Nome: Santa Brígida de Kildare (Memória Facultativa)
Local: Kildare, Irlanda
Data: 01 de Fevereiro † c. 525

Depois de São Patrício, Santa Brígida, a quem podemos considerar sua filha espiritual em Cristo, sempre foi objeto de uma especial veneração na Irlanda. Ela nasceu por volta do ano 451, em Fochard, na província de Ulster. Durante a infância, seu devoto pai teve uma visão de homens vestidos em paramentos brancos derramando um unguento sagrado sobre a cabeça da menina, prefigurando assim sua futura santidade.

Enquanto era ainda muito jovem, Brígida consagrou a vida a Deus, oferecia aos pobres tudo de que dispunha, e era motivo de edificação para todos que a conheciam. De rara beleza, temia que tentassem induzi-la a quebrar os votos pelos quais havia se entregue a Deus e dessem sua mão a um dos muitos pretendentes, e por isso rezou para se tornar feia e deformada. Sua prece foi ouvida, pois teve um dos olhos inchado, e todo seu aspecto mudou de tal forma que ela pode seguir sua vocação em paz, e a ideia de casar-se com Brígida já não passava mais pela cabeça de ninguém.

Por volta dos vinte anos de idade, nossa santa revelou a São Mel, sobrinho e discípulo de S. Patrício, sua intenção de viver apenas para Jesus Cristo, e ele consentiu em receber seus votos sagrados. No dia marcado, realizou-se a solene cerimônia de sua profissão, segundo a maneira introduzida por S. Patrício, com o bispo oferecendo muitas preces e investindo Brígida de um hábito branco como a neve e um manto da mesma cor. Enquanto ela curvava a cabeça para receber o véu, ocorreu um milagre particularmente notável e incrível: a parte da plataforma de madeira adjacente ao altar na qual ela se ajoelhara recobrou a vitalidade original e reassumiu todo seu antigo viço, permanecendo assim por longo tempo. No mesmo instante, o olho de Brígida foi curado, e ela se tornou tão linda e maravilhosa quanto antes.

Encorajadas por seu exemplo, diversas outras mulheres acompanharam-na nos votos, e, atendendo ao pedido dos pais de suas novas companheiras, a santa concordou em fundar uma casa religiosa nas cercanias. Tendo o bispo estabelecido um local conveniente, ergueu-se ali um convento - o primeiro da Irlanda - cuja direção, em obediência ao prelado, foi assumida por Brígida.

Sua reputação de santidade se tornava cada dia maior, e quanto mais se difundia por todo o país, mais aumentava o número de candidatas para admissão ao novo mosteiro. Os bispos da Irlanda, logo percebendo as importantes vantagens que suas respectivas dioceses poderiam tirar de semelhantes fundações, persuadiram a jovem e santa abadessa a visitar diferentes partes do reino e, se surgisse a ocasião, estabelecer em cada uma sua instituição.

No local em que hoje se encontra Kildare, parecendo bem adaptado para uma instituição religiosa, a santa e suas companheiras fixaram residência. Mesmo com seus escassos recursos, Brígida descobriu uma maneira de assistir substancialmente os pobres da região; e quando as necessidades daqueles indigentes ultrapassou suas exíguas finanças, ela não hesitou em sacrificar os próprios bens do convento por eles. Numa ocasião, nossa santa, imitando a ardente caridade de S. Ambrósio e outros grandes servos de Deus, vendeu algumas das vestes sagradas para que pudesse adquirir meios de aliviar as necessidades daquele povo. Era tão humilde que às vezes, por conta própria, cuidava do gado no terreno que pertencia ao mosteiro.

O rumor da caridade ilimitada de Brígida levou multidões de pobres para Kildare; a fama de sua piedade atraía muitas pessoas ansiosas em lhe solicitar preces ou tirar algum proveito de seu santo exemplo. Com o passar do tempo, o número delas cresceu tanto, que se tornou necessário fornecer-lhes alguma acomodação nas proximidades do novo mosteiro, e assim se originou a cidade de Kildare.

Depois de 70 anos dedicados à prática das mais sublimes virtudes, as debilidades corporais avisaram nossa santa de que estava chegando a hora de sua dissolução. A recordação da glória que obtivera junto ao Altíssimo, bem como dos serviços prestados a valiosas almas resgatadas pelo Preciosíssimo Sangue de seu divino Esposo, alegrava e consolava a Brígida, que enfrentava a debilidade inseparável da velhice. Sua última enfermidade foi aliviada pela presença de Nennidh, um sacerdote de grande santidade, de cuja juventude ela havia cuidado com devota solicitude, e que devia às preces e instruções da santa o seu grande progresso na sublime perfeição. Chegado o dia de nossa abadessa encerrar sua jornada, a 1º de fevereiro de 523, ela recebeu das mãos do santo sacerdote o sagrado Corpo e Sangue de seu Senhor na divina Eucaristia, e, aparentemente em seguida, seu espírito expirou, indo ter com Ele naquela pátria celeste onde o Senhor é visto e fruído face a face (I Cor 13, 12), sem o risco de perdê-lo jamais.

REFLEXÃO

A semelhança exterior com Nossa Senhora foi privilégio particular de S. Brígida; mas todos são obrigados a crescer como ela interiormente, na castidade do coração. Esta graça S. Brígida obteve em grau maravilhoso para as filhas de sua terra natal, mas jamais deixará de obtê-la também a todos os seus devotos seguidores.

BUTLER, Alban. Vida dos Santos: para todos os dias do ano. Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2021. 560 p. Tradução de: Emílio Costaguá. Adaptação: Equipe Pocket Terço.

Santa Brígida de Kildare, rogai por nós!

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