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Antífona de entrada

A Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou. (Gl 6, 14)
Os iusti meditábitur sapiéntiam, et lingua eius loquétur iudícium: lex Dei eius in corde ipsíus. Ps. Noli aemulári in malignántibus: neque zeláveris faciéntes iniquitátem. (Ps. 36, 30. 31 et 1)
Vernáculo:
O justo tem nos lábios o que é sábio, sua língua tem palavras de justiça; traz a Aliança do seu Deus no coração, e seus passos não vacilam no caminho. Sl. Não te irrites com as obras dos malvados nem invejes as pessoas desonestas. (Cf. LH: Sl 36, 30. 31 e 1)

Coleta

Ó Deus, que inspirastes ao presbítero São João da Cruz extraordinário amor pelo Cristo e total desapego de si mesmo, fazei que, imitando sempre o seu exemplo, cheguemos à contemplação da vossa glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Sf 3, 1-2. 9-13)


Leitura da Profecia de Sofonias


Assim fala o Senhor: 1“Ai de ti, rebelde e desonrada, cidade desumana. 2Ela não prestou ouvidos ao apelo, não aceitou a correção; não teve confiança no Senhor, nem se aproximou de seu Deus.

9Darei aos povos, nesse tempo, lábios purificados, para que todos invoquem o nome do Senhor e lhe prestem culto em união de esforços. 10Desde além-rios da Etiópia, os que me adoram, os dispersos do meu povo, me trarão suas oferendas.

11Naquele dia, não terás de envergonhar-te por causa de todas as tuas obras com que prevaricaste contra mim; pois eu afastarei do teu meio teus fanfarrões arrogantes, e não continuarás a fazer de meu santo monte motivo de tuas vanglórias.

12E deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres”. E no nome do Senhor porá sua esperança o resto de Israel. 13Eles não cometerão iniquidades nem falarão mentiras; não se encontrará em sua boca uma língua enganadora; serão apascentados e repousarão, e ninguém os molestará.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial (Sl 33)


℟. Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.


— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem! ℟.

— Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia. ℟.

— Mas ele volta a sua face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança. Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta. ℟.

— Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos, e castigado não será quem nele espera. ℟.


https://youtu.be/E5g1_eJ6YfM
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Vinde, ó Senhor, não tardeis mais; fazei o povo acabar com os seus crimes. ℟.

Evangelho (Mt 21, 28-32)


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, disse Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: 28“Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ 29O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi. 30O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. 31Qual dos dois fez a vontade do pai?”

Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. 32Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Veritas mea et misericórdia mea cum ipso: et in nómine meo exaltábitur cornu eius. (Ps. 88, 25)


Vernáculo:
Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, sua força e seu poder por meu nome crescerão. (Cf. LH: Sl 88, 25)

Sobre as Oferendas

Aceitai, ó Deus onipotente, o sacrifício que vos oferecemos na festa de São João da Cruz, e fazei-nos imitar em nossa vida os mistérios da paixão do Senhor que vamos celebrar na Eucaristia. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Quem quiser ser meu discípulo renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me, diz o Senhor. (Mt 16, 24)
Qui vult veníre post me, ábneget semetípsum: et tollat crucem suam, et sequátur me. (Mt. 16, 24; ℣. Ps. 33, 2. 6. 7. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21)
Vernáculo:
Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. (Cf. Bíblia CNBB: Mt 16, 24)

Depois da Comunhão

Ó Deus, que fizestes de São João um apóstolo do mistério da cruz, dai-nos, fortificados por este sacrifício, permanecer unidos ao Cristo e trabalhar na vossa Igreja pela salvação de todos. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 14/12/2021
Soberba, “rainha de todos os vícios”

“Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus.” (Mt 21, 31b).

A parábola dos dois filhos, que Jesus conta no Evangelho deste domingo, descreve dois tipos de atitude frente à vontade de Deus: a figura do primeiro filho, de um lado, representa aqueles que, inicialmente, se mostram hesitantes, mas depois mudam de opinião e se convertem; enquanto o segundo filho, do outro, revela a pertinácia daqueles que, se bem respondem: “Sim, senhor, eu vou”, terminam por declinar do convite, mantendo-se encastelados em suas próprias ideias. A estes Nosso Senhor associa os fariseus e àqueles, os cobradores de impostos e as prostitutas, por cuja conversão precederão os demais no Reino de Deus.

As personagens desse evangelho também aludem a três pecados capitais: a luxúria (as prostitutas), a avareza (os cobradores de impostos) e a soberba (os fariseus). Todas essas faltas graves estão bem presentes no mundo hodierno e numa proporção talvez nunca antes registrada. Vemos, de fato, o triunfo da pornografia e da economia de mercado, de modo que, mesmo entre não cristãos, já se fala em métodos e alternativas para coibir os vícios oriundos da prática habitual desses pecados. O que muitos não admitem, porém, é que o mal absoluto por trás de todo malogro social, hoje em dia, é justamente a soberba, a rainha de todos os vícios. A soberba é, sem dúvida, o pecado que conduz à condenação eterna.

Acontece que a soberba é geralmente confundida com um tipo de virtude, pelo que poucos se preocupam em combatê-la. Dá-se a impressão de que ser altivo e autossuficiente é coisa boníssima e desejável para qualquer pessoa. Mas, na verdade, o soberbo é incapaz de retroceder e reconhecer o próprio erro, como o segundo filho da parábola, que faz figura na frente do pai, mas se mantém irredutível na própria maneira de proceder. O primeiro filho, por sua vez, pode até vacilar um instante, mas acaba se dobrando diante da verdade, a exemplo das prostitutas e dos cobradores de impostos, que creram no testemunho de S. João Batista.

A mensagem do Evangelho é, por fim, um apelo fortíssimo à conversão. De frente para aqueles dois caminhos da parábola, somos alertados contra a soberba diabólica, a fim de que, em nossas comunidades, tenhamos, como nos pede S. Paulo, o mesmo sentimento [gr. φρονεῖτε] que existe em Cristo Jesus (cf. Fl 2, 5). Porque é apenas dessa maneira, ou seja, agindo humildemente, que poderemos acompanhar as prostitutas e os cobradores de impostos na entrada para o Reino dos Céus.

Oração. — Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Deus abençoe você!

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Homilia Diária | Padres, voltem a rezar! (Memória de São João da Cruz, Presbítero e Doutor)

Uma das consequências da encarnação do Filho de Deus é o sacerdócio de Cristo. Unindo o céu e a terra em sua pessoa divina, Nosso Senhor foi constituído sumo e eterno sacerdote, nascido de mulher na plenitude dos tempos para se oferecer a Deus como vítima de propiciação pelos nossos pecados, a fim de que nós, redimidos em seu sangue, pudéssemos nos unir ao seu sacrifício e entregar-nos, com ele, nele e por ele, ao Pai dos céus como hóstias de amor.Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta terça-feira, dia 14 de dezembro, e entenda, a partir do exemplo de São João da Cruz, como esse mistério deve se atualizar especialmente na vida dos padres.


https://youtu.be/zi8uNIXhz9w

Santo do dia 14/12/2021


São João da Cruz (Memória)
Local: Úbeda, Espanha
Data: 14 de Dezembro † 1591


São João da Cruz é conhecido como um dos grandes expoentes da mística, e como autor de célebres livros de espiritualidade, como A subida do monte Carmelo, Noite escura da alma, Cântico espiritual, Chama viva de amor, e ao mesmo tempo é considerado como o grande reformador da Ordem Carmelita junto com Santa Teresa de Jesus.

Juan de Yepes, seu nome de batismo, foi mudado para João da Cruz quando tomou o hábito de carmelita. Juan Yepes nasceu em Fontiveros, entre Salamanca e Ávila, na Espanha em 1542. Quando criança, perdeu o pai; e a família sofreu pobreza. Sua mãe, à procura de trabalho para sustentar os filhos, mudou-se para Medina, onde João quis experimentar várias profissões, como a de ajudante num hospital. Enquanto se ocupava durante o dia, tomava lições de gramática à noite, no colégio jesuíta.

Aos 21 anos entrou na Ordem Carmelita. Foi enviado para a Universidade de Salamanca a fim de cursar filosofia e teologia. Com 25 anos foi ordenado sacerdote. A disciplina nos conventos carmelitas não o satisfazia e acalentou o desejo de entrar numa Ordem mais austera, como a dos trapistas. Neste tempo de busca, encontrou-se com a grande reformadora dos carmelos, Santa Teresa de Ávila, chamada Santa Teresa de Jesus, que promovia na Espanha a fundação de conventos reformados, dentro da Ordem. Ela, que tinha autorização do superior geral para fundar também conventos reformados masculinos, conseguiu entusiasmar João da Cruz a que, em vez de sair da Ordem, se incumbisse da reforma da disciplina regular dentro da própria Ordem. Depois de fervorosas preces e tendo consultado seu confessor, João chegou à conclusão de que, de fato, esta era a vontade de Deus.

Assim, João da Cruz se tornou pioneiro da reforma carmelitana masculina. Em 1568 surgia o primeiro convento carmelita reformado em Duruelo, origem dos carmelitas descalços. A Reforma prosseguiu a duras penas. Em sua fé profunda, João abraçar-se-la à cruz dos sofrimentos e das perseguições, dos quais fez um itinerário de ascensão mística para Deus, ou para o alto do Monte Carmelo. Durante nove meses de muitas tribulações na prisão de um dos conventos que se opunham à reforma, João teve oportunidade de temperar sua alma no segui mento do Senhor crucificado. Fugindo do cárcere, continuou com persistência sua obra renovadora.

Pouco antes da morte, teve mais outros graves dissabores, devido a incompreensões e calúnias. Teve que enfrentar um processo de expulsão da Ordem. Acabou não expulso, mas foi exonerado de todos os cargos da Comunidade, passando os últimos meses na solidão e no abandono, Misteriosos os caminhos que a Providência divina escolhe para acrisolar a santidade de seus filhos! Eram três as coisas que ele pedia insistentemente a Deus: primeiro, dar-lhe força para trabalhar e sofrer multo; segundo, não o fazer sair deste mundo como Superior de uma Comunidade; e terceiro, deixá-lo morrer desprezado e escarnecido pelos homens. De fato foi o que aconteceu. Em suas pregações João recomendava as devoções ao Salvador crucificado, à Santíssima Trindade e ao Santíssimo Sacramento. João da Cruz foi uma alma profundamente mística. Elevou-se a um altíssimo grau de santidade, gozando, inclusive, de êxtases e visões. Seus escritos constituem uma das expressões perenes do pensamento místico universal.

Faleceu em Ubeda, a 14 de dezembro de 1591, após uma penosíssima enfermidade, com 49 anos de idade. Guia sábio de gerações de almas para a contemplação e a união com Deus, São João da Cruz foi canonizado em 1726 e declarado Doutor da Igreja por Pio XI em 1926. É considerado o doutor clássico da teologia mística.

Os textos da Liturgia realçam em São João da Cruz o mistério da Cruz de Cristo como caminho de santificação, como apóstolo do mistério da Cruz, o amor pelo Cristo e o total desapego de si mesmo.

Eis a Oração coleta: Ó Deus, que inspirastes ao presbítero São João da Cruz extraordinário amor pelo Cristo e total desapego de si mesmo, fazei que, imitando sempre o seu exemplo, cheguemos à contemplação da vossa glória.

A Oração sobre as oferendas pede que possamos imitar em nossa vida os mistérios da Paixão do Senhor celebra dos na Eucaristia.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil