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3º Domingo do Advento

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Antífona de entrada

Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos! O Senhor está próximo. (Cf. Fl 4, 4-5)
Gaudéte in Dómino semper: íterum dico, gaudéte: modéstia vestra nota sit ómnibus homínibus: Dóminus prope est. Nihil sollíciti sitis: sed in omni oratióne petitiónes vestrae innotéscant apud Deum. Ps. Benedixísti, Dómine, terram tuam: avertísti captivitátem Iacob. (Phil. 4, 4. 5; Ps. 84)
Vernáculo:
Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos! O Senhor está próximo. (Cf. MR: Fl 4, 4-5) Seja a vossa amabilidade conhecida de todos! O Senhor está próximo. (Cf. Bíblia CNBB: Fl 4, 5) Sl. Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. (Cf. LH: Sl 84, 2)

Coleta

Ó Deus que vedes o vosso povo esperando fervoroso o Natal do Senhor, concedei-nos chegar às alegrias da salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — Is 35, 1-6a. 10


Leitura do Livro do profeta Isaías


Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. 2Germine e exulte de alegria e louvores. Foi-lhe dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Saron; seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus.

3Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. 4Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. 5Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. 6aO coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos.

10Os que o Senhor salvou, voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita alegria brilhando em seus rostos: cheios de gozo e contentamento, não mais conhecerão a dor e o pranto.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 145(146), 7. 8-9a. 9bc-10 (R. cf. Is 35, 4)


℟. Vinde, Senhor, para salvar o vosso povo!


— O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos. ℟.

— O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor faz erguer-se o caído, o Senhor ama aquele que é justo, é o Senhor que protege o estrangeiro. ℟.

— Ele ampara a viúva e o órfão, mas confunde os caminhos dos maus. O Senhor reinará para sempre! Ó Sião, o teu Deus reinará. ℟.


https://youtu.be/M-t97ypIUF8

Segunda Leitura — Tg 5, 7-10


Leitura da Carta de São Tiago


Irmãos: 7Ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera.8Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. 9Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está às portas.

10Irmãos, tomai por modelo de sofrimento e firmeza os profetas, que falaram em nome do Senhor.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. O Espírito do Senhor sobre mim fez a sua unção, enviou-me aos empobrecidos a fazer feliz proclamação! (Is 61, 1) ℟.

Evangelho — Mt 11, 2-11


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 2João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos, 3para lhe perguntarem: “És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?”

4Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: 5os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. 6Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!”

7Os discípulos de João partiram, e Jesus começou a falar às multidões sobre João: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. 9Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta. 10É dele que está escrito: ‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti’. 11Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Creio

Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.

Antífona do Ofertório

Benedixísti, Dómine, terram tuam: avertísti captivitátem Iacob: remisísti iniquitátem plebis tuae. (Ps. 84, 2)


Vernáculo:
Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. Perdoastes o pecado ao vosso povo. (Cf. LH: Sl 84, 2-3a)

Sobre as Oferendas

Possamos, Senhor, oferecer-vos sem cessar este nosso sacrifício, para que, ao celebrarmos o sacramento que nos destes, realizem-se em nós as maravilhas da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Dizei aos desanimados: coragem, não temais; eis que chega o nosso Deus, ele mesmo nos salvará. (Cf. Is 35, 4)
Dicite: Pusillánimes confortámini, et nolíte timére: ecce Deus noster véniet, et salvábit nos. (Cf. Is. 35, 4; ℣. Cant. Isaiae 35, 1. 2cd. 2ef. 3. 5. 6ab. 6cd. 7ab)
Vernáculo:
Dizei aos desanimados: coragem, não temais; eis que chega o nosso Deus, ele mesmo nos salvará. (Cf. MR: Is 35, 4)

Depois da Comunhão

Imploramos, Senhor, vossa clemência, para que estes divinos auxílios nos purifiquem dos pecados e nos preparem para as festas que se aproximam. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 14/12/2025


Alegrar-se com Jesus que chega


O Senhor está perto: a alegria do Advento não é euforia, é a certeza de que Cristo já está entre nós — e seus sinais continuam falando hoje: os pobres são evangelizados, os corações se levantam, e a esperança renasce.

Queridos irmãos e irmãs, celebramos o terceiro domingo do Advento conhecido como Domingo da Alegria (ou Gaudete), que celebra a proximidade do Natal e a vinda do Salvador, sendo um convite à alegria profunda e renovada mesmo no tempo de espera e preparação, pois o Senhor está próximo, o que transforma a esperança em certeza. Liturgicamente, a Igreja permite a cor rosa nos paramentos (em vez do roxo) para simbolizar essa alegria antecipada, inspirada em passagens como "Alegrai-vos sempre no Senhor" (Filipenses 4,4).


A Proximidade do Senhor é o ponto alto do Advento, marcando que o Natal, a vinda de Jesus, está muito perto, um tempo de graça e encontro com Cristo.


Não é euforia passageira, mas a alegria que brota da fé, da esperança e da certeza do Reino de Deus já presente, mesmo nas dificuldades, como ensinam as leituras e os profetas como João Batista.


A palavra Gaudete (Alegrai-vos) em latim dá nome a este dia, e provem do referido texto de São Paulo aos Filipenses e da Antífona de Entrada da Missa, que chama os fiéis a se alegrarem sempre no Senhor.


A terceira vela da Coroa do Advento, muitas vezes acesa neste dia (geralmente rosa ou branca), simboliza essa luz que se intensifica, mostrando que Cristo é a verdadeira luz que chega.


O dia também convida à Conversão, à reflexão sobre como estamos vivendo a fé, a não nos deixarmos abater pela tristeza, mas a cultivar a alegria que vem de Deus.


Com relação ao texto do Evangelho a liturgia deste domingo do Advento ressoa com esta pergunta, dirigida a Jesus por João Batista através de seus discípulos: "És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?" (Mt 11,3).


Naquele momento, João já estava na prisão, e sua atividade às margens do rio Jordão havia sido brutalmente interrompida. De fato, ele dizia a verdade a todos; não hesitou em dizê-la até mesmo ao rei adúltero. Por essa razão, acabou na prisão. Da prisão, ele faz a Jesus uma pergunta que, para nós, pode parecer surpreendente, envia discípulos para perguntar se Jesus é o Messias esperado ("aquele que há de vir").


Na verdade, no Jordão, ele já havia testemunhado a Cristo, proclamando: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" (João 1,29).


Por que, então, ele fez tal pergunta?


Não porque tivesse dúvidas sobre o Redentor, a quem identificara como o perdão de Deus tão aguardado e invocado, mas porque o Batista ficou um tanto surpreso que as palavras e ações de Jesus não fossem tão duras quanto as suas.


Isso não reflete necessariamente uma falta de fé, mas um desejo de confirmação para seus seguidores, ou talvez uma expectativa de um Messias mais imediato e justiceiro do que Jesus aparentava ser.


Mas Cristo é, antes de tudo, a boa nova da salvação e a revelação do amor misericordioso de Deus.


Jesus primeiro dá a resposta; depois, voltando-se para os presentes, demonstra a grandeza de um homem que ansiava por ele com toda a energia de sua mente e coração.


Aos discípulos de João, Jesus se refere a algumas palavras do profeta Isaías a respeito do Messias, afirmando que essa descrição da era messiânica, como uma era de salvação, paz e alegria, encontrou seu cumprimento em sua obra salvadora.


Em vez de uma resposta direta "sim", Jesus aponta para as obras que realiza, que são o cumprimento das profecias messiânicas do Antigo Testamento (especialmente Isaías 35,5-6 e 61,1). Curar cegos, paralíticos, leprosos e surdos, ressuscitar mortos e evangelizar os pobres são os sinais visíveis do Reino de Deus em ação.


Esses textos de Isaías (Is 26,19; 29,18-19; 35,5ss) são bem conhecidos e frequentemente repetidos na liturgia. Neles, esse grande profeta predisse o que, com a vinda de Cristo, agora acontece diante dos olhos de todos.


Jesus conclui com "Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!". Isso é um aviso sutil sobre as expectativas que as pessoas tinham do Messias; o Messias Jesus não veio com poder político ou militar, mas com humildade e serviço, o que poderia ser um "escândalo" (pedra de tropeço) para alguns.


O Verbo se fez carne, a mensagem se tornou realidade. Eis que: “Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e aos pobres é anunciado o evangelho”.


Jesus afirma então que todos esses “sinais messiânicos” são confirmados por sua atividade e conclui dizendo: “Ide e contai a João o que ouvis e vedes” (Mt 11,5.4).


Após os discípulos de João partirem, Jesus elogia João perante a multidão. Ele não era alguém fraco ("caniço agitado pelo vento") nem alguém que buscava luxo ("roupas finas"), mas um profeta austero e corajoso. Jesus o identifica como o mensageiro profetizado em Malaquias 3,1, que prepararia o caminho para o Senhor (versículos 7-10).


Jesus afirma que, entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João Batista. João foi o ápice dos profetas do Antigo Testamento, o último e maior deles, por ter a missão única de apontar diretamente para o Messias presente (versículo 11).


Ao afirmar isso, Jesus apela à memória daqueles que o ouviam naquele momento: quando foram ao Jordão para ouvir João Batista, encontraram ali um profeta: um homem que falava a verdade — e somente a verdade — em nome do próprio Deus. Essa verdade era, por vezes, dura e exigente. Em nome do Reino, que se aproximava, em nome do juízo de Deus, João exortava aqueles que vinham ouvi-lo a se arrependerem, para que, reconhecendo seus pecados, pudessem acolher o Messias com um coração contrito.


A essas palavras, Jesus acrescenta outras que nos fazem refletir: "No entanto, aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele".


A ressalva "No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele" marca a transição da antiga aliança para a nova aliança, iniciada com a vinda de Cristo. Quem entra no Reino de Deus através de Jesus, mesmo que seja o "menor" (em termos de posição ou importância mundana), tem acesso direto à salvação e à graça que João apenas profetizou e preparou. A grandeza no Reino de Deus não se mede por nascimento ou posição, mas pela participação na vida nova oferecida por Jesus. Isso indica que, embora João fosse o ponto culminante da antiga aliança e o precursor imediato, a nova era do Reino dos Céus inaugurada por Jesus oferece uma intimidade e um status ainda maiores do que os alcançados antes.


Hoje, no Terceiro Domingo do Advento, a Igreja recorda estas palavras quando toda a liturgia ressoa com a alegre verdade da proximidade de Deus: "O Senhor está perto!" (Fil 4,5; Jo 5,8).


O homem pode — aliás, deve — fazer perguntas a Cristo, mesmo nesta fase da história: "És tu aquele que há de vir?" A resposta de Cristo, preservada e oferecida pela Igreja, será semelhante, por um lado, àquela recebida pelos discípulos de João; por outro, estará adaptada aos problemas da época em que vivemos. Precisamente assim, o Concílio Vaticano II deu esta resposta ao povo de hoje.


Cristo é aquele em quem os "sinais messiânicos" continuam a encontrar confirmação. Ele é aquele que aponta os caminhos da salvação.


Lembremo-nos, porém, que um verdadeiro diálogo de salvação se encontra na oração. Pois na oração, o homem "faz perguntas". E na oração — sobretudo na oração — encontra a resposta. A oração, mais do que qualquer outra realidade, pertence ao espírito do Advento, ela forma de maneira mais completa a atitude do Advento: "o Senhor está perto". Assim seja, amém.

Deus abençoe você!

Pe. Fábio Vanderlei, IVE

Nossa Missão
Evangelize com o Pocket Terço: pocketterco.com.br/ajude

Homilia Dominical | A alegria do Natal e a tragédia da nossa miséria (3º Dom. do Advento - 14/12/25)

Reduzindo o espírito natalino à mera euforia mundana, que se esvai com os fogos do réveillon, o homem moderno não se alegra mais com a vinda do Salvador. Ao contrário, na sua petulância, a humanidade não reconhece que necessita ser salva e, por isso, permanece em profunda indiferença. Iludida com as coisas deste mundo, pensa que tudo vai bem e que não precisa mudar de vida.Ouça a homilia dominical do Padre Paulo Ricardo e entenda por que jamais experimentará a alegria do Natal quem não se humilhar e confessar a própria miséria diante do Menino Deus.


https://youtu.be/Z1nKJzXoOFY

Santo do dia 14/12/2025

São João da Cruz, Presbítero (Memória)
Local: Úbeda, Espanha
Data: 14 de Dezembro † 1591


São João da Cruz é conhecido como um dos grandes expoentes da mística, e como autor de célebres livros de espiritualidade, como A subida do monte Carmelo, Noite escura da alma, Cântico espiritual, Chama viva de amor, e ao mesmo tempo é considerado como o grande reformador da Ordem Carmelita junto com Santa Teresa de Jesus.

Juan de Yepes, seu nome de batismo, foi mudado para João da Cruz quando tomou o hábito de carmelita. Juan Yepes nasceu em Fontiveros, entre Salamanca e Ávila, na Espanha em 1542. Quando criança, perdeu o pai; e a família sofreu pobreza. Sua mãe, à procura de trabalho para sustentar os filhos, mudou-se para Medina, onde João quis experimentar várias profissões, como a de ajudante num hospital. Enquanto se ocupava durante o dia, tomava lições de gramática à noite, no colégio jesuíta.

Aos 21 anos entrou na Ordem Carmelita. Foi enviado para a Universidade de Salamanca a fim de cursar filosofia e teologia. Com 25 anos foi ordenado sacerdote. A disciplina nos conventos carmelitas não o satisfazia e acalentou o desejo de entrar numa Ordem mais austera, como a dos trapistas. Neste tempo de busca, encontrou-se com a grande reformadora dos carmelos, Santa Teresa de Ávila, chamada Santa Teresa de Jesus, que promovia na Espanha a fundação de conventos reformados, dentro da Ordem. Ela, que tinha autorização do superior geral para fundar também conventos reformados masculinos, conseguiu entusiasmar João da Cruz a que, em vez de sair da Ordem, se incumbisse da reforma da disciplina regular dentro da própria Ordem. Depois de fervorosas preces e tendo consultado seu confessor, João chegou à conclusão de que, de fato, esta era a vontade de Deus.

Assim, João da Cruz se tornou pioneiro da reforma carmelitana masculina. Em 1568 surgia o primeiro convento carmelita reformado em Duruelo, origem dos carmelitas descalços. A Reforma prosseguiu a duras penas. Em sua fé profunda, João abraçar-se-ia à cruz dos sofrimentos e das perseguições, dos quais fez um itinerário de ascensão mística para Deus, ou para o alto do Monte Carmelo. Durante nove meses de muitas tribulações na prisão de um dos conventos que se opunham à reforma, João teve oportunidade de temperar sua alma no seguimento do Senhor crucificado. Fugindo do cárcere, continuou com persistência sua obra renovadora.

Pouco antes da morte, teve mais outros graves dissabores, devido a incompreensões e calúnias. Teve que enfrentar um processo de expulsão da Ordem. Acabou não expulso, mas foi exonerado de todos os cargos da Comunidade, passando os últimos meses na solidão e no abandono, Misteriosos os caminhos que a Providência divina escolhe para acrisolar a santidade de seus filhos! Eram três as coisas que ele pedia insistentemente a Deus: primeiro, dar-lhe força para trabalhar e sofrer muito; segundo, não o fazer sair deste mundo como Superior de uma Comunidade; e terceiro, deixá-lo morrer desprezado e escarnecido pelos homens. De fato foi o que aconteceu. Em suas pregações João recomendava as devoções ao Salvador crucificado, à Santíssima Trindade e ao Santíssimo Sacramento. João da Cruz foi uma alma profundamente mística. Elevou-se a um altíssimo grau de santidade, gozando, inclusive, de êxtases e visões. Seus escritos constituem uma das expressões perenes do pensamento místico universal.

Faleceu em Ubeda, a 14 de dezembro de 1591, após uma penosíssima enfermidade, com 49 anos de idade. Guia sábio de gerações de almas para a contemplação e a união com Deus, São João da Cruz foi canonizado em 1726 e declarado Doutor da Igreja por Pio XI em 1926. É considerado o doutor clássico da teologia mística.

Os textos da Liturgia realçam em São João da Cruz o mistério da Cruz de Cristo como caminho de santificação, como apóstolo do mistério da Cruz, o amor pelo Cristo e o total desapego de si mesmo.

Eis a Oração coleta: Ó Deus, que inspirastes ao presbítero São João da Cruz extraordinário amor pelo Cristo e total desapego de si mesmo, fazei que, imitando sempre o seu exemplo, cheguemos à contemplação da vossa glória.

A Oração sobre as oferendas pede que possamos imitar em nossa vida os mistérios da Paixão do Senhor celebra dos na Eucaristia.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São João da Cruz, rogai por nós!


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