6ª feira da 7ª Semana do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Confiei no vosso amor, Senhor. Meu coração por vosso auxílio rejubile, e que eu vos cante pelo bem que me fizestes! (Cf. MR: Sl 12, 6) Sl. Até quando, ó Senhor, me esquecereis? Até quando escondereis a vossa face? (Cf. LH: Sl 12, 1)
Coleta
Concedei-nos, Deus todo-poderoso, meditar sempre as realidades espirituais, e praticar em palavras e ações o que vos agrada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Eclo 6, 5-17
Leitura do Livro do Eclesiástico
5Uma palavra amena multiplica os amigos e acalma os inimigos;uma língua afável multiplica as saudações.6Sejam numerosos os que te saúdam,mas teus conselheiros, um entre mil.7Se queres adquirir um amigo, adquire-o na provação;e não te apresses em confiar nele.8Porque há amigo de ocasião,que não persevera no dia da aflição.9Há amigo que passa para a inimizade,e que revela as desavenças para te envergonhar.10Há amigo que é companheiro de mesae que não persevera no dia da necessidade.11Quando fores bem sucedido, ele será como teu iguale, sem cerimônia, dará ordens a teus criados.12Mas, se fores humilhado, ele estará contra tie se esconderá da tua presença.13Afasta-te dos teus inimigose toma cuidado com os amigos.14Um amigo fiel é poderosa proteção:quem o encontrou, encontrou um tesouro.15Ao amigo fiel não há nada que se compare,é um bem inestimável.16Um amigo fiel é um bálsamo de vida;os que temem o Senhor vão encontrá-lo.17Quem teme o Senhor, conduz bem a sua amizade:como ele é, tal será o seu amigo.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 118(119), 12. 16. 18. 27. 34. 35 (R. 35a)
℟. Guiai-me pela estrada do vosso ensinamento!
— Ó Senhor, vós sois bendito para sempre;os vossos mandamentos ensinai-me! ℟.
— Minha alegria é fazer vossa vontade;eu não posso esquecer vossa palavra. ℟.
— Abri meus olhos, e então contemplarei as maravilhas que encerra a vossa lei! ℟.
— Fazei-me conhecer vossos caminhos, e então meditarei vossos prodígios! ℟.
— Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei, e de todo o coração a guardarei. ℟.
— Guiai meus passos no caminho que traçastes, pois só nele encontrarei felicidade. ℟.
℣. Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Cf. Jo 17, 17ba) ℟.
Evangelho — Mc 10, 1-12
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus foi para o território da Judeia, do outro lado do rio Jordão. As multidões se reuniram de novo, em torno de Jesus. E ele, como de costume, as ensinava. 2Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher.3Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?” 4Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”. 5Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. 6No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. 7Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!”
10Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11Jesus respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. 12E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Inténde voci oratiónis meae, Rex meus, et Deus meus: quóniam ad te orábo, Dómine. (Ps. 5, 3. 4)
Vernáculo:
Ficai atento ao clamor da minha prece, ó meu Rei e meu Senhor! É a vós que eu dirijo a minha prece. (Cf. LH: Sl 5, 3. 4a)
Sobre as Oferendas
Senhor, ao celebrarmos com reverência vossos mistérios, nós vos suplicamos, que o sacrifício oferecido em vossa honra nos seja útil para a salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Senhor, eu creio que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo. (Jo 11, 27)
Vernáculo:
Senhor, de coração vos darei graças, as vossas maravilhas cantarei! Em vós exultarei de alegria, cantarei ao vosso nome, Deus Altíssimo! (Cf. MR: Sl 9, 2-3)
Depois da Comunhão
Deus todo-poderoso, concedei-nos em plenitude a salvação eterna, cujo penhor recebemos neste sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 28/02/2025
De “saco de gatos” a sacramento de amor
A graça sacramental recebida no matrimônio cristão confere aos esposos a força necessária para cumprirem seu compromisso de fidelidade e mostrarem ao mundo a beleza das uniões castas e santas dos discípulos de Cristo.
Nosso Senhor hoje nos fala da doutrina católica sobre o santo matrimônio. Muita gente gostaria que a Igreja se adaptasse aos tempos modernos e, por um ato arbitrário, “decretasse” a aceitação do divórcio. Mas isso não é progresso nenhum, seria apenas o reconhecimento de quão medíocre é nossa capacidade de amar.As pessoas dão a seguinte desculpa: “Os tempos são outros. Jesus, naquela época, ensinou que não havia divórcio, porque a sociedade era outra. Estamos num tempo diferente e precisamos nos adaptar aos tempos modernos”. Para estas pessoas, devemos deixar claro o seguinte: quando Jesus, pela primeira vez, proclamou a doutrina da Igreja a respeito do matrimônio indissolúvel, dizendo que o divórcio acontece por causa da dureza do nosso coração, a reação das pessoas foi de escândalo e começaram a se afastar de Jesus. Os fariseus queriam o divórcio, mas Cristo insistiu na indissolubilidade matrimonial.Portanto, não se sustenta esse argumento de que o homem moderno não entende e por isso temos que adaptar o Evangelho. Já na época de Jesus não entendiam porque, infelizmente, a dureza do nosso coração continua 21 séculos depois. Assim, tanto para os homens daquela época quanto para a sociedade hoje, o matrimônio indissolúvel é um caminho de salvação.Sim, porque o amor é assim. Os animais não têm família, não fazem uma aliança de amor, como quem diz: “Está doendo, mas eu não desisto de você”. Deus na Cruz fez uma aliança de amor conosco. Ele derramou o seu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, e quer que também nós experimentemos essa realidade de um amor sublime que nega a si mesmo. Por isso, o matrimônio é um sacramento de amor, porque nos leva a negar a nós mesmos, nossos egoísmos, caprichos e veleidades, e nos faz viver para a salvação da nossa família, para o bem daqueles que vivem conosco.E quando Deus nos dá essa missão, Ele também nos concede a graça necessária para realizá-la. Cristo pegou essa instituição natural chamada casamento, que se tornou após a Queda um “saco de gatos” — com todas as paixões desordenadas do homem e da mulher, com ciúmes, com brigas, com traições e crimes passionais —, infundiu nela o Espírito Santo com a graça do sacramento do Matrimônio e a elevou a um estado sublime, pelo qual podemos amar como Cristo nos amou. Essa é a verdade do sacramento do Matrimônio.Mas, miseravelmente, vivemos numa época de naturalismo, em que as pessoas acham que serão verdadeiramente humanas se derem vazão a seus instintos animalescos. Só esquecem que os animais não têm família e não amam, pois só ama quem tem alma intelectiva. Só ama quem é capaz de transformar a dor em amor e dizer: “Apesar de tudo, serei fiel até o fim”. Essa pode parecer uma missão impossível, acima de nossas forças, mas é possível sim, com o auxílio de Deus, porque a graça sobrenatural nos eleva e nos faz participantes da natureza divina. O matrimônio não é somente uma missão, uma cruz, um fardo. O matrimônio é a presença do Cristo, nosso bom Cirineu, que nos ajuda a carregar a cruz do dia a dia e nos conduz para a glória do céu, à ressurreição do ser humano destruído pelo pecado, quando brilharemos gloriosos e viveremos o matrimônio definitivo, as núpcias do Cordeiro.
Deus abençoe você!
No Evangelho de hoje, Nosso Senhor eleva o matrimônio à dignidade de grande sacramento da Nova Aliança. Trazendo de volta ao seu esplendor original o que o demônio submetera ao egoísmo do pecado, Cristo faz do casamento cristão símbolo de sua união com a Igreja e sinal eficaz da graça divina, como um meio especialíssimo de, na pessoa do marido, da mulher ou dos filhos, nos encontrarmos com Ele e com o seu amor redentor. Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, dia 28 de fevereiro, e peçamos juntos a Nosso Senhor que cure a dureza de nossos corações, tão cheios de hipocrisia e farisaísmo, e ajude-nos a crer docilmente em seu projeto de amor para a família humana.
Santo do dia 28/02/2025
São Romano (Memória Facultativa)
Local: Jura (monte), França
Data: 28 de Fevereiro † 463
Os primeiros contatos dos monges orientais com o mundo latino foram propiciados pelos frequentes exílios de santo Atanásio.
Foi no século IV que se desenvolveu a vida monacal no Ocidente. O primeiro mosteiro surgiu na França em 371 por obra de são Martinho de Tours. Depois disso houve florescimento de mosteiros, entre os quais em Ainay, perto de Lião, onde encontramos o monge Romano.
Os severos regulamentos do mosteiro eram muito brandos para ele. Com o consentimento do seu abade pegou a Bíblia e o indispensável para viver e sumiu. Alguns anos depois o seu irmão Lupicino o encontrou e se agregou a ele. Mais tarde muitos os seguiram no eremitério. Fundaram um mosteiro em Condat e outro em Beaume.
Os dois irmãos dividiam em perfeita harmonia o governo das novas comunidades. Tinham temperamentos completamente opostos: Romano é tolerante e compreensivo e seu irmão, austero e intransigente na observância. Assim, depois de uma colheita excepcional, os monges começaram a relaxar as abstinências. Então Lupicino fez jogar no rio as provisões. Doze monges abandonaram o mosteiro. Romano foi atrás deles e implorou-lhes com lágrimas que voltassem.
Também aqui triunfou a sua bondade. Mais tarde, durante uma peregrinação ao túmulo de são Maurício em Genebra, em companhia de um dos seus monges, são Palade, passou a noite numa choupana, onde se abrigavam dois leprosos. Romano não hesitou em abraçá-los. Na manhã seguinte os leprosos perceberam que estavam curados. Eles que até então estavam marginalizados correram à cidade para contar o milagre e se reintegrar na sociedade. Durante essa viagem houve outros prodígios operados pelo santo. Depois voltou à sua solidão onde morreu em 463. Morreu antes do irmão e da irmã. Tinha 73 anos de idade.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Romano, rogai por nós!