Apoiadores do Pocket Terço
Terço com imagens no Youtube
Reze os Mistérios Luminosos com imagens

Antífona de entrada

O justo medita a sabedoria e sua palavra ensina a justiça, pois traz no coração a lei de seu Deus. (Sl 36, 30-31)

Coleta

Concedei-nos, Pai todo-poderoso, que, celebrando a festa de São Boaventura, aproveitemos seus preclaros ensinamentos e imitemos sua ardente caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Ex 3, 13-20)


Leitura do Livro do Êxodo


Naqueles dias, ouvindo a voz do Senhor no meio da sarça, 13Moisés disse a Deus: “Sim, eu irei aos filhos de Israel e lhes direi: ‘O Deus de vossos pais enviou-me a vós’. Mas, se eles perguntarem: ‘Qual é o seu nome?’ o que lhes devo responder?”

14Deus disse a Moisés: “Eu sou aquele que sou”. E acrescentou: “Assim responderás aos filhos de Israel: ‘Eu sou enviou-me a vós’”.

15E Deus disse ainda a Moisés: “Assim dirás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, enviou-me a vós’. Este é o meu nome para sempre, e assim serei lembrado de geração em geração. 16Vai, reúne os anciãos de Israel e dize-lhes: ‘O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, apareceu-me, dizendo: Eu vos visitei e vi tudo o que vos sucede no Egito. 17E decidi tirar-vos da opressão do Egito e conduzir-vos à terra dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos fereseus, dos heveus e dos jebuseus, a uma terra onde corre leite e mel.

18Eles te escutarão e tu, com os anciãos de Israel, irás ao rei do Egito e lhe direis: ʽO Senhor, o Deus dos hebreus, veio ao nosso encontro. E, agora, temos que ir, a três dias de marcha no deserto, para oferecermos sacrifícios ao Senhor nosso Deus’.

19Eu sei, no entanto, que o rei do Egito não vos deixará partir, se não for obrigado por mão forte. 20Por isso, estenderei minha mão e castigarei o Egito com toda a sorte de prodígios que vou realizar no meio deles. Depois disso, o rei do Egito vos deixará partir”.

Salmo Responsorial (Sl 104)


R. O Senhor se lembra sempre da Aliança.


— Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! Lembrai as maravilhas que ele fez, seus prodígios e as palavras de seus lábios! R.

— Ele sempre se recorda da Aliança, promulgada a incontáveis gerações; da Aliança que ele fez com Abraão, e do seu santo juramento a Isaac. R.

— Deus deu um grande crescimento a seu povo e o fez mais forte que os próprios opressores. Ele mudou seus corações para odiá-lo, e trataram com má-fé seus servidores. R.

— Então mandou Moisés, seu mensageiro, e igualmente Aarão, seu escolhido; por meio deles realizou muitos prodígios e, na terra do Egito, maravilhas. R.


https://youtu.be/78JIqZUXo1Q
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Vinde a mim, todos vós que estais cansados, e descanso eu vos darei, diz o Senhor. (Mt 11, 28) R.

Evangelho (Mt 11, 28-30)


V. O Senhor esteja convosco.

R. Ele está no meio de nós.


V. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Mateus 

R. Glória a vós, Senhor.


V. Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

Sobre as Oferendas

Seja do vosso agrado, ó Pai, este sacrifício, celebrado na festa de são Boaventura, e, seguindo seu exemplo, seja plena a nossa dedicação ao vosso louvor. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Eis o servo fiel e prudente a quem o Senhor confiou sua casa, para dar a todos o pão de cada dia. (Lc 12, 42)

Depois da Comunhão

Ó Pai, instruí pelo Cristo Mestre aos que saciastes com o Cristo que é pão da vida, para que, na festa de são Boaventura, possamos aprender a verdade e vivê-la com amor. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 15/07/2021
Encontramos em Deus o descanso para as nossas fadigas

“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso” (Mateus 11,28)

A vida não fadiga, todos nós experimentamos o cansaço da vida. Quando olhamos para as nossas responsabilidades, para todas as situações da vida, quando nos deparamos com os embates do dia a dia, quando lidamos com as decepções, com as coisas que não se resolvem. Quando olhamos ao nosso lado e as coisas não estão andando como nós, muitas vezes, queríamos que tivesse andando.

A vida nos fadiga porque estamos sempre correndo e parece que nunca chegamos. A vida nos fadiga porque nós facilmente nos decepcionamos, nos machucamos, nos magoamos. A vida nos fadiga porque parece que as coisas não acontecem do jeito que queremos. A vida nos fadiga porque parece que somos insaciáveis, não estamos satisfeitos com nada, parece que nada é bom.


O descanso é o se refazer, é o recriar; o descanso é ser sempre renovado por Deus

A vida nos fadiga porque nos esforçamos, nós até corremos, mas nos cansamos da labuta, nos cansamos de olhar; e parece que as coisas estão sempre do mesmo jeito, quando não piores. E assim vamos experimentando a fadiga do dia a dia.

Viver é fadigar, é lutar; viver é correr atrás, é cumprir nossas obrigações e responsabilidades. Viver é saber conviver com pessoas diferentes, com temperamentos, muitas vezes, desequilibrados, como o nosso. Viver é saber lidar com o nosso próprio interior que, às vezes, está descompensado, está cansado. Viver é se relacionar com todas as situações que a vida nos impõe, por isso, nos encontramos muitas vezes assim: cansados sobre o peso dos nossos fardos, e tudo que nós precisamos é do descanso.

A palavra “descanso” é tão sagrada para Deus que Ele, mesmo na narrativa mais bela da criação de todas as coisas, parece que se fatigou, porque, no sétimo dia, descansou e fez do descanso um repouso sagrado, lugar de se revigorar, de se refazer. Mais do que um dia de descanso, nós, muitas vezes, não sabemos o que é descansar, porque descansar é, na verdade, se revigorar, é sermos recriados e refeitos.

Quando continuamos sendo a mesma pessoa, quando continuamos a ter as mesmas atitudes, quando tratamos as coisas com a mesma grosseria de sempre, é sinal de que não estamos descansados porque não estamos refeitos. Quando não refazemos as nossas próprias atitudes, quando não repensamos os nossos próprios caminhos, mas tudo caminha do mesmo jeito, é porque o homem não está sendo refeito, a estrada não tá sendo reconstruída.

O descanso é o se refazer, é o recriar; o descanso é ser sempre renovado por Deus, e é por isso que Ele está dizendo: “Vinde a mim e eu vos darei descanso". Ele vai nos refazer, vai nos dar sempre o Seu jugo. E o lugar de Deus nos refazer e nos remodelar é no Seu coração, na mansidão e na humildade, porque só na mansidão e humildade é que nós refreamos os impulsos descontrolados do coração, refreamos os pensamentos e devaneios da mente para em Deus nos refazermos.

Vinde todos nós ao coração de Jesus, para encontrarmos o descanso das fadigas da vida.

Deus abençoe você!

Pe. Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Facebook/padrerogeramigo

Seja um apoiador do Pocket Terço: apoia.se/pocketterco

Memória de São Boaventura, Bispo e Doutor da Igreja

Hoje em dia, a gente tende a pensar o amor de forma um tanto “romântica”, como se fosse apenas um “gosto” de estar com a pessoa amada. Claro, o amor também tem disso; mas ele é antes de tudo uma aliança. De fato, não há verdadeiro amor se não se quer pagar o preço de querer e buscar o bem do amado, importando-se mais com ele do que consigo. No amor há um peso suave porque o amor, se é verdadeiro, é sacrificado, mas nunca é pesado. E isso se aplica também ao Coração amantíssimo de Nosso Senhor. Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quinta-feira, dia 15 de julho, e medite conosco mais uma página do santo Evangelho!




Santo do dia 15/07/2021

 

 


São Boaventura (Memória)
Local: Lyon, França
Data: 15 de Julho † 1274


São Tomás, cognominado o Anjo da escola, tinha um amigo íntimo, igualmente santo, um doutor e um religioso, não, porém, da mesma ordem. Queremos falar de São Boaventura, glória e ornamento da ordem de São Francisco. Foi cognominado Doutor seráfico, por causa da devoção extraordinária, da ardente caridade e do conhecimento profundo que tinha das ciências eclesiásticas. Nasceu em 1221, em Bagnarea, na Toscana. Seu pai e sua mãe, ambos recomendáveis pela piedade, chamavam-se João de Fidenza e Maria Ritelli. Recebeu no batismo o nome de João; mas logo depois o de Boaventura, pelo motivo que vamos dizer.

Na idade de quatro anos foi atacado de uma doença tão perigosa que os médicos perderam a esperança de lhe salvar a vida. Sua mãe pediu-lhe a cura por meio de fervorosas orações e, depois, foi lançar-se aos pés de São Francisco de Assis, rogando-lhe, com lágrimas, intercedesse junto a Deus, por uma criança que lhe era tão cara. O santo, comovido, pôs-se em oração e o doente ficou tão completamente curado, que não experimentou mais nenhum incômodo durante o tempo em que aprouve ao Senhor chamá-lo a si. Tendo-o visto, quando estava prestes a terminar a vida mortal, predisse-lhe todas as graças com que a divina misericórdia o cobriria e exclamou de repente num êxtase profético: "Ó buona ventura"! Palavras que significavam: "Ó feliz acontecimento"! Daí vem o nome de Boaventura dado ao nosso santo. Sua mãe, cheia de gratidão, consagrou-o ao Senhor, com um voto e tomou grande cuidado de lhe inspirar, desde os primeiros anos, vivos sentimentos de piedade. Acostumou-o, também, desde cedo, à prática da renúncia, da humildade e da obediência. O filho correspondia a todos os cuidados; pareceu inflamado do amor de Deus, logo que foi capaz de o conhecer. O progresso que fez nos estudos causou espanto aos mestres; mas os que fez na ciência dos santos, foram ainda mais extraordinários. Seu maior prazer era saber por quantos títulos pertencia a Deus e procurar todos os meios de só viver para Ele.

Quando chegou à idade de vinte e dois anos, entrou na ordem de São Francisco e recebeu o hábito das mãos de Haymon, então geral. Haymon, inglês de nascimento, tinha ensinado teologia em Paris. Gregório mandou-o, na qualidade de núncio a Constantinopla, com a incumbência da revisão do breviário e das rubricas da igreja romana. São Boaventura, nos diz ele mesmo, em seu prólogo da vida de São Francisco, entrou naquela ordem e fez seus votos, pela gratidão, por lhe ter São Francisco conservado a vida, com suas orações e com a resolução de servir a Deus com todo o fervor de que fosse capaz.

Pouco tempo depois, mandaram-no a Paris, para lá terminar os estudos com o célebre Alexandre de Hales, cognominado o Doutor irrefragável. A morte levou-lhe o mestre em 1245 e ele seguiu, depois, as lições de João de la Rochelle, sucessor. Unia a muita penetração um juízo excelente, o que fazia que, nas matérias mais sutis se ativesse somente ao estritamente necessário ou, pelo menos, útil para libertar a verdade dos sofismas, sob os quais, adversários minuciosos procuravam embaraçá-lo. Tornou-se muito hábil no conhecimento da filosofia escolástica e nas partes mais sublimes da teologia: mas referia todos os seus estudos à glória de Deus e à santificação da alma e tinha o cuidado de se premunir contra a dissipação e uma vã curiosidade; por isso, soube conservar em si o espírito de recolhimento e de oração. Jamais desviava de Deus a atenção; invocava as luzes do Espírito Santo no começo de cada uma de suas ações; nutria o fervor com frequentes aspirações, que tornavam contínua a oração. A recordação das chagas de Jesus Cristo que eram o objeto ordinário de suas meditações, inflamava-o de amor pelo Salvador; imaginava ver o nome em tudo o que lia e muitas vezes os olhos se lhe enchiam de lágrimas.

São Tomás de Aquino veio vê-lo e perguntou-lhe em que livros tinha aprendido aquela sagrada ciência: "Eis - respondeu ele, mostrando-lhe o crucifixo - a fonte onde vou haurir meus conhecimentos. Estudo Jesus e Jesus crucificado". Tinha ainda horas marcadas para se ocupar unicamente da oração, que considerava, com razão, o princípio da graça e a chave que abre o céu. Tinha sabido, de São Paulo, que somente o Espírito Santo nos pode iniciar no conhecimento dos segredos e dos desígnios de Deus e gravar nos corações o amor das santas máximas; que somente ele pode dar-se a conhecer e que sua luz, como a do sol, se manifesta por si mesma; essa luz nos ilumina a alma e nos manifesta interiormente o nosso dever. Sabia ainda que o dom da oração é comunicado somente aos que antes se dispuseram a receber a presença sensível do Espírito Santo pela compunção, bem como pela prática da penitência, da humildade e da renúncia. Por essas diferentes virtudes separou-se para ser admitido aos favores inefáveis do esposo celeste. Sua vida era tão pura, suas paixões estavam tão perfeitamente submissas, que Alexandre de Hales costumava dizer, falando dele, que não parecia ter pecado em Adão. O espírito de mortificação era o principal meio que empregava para se manter na inocência; as austeridades eram extraordinárias. Notava-se-lhe, entretanto, no rosto, certa alegria, que provinha da paz interior de que gozava. Ouviam-no, muitas vezes, repetir esta máxima: "A alegria espiritual é o sinal mais certo da graça de Deus que habita numa alma". À prática da mortificação acrescentava a das maiores humilhações. Se se tratava de servir aos doentes, procurava sempre exercitar os misteres mais baixos e repugnantes. Não temia expor a vida, dedicando-se àqueles cujas doenças eram mais perigosas e mais capazes de causar repugnância à natureza. A humildade só lhe fazia descobrir em si mesmo imperfeições e faltas e tinha um cuidado extremo em ocultar o que lhe poderia atrair a estima dos homens. Quando o brilho das virtudes o traía contra sua vontade, abraçava novas humilhações para diminuir a alta ideia que dele se concebia ou pelo menos, para fortificar-se contra o veneno da vanglória e satisfazer o amor que tinha pela abjeção. A crermos nele, era o mais indigno dos pecadores, não merecendo respirar o ar, nem viver sobre a terra.

Muitas vezes sua humildade lhe impedia aproximar-se da Sagrada Mesa, embora ardesse do mais inflamado desejo de se unir todos os dias ao terno objeto de seus afetos: mas Deus fez um milagre para acalmar-lhe os ardores e recompensar-lhe o amor. Eis de que maneira é narrado, nos atos de sua canonização. "Muitos dias se haviam passado sem que ousasse apresentar-se à Mesa Sagrada: mas, enquanto ouvia a missa e meditava na Paixão de Jesus Cristo, o Salvador, para coroar-lhe a humildade e o amor, colocou-lhe na boca, pelo ministério de um anjo, uma parte da hóstia consagrada que o padre tinha nas mãos. Esse favor o inundou de uma torrente de delícias; depois daquele tempo comungou mais frequentemente e cada uma de suas comunhões era acompanhada das mais doces consolações.

São Boaventura preparou-se pelo jejum, pela oração e outras boas obras a receber o sacerdócio, a fim de obter uma medida de graça proporcionada às funções sublimes que devia exercitar. Desejava o sacerdócio, mas sempre com temor e tremor, e quanto mais lhe conhecia a excelência e a dignidade, mais se humilhava, considerando que estava para ser honrado com ele. Todas as vezes que subia ao altar, viam-se, pelas lágrimas e pelo exterior, os sentimentos de humildade e de amor com que os oferecia; tinha em mãos e recebia na alma o Cordeiro sem mancha. Fez, para sua ação de graças, depois da missa, a bela oração que começa por estas palavras: "Transfige, dulcissime Domine", e cuja recitação a Igreja recomenda a todos os sacerdotes que acabam de celebrar o santo sacrifício. Julgando-se chamado, na qualidade de padre, a trabalhar especialmente pela salvação do próximo, nada descuidou para corresponder perfeitamente à missão. Pregou a palavra de Deus com tanta força e unção que conseguia maravilhosamente acender nos ouvintes o fogo sagrado, que nele mesmo ardia. Para mais facilmente obter os meios de bem cumprir a importante função, escreveu o livro intitulado "Pharetra" ou Aljava, que outra coisa não é senão um resumo de pensamentos muito tocantes, tirados dos Padres da Igreja.

No mesmo tempo, encarregaram-no de ensinar no interior do convento. Depois da morte de João de La Rochelle, foi nomeado para preencher-lhe a vaga na cátedra pública da universidade. Tinha somente vinte e três anos e devia ter vinte e cinco para poder desempenhar aquele cargo; mas julgaram poder dispensar da regra, em favor de Boaventura. Seus raros talentos bem depressa lhe granjearam admiração universal. Continuou, como antes, a estudar aos pés do crucifixo.

Alexandre IV terminou, em 1256, a disputa que havia surgido entre a universidade de Paris e os regulares: convidaram São Tomás e São Boaventura para receberem juntos o barrete de doutor. Os dois santos, em vez de disputarem-se o passo, quiseram ceder o primeiro lugar um ao outro. Não se deixaram convencer pelas razões que pretensos interesses de ordem fazem, às vezes, se aleguem; pareciam invejosos somente das prerrogativas que se fundam na humildade. São Boaventura insistiu tão fortemente que São Tomás foi obrigado a consentir em passar por primeiro; assim, ele triunfou ao mesmo tempo de si mesmo e do amigo.

Boaventura era geral de sua ordem quando assistiu ao Concílio Ecumênico de Lyon. Foi encarregado pelo Papa São Gregório X de ser presidente do Concílio e preparar a matéria de que aí se devia tratar. Caiu doente depois da terceira sessão; entretanto, assistiu ainda à quarta, na qual o logoteta ou o grande chanceler de Constantinopla abjurou o cisma; mas no dia seguinte, as forças abandonaram-no a ponto de ele ser obrigado a ficar em casa. Depois, só se ocupou dos exercícios de piedade. A serenidade que lhe transparecia no rosto revelava a tranquilidade de sua alma. O Papa administrou-lhe o sacramento da Extrema-Unção, como prova a inscrição que se via ainda em 1731, no quarto onde morreu. Durante a enfermidade, sempre conservou os olhos presos ao crucifixo. A bem-aventurada morte deu-se no domingo, 15 de julho de 1274. Estava no seu quinquagésimo-terceiro ano de vida e foi chorado por todo o Concílio, pela doutrina, eloquência, virtudes e maneiras amáveis que conquistavam o coração de todos os que o viam. Enterraram-no em Lyon, na casa da ordem, isto é, dos frades menores. O Santo Papa quis oficiar os funerais. Todos os Padres do Concílio a ele assistiram, com toda a corte de Roma. Pedro de Tarentásia, Cardeal Bispo de Óstia, da ordem dos irmãos pregadores, fez o elogio fúnebre do santo e sobre estas palavras de Davi: "Eu vos choro, irmãos, meu irmão, Jonatas"! E comoveu mais com as lágrimas, suas e dos ouvintes, do que com a eloquência do discurso feito no momento.

São Boaventura foi canonizado por Sisto IV, no ano de 1482. Sisto V colocou-o no número dos doutores da Igreja, como Pio V já tinha posto Santo Tomás. Lemos nos atos de sua canonização a história de vários milagres operados por sua intercessão. A peste atacou a cidade de Lyon em 1628; fizeram uma procissão na qual se levaram algumas relíquias do servo de Deus e imediatamente o flagelo cessou as devastações. Outras cidades também foram libertadas de várias calamidades públicas invocando o mesmo santo.

Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume XIII. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 11 jul. 2021.

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil