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Antífona de entrada

No meio da Igreja o Senhor colocou a palavra nos seus lábios; deu-lhe o espírito de sabedoria e inteligência e o revestiu de glória. (Eclo 15, 5)

Coleta

Renovai, ó Deus, na vossa Igreja aquele espírito com o qual cumulastes o bispo Santo Agostinho para que, repletos do mesmo espírito, só de vós tenhamos sede, fonte da verdadeira sabedoria, e só a vós busquemos, autor do amor eterno. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (1Ts 4, 9-11)


Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses


Irmãos, 9não é preciso escrever-vos a respeito do amor fraterno, pois já aprendestes de Deus mesmo a amar-vos uns aos outros. 10É o que já estais fazendo com todos os irmãos, em toda a Macedônia. Só podemos exortar-vos, irmãos, a progredirdes sempre mais. 11Procurai viver com tranquilidade, dedicando-vos aos vossos afazeres e trabalhando com as próprias mãos, como recomendamos.

Salmo Responsorial (Sl 97)


R. O Senhor julgará as nações com justiça.


— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória. R.

— Aplauda o mar com todo ser que nele vive, o mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios batam palmas e exultem de alegria, R.

— na presença do Senhor, pois ele vem, vem julgar a terra inteira. Julgará o universo com justiça e as nações com equidade. R.


https://youtu.be/INDZqeoCRYw
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado. (Jo 13, 34) R.

Evangelho (Mt 25, 14-30)


V. O Senhor esteja convosco.

R. Ele está no meio de nós.


V. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Mateus 

R. Glória a vós, Senhor.


V. Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 14“Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. 16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. 26O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? 27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. 28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!’”

Sobre as Oferendas

Celebrando o memorial da nossa salvação, nós vos pedimos, ó Deus de misericórdia, que este sacramento do vosso amor seja para nós sinal de unidade e vínculo de caridade. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Não tendes senão um Mestre, o Cristo; sois todos irmãos, diz o Senhor. (Mt 23, 10. 8)

Depois da Comunhão

Santificai-nos, ó Deus, pela participação na mesa do Cristo, a fim de que, membros do seu Corpo, sejamos transformados naquele que recebemos. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 28/08/2021
Usemos bem os talentos que recebemos de Deus

“Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade” (Mateus 25,14-15).

Essa parábola do homem que ia viajar para o estrangeiro — e, antes de viajar, pegou os bens que tinha e deu para os seus empregados, de acordo com a capacidade de cada um, para que cuidassem dos seus bens e na volta os seus bens tivessem sido cuidados e até, muitas vezes, crescido os bens que aquele homem tinha —, nos mostra o que é a nossa vida.

Todos nós temos capacidade, vamos sair, por favor, desse complexo de inferioridade, vamos sair desse sentimento que nós temos de querer diminuir nós mesmos. Todos nós temos capacidades!

Eu fico olhando, inclusive, pessoas que nasceram com limites da natureza, sejam limites psicológicos, limites físicos... Quando essas pessoas se dispõem a superar, elas dão show em nós que nos achamos “normais”, “capazes”, achamos que fisicamente nós somos completos. Elas, no limite que têm, ultrapassam seus próprios limites, e nós ficamos, muitas vezes, fechados, entristecidos, nos fechamos numa depressão porque não sabemos sair dos nossos próprios limites.


Deixe que realmente o pouco ou o muito talento que você tem seja usado

Não podemos ser esse servo mau e preguiçoso que recebeu um talento e o enterrou, porque fez pouco-caso. Não podemos ser assim! Primeiro, não podemos ser um servo mau, pois esse é aquele que não administra bem a sua própria vida, aquele que, na verdade, está pegando o talento, a capacidade enterrando e vivendo a vida de uma forma ociosa e preguiçosa.

Eu sei que muitas situações não dependem de nós, pessoas ficam desempregadas e não querem estar desempregadas, o problema é que é toda uma questão mais ampla. Mas eu sempre digo que uma pessoa pode ficar desempregada, mas desocupada jamais.

Eu vi pessoas que quando estavam desempregadas conseguiram transformar a vida, conseguiram se levantar… “Mas eu sou uma pessoa talentosa, eu estudei tantos anos para ser um engenheiro, para ser isso e aquilo, não vou fazer outra coisa”, aí você não vai fazer outra coisa, vai enterrar o seu talento e vai ficar simplesmente murmurando, reclamando, azedando a vida; e realmente a sua vida vai se tornar uma vida dura, cruel e amarga de se viver.

Não faça isso, saia para fora, deixe a criatividade fluir, deixe que realmente o pouco ou o muito talento que você tem seja usado, mas não deixe ele paralisado. Invente, crie, o Espírito criador está à nossa disposição quando nos pomos a trabalhar, a fazer, a criar, a sair do nosso comodismo, a sair da reclamação, da murmuração, do azedume para fazer a graça acontecer. Não enterremos os nossos talentos, todos nós temos; uns usam bem, outros não usam e outros usam até muito mal os próprios talentos da vida, mas cada um vai dar conta do dom que recebeu.

Deus abençoe você!

Pe. Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
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A miséria do homem e a grandeza de Deus

Há muita gente que vai às “Confissões” de Santo Agostinho esperando ler uma confissão geral, um exame de consciência, uma lista de todos os pecados do santo… No entanto, a palavra “confessar” guarda aqui seu sentido original em latim, isto é, significa o ato de reconhecer alguma coisa e expressá-la publicamente. Ora, o que Agostinho reconhece na obra? Sua miséria e a grandeza de Deus. Quem não levar isso em conta, acabará lendo mal as “Confissões” e tirará conclusões absurdas. Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para este sábado, dia 28 de agosto, e a exemplo de Santo Agostinho dancemos de alegria pelo amor misericordiosíssimo que tanto nos amou!

https://youtu.be/68T17l8r3Fo

Santo do dia 28/08/2021


Santo Agostinho (Memória)
Local: Hipona, Argélia
Data: 28 de Agosto † 430


Realmente, Santo Agostinho é modelo acabado de santo em vários aspectos. Em Agostinho se encontram, em rara síntese, o contemplativo, o teólogo, o pastor de almas, o catequista, o homiliasta, o mistagogo, o defensor da fé, o promotor da vida comunitária. E não devemos esquecer o penitente.

Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, na Numídia (África), perto de Hipona, em 354. É chamado Agostinho de Hipona, por ter sido bispo desta cidade, hoje Bona na Argélia Filho de Santa Mônica e Patrício. Decisivo em sua vida, além do influxo de sua mãe, foi o encontro com o bispo Santo Ambrósio de Milão, de quem recebeu o batismo. Na juventude, feito catecúmeno, acabou adiando o batismo.

Agostinho teve uma mocidade inquieta, agitada pelas paixões e desvios doutrinais. Inteligência privilegiada, aguda, penetrante, depois dos desmandos da juventude, procurou a verdade e a redenção do seu espírito irrequieto através das filosofias, aderiu ao maniqueísmo, onde também não encontrou a verdade e a paz de espirito. Formou-se brilhantemente em retórica e, ainda jovem, escrevia ensaios de poesia e filosofia. Lecionou retórica em Cartago, cidade dos seus estudos, mas, procurando maior glória, foi para a capital do Império Romano, abrindo uma escola de retórica em Roma. Ai ficou por pouco tempo, porque obteve a nomeação oficial de professor de Retórica e Gramática em Milão. Atraído pela fama do grande bispo Ambrósio, poeta e orador, começou a assistir aos sermões do santo bispo. Acabou apreciando o seu conteúdo. Converte-se, recebe a instrução e é batizado por Santo Ambrósio na Páscoa de 387. Tinha 33 anos e chegara ao término de um longo e laborioso processo de conversão. Com ele foram batizados também seu filho Adeodato e o amigo Alípio.

De volta à pátria, depois da morte prematura do filho, perdeu, em Óstia, cidade portuária de Roma, a mãe que o seguira para a Europa. Na África, com alguns amigos, iniciou uma vida comunitária, entregue à meditação, ao estudo da Bíblia, à oração e obras de caridade. Foi ordenado sacerdote para auxiliar o bispo Aurélio de Hipona, idoso e doente. Pouco depois, com a morte do bispo. Agostinho foi aclamado pelo povo como seu sucessor.

Agostinho, como pastor da diocese por 34 anos, revelou-se um bispo zeloso, vigilante, iluminado, pai dos pobres, mestre insuperável de espiritualidade, escritor fecundíssimo em todos os assuntos teológicos, defensor infatigável da ortodoxia.

Sua ação e influência pastoral romperam as fronteiras da pequena cidade onde ele foi bispo, tornando-se uma espécie de oráculo de sabedoria teológica que a civilização antiga presenteou ao cristianismo. Ele foi definido o mais profundo pensador entre os escritores do mundo antigo e, talvez, o gênio metafisico mais portentoso que viram os tempos. Seu pensamento iluminou quase todos os pensadores dos séculos posteriores. A teologia católica muito deve a seus tratados sobre a Santíssima Trindade, a graça, o livre-arbítrio e muitas outras questões. Entre suas obras imortais, emerge sua autobiografia Confissões e A Cidade de Deus, que é uma filosofia da história vista à luz da mensagem cristã.

O nome do bispo de Hipona também se liga à história das Ordens religiosas. Suas breves instruções para os clérigos que com ele viviam em comunidade serão posteriormente adaptadas para outras Ordens religiosas que se chamarão Cônegos Regulares de Santo Agostinho, Agostinianos, Eremitas de Santo Agostinho.

Santo Agostinho morreu aos 28 de agosto de 430 com 76 anos de idade, vendo os bárbaros sitiarem sua cidade episcopal. É o mais insigne doutor da Igreja ocidental.

A Antífona da entrada da Missa expressa bem o lugar e o papel de Santo Agostinho na Igreja e na história da humanidade: No meio da Igreja o Senhor colocou a palavra nos seus lábios; deu-lhe o espírito de sabedoria e inteligência e o revestiu de glória.

Inteligência e sabedoria! A Oração coleta realça a busca incansável da sabedoria. Pedimos que nós, repletos do mesmo espirito, só de vós tenhamos sede, fonte da verdadeira sabedoria e só a vós busquemos, autor do amor eterno.

As Antífonas de Laudes e Vésperas, inspiradas no livro das Confissões, expressam também a busca da verdade, da sabedoria e do amor verdadeiro.

Antífona das Laudes: De vós mesmo nos provém esta atração, que louvar-vos, ó Senhor, nos de prazer, pois, Senhor, vós nos fizestes para vós; e inquieto está o nosso coração, enquanto não repouse em vós, Senhor.

Antífona de Vésperas: Muito tarde vos amei, ó Beleza sempre antiga, ó Beleza sempre nova, muito tarde vos amei! Vós chamastes e gritastes, e rompestes-me a surdez!

Agostinho é fonte perene de espiritualidade. Ele trata da beleza, da importância do canto, do desejo, da amizade. Temos os comentários dos salmos, a espiritualidade eucarística.

A Eucaristia é compreendida por Agostinho como "sacramento de piedade, sinal de unidade, vinculo de caridade", o que se reflete na Oração sobre as oferendas.

A Oração depois da Comunhão também se inspira em Santo Agostinho: Santificai-nos, é Deus, pela participação na mesa do Cristo, a fim de que, membros do seu Corpo, sejamos transformados naquele que recebemos.

O termo confissão e confissões mereceria uma consideração mais extensa. As Confissões constituem uma autobiografia. Em oração ele narra sua vida diante de Deus. Confessar (confiteri em latim) significa reconhecer aquilo que é, proclamar a verdade. Por exemplo, reconhecer e proclamar a Deus, o Criador e Pai misericordioso, e a nós, filhos de Deus por ele amados, mas também ingratos e pecadores. No caso de Santo Agostinho, não se trata tanto de reconhecer-se pecador, de confessar seus pecados, mas de reconhecer a bondade e a misericórdia de Deus em sua vida. Daí o sentido de proclamar a misericórdia de Deus, de louvá-lo e de glorificá-lo. As Confissões de Santo Agostinho constituem, pois, uma grande ação de graças a Deus por sua bondade e misericórdia para com ele. Vale a pena encontrar-se com Deus através da leitura e meditação deste livro.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil