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4ª feira da 3ª Semana do Advento

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Antífona de entrada

Alegrem-se os céus e exulte a terra, porque o Senhor virá e terá compaixão dos pequeninos. (Cf. Is 49, 13)
Gradual Romano:
Meménto nostri, Dómine, in beneplácito pópuli tui: vísita nos in salutári tuo, ad vidéndum in bonitáte electórum tuórum in laetítia gentis tuae, ut laudéris cum hereditáte tua. Ps. Confitémini Dómino quóniam bonus: quóniam in saéculum misericórdia eius. (Ps. 105, 4. 5. 1)

Vernáculo:
Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos, pelo amor que demonstrais ao vosso povo! Visitai-me com a vossa salvação, para que eu veja o bem-estar do vosso povo, e exulte na alegria dos eleitos, e me glorie com os que são vossa herança. Sl. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia! (Cf. LH: Sl 105, 4. 5. 1)

Coleta

Ó Deus, criador e redentor do gênero humano, quisestes que o vosso Verbo se encarnasse no seio da sempre Virgem Maria; escutai com bondade as nossas preces, para que vosso Filho Unigênito, tendo assumido a nossa humanidade, nos faça participar da sua vida divina. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — Gn 49, 2. 8-10


Leitura do Livro do Gênesis


Naqueles dias, 2Jacó chamou seus filhos e disse: “Juntai-vos e ouvi, filhos de Jacó, ouvi Israel, vosso pai! 8Judá, teus irmãos te louvarão; pesará tua mão sobre a nuca de teus inimigos, se prostrarão diante de ti os filhos de teu pai. 9Judá, filhote de leão: subiste, meu filho, da pilhagem; ele se agacha e se deita como um leão, e como uma leoa; quem o despertará?

10O cetro não será tirado de Judá, nem o bastão de comando dentre seus pés, até que venha Aquele a quem pertencem, e a quem obedecerão os povos”.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 71(72), 1-2. 3-4ab. 7-8. 17 (R. cf. 7)


℟. Nos seus dias a justiça florirá e paz em abundância, para sempre.


— Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres. ℟.

— Das montanhas venha a paz a todo o povo, e desça das colinas a justiça! Este Rei defenderá os que são pobres, os filhos dos humildes salvará. ℟.

— Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra! ℟.

— Seja bendito o seu nome para sempre! E que dure como o sol sua memória! Todos os povos serão nele abençoados, todas as gentes cantarão o seu louvor! ℟.


https://youtu.be/LvJif3caZ4c
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Ó Sabedoria do Altíssimo, que tudo determina com doçura e com vigor: oh, vem nos ensinar o caminho da prudência. ℟.

Evangelho — Mt 1, 1-17


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


1Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos. 3Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; 4Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; 5Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Obed, cuja mãe era Rute. Obed gerou Jessé. 6Jessé gerou o rei Davi.

Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido a mulher de Urias. 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão. Jorão gerou Ozias; 9Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.

12Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 17Assim, as gerações desde Abraão até Davi são quatorze; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, quatorze.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Gradual Romano:
Audi, Israel: Ecce vénio, ego Dóminus, et absólvo peccáta plebis tuae.

Vernáculo:
Ouve, Israel: Eis que eu, o Senhor, venho e absolvo os pecados do teu povo. (Tradução Direta)

Sobre as Oferendas

Santificai, Senhor, os dons da vossa Igreja e concedei que, por estes sagrados mistérios, sejamos restaurados com o pão do céu. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Eis que vem o desejado de todas as nações e a casa do Senhor será repleta de glória. (Cf. Ag 2, 8)
Gradual Romano:
Veni, Dómine, et noli tardáre: reláxa facínora plebis tuae. (Cf. Hab. 3, 3; ℣. Ps. 84, 2. 3. 4. 5. 7. 8. 10. 11. 12. 14)

Vernáculo:
Vinde, Senhor, e não tardeis: perdoai os pecados do Vosso povo. (Tradução Direta)

Depois da Comunhão

Saciados com os vossos dons divinos, nós vos pedimos, ó Deus todo-poderoso: satisfazei o nosso desejo de brilhar diante do vosso Cristo que se aproxima, como lâmpadas acesas pelo vosso Espírito. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 17/12/2025


A origem de Jesus


“Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”.

§1. Introdução. — Dos evangelistas, apenas dois, Mt e Lc, inserem na história evangélica a genealogia (gr. στέμμα, lt. stemma) de Cristo: Mt logo no início do evangelho (cf. 1,1-17), e Lc depois do batismo do Senhor (cf. 3,23-28). No primeiro, a lista segue a ordem ascendente, desde Abraão até José, esposo de Maria, em 3 séries iguais, contendo cada uma delas 14 nomes; Lc, por sua vez, segue a ordem descendente, começando por Cristo e seus pais até chegar ao protoparente, Adão, elevando-se por fim até Deus.

Se o propósito de Lc é apresentar Cristo como o Filho de Deus, o de Mt é mostrar a realização nele das promessas messiânicas: Jesus é, de um lado, o filho de Abraão no qual os fiéis seriam mais numerosos que as estrelas do céu e, de outro, o filho de Davi, rei do novo e eterno Israel. Tenha-se em mente, além disso, que nenhum dos estemas pretende ser exaustivo nem equivale a uma genealogia em sentido moderno. Isso explica, entre outras coisas, a diferença de extensão entre elas (Mt lista 41 nomes, ao passo que em Lc há 76); certa incongruência, para alguns, na conta de Mt (cf. 1,17, onde o evangelista enumera 3 séries de 14 gerações, embora a última pareça constar de apenas 13); e a discordância de alguns nomes (e.g. o pai de José, em Mt, é chamado Jacó, embora Lc lhe chame Heli).

§2. Observações às duas genealogias. — A disposição literária de Mt é totalmente diferente da de Lc. Mt segue os usos semíticos tanto na terminologia (Gn e.g. βίβλος γενέσεως = סֵפֶר תּוֺֽלְדוֺת, como em 5,1; 6,9; 10,1 etc.; ἐγέννησεν = הוֹלִיד) quanto na distribuição dos nomes, baseada menos no rigor cronológico que no simbolismo numérico (14 × 3). De fato, como a intenção dele é pôr em evidência a messianidade de Cristo, distribui-lhe a origem genealógica em ciclos de 14 membros, em provável alusão ao nome de Davi (hebr. דוד, cujo valor numérico corresponde à soma de um ד, quarta letra do alfabeto hebr., um ו, sexta letra,; outro ד, ou seja, 4 + 6 + 4 = 14).

Como dito, alguns intérpretes atribuem a Mt um possível erro de contagem. Com efeito, se a primeira série vai de Abraão até Davi, inclusive; a segunda, de Salomão até Jeconias, inclusive; e a terceira parece começar em Salatiel e terminar em Jesus, ter-se-iam 2 séries (a primeira; a segunda) de 14 gerações e 1 (a terceira) de 13. Na verdade, o problema é mais aparente que real. Mt afirma que as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até o cativeiro da Babilônia, catorze gerações; e, depois do cati­veiro até Cristo, catorze (1,17); logo, o nome de Davi deve ser contado duas vezes: como termo conclusivo da primeira série e ponto de partida da segunda, a qual se encerra com o fim do cativeiro babilônico. Assim, tanto a primeira (de Abraão a Davi, inclusive) quanto a segunda (de Davi a Josias) e a terceira (de Jeconias a Jesus) séries contêm 14 gerações.

Quanto à discordância de nomes, nada impede que Jacó e Heli fossem a mesma pessoa, a qual possuiria, segundo os usos da época, dois nomes diferentes. No entanto, alguns aa. pensam que Jacó é pai de José, enquanto o Heli mencionado por Lc é pai de Nossa Senhora, da qual nasceu Jesus. De fato, como seria contrário aos costumes de então incluir na série genealógica, entre os antepassados varões, o nome da mãe, o evangelista não teve alternativa senão associar Jesus (que, neste caso, era ἀπάτωρ) ao avô materno, ou talvez considerar José, pai putativo de Jesus, como filho (embora fosse genro) do avô materno do Senhor (cf. §3 c, infra). É também verossímil que o pai da Virgem Maria se chamasse Heli. Com efeito, no protoevangelho de Jacó e na tradição dele oriunda, o pai de Maria é chamado Joaquim; porém, no Talmude de Jerusalém (cf. Hagigah, fol. 77d), que recolhe algumas calúnias judaicas contra Cristo e sua Mãe, fala-se de certa Mirjam, filha de Heli Besalim, o que parece aludir, senão com certeza, ao menos provavelmente à beatíssima Virgem. Além do que, Heli parece ser o mesmo que Eliachim (ou Eliakim), usado às vezes como sinônimo de Joachim (ou Joakim), como se vê em Jd 4,5.7.11; 15,9: compõe-se do nome de Deus (Eli; Jahewh, na forma apocopada = Jo) mais o afixo Achim. Também neste caso, aliás, poder-se-ia tratar de um judeu de nome duplo.

Note-se ainda que Mt se apoia em Abraão, progenitor do povo israelita; Lc, pelo contrário, exprimindo ao modo gr. relações de filiação (i.e. pelo genitivo do art.: τοῦ), não parece seguir nenhum esquema simbólico e, como genuíno discípulo de Paulo, remonta a Adão para daí ascender até Deus, com o que demonstra que Cristo, prole santa de todo o gênero humano, é o termo da antiga Aliança e o protoparente da nova, ou seja, é o segundo Adão. Não falta porém quem queira ver na série lucana alguma intenção simbólica: se, em vez de 76, se reduz a lista a 72 nomes, como feito já por Santo Irineu, é possível estabelecer uma analogia entre ela e a relação etnográfica (cf. Gn 10) das nações que, a partir de Noé, se espalharam sobre a terra depois do dilúvio, para significar que Cristo ‘é aquele que recapitulou em si mesmo todos os povos dispersos desde Adão’ (Santo Irineu, hær. iii 32 1).

§3. Propostas de conciliação. — São muitas as tentativas de conciliar as genealogias de Mt e Lc. Eis as três principais:

a) Hipótese do levirato. — A primeira solução, proposta por Júlio Africano no início do séc. III em carta a Aristides (cf. Eusébio de Cesareia, HE i 7 2ss: MG 20,89-100; quæst. evang. i–xiii: MG 22,280ss), resolve a dificuldade postulando uma dupla genealogia de José, uma natural (a de Mt) e outra legal (a de Lc), de acordo com a lei de levirato: Se alguns irmãos habitarem juntos, e um deles morrer sem deixar filhos, a mulher do defunto não se casará fora com um estranho: seu cunhado a desposará e se aproximará dela, observando o costume do levirato. Ao primeiro filho que ela tiver se porá o nome do irmão morto, a fim de que o seu nome não se extinga em Israel (Dt 25,5s).

Portanto, entre os parentes de Cristo teria ocorrido duas vezes a aplicação da lei: α) segundo Júlio Africano, que recorre ao testemunho de consanguíneos de Cristo, Matã gerou de Estha, sua esposa, a Jacó; morto Matã, a viúva casou-se com Matat, da mesma linhagem davídica, de quem gerou Heli. Assim, Jacó e Heli seriam irmãos uterinos (ὁμομήτριοι), descendentes de Davi: o primeiro por Salomão e o segundo por Natã. Ora, Heli ter-se-ia casado, mas morrido sem filhos; por isso seu irmão Jacó, em obediência à lei de levirato, casou-se com a viúva, de modo que o filho nascido dessa união, São José, seria legalmente filho de Heli, embora o fosse biologicamente de Jacó. — β) O mesmo princípio se aplica à dificuldade do caso de Salatiel, que, segundo a lei, seria filho de Jeconias, embora, segundo a carne, o fosse de Neri, a menos que se prefira invocar neste caso uma possível adoção (instituto conhecido pelos judeus), ou negar que o Salatiel e o Zorobabel citados por Mt sejam as mesmas pessoas citadas por Lc (cf. §4, infra).

b) Hipótese da genealogia materna. — A segunda solução afirma que o estema de Mt segue a linhagem de São José, enquanto a de Lc reconstrói a de Nossa Senhora. Embora essa solução não contorne todas as dificuldades, há muitos argumentos que a tornam ao menos provável:

α. O trecho Lc 3,23 deve ser lido provavelmente assim: Et ipse Jesus erat incipiens (i.e. começou o ministério público) quasi annorum triginta (i.e. tendo já cerca de 30 anos), ut putabatur (i.e. segundo a opinião comum, ou embora fosse considerado) filius Joseph, qui (= Jesus) fuit (por via materna, neto de) Heli, qui fuit Matthat etc. Essa construção é tão provável quanto a preferida por muitos intérpretes: Et ipse Jesus erat incipiens . . . ut putabatur filius Joseph, qui (= José) fuit (filho em sentido técnico-genealógico, embora fosse genro de) Heli etc. Nem parece concludente a objeção de que seria improvável, no mesmo contexto, o uso de uma mesma palavra (gr. υἱός, lt. filius, para ‘filho’; ‘neto’) em dois sentidos distintos: com efeito, υἱός é provavelmente um termo técnico com o qual nem sempre se significava filiação estrita, mas às vezes mera sucessão genealógica.

β. Parece não haver dúvidas de que também a Virgem bendita era descendente de Davi; do contrário, não se teria cumprido em Cristo os vaticínios de 2Sm 7,12 e Sl 88,30. De resto, atestam a ascendência davídica de Maria aa. dos primeiros sécs., como São Justino e outros (cf. contra Tryph. 43.45.100.120; Santo Irineu, hær. iii 21 5; Tertuliano, contra Marc. iii 17; iv 1 etc.).

A rigor, bastaria para o cumprimento da profecia uma geração legal, i.e. por transmissão, via José, dos direitos régios da casa davídica. Diz Agostinho: ‘Ainda que alguém pudesse demonstrar não ter Maria qualquer laço de consanguinidade com Davi, era suficiente . . . receber a Cristo, filho de Davi, razão por que também São José é acertadamente chamado pai dele’ (de cons. evang. ii 2). Seja como for, a interpretação óbvia do vaticínio exige uma geração também natural.

γ. Era mais conforme ao objetivo de Mt referir no evangelho a estirpe legal de Cristo, a única que tinha valor aos olhos dos judeus; Lc, porém, que tinha por destinatários homens de cultura helenista, dá muito mais peso à genealogia natural.

δ. Seria pouco coerente, além de improvável, que Lc, acostumado a registrar dados biográficos (cf. e.g. 1,5.27; 2,4.36), deixasse de lado a origem da Virgem Santíssima.

ε. Tenha-se presente, por fim, a índole mariana do terceiro evangelho.

c) Hipótese do genro adotado. — A terceira solução, bastante afim à segunda, recorre a uma forma particular de adoção. Tanto Mt quanto Lc listariam os progenitores de José, mas o segundo por via adotiva, de maneira que o seu estema mostraria, na verdade, os ascendentes de Maria. A razão é que, entre os hebreus, o marido da filha herdeira passava a ser considerado filho do sogro, com os direitos e deveres de família a isso vinculados. É o que se deduz e.g. de Esd 2,61, e mais claramente de 1Cr 2,34s: um servo egípcio chamado Jeera casou-se com a filha (herdeira) de certo Sesan, que por isso o tomou como filho (logo, os descendentes de Jeera o são também de Sesan). Assim, José, filho de Jacó e esposo de Maria (filha herdeira?), recebeu de Heli (= Joaquim), pai de sua noiva, o título e os direitos de filho. Nesse sentido, o terceiro evangelho, listando os ascendentes de José por adoção, listaria na verdade os de Maria por natureza. — O problema da solução está em pressupor que Maria fosse, senão filha única, ao menos a filha herdeira, o que não deixa, porém, de ter certa probabilidade, porquanto os evangelhos não falam em lugar algum dos irmãos de Nossa Senhora (Jo 19,25 não tem por que referir-se necessariamente a uma irmã germana e, mesmo neste caso, poderia tratar-se de uma irmã mais nova; cf. e.g. Santo Ambrósio, in Luc. iii 4: ML 15,1673).

Nota espiritual. — O estema de Mt tem a peculiaridade de romper o ritmo narrativo ao chegar à geração de Cristo. Enumerada uma longa série de descendentes, o evangelista faz notar que Jacó gerou José (v. 16), mas foi apenas de Maria que nasceu Jesus, porque ela, sem que José a tivesse conhecido, deu à luz o seu filho, concebido por obra do Espírito Santo (cf. 1,20.25). Em Maria, a) rompe-se a história de infidelidades do povo de Deus, representadas em algumas personagens da lista (e.g. o adultério de Judá com a nora Tamar; a relação de Salmon com a prostituta Raab; a de Booz com a pagã Rute; a de Davi com Betsabé, mulher de Urias, etc.); ao mesmo tempo, b) cumprem-se as promessas de Deus, que garantira a Abraão uma grande descendência (cf. Gn 15,5) e a Davi, uma casa perpétua, cujo trono terá a duração do céu (Sl 88,30). Lírio intocado de pureza, na Imaculada a graça triunfa sobre a mácula do pecado, e por meio da Virgem entra no mundo o Santo dos santos.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
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Santo do dia 17/12/2025

São José Manyanet y Vives (Memória Facultativa)
Local: Barcelona, Espanha
Data: 17 de Dezembro † 1901


Josep Manyanet nasceu a 7 de janeiro de 1833 em Tremp (Lleida, Espanha), no seio de uma família numerosa e cristã. Foi batizado no mesmo dia e, com a idade de 5 anos, sua mãe o consagrou a Nossa Senhora de Valldeflors, padroeira da cidade. Para completar os seus estudos secundários teve de trabalhar na Escola Pia de Barbastro e os eclesiásticos nos seminários diocesanos de Lleida e Urgell. Foi ordenado sacerdote a 9 de abril de 1859.

Após doze anos de intenso trabalho na diocese de Urgell a serviço do bispo como pajem e secretário particular, mordomo do palácio, bibliotecário do seminário, vice-secretário de câmara e secretário de visita pastoral, sentiu-se chamado por Deus a ser religioso e a fundar duas congregações religiosas.

Contando com a aprovação do bispo, em 1864 fundou os Filhos da Sagrada Família Jesus, Maria e José, e em 1874, as Missionárias Filhas da Sagrada Família de Nazaré, cuja missão era imitar, honrar e propagar o culto à Sagrada Família de Nazaré e procurar a formação cristã das famílias, principalmente por meio da educação e instrução católica da infância e juventude e do ministério sacerdotal.

Com oração e trabalho constantes, com o exercício exemplar de todas as virtudes, com amorosa dedicação e zelo pelas almas, guiou e impulsionou ao longo de quase quarenta anos a formação e expansão dos institutos, abrindo escolas, colégios, oficinas e outros centros de apostolado em vários povoados da Espanha. Atualmente, os dois institutos marcam presença em países da Europa, nas duas Américas e África.

Chamado especialmente por Deus para apresentar ao mundo o exemplo da Sagrada Família de Nazaré, escreveu várias obras e opúsculos com o fim de propagar a devoção à Família de Jesus, Maria e José; fundou a revista A Sagrada Família e promoveu o erguimento do templo expiatório da Sagrada Família, em Barcelona, destinado a perpetuar as virtudes e exemplos da Família de Nazaré e a ser o lar universal das famílias. A obra é do arquiteto servo de Deus Antônio Gaudí.

O beato Josep Manyanet pregou abundantemente a Palavra de Deus e escreveu muitas cartas, livros e opúsculos para a formação dos religiosos e religiosas, das famílias e das crianças, e para a direção dos colégios e escolas profissionalizantes. Dentre eles, destaca-se A Escola de Nazaré e Casa da Sagrada Família (Barcelona 1895) que constitui sua autobiografia espiritual onde, por meio de alguns colóquios da alma, personificada em Desidéria, com Jesus, Maria e José, traça todo um processo de perfeição cristã e religiosa inspirada na espiritualidade da casa e escola de Nazaré.

Preciosa jóia de família (Barcelona 1899), é um roteiro para casais e famílias, que os ajuda a lembrar a dignidade do matrimônio como vocação, e a importante tarefa na educação cristã dos filhos.

Para a formação dos religiosos escreveu um livro de meditações intitulado O Espírito da Sagrada Família, onde descreve a identidade da vocação e missão das religiosas e religiosos Filhos da Sagrada Família na sociedade e na Igreja.

Uma edição de suas Obras Seletas (Madrid 1991) já está em circulação e, em fase de impressão, encontra-se o primeiro volume de suas Obras Completas.

As obras do Padre Manyanet foram crescendo em meio a grandes obstáculos: foram muitas e dolorosas as doenças corporais que o atingiram e o atormentaram no decorrer de toda a sua vida. Porém, sua inabalável constância e fortaleza, alimentadas por uma profunda adesão e obediência à vontade de Deus, ajudaram-no a superar todas as dificuldades.

Sua saúde, comprometida durante 16 anos por algumas chagas abertas —chamadas por ele de «as misericórdias do Senhor»—, fez com que a 17 de dezembro de 1901, ornado de virtudes e boas obras, voltasse para a casa do Pai. Morreu em Barcelona, no colégio Jesus, Maria e José, centro de suas atividades, cercado de crianças e com a mesma simplicidade que caracterizou toda a sua existência. Suas últimas palavras foram aquelas que, em forma de jaculatória, havia repetido tantas vezes: Jesus, José e Maria, quando eu morrer recebei a minha alma.

Seus restos mortais descansam na capela-panteão do mesmo colégio Jesus, Maria e José, continuamente acompanhados pela oração e agradecimento de seus filhos e filhas espirituais e de inumeráveis jovens, crianças e famílias que se aproximaram de Deus, atraídos por seu exemplo e seus ensinamentos.

A fama de santidade que o distinguiu em vida, se estendeu por muitas partes. Por este motivo, tendo sido introduzida a Causa de Canonização em 1956, reconhecida a heroicidade de suas virtudes em 1982 e aprovado um milagre por sua intercessão, foi declarado Beato por João Paulo II em 1984. Com aprovação de um novo milagre, foi canonizado pelo mesmo papa no dia 16 de maio de 2004.

A santidade de Josep Manyanet, como afirmou João Paulo II, tem sua origem na Sagrada Família. Foi chamado por Deus «para que em seu nome sejam abençoadas todas as famílias do mundo». O Espírito forjou sua personalidade para que anunciasse com valentia o «Evangelho da Família». Sua grande aspiração era que «todas as famílias imitassem e bendizessem a Sagrada Família de Nazaré»; por isto, quis formar um Nazaré em cada lar, fazer de cada família, uma «Santa Família».

Nos dias de hoje, a canonização do Beato Josep Manyanet, vem confirmar não somente a sua santidade, mas também a atualidade de sua mensagem nazareno-familiar. Ele é, pois, o profeta da família, o protetor de nossas famílias.

Fonte: vatican.va (adaptado)

São José Manyanet y Vives, rogai por nós!


Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil