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Memória Facultativa

Santa Joana Francisca de Chantal, Religiosa


Antífona de entrada

Considerai, Senhor, vossa aliança, e não abandoneis para sempre o vosso povo. Levantai-vos, Senhor, defendei vossa causa, e não desprezeis o clamor de quem vos busca. (Sl 73, 20. 19. 22. 23)

Coleta

Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Js 3, 7-10a. 11. 13-17)


Leitura do Livro de Josué


Naqueles dias, 7o Senhor disse a Josué: “Hoje começarei a exaltar-te diante de todo Israel, para que saibas que estou contigo assim como estive com Moisés. 8Tu, ordena aos sacerdotes que levam a arca da aliança, dizendo-lhes: Quando chegardes à beira das águas do Jordão, ficai parados ali”.

9Depois Josué disse aos filhos de Israel: “Aproximai-vos para ouvir as palavras do Senhor vosso Deus”. 10aE acrescentou: “Nisto sabereis que o Deus vivo está no meio de vós e que ele expulsará da vossa presença os cananeus. 11Eis que a arca da aliança do Senhor de toda a terra vai atravessar o Jordão adiante de vós. 13E logo que os sacerdotes, que levam a arca do Senhor de toda a terra, tocarem com a planta dos pés as águas do Jordão, elas se dividirão: as águas da parte de baixo continuarão a correr, mas as que vêm de cima pararão, formando uma barragem”.

14Quando o povo levantou acampamento para passar o rio Jordão, os sacerdotes que levavam a arca da aliança puseram-se à frente de todo o povo. 15Quando chegaram ao rio Jordão e os pés dos sacerdotes se molharam nas águas da margem – pois o Jordão transborda e inunda suas margens durante todo o tempo da colheita –, 16então as águas que vinham de cima, pararam, formando uma grande barragem até Adam, cidade que fica ao lado de Sartã, e as que estavam na parte de baixo, desceram para o mar da Arabá, o mar Salgado, até secarem completamente.

Então o povo atravessou, em frente a Jericó. 17E os sacerdotes que levavam a arca da aliança do Senhor conservaram-se firmes sobre a terra seca, no meio do rio, e ali permaneceram até que todo Israel acabasse de atravessar o rio Jordão a pé enxuto.

Salmo Responsorial (Sl 113A)


R. Aleluia! Aleluia! Aleluia!


— Quando o povo de Israel saiu do Egito, e os filhos de Jacó, de um povo estranho, Judá tornou-se o templo do Senhor, e Israel se transformou em seu domínio. R.

— O mar, à vista disso, pôs-se em fuga, e as águas do Jordão retrocederam; as montanhas deram pulos como ovelhas, e as colinas, parecendo cordeirinhos. R.

— Ó mar, o que tens tu, para fugir? E tu, Jordão, por que recuas deste modo? Por que dais pulos como ovelhas, ó montanhas? E vós, colinas, parecendo cordeirinhos? R.

R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo e ensinai-me vossas leis e mandamentos! (Sl 118, 135) R.

Evangelho (Mt 18, 21–19, 1)


V. O Senhor esteja convosco.

R. Ele está no meio de nós.


V. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Mateus 

R. Glória a vós, Senhor.


V. Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna.

25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei tudo’. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’.

29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei’. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’

34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. 19, 1Ao terminar estes discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para o território da Judeia além do Jordão.

Sobre as Oferendas

Ó Deus, acolhei com misericórdia os dons que concedestes à vossa Igreja e que ela agora vos oferece. Transformai-os por vosso poder em sacramento de salvação. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Glorifica o Senhor, Jerusalém, pois te dá como alimento a flor do trigo. (Sl 147, 12. 14)

Ou:


O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo, diz o Senhor. (Jo 6, 52)

Depois da Comunhão

Ó Deus, o vosso sacramento que acabamos de receber nos traga a salvação e nos confirme na vossa verdade. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 12/08/2021
Precisamos do perdão de Deus e dos irmãos todos os dias

“Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete’” (Mateus 18,21-22).

Dentro do nosso coração existem sempre situações onde precisamos ser perdoados, e precisamos perdoar os nossos irmãos. A primeira hipocrisia da qual precisamos nos libertar é a do orgulho e da arrogância, até evangélica. Porque, às vezes, a pessoa acha que ela é a ferida, ela é sempre a machucada, é ela que tem sempre que perdoar. “Eu já perdoei bastante, não perdoo mais”. Mas ela não se toca de que ela precisa muito de perdão, que ela fere, que ela machuca, que ela faz mal ao outro.

Na visão hipócrita religiosa, a pessoa sempre acha que a ferida que o outro causa é, realmente, grande. “O que eu faço não, eu não machuco ninguém. Não faço mal”. Liberte-se dessa visão hipócrita!

Precisamos, todos os dias, do perdão de Deus e dos irmãos, pois somos falhos, negligentes, não somos atenciosos. É a nossa realidade! Tenho que, publicamente, pedir perdão para as pessoas, porque eu não consigo ser, muitas vezes, o padre que eu precisava ser: mais atencioso. Sei que não dou atenção e, muitas vezes, também, intencionalmente, eu falho, sou egoísta, sou grosso com este ou com aquele.


Preciso de perdão, tenho muito que procurar a misericórdia de Deus

Preciso de perdão, tenho muito que procurar a misericórdia de Deus e, todos os dias, fazer um exame de consciência, procurar o sacramento da confissão, porque estou sempre em dívida com meu irmão. E como diz a Palavra: "A ninguém fiqueis devendo nada" (cf. Romanos 13,8).

Não gosto de ter dívida com ninguém, a não ser o amor mútuo. Em termo de amor, estou sempre devendo, estou sempre precisando recorrer ao perdão. E, por favor, não pode ser aquela coisa superficial, tem que ser uma coisa real, autêntica e plena. Eu preciso do perdão!

Na visão dos Pastorinhos, o purgatório está cheio de almas que não foram purificadas. E não adianta, pois se não nos purificarmos, como nos ensina o Evangelho do próprio Mateus: “Se eu não procurar reconciliar-me com meu irmão enquanto estou a caminho, eu vou ser entregue ao juiz. De lá não vou sair até a última moeda ser paga”. Então, estou em dívida com meu irmão, preciso reconciliar-me, preciso procurá-lo.

Olhando o Evangelho de hoje, não sejamos esse empregado “sem vergonha”, pois este tomou consciência da sua dívida, foi pedir perdão (a dívida era grande) e o seu patrão o perdoou. Mas quando veio o outro que devia uma mesquinharia ao empregado, este foi cruel.

Estamos sendo muito cruéis uns com os outros, é a crueldade para perdoar, e esta vai se tornando uma maldade dentro de nós, porque junta rancor, ressentimento, mágoa, e isso vira um caldo que se transforma em ódio dentro de nós, e nos tornamos pessoas implacáveis. “Quem perdoa é Deus, eu não perdoo”.

Sim! Quem perdoa é Deus, mas não sou um filho de Deus? Não sou um seguidor? Não faço comunhão com Deus? Como vou ter comunhão com Ele se não sei, se não aprendi, até hoje, que tenho que perdoar setenta vezes sete? Porque essa é a quantidade de perdão de que eu preciso todos os dias.

A lógica que parece sem lógica é essa: preciso tanto de perdão que eu não posso ser "sem vergonha". O que eu preciso, eu preciso dar; o que eu desejo para o outro, eu preciso fazer também a ele, mas se vivo aquela visão do mundo egoísta, que eu só tenho que receber e não doar, eu realmente não sei perdoar.

Infelizmente, muitas vezes, estamos vivendo essa tristeza até dentro do nosso ambiente religioso. Irmãos que não se perdoam, irmãos que se fecharam, estão entravados na mágoa, no ressentimento, no rancor, falando mal uns dos outros. Falam até bonito, cantam para Jesus, pregam Jesus, mas quando abrem a boca no cotidiano, é para falar mal uns dos outros.

Sem perdão não há Reino dos Céus!

Deus abençoe você!

Pe. Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
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Mais uma “santa de convento”?

Celebramos hoje com grande alegria a memória de Santa Joana Francisca de Chantal, co-fundadora, junto com São Francisco de Sales, das Irmãs da Visitação. Quem foi essa mulher, uma grande santa, para quem São Francisco escreveu seu “Tratado do amor de Deus”, famosa obra em que dá conselhos às almas já adiantadas na santidade? Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quinta-feira, dia 12 de agosto, e conheça mais sobre a vida desta grande mulher, que se santificou como esposa, mãe, viúva e religiosa!




Santo do dia 12/08/2021

 

 


Santa Joana Francisca de Chantal (Memória Facultativa)
Local: Moulins, França
Data: 12 de Agosto † 1641


A memória facultativa de Santa Joana Francisca de Chantal, falecida em 13 de dezembro de 1641, primeiramente foi transferida para a véspera de seu falecimento por causa da concorrência com a memória de Santa Luzia, mártir. No Brasil, por sua vez, por causa da concorrência da festa de Nossa Senhora de Guadalupe, ela fora transferida para o dia 10 de dezembro. Agora, na terceira edição típica do Missal romano, ela é comemorada no dia 12 de agosto.

Joana Francisca nasceu em Dijon, centro da França, em 1572. Santa Joana Francisca Frémiot de Chantal soma-se a numerosos personagens ilustres que, com sua santidade, deram grande prestigio à Igreja francesa do século XVII, século que se seguiu ao Concilio de Trento. O sobrenome Frémiot ela o herdou de seu pai que exercia alto cargo em Dijon. Ela é de Chantal porque se casou com o barão de Chantal. Quando foi crismada acrescentou o nome de Francisca ao de Joana, por sua ardente devoção a Francisco de Assis.

Sua mãe faleceu quando Joana era criança e dela sentiu terrível falta. O pai, porém, lhe ofereceu excelente formação humana e cristã.

Aos 20 anos de idade, Joana Francisca contraiu núpcias com o barão de Chantal. O casal teve seis filhos, sendo que dois não chegaram à idade adulta. Joana Francisca não se apegou ao novo conforto da vida de baronesa, mas com todo escrúpulo cumpria as obrigações do novo estado. Dedicada ao esposo, carinhosa para com os quatro filhos, atenciosa e justa para com os empregados, extremamente caridosa com os pobres, era de todos querida e amada.

Triste acidente trouxe-lhe um grande transtorno na vida, imprimindo-lhe nova direção. Numa caçada, o marido foi vítima fatal de um disparo casual de uma arma. Joana Francisca, bela, inteligente, jovem ainda, da alta sociedade, tinha todas as chances para contrair novas núpcias, mas, conformada e confortada pela fé, preferiu consagrar a Deus e a seus filhos a viuvez precoce. Iniciou uma vida de maior união com Deus e de caridade para com os pobres.

Alguns anos depois, ela teve um decisivo encontro com o bispo de Genebra, Francisco de Sales, que se tornou seu diretor espiritual. Desse providencial encontro nascerá para a Igreja uma nova ordem religiosa. Francisco de Sales notava em Joana Francisca a pessoa ideal para realizar o sonho de uma fundação religiosa mais engajada na vida e atividade da Igreja, que servisse de fermento ao povo, e fosse serva de caridade nas emergências da vida social. Ele sonhava com uma Ordem feminina sem clausura, que fosse acessível também a mulheres anciãs e de saúde frágil. Francisco de Sales pôs Joana Francisca a par de seus planos.

O tempo passou, a vida caminhou e surgiu para Joana Francisca a oportunidade de dar encaminhamento aos planos do bispo de Genebra. Assim se deu, mas não sem graves e dolorosas oposições, sobretudo por parte do velho pai, dos filhos e parentes. Sua filha mais velha casou-se, outra veio a falecer; o rapaz foi confiado à tutela de seu avó. Apenas com a menina caçula para criar, Joana Francisca pós mãos à obra. Sob a direção prudente de Francisco de Sales ela fundou o primeiro convento em Annecy sob o título de Irmãs da Visitação de Nossa Senhora. Maria Santíssima, pela caridade e humildade demonstrada em visitar e ajudar a sua parenta Isabel, devia ser a inspiradora da vida das novas religiosas. Novas casas foram sendo fundadas com a assistência de São Francisco de Sales. Aconteceu que, em 1607, a Casa de Lião foi obrigada pelo arcebispo a aceitar a regra da clausura, apesar da relutância de Francisco de Sales. Quando este veio a falecer em 1622, a obra continuava crescendo, e foi adiante com o incansável trabalho de Joana Francisca. Existiam mais de oitenta conventos quando Joana Francisca de Chantal faleceu, em 1641, em Moulin, ao voltar da visita de uma de suas funções.

Sua caminhada espiritual de contemplativa e mística não transcorreu sem dificuldades. Em 1622 ela perdeu seu guia espiritual Francisco de Sales, que lhe escrevera o Tratado do Amor de Deus. Era perturbada também por cruéis provações de aridez espiritual e de tentações contra a fé. Nos últimos anos de vida esteve sob a direção espiritual de São Vicente de Paulo.

A Oração coleta a apresenta como pessoa exemplar nos diversos estados de vida. Realmente, foi uma jovem, modelo de pureza e de piedade; foi esposa e mãe fiel e pressurosa; foi viúva serena e operosa; foi irmã religiosa exemplar; e, finalmente, foi fundadora de uma família religiosa. Ela mostra a todos como corresponder fielmente à vocação e ser em todas as circunstâncias um exemplo para todos.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil