Santo Antão, Abade, Memória
Antífona de entrada
Iustus ut palma florébit: sicut cedrus Líbani multiplicábitur: plantátus in domo Dómini, in átriis domus Dei nostri. Ps. Bonum est confitéri Dómino: et psállere nómini tuo, Altíssime. (Ps. 91, 13. 14 et 2)
Vernáculo:
O justo florescerá como a palmeira e crescerá como o cedro do Líbano, plantado na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus. (Cf. MR: Sl 91, 13-14) Sl. Como é bom agradecermos ao Senhor, e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! (Cf. LH: Sl 91, 2)
Coleta
Ó Deus, chamastes o abade Santo Antão a vos servir no deserto numa vida heroica, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de renunciar a nós mesmos e de amar-vos acima de tudo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — 1Sm 9, 1-4. 17-19; 10, 1a
Leitura do Primeiro Livro de Samuel
9, 1Havia um homem de Benjamin, chamado Cis, filho de Abiel, filho de Seror, filho de Becorat, filho de Afia, um benjaminita, homem forte e valente. 2Ele tinha um filho chamado Saul, de boa apresentação. Entre os filhos de Israel não havia outro melhor do que ele: dos ombros para cima sobressaía a todo o povo.
3Ora, aconteceu que se perderam umas jumentas de Cis, pai de Saul. E Cis disse a seu filho Saul: “Toma contigo um dos criados, põe-te a caminho e vai procurar as jumentas”. Eles atravessaram a montanha de Efraim 4e a região de Salisa, mas não as encontraram. Passaram também pela região de Salim, sem encontrar nada; e, ainda pela terra de Benjamim, sem resultado algum.
17Quando Samuel avistou Saul, o Senhor lhe disse: “Este é o homem de quem te falei. Ele reinará sobre o meu povo”. 18Saul aproximou-se de Samuel, na soleira da porta, e disse-lhe: “Peço-te que me informes onde é a casa do vidente”. 19Samuel respondeu a Saul: “Sou eu mesmo o vidente. Sobe na minha frente ao santuário da colina. Hoje comereis comigo, e amanhã de manhã te deixarei partir, depois de te ter revelado tudo o que tens no coração”.
10, 1aNa manhã seguinte, Samuel tomou um pequeno frasco de azeite, derramou-o sobre a cabeça de Saul e beijou-o, dizendo: “Com isto o Senhor te ungiu como chefe do seu povo, Israel. Tu governarás o povo do Senhor e o livrarás das mãos de seus inimigos, que estão ao seu redor”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 20(21), 2-3. 4-5. 6-7 (R. 2a)
℟. Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.
— Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra; quanto exulta de alegria em vosso auxílio! O que sonhou seu coração, lhe concedestes; não recusastes os pedidos de seus lábios. ℟.
— Com bênção generosa o preparastes; de ouro puro coroastes sua fronte. A vida ele pediu e vós lhe destes, longos dias, vida longa pelos séculos. ℟.
— É grande a sua glória em vosso auxílio; de esplendor e majestade o revestistes. Transformastes o seu nome numa bênção, e o cobristes de alegria em vossa face. ℟.
℣. O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho. (Lc 4, 18) ℟.
Evangelho — Mc 2, 13-17
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 13Jesus saiu de novo para a beira mar. Toda a multidão ia ao seu encontro e Jesus os ensinava. 14Enquanto passava, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Levi se levantou e o seguiu.
15E aconteceu que, estando à mesa na casa de Levi, muitos cobradores de impostos e pecadores também estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. Com efeito, eram muitos os que o seguiam.
16Alguns doutores da Lei, que eram fariseus, viram que Jesus estava comendo com pecadores e cobradores de impostos. Então eles perguntaram aos discípulos: “Por que ele come com os cobradores de impostos e pecadores?”
17Tendo ouvido, Jesus respondeu-lhes: “Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Gradual Romano:
Desidérium ánimae eius tribuísti ei, Dómine, et voluntáte labiórum eius non fraudásti eum: posuísti in cápite eius corónam de lápide pretióso. (Ps. 20, 3. 4)
Vernáculo:
O que sonhou seu coração, lhe concedestes; não recusastes os pedidos de seus lábios. Com bênção generosa o preparastes; de ouro puro coroastes sua fronte. (Cf. LH: Sl 20, 3. 4)
Sobre as Oferendas
Nós vos pedimos, Senhor, aceitai os dons do nosso serviço apresentados em vosso altar na comemoração de Santo Antão, e concedei que, livres dos impedimentos terrestres, tenhamos só em vós a nossa riqueza. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Fidélis servus et prudens, quem constítuit Dóminus super famíliam suam: ut det illis in témpore trítici mensúram. (Lc. 12, 42; ℣. Ps. 111, 1. 2. 3. 4. 5-6a. 6b-7a. 7b-8. 9)
Vernáculo:
Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor encarregará dos servos da casa para lhes dar a alimentação na hora certa? (Cf. Bíblia CNBB: Lc 12, 42)
Depois da Comunhão
Tendo nos alimentado, Senhor, com vosso sacramento salutar, fazei-nos superar todas as tentações do inimigo, como destes a Santo Antão a graça de esplêndidas vitórias sobre as forças das trevas. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 17/01/2026
À mesa dos pecadores
Ao sentar-se à mesa com pecadores e publicanos, Jesus mostra que o seu Coração misericordiosíssimo abraça a todos nós, pobres pecadores.
Como é possível que Jesus, a própria santidade e perfeito cumpridor da Lei, se sente à mesa com pecadores e cobradores de impostos, gente tão ingrata ao povo da Aliança? O escândalo de que são tomados os fariseus que hoje se fazem essa pergunta não se deve senão à hipocrisia. Hipocrisia, antes de tudo, porque é Deus mesmo, a quem ofende o pecado, que desce dos céus para vir ao encontro do ofensor, e nisso nada há de condenável e escandaloso. Os fariseus, do alto de sua petulância, mostram como estão distantes do Coração de Cristo, ao julgarem que os caminhos dele têm de ajustar-se aos seus próprios critérios — humanos e mesquinhos. Os pensamentos do Altíssimo, com efeito, não são os nossos pensamentos, e se exigirmos dele que trate os pobres pecadores com a justiça e o rigor com que gostaríamos de vê-los castigados, também nós, que de culpas não estamos livres, seremos tratados com a mesma medida. Que Jesus, portanto, queira sentar-se à mesa com os que, de um modo ou de outro, o ofendem e lhe transgridem os Mandamentos, é algo que nos devia encher de alegria, porque é assim que Ele mostra não rejeitar nem desprezar ninguém. Pode até ser verdade que nós nunca tenhamos cometido grandes e gravíssimas faltas; mas quem pode dizer, sem mentira, que nunca admitiu em seu coração um mau desejo, uma pontada de orgulho, um movimento de vaidade, um juízo temerário? E se tivermos a graça de estar livres dessas manchas feias e terríveis que nos corroem a alma, não o atribuamos ao nosso mérito e virtude, mas à graça divina, que é derramada do céu para preservar a uns e perdoar a outros, reconduzir este e enriquecer aquele. Rogando hoje a Deus que nos conceda um coração misericordioso como o de seu Filho, deixemo-lo sentar-se sempre à nossa mesa e peçamos-lhe que converta a todos nós, pobres pecadores.
Deus abençoe você!
Santo do dia 17/01/2026
Santo Antão (Memória)
Local: Tebaida, Egito
Data: 17 de Janeiro † 356
Santo Antônio, abade, na tradição portuguesa é chamado Santo Antão. Este nome parece vir de Portugal. Santo Antão, muito venerado no Brasil, sobretudo como Patrono dos animais domésticos, é cultuado no mundo inteiro.
Santo Antão nasceu no Egito por volta do ano 250 e morreu com mais de 100 anos, em 356. Jovem ainda, perdeu os pais. Deles herdou uma considerável quantidade de bens, ficando aos seus cuidados uma irmã. Pouco depois, ouvindo o Evangelho na Liturgia: Se queres ser perfeito, vai, vende o que possuís e dá aos pobres (Mt 19, 21), considerando estas palavras dirigidas a ele, deu aos vizinhos sua melhor terra, vendeu o patrimônio que tinha, mantendo apenas o necessário para si e sua irmã. Mais uma vez, ele ouviu a passagem do Evangelho: Não vos preocupeis pelo dia de amanhã (Mt 6, 34), desfez-se de tudo o que possuía, confiou sua irmã a uma Casa de Virgens, retirou-se para um lugar solitário ou ao deserto, onde começou a levar vida de penitente, dedicando-se a trabalhos manuais, à oração e à leitura. Seu exemplo teve vasta ressonância e foi propagado em toda a Igreja por Santo Atanásio. É considerado o pai dos monges e de todas as formas de vida religiosa.
Antão teve muitos discípulos, fundou vários mosteiros, embora pessoalmente vivesse a maior parte do tempo em lugares solitários. Se ele é cognominado de "Abade" é porque foi considerado o pai, o iniciador do monaquismo na Igreja e não porque estivesse à frente de uma Comunidade monástica. Sensível aos problemas de seu tempo, colaborou para o bem comum com as autoridades eclesiásticas e civis.
A mensagem de Santo Antão: Procurou viver radicalmente o Evangelho, cumprindo o mandamento da pobreza e procurando realizar o mandamento do amor de Deus e do próximo. Ele serve a Deus por uma vida heroica, renunciando a si mesmo e amando a Deus acima de tudo. Sobressai a renúncia aos bens terrenos para possuir a única riqueza.
A Oração depois da Comunhão lembra que Antão, diante das muitas tentações pelas quais foi acometido, obteve esplêndidas vitórias. Trilhou, pois, o caminho da perfeição apontado por Cristo no Evangelho.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santo Antão, rogai por nós!


