Nome: Santos Paulo Miki e companheiros, Mártires (Memória)
Local: Nagasaki, Japão
Data: 06 de Fevereiro † 1597

Até o Concílio, no Calendário Franciscano, esta comemoração é intitulada: São Pedro Batista e companheiros, mártires japoneses. Eles vêm retratados na balaustrada do coro no fundo da igreja do Convento de Santo Antônio do Largo da Carioca, no Rio de Janeiro. No Calendário atual, a comemoração vem denominada "São Pedro Batista, São Paulo Miki, e seus companheiros, mártires, da Ordem Ie III". No Calendário Romano São Paulo Miki encabeça os santos comemorados no dia 6 de fevereiro.

Isso tem sua razão de ser. Uma das características da reforma do Calendário Romano Geral, pedida pelo Concílio Vaticano II, é sua universalidade, mostrando a presença de santos em todas as partes do mundo atingidas pelo Evangelho de Cristo. Afirma Paulo VI na Carta Apostólica dada motu proprio, aprovando as Normas Universais do Ano Litúrgico e o Novo Calendário Romano Geral: "A supressão dos nomes de alguns santos universalmente conhecidos permitiu introduzir-se no Calendário Romano o nome de alguns Mártires daquelas regiões onde o anúncio do Evangelho chegou mais tarde. Assim, no mesmo catálogo, gozam de igual dignidade representantes de todos os povos, ilustres por terem derramado o sangue pelo Cristo ou praticado as mais altas virtudes".

Por isso, toda a Igreja celebra hoje os Mártires de Nagasaki, no Japão, que deram a vida pela fé em Jesus Cristo, no ano de 1597.

O Evangelho chegou ao Japão através de São Francisco Xavier em 1549. Depois disso, chegaram ao Japão muitos outros missionários, tanto jesuítas como de outras Ordens. A comunidade cristã floresceu. Em 1596, os católicos japoneses recebiam o primeiro bispo. Já um decênio antes começaram, porém, as perseguições. Em 1597, porém, houve as primeiras vítimas, os mártires de Nagasaki. Foram martirizados três jesuítas, entre os quais Paulo Miki, seis franciscanos espanhóis, liderados na missão por Pedro Batista e dezesseis leigos japoneses. Foram suspensos, cada um, numa cruz e transpassados com golpes de espada. Impressionante é a narração do martírio dos heróis da fé, escrita por um autor do tempo, que conservamos no Ofício das Leituras. Impressionante a atitude dos mártires, entre eles dois jovens adolescentes de 11 e de 13 anos!

Se, agora, a comemoração é proposta, tendo São Paulo Miki como cabeça e os outros como seus companheiros, é justamente para acentuar o caráter local do testemunho. Estas perseguições praticamente encerraram a presença evangelizadora da Igreja no Japão, que foi retomada apenas em 1875, quando foi permitida a liberdade religiosa.

A universalidade desse massacre por causa do Nome de Cristo e da fé no verdadeiro Deus manifesta-se tanto pela variedade de procedência dessas testemunhas da fé como pela idade deles. Estão representados, ainda, os vários estados de vida na Igreja: clérigos, religiosos e leigos. Vemos também várias Ordens como os jesuítas, os franciscanos, religiosos e seculares. Todos são chamados por Cristo, de todos os povos, de todas as raças, de todas as idades, de todos os estados de vida. A salvação de Deus por Cristo é oferecida a todos, sem exceção.

Por isso, a Igreja universal pode e deve alegrar-se e celebrar os santos mártires de Nagasaki de coração aberto, abraçando a todos igualmente no grande abraço de amor de Cristo à humanidade.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Santos Paulo Miki e companheiros, rogai por nós!

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