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4ª feira da 28ª Semana do Tempo Comum

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Memória Facultativa

Santa Edviges, Religiosa ou Santa Margarida Maria Alacoque, Virgem

Antífona de entrada

Se levardes em conta, Senhor, nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão. (Cf. Sl 129, 3-4)
Si iniquitátes observáveris Dómine, Dómine quis sustinébit? Quia apud te propitiátio est, Deus Israel. Ps. De profúndis clamávi ad te Dómine: Dómine exáudi vocem meam. (Ps. 129, 3. 4 et 1. 2
Vernáculo:
Se levardes em conta, Senhor, nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão. Sl. Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! (Cf. LH: Sl 129, 3-4 e 1. 2a)

Coleta

Nós vos pedimos, Senhor, que vossa graça nos preceda e acompanhe e nos torne atentos para perseverar na prática do bem. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura (Gl 5, 18-25)


Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas


Irmãos, 18se sois conduzidos pelo Espírito, então não estais sob o jugo da Lei. 19São bem conhecidas as obras da carne: fornicação, libertinagem, devassidão, 20idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, iras, intrigas, discórdias, facções, 21invejas, bebedeiras, orgias, e coisas semelhantes a estas. Eu vos previno, como aliás já o fiz: os que praticam essas coisas não herdarão o reino de Deus. 22Porém, o fruto do Espírito é: caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade, 23mansidão, continência. Contra estas coisas não existe lei. 24Os que pertencem a Jesus Cristo crucificaram a carne com suas paixões e seus maus desejos. 25Se vivemos pelo Espírito, procedamos também segundo o Espírito, corretamente.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial (Sl 1)


℟. Senhor, quem vos seguir, terá a luz da vida!


— Feliz é todo aquele que não anda conforme os conselhos dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se; mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar. ℟.

— Eis que ele é semelhante a uma árvore que à beira da torrente está plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, e jamais as suas folhas vão murchar. Eis que tudo o que ele faz vai prosperar, ℟.

— mas bem outra é a sorte dos perversos. Ao contrário, são iguais à palha seca espalhada e dispersada pelo vento. Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte. ℟.


https://youtu.be/NqQqxY5Sda8
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem. (Jo 10, 27) ℟.

Evangelho (Lc 11, 42-46)


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, disse o Senhor: 42“Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Vós deveríeis praticar isso, sem deixar de lado aquilo. 43Ai de vós, fariseus, porque gostais do lugar de honra nas sinagogas, e de serdes cumprimentados nas praças públicas. 44Ai de vós, porque sois como túmulos que não se veem, sobre os quais os homens andam sem saber”. 45Um mestre da Lei tomou a palavra e disse: “Mestre, falando assim, insultas-nos também a nós!” 46Jesus respondeu: “Ai de vós também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis, e vós mesmos não tocais nessas cargas, nem com um só dedo”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Recordáre mei, Dómine, omni potentátui dóminans: da sermónem rectum in os meum, ut pláceant verba mea in conspéctu príncipis. (Esth. 14, 12. 13)


Vernáculo:
Lembrai-vos de mim, Senhor, vós que estais acima de todo o poder. E dai à minha boca uma palavra justa para que agrade na presença do príncipe. (Cf. MRQ: Est. 14, 12. 13)

Sobre as Oferendas

Acolhei, Senhor, as preces dos fiéis com a oblação do sacrifício, para que possamos, por este serviço da nossa piedosa devoção, alcançar a glória do céu. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Os ricos empobrecem e passam fome, mas nada falta aos que procuram o Senhor. (Cf. Sl 33, 11)

Ou:


Quando o Senhor se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos tal como ele é. (Cf. 1Jo 3, 2)
Aufer a me oppróbrium et contémptum, quia mandáta tua exquisívi, Dómine: nam et testimónia tua meditátio mea est. (Ps. 118, 22. 24; ℣. Ps. 118, 1. 2. 39. 45. 77. 99. 100. 143)
Vernáculo:
Livrai-me do insulto e do desprezo, pois eu guardo as vossas ordens, ó Senhor. Minha alegria é a vossa Aliança, meus conselheiros são os vossos mandamentos. (Cf. LH: Sl 118, 22. 24)

Depois da Comunhão

Deus todo-poderoso, nós vos pedimos humildemente: assim como nos alimentais com o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, fazei-nos participar da natureza divina. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 16/10/2024


É pelo amor que nos santificamos


“Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus”.

O Evangelho de hoje dá continuidade à polêmica entre Jesus e os fariseus. Nosso Senhor fora chamado para jantar à casa de um deles. Como os convivas se escandalizassem com o fato de Ele não lavar as mãos para comer, Jesus começou a revelar de modo contundente a hipocrisia farisaica: “Ai de vó, fariseus”. É o v. 42 desta passagem que revela a raiz da reclamação de Cristo: “Vós, fariseus, deixais de lado a justiça e o amor de Deus” e vos preocupais com ninharias, vos ocupais com minúcias sem importância — o dízimo da hortelã, da arruda etc. —, vos esforçais por querer sempre os primeiros lugares, e no entanto vos esqueceis do mais importante, que é amar a Deus. Jesus faz ainda uma comparação bastante dura: chama àqueles hipócritas “sepulcros que não se veem”, por serem como gente morta, cadáveres em meio aos quais o povo circula sem saber. Estão como que sepultados por dentro, sem se darem conta. Jesus dirige estas palavras, duras decerto, também a nós. Se, com efeito, o nosso coração não está em Deus, se não O ama, ele, na verdade, está morto. A ausência da caridade em nossas vidas, noutras palavras, significa uma podridão interior, uma falta tão radical de vida, que o nosso íntimo assume um aspecto cadavérico: torna-se “sepulcro”. Todos nós deveríamos nos colocar no lugar desses fariseus e, diante de Cristo, nos sentir interpelados, alvejados por essas advertências tão verdadeiras quanto dolorosas para um espírito orgulhoso como o nosso. Quantas vezes somos hipócritas! Quantas vezes colocamos uma máscara e buscamos, com uma complacência silenciosa e venenosa, o elogio público! Gostamos de ser tidos na conta de devotos, de homens ou mulheres de Deus; mas o amor real, verdadeiro, sincero não nos faz pulsar o coração. Jesus, porém, clama a cada um de nós: temos de O amar com todas as forças; temos de O amar em todas as coisas, em todas as pessoas, em todas as ocupações, em todos os momentos do dia. Este Evangelho nos lembra e avisa que embora Cristo seja, sim, Deus de amor — o próprio Amor —, Ele não deixa de tocar em nossas feridas. E é justamente esse seu amor divino que O faz irar-se por causa do pecado, que O leva a desmascarar-nos e nos dar a conhecer nossas misérias. — Peçamos perdão a Deus por nossa falta de caridade e aproveitemos este dia, em que Cristo nos bate à porta em busca de verdadeiro amor, para amar com generosidade aquele que nos amou primeiro e deu a vida por nós.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
Evangelize com o Pocket Terço: pocketterco.com.br/ajude

Homilia Diária | A essência da santidade (Quarta-feira da 28.ª Semana do Tempo Comum)

A religião não está nos simples preceitos, embora eles sejam importantes, nem a santidade está nas boas obras, embora elas também sejam importantes. O coração justo e religioso de verdade é o que busca em tudo isso amar a Deus com toda a sinceridade de seus afetos, com toda a intensidade de seus efeitos, com toda a retidão de suas intenções. Quem vive a religião por mera observância ou vê na santidade pura filantropia, merece ouvir de Cristo o que dele ouviram os fariseus: “Pagais o dízimo, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Sois como túmulos que não se veem, sobre os quais os homens andam sem saber”.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quarta-feira, 16 de outubro, e medite conosco mais uma página do santo Evangelho!


https://youtu.be/A8cnm1f0u6c

Santo do dia 16/10/2024

Santa Edviges (Memória Facultativa)
Local: Trebnitz, Alemanha
Data: 16 de Outubro† 1243


Edviges, duquesa da Silésia e Polônia, nasceu no norte da Baviera, na Alemanha, por volta de 1174. Dois de seus irmãos foram bispos, uma irmã foi abadessa, outra irmã foi rainha da Hungria e mãe de Santa Isabel da Hungria, e outra irmã casou-se com Filipe II da França. Frequentou a Abadia das beneditinas, onde aprendeu o amor às Escrituras. Menina de 12 anos, foi dada em matrimônio ao principe da Silésia, Henrique 1. Foi mãe de sete filhos. Apenas Gertrudes sobreviveu e ela. Os filhos foram motivo de muita dor e tristeza para Edviges.

Durante a vida de esposa distinguiu-se por um profundo espírito de oração, de penitência e, sobretudo, de caridade. Na posição de duquesa, tudo fazia em favor dos humildes. Incentivou bastante a evangelização da Silésia, sobretudo pela fundação de mosteiros entre os quais o de Trebniz, no qual terminou seus dias. A vida agitada do tempo não lhe poupou duras provações; além de perder vários filhos ainda crianças, teve o desgosto de ver seu marido preso, e perdeu-o pouco depois. Consta que guardava para si parte mínima de suas rendas; todo o resto ela aplicava em favor dos pobres que servia com as próprias mãos. Talvez, por isso, no Brasil ela seja venerada como patrona dos endividados.

Santa Edviges, após a morte de seis filhos e do marido, deixou o mundo e entrou no mosteiro cisterciense de Trebniz, do qual era abadessa sua filha Gertrudes, sem, no entanto, professar propriamente, pois desejava continuar a administrar os seus bens na prática das obras de misericórdia. Por isso, ela é considerada religiosa. Foi mulher, modelo dos três estados femininos, da virgem, da esposa e da viúva.

Edviges pertenceu ao grupo dos numerosos santos do século XIII: os grandes fundadores de Ordens como Francisco de Assis e Domingos de Gusmão, luzeiros de ciência como Alberto Magno, Tomás de Aquino, Boaventura, Antônio de Pádua e a santidade coroada dos reis Fernando de Castela, Luís de França e das rainhas Brígida, Isabel de Portugal, Isabel da Hungria e Edviges da Silésia.

Provada pela vida e pelas virtudes, faleceu em 1243. Foi canonizada em 1267 e entrou no Calendário geral em 1706. Santa Edviges, nascida alemã, soube conciliar as diversas culturas como a da Silésia, da Polônia e da Boêmia, servindo a todos de coração aberto.

A Oração coleta lembra sobretudo a humildade de Santa Edviges, humildade manifestada na resignação nos sofrimentos e no serviço da caridade: Nós vos pedimos, ó Deus onipotente, que a intercessão de Santa Edviges nos obtenha a graça de imitar o que nela admiramos, pois a humildade de sua vida serve de exemplo para todos.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Santa Edviges, rogai por nós!


Santa Margarida Maria Alacoque (Memória Facultativa)
Local: Paray-le-Monial, França
Data: 16 de Outubro† 1690


No século XVII, o jansenismo grassava na Europa. Este movimento herético distanciava as pessoas da confiança em Deus. O espírito de amor do Novo Testamento era dominado pelo temor do Antigo Testamento. Para reacender esse amor, surgiram entre 1625 e 1690 três santos: João Eudes, Cláudio La Colombière e Margarida Maria Alacoque. O nome de Margarida Maria está indelevelmente associado à moderna devoção ao Sagrado Coração de Jesus, embora São João Eudes e Santa Margarida Maria apresentem aspectos diferentes da devoção. A de São João Eudes realça mais a bondade de Deus manifestada em Cristo a ser imitada. Contempla o Senhor Jesus que passa pelo mundo fazendo o bem. Admira e rende graças. A devoção deixada por Santa Margarida Maria realça mais o culto de reparação e de expiação pelos muitos pecados da humanidade que se nega a corresponder ao amor misericordioso de Jesus.

Margarida Maria Alacoque nasceu na Borgonha, França, no ano de 1647. Teve infância e adolescência muito atribuladas. Órfã de pai, foi confiada ainda criança às irmãs clarissas para ser educada. Mas estranha moléstia afetou o seu organismo. Acabou voltando para a casa da mãe, onde, junto com a mãe, teve que sofrer muitos maus-tratos e humilhações por parte de uma sua irmã. Recuperada a saúde, pôde continuar sua formação cultural e religiosa. Ao entrar na vida religiosa no mosteiro da Visitação de Paray-le-Monial fez dessa Casa religiosa o centro da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. No mosteiro Margarida encontrou muitas dificuldades e provações, inclusive, na prática da oração. Orientada por sua superiora, começou a cultivar, sobretudo, a oração diante do Santíssimo Sacramento do Altar. Encontrou, então, as luzes que iam abrir caminho para o culto ao Sagrado Coração de Jesus. Numa visão diante do tabernáculo, ouviu a mensagem: "Eis o coração que tanto amou os homens e deles só recebe ingratidões". Daí por diante ela se tornará apóstola da reparação ao Coração de Jesus.

Na comunidade eram postas em dúvida suas experiências místicas, pelo que sofreu muitas humilhações e grande oposição. Providencialmente, entrou, então, em sua vida o padre jesuíta bem-aventurado Cláudio de La Colombière. Ele converteu-se em devoto e apóstolo, dando todo apoio a Margarida Maria.

A devoção ao Coração de Jesus passou do mosteiro de Paray-le-Monial aos demais mosteiros da Ordem, e depois ganhou toda a Igreja, tornando-se uma das devoções mais queridas dos fiéis, incentivando ao máximo a piedade eucarística, em tempo em que a participação da Missa com Comunhão era bastante rara. Desenvolveu-se muito a devoção eucarística fora da Missa. Surgiu a festa do Sagrado Coração de Jesus, a prática da Comunhão nas primeiras sextas-feiras de cada mês, o mês de junho dedicado ao Coração de Jesus com a Ladainha do Coração de Jesus. Vários papas deram a sua chancela ao novo culto, desde Leão XIII até Pio XII, que mais uma vez recomendou tal devoção mediante uma carta encíclica.

Santa Margarida Maria faleceu relativamente cedo, em 1690, com 43 anos. Foi canonizada por Bento XV em 1920.

A festa do Sagrado Coração de Jesus começou a ser celebrada simultaneamente pela Congregação do padre João Eudes e pelo movimento suscitado por Santa Margarida Maria. Por isso, no decorrer do tempo a Missa passou por vários formulários diferentes, ora atendendo ao enfoque da devoção suscitada e cultivada por São João Eudes, ora atendendo à linha da devoção reparadora promovida por Santa Margarida Maria. A reforma pós-conciliar se inspira nas duas tradições, tanto que na Missa da solenidade do Sagrado Coração de Jesus se apresentam duas Orações coletas, à escolha. Analisando os textos, parece até que a tradição de São João Eudes está mais presente do que a de Santa Margarida Maria.

Na primeira opção se diz: Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, alegrando-nos pela solenidade do Coração do vosso Filho, meditemos as maravilhas de seu amor e possamos receber, desta fonte de vida, uma torrente de graças.

A segunda opção reza assim: Ó Deus, que no Coração do vosso Filho, ferido por nossos pecados, nos concedestes infinitos tesouros de amor, fazei que lhe ofereçamos uma justa reparação consagrando-lhe toda a nossa vida.

A Oração coleta da comemoração da santa também não faz alusão à reparação, mas acentua o conhecimento do amor do Cristo: Ó Deus, derramai em nós o espírito com que enriquecestes Santa Margarida Maria, para que, conhecendo o amor do Cristo, que supera todo conhecimento, possamos gozar a vossa plenitude.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Santa Margarida Maria Alacoque, rogai por nós!

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