, mas nela não entrarás”.

5E Moisés, servo do Senhor, morreu ali, na terra de Moab, conforme a vontade do Senhor. 6E ele o sepultou no vale, na terra de Moab, defronte de Bet-Fegor. E ninguém sabe até hoje onde fica a sua sepultura. 7Ao morrer, Moisés tinha cento e vinte anos. Sua vista não tinha enfraquecido, nem seu vigor se tinha esmorecido. 8Os filhos de Israel choraram Moisés nas estepes de Moab, durante trinta dias, até que terminou o luto por Moisés. 9Josué filho de Nun estava cheio do espírito de sabedoria, porque Moisés lhe tinha imposto as mãos. E os filhos de Israel lhe obedeceram e agiram, como o Senhor tinha ordenado a Moisés.

10Em Israel nunca mais surgiu um profeta como Moisés, a quem o Senhor conhecesse face a face, 11nem quanto aos sinais e prodígios que o Senhor lhe mandou fazer na terra do Egito, contra o Faraó, os seus servidores e todo o seu país, 12nem quanto à mão poderosa e a tantos e tão terríveis prodígios, que Moisés fez à vista de todo Israel.

Salmo Responsorial (Sl 65)


R. Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, é ele que dá vida à nossa vida.


— Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso, dai a Deus a mais sublime louvação! Dizei a Deus: “Como são grandes vossas obras!” R.

— Vinde ver todas as obras do Senhor: seus prodígios estupendos entre os homens! Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez! Quando a ele o meu grito se elevou, já havia gratidão em minha boca! R.

R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou esta reconciliação. (2Cor 5, 19) R.

Evangelho (Mt 18, 15-20)


V. O Senhor esteja convosco.

R. Ele está no meio de nós.


V. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Mateus 

R. Glória a vós, Senhor.


V. Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 15“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. 18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. 20Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles”.

Sobre as Oferendas

Sejam aceitos por vós, ó Deus, os frutos do nosso trabalho que trazemos ao vosso altar em honra de santa Clara, e concedei que, livres da avidez dos bens terrenos, tenhamos em vós a única riqueza. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Provai e vede como o Senhor é bom; feliz de quem nele encontra seu refúgio. (Sl 33, 9)

Depois da Comunhão

Ó Deus, pela força deste sacramento, conduzi-nos constantemente no vosso amor, a exemplo de Santa Clara, e completai, até a vinda do Cristo, a obra que começastes em nós. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 11/08/2021
Corrijamos os irmãos em particular

“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão” (Mateus 18,15).

A direção que a Palavra de Deus quer nos dar, no dia de hoje, é que nós precisamos ganhar o irmão, não podemos perdê-lo, pois por ignorância, vaidade ou ilusão estamos perdendo uns aos outros, porque não sabemos ser corrigidos nem sabemos corrigir uns aos outros.

Em época de redes sociais, como é o tempo em que nós estamos vivendo, todo mundo se acha juiz, dono da verdade, todo mundo se acha no dever de corrigir, de fazer sentenças, de condenar, determinar o que é certo e o que é errado. O que estamos vendo é uma grande explosão da hipocrisia religiosa, inclusive, nos grupos religiosos de tantas redes sociais.

As pessoas estão querendo corrigir umas às outras, as pessoas estão querendo ensinar umas às outras, chamando à atenção e expondo o irmão de uma forma, muitas vezes, até ridícula, criando situações simplesmente vergonhosas. “Se teu irmão pecar…”. "Pecar” aqui assume o sentido de errar, de falar o que não concorda, de falar aquilo que acha que não é correto, de fazer aquilo que talvez cause escândalo ou dúvida.


O lugar de corrigir o irmão no coração é a sós com ele; o lugar de corrigirmos uns aos outros é no particular

Veja o Evangelho: não é ele que você quer tanto ensinar? Não é o Evangelho que você insiste tanto em entender? Então, se você acha que seu irmão está errado, faça o que o Evangelho manda; e ele está sendo muito claro conosco: “Se teu irmão errar, vai corrigi-lo em particular, a sós contigo”.

O lugar de corrigir o irmão não é na rede social, não é na frente dos outros, o lugar de corrigir as pessoas, chamar à atenção delas, não é as expondo em situação alguma. O lugar evangélico de corrigir e de sermos corrigidos é no particular. Deus pode corrigir muitos com a Sua palavra, mas pense que vexame: o padre está na igreja e vê uma pessoa errando, ele a corrige, chama à atenção dela na frente de todo mundo! E que vergonhoso é uma mãe que corrige um filho de uma forma vexatória para todo mundo ver e ouvir. Não é assim que se corrige evangelicamente.

Você quer chamar à atenção? Chame primeiro do seu coração, para que saiba conter as suas hesitações, essa vontade, essa gama de querer ter a razão. Você perde toda razão, você perde até a direção, você perde realmente até o senso da verdade e, sobretudo, o Evangelho, perde o irmão. Você perde o coração quando não sabe, de verdade, corrigir.

Preste atenção: se a palavra do Papa não basta, se a palavra da Igreja não basta, se Jesus não basta, é sinal de que você basta a si mesmo.

O lugar de corrigir o irmão no coração é a sós com ele, o lugar de corrigirmos uns aos outros é no particular; se eu ainda não sei fazer, preciso aprender, preciso primeiro estar aos pés de Jesus, preciso primeiro orar e suplicar.

Quando Jesus nos dá a graça, o momento na prudência, vamos a sós corrigir o irmão, mas que a visão mundana não tome conta do nosso coração. Que sejamos movidos pelo Evangelho, e que ele nos ensine como devemos ganhar o irmão, porque estamos perdendo, irmãos e irmãs, por não sabermos ter humildade e correção fraterna de forma evangélica.

Deus abençoe você!

Pe. Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Facebook/padrerogeramigo

Seja um apoiador do Pocket Terço: apoia.se/pocketterco

Uma alma consagrada a Cristo

Ao celebrar hoje a memória de Santa Clara de Assis, a Igreja nos convida a todos, leigos e religiosos, a ter diante dos olhos aquela caridade infinita com que nos amou no presépio de Belém o Deus feito homem, despojando-se de sua glória e enriquecendo-nos com a sua humilde pobreza. Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quarta-feira, dia 11 de agosto, e deixemos que o Senhor dilate em nosso coração o amor fervoroso que Ele quer atear em todas as almas!




Santo do dia 11/08/2021

 

 


Santa Clara de Assis (Memória)
Local: Assis, Itália
Data: 11 de Agosto † 1253


Clara de Assis brilhou certamente entre as grandes santas mulheres na história da Igreja. Como o nome expressa, ela foi uma estrela reluzente.

Seu biógrafo Frei Tomás de Celano diz dela: Clara de nome, mais clara pela vida, claríssima pelos costumes.

Na Bula de canonização, o papa Alexandre IV escreve: Clara, preclara por seus claros méritos, clareia claramente no céu pela claridade da grande glória, e na terra pelo esplendor dos milagres sublimes. Brilha aqui claramente sua estrita e elevada religião, irradia no alto a grandeza de seu prêmio eterno, e sua virtude resplandece para os mortais com sinais magníficos.

Clara nasceu no ano de 1193/1194, em Assis, na Itália, da ilustre família dos Offreduccio. Seu pai era Favarone Offreduccio. Pelos 18 anos ela foi apresentada a Francisco por seu primo Frei Rufino.

Entusiasmada pelo tipo de vida de seu conterrâneo, procurou segui-lo na medida do possível. Era uma jovem rica, inteligente e de extraordinária beleza. Na primavera de 1212, na cerimônia dos ramos, o bispo, certamente já avisado por Francisco das intenções de Clara, desceu do altar e lhe entregou um ramo bento. Seria a anuência do Bispo para que Francisco recebesse Clara em sua consagração religiosa. Naquela mesma noite fugiu de casa e recebeu a veste religiosa na Porciúncula, onde Francisco vivia com seus companheiros.

Depois de mudar-se de um a outro mosteiro, devido à busca promovida pela família, foi para São Damião, onde havia a capela restaurada por Francisco. Ali Clara vai for mar o primeiro mosteiro da nova Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Alguns dias depois, seguiu-a, também pela fuga, sua irmã Inês, que será canonizada mais tarde, e depois outra irmã, Beatriz. Também sua mãe Hortolana terminará seus dias em São Damião.

Clara, com suas irmãs de São Damião, realizará de modo eminente a faceta contemplativa do ideal de São Francisco, dentro do espírito da mais estrita pobreza.

Em Clara, a Igreja contempla o ideal da virgindade cristã como seguimento do Cristo esposo. Está fortemente presente a espiritualidade dos esponsais ou das núpcias com o Cordeiro divino, Jesus Cristo, a que é chamada toda a humanidade. A virgindade consagrada sempre foi considerada como um grande valor no seguimento do Cristo obediente, pobre e virgem na total entrega ao Pai e a serviço do Reino. A virgindade pode ser apreciada como símbolo significativo da identidade mais profunda da mulher e de sua potencialidade de vida, tendo como fonte o amor verdadeiro. Jovem, ela como que acumula um tesouro que será investido na aventura do amor verdadeiro, fonte de vida. Clara colocou toda esta potencialidade do amor a serviço do amor de Deus, da multidão de virgens que Deus lhe deu como filhas espirituais, e de toda a humanidade, através de sua vida de oração.

No entanto, na vida de Santa Clara existe uma intima relação entre a espiritualidade dos esponsais, enaltecida no Cântico dos Cânticos e a altíssima pobreza. Tratava-se de esvaziar seu coração de tudo o que pudesse prendê-lo. para dar espaço ao amor universal, amor filial a Deus e amor fraternal ou de irmã ao próximo e a todo o criado, a exemplo de Francisco.

Durante toda a vida Clara lutará para seguir de perto o tipo de pobreza ideado por São Francisco, que as autoridades eclesiásticas do tempo julgavam mais ou menos incompatível com a vida religiosa feminina enclausurada, como o era a das clarissas. Forçada a aceitar estruturas da vida monástica feminina contemporânea, Clara procurou insuflar nas companheiras o espírito que bebera em São Francisco.

Clara foi enquadrada no estilo de vida consagrada do monaquismo. Não havia lugar ainda para uma vida religiosa feminina consagrada de tipo apostólico, como foi inaugurada por Francisco de Assis. Clara teve que aceitar, por exemplo, o título de abadessa, próprio de outras monjas, e a casa ou convento foi chamado de mosteiro, entidade autônoma. Somente poucos dias antes da mor te, ela conseguiu a aprovação papal de uma Regra, por ela mesma redigida sob inspiração da Regra dos Frades Menores. O enquadramento no estilo monástico de vida talvez explique o fato de, pouco tempo depois da morte de Santa Clara, começarem a surgir Congregações franciscanas femininas de vida regular e apostólica. Hoje são as mais de 400 Congregações Franciscanas que observam a Regra da Terceira Ordem Regular de São Francisco (TOR), as nossas Congregações franciscanas.

Vale a pena lembrar suas últimas palavras no leito de morte, depois de abençoar suas irmãs e filhas presentes e futuras: "Vai em paz, minha alma, porque seguiste o bom caminho; vai confiante, porque teu Criador te santificou, te protegeu constantemente e te amou com toda a ternura de uma mãe por seu filho. Ó Deus, bendito sejas por me teres criado".

Clara faleceu no pequeno mosteiro de São Damião, Assis, em 1253, sendo declarada santa dois anos depois.

A Ordem das Clarissas, a II Ordem Franciscana, espalhou-se rapidamente, contando atualmente em torno de 19.000 religiosas, sob várias denominações segundo a Regra que observam.

A Oração coleta realça Santa Clara em seu amor à pobreza. Pede que, por sua intercessão, possamos seguir o Cristo com um coração de pobre e contemplá-lo um dia no reino dos Céus.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil