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Antífona de entrada

No meio da Igreja o Senhor colocou a palavra nos seus lábios; deu-lhe o espírito de sabedoria e inteligência e o revestiu de glória. (Eclo 15, 5)

Ou:


O justo medita a sabedoria e sua palavra ensina a justiça, pois traz no coração a lei de seu Deus. (Sl 36, 30-31)
Meditátio cordis mei in conspéctu tuo semper: Dómine adiútor meus, et redémptor meus. Ps. Caeli enárrant glóriam Dei: et ópera mánuum eius annúntiat firmaméntum. (Ps. 18, 15 et 2)
Vernáculo:
Os pensamentos que me ocupam, Senhor, estão sempre diante de Vós. Senhor, Vós sois o meu auxílio e o meu Redentor. Sl. Os Céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a grandeza das suas obras. (Cf. MRQ: Sl 18, 15 e 2)

Coleta

Ó Deus, que fizestes do abade São Bernardo, inflamado de zelo por vossa casa, uma luz que brilha e ilumina a Igreja, dai-nos, por sua intercessão, o mesmo fervor para caminharmos sempre como filhos da luz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Ez 43, 1-7a)


Leitura da Profecia de Ezequiel


1O homem conduziu-me até a porta da casa do Senhor que dá para o nascente,2e eu vi a glória do Deus de Israel, vinda do oriente; um ruído a acompanhava, semelhante ao ruído de águas caudalosas, e a terra brilhava com a sua glória.

3A visão era idêntica à visão que tive quando ele veio destruir a cidade, bem como à visão que tive junto ao rio Cobar; e eu caí com o rosto no chão. 4A glória do Senhor entrou no Templo pela porta que dá para o nascente. 5Então o espírito raptou-me e me levou para dentro do pátio interno e eu vi que o Templo ficou cheio da glória do Senhor.

6Ouvi alguém falando-me de dentro do Templo, enquanto o homem esteve de pé junto a mim. 7aEle me disse: “Filho do homem, este é o lugar do meu trono, é o lugar em que coloco a planta dos meus pés, o lugar onde habitarei para sempre no meio dos israelitas”.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial (Sl 84)


℟. A glória do Senhor habitará em nossa terra.


— Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra. ℟.

— A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus. ℟.

— O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus. ℟.


https://youtu.be/5LZg-3F6XQY
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Vós tendes um só Pai, que está no céu, vosso Guia é um somente, é o Messias. (Mt 23, 9b. 10b) ℟.

Evangelho (Mt 23, 1-12)


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 1Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: 2“Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo.

5Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas.

6Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. 7Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre. 8Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos.

9Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é o vosso Guia, Cristo. 11Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Iustítiae Dómini rectae, laetificántes corda, et dulcióra super mel et favum: nam et servus tuus custódiet ea. (Ps. 18, 9. 11. 12)


Vernáculo:
Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. Suas palavras são mais doces que o mel, que o mel que sai dos favos. E vosso servo, instruído por elas, se empenha em guardá-las. (Cf. LH: Sl 18, 9ab. 11cd. 12ab)

Sobre as Oferendas

Nós vos apresentamos, ó Deus todo-poderoso, o sacramento da unidade e da paz, neste dia em que festejamos o abade São Bernardo, que, por suas palavras e ações, procurou incansavelmente a concórdia da Igreja. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Eis o servo fiel e prudente a quem o Senhor confiou sua casa, para dar a todos os pão de cada dia. (Lc 12, 42)
Gustáte et vidéte, quóniam suávis est Dóminus: beátus vir, qui sperat in eo. (Ps. 33, 9; ℣. Ps. 33, praeter ℣. 9)
Vernáculo:
Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! (Cf. MR: Sl 33, 9)

Depois da Comunhão

Ó Deus, que esta comunhão, na festa de São Bernardo, produza em nós os seus frutos para que, encorajados por seus exemplos e guiados por seus conselhos, sejamos arrebatados pelo amor do Verbo que se fez carne. Que vive e reina para sempre.

Homilia do dia 20/08/2022
Vaidade e hipocrisia

Deus nos fez para a glória do Céu. Esse fim para o qual fomos criados está de tal modo impresso em nosso coração que nós, marcados pelo pecado, tendemos a querer desfrutar desta glória já nesta vida.


O Evangelho da Missa nos chama hoje a meditar sobre o pecado da vaidade, mãe de inúmeros e disformes rebentos — dentre eles, a hipocrisia, sempre duramente repreendida por Nosso Senhor. "Quem se exaltar será humilhado", assim termina a leitura desta 3.ª-feira, "e quem se humilhar será exaltado". Nisto consiste, pois, a vaidade: no desejo desordenado que todos temos por manifestar aos outros as nossas "excelências" vazias, as nossas "glórias" de pés de barro (cf. Dn 2, 33), os nossos méritos imerecidos. Queremos parecer o que não somos, exibir o que não temos, fazer o que não podemos.

Pretendemos roubar a Deus o louvor que só a Ele é devido e esquecemo-nos de que, se há em nós algo de bom, foi dEle mesmo que o recebemos. Pois sem Ele, que opera em nós tanto o querer quanto o fazer (cf. Fl 2, 13), somos como varas secas, decepadas da videira (cf. Jo 15, 5). Quantas vezes ao dia não colocamos as nossas máscaras e, quais sepulcros caiados (cf. Mt 23, 27), julgamo-nos melhores que os outros, comprazemo-nos diante da nossa piedade — jejuns, esmolas, orações... — e, esquecidos de nossas inúmeras misérias e da infinita misericórdia do Senhor, pensamos ser os autores de todo o bem que fazemos!

O remédio para esse apetite louco e vão, que nos impele a tomar o lugar do Altíssimo, é reconhecer todos os dias, com fervor e sinceridade, os santos direitos de Deus: dar a Ele o que lhe é devido e recusar dar a nós mesmos, ao mundo e aos homens a honra e o louvor que somente podem pertencer Àquele que tudo fez com sabedoria e bondade. Que a Virgem Santíssima, Espelho da justiça, nos ajude a tudo fazermos para a maior glória de Deus, bendito pelos séculos. A nós, vermes e servos inúteis, o pecado e a vergonha; a Ele, três vezes santo, o poder e glória para sempre!

Deus abençoe você!

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Homilia Diária | Os quatro níveis do amor (Memória de São Bernardo, Presbítero e Doutor da Igreja)

Ao celebrar hoje a memória de São Bernardo de Claraval, a Igreja nos convida a refletir sobre os vários graus por que a caridade cristã deve passar até chegar à sua plena maturidade, na qual Deus, infinitamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, torna-se tudo para nós.Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para este sábado, dia 20 de agosto, e peçamos juntos ao Doutor Melífluo, que nos alcance do Senhor Jesus a graça de crescermos no amor a Deus e, por Ele, ao próximo!


https://youtu.be/EisZdpg9v0k

Santo do dia 20/08/2022


São Bernardo de Claraval, Abade e Doutor da Igreja (Memória)
Local: Hildesheim, Alemanha
Data: 20 de Agosto † 1153


Bernardo nasceu em Dijon, na Borgonha, em 1090, de família nobre. Aos 19 anos, abandonou o mundo para ingressar na Ordem de Cister há pouco fundada com um grupo de moços e a levou ao apogeu no século XII. São Bernardo pode ser considerado o segundo fundador da Ordem Cisterciense. Quando Bernardo entrou, a Ordem só contava com vinte membros e um único mosteiro. Eleito prior da nova fundação de Claraval, durante os trinta e oito anos que durou sua direção, a Ordem cresceu até 343 mosteiros.

Pelo que sabemos, São Bernardo foi a personalidade mais empolgante da primeira metade do século XII: foi pregador, místico, político, polemista, escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro de papas, reis e bispos.

Mesmo como monge teve que deixar seu mundo de contemplação, o mosteiro, para envolver-se nas questões que agitavam a sociedade. Defendeu a reforma cisterciense contra os beneditinos cluniacenses, combateu os ensinamentos de vários mestres do tempo, atacou as ideias heréticas que se disseminavam através da Europa, esteve presente em vários sínodos de bispos, envolveu-se no cisma (Anacleto II contra Inocêncio II) que dividiu a Igreja, com dois papas disputando o poder.

Por incumbência do papa Eugênio III, seu antigo discípulo, percorreu a França, Flandres, Alemanha, concitando os príncipes a formarem uma cruzada contra os turcos que teve êxito militar negativo, pelo que ele sofreu duras críticas. Enfim, mesmo como monge de vida contemplativa, esteve praticamente presente em todos os grandes acontecimentos da época.

São Bernardo deixou profunda marca na história da espiritualidade católica. Seus escritos revelam amor profundo aos mistérios da humanidade do Salvador. O que ele pregava e praticava sobretudo com os monges, São Francisco de Assis divulgará no século seguinte. Bernardo emerge entre os Santos Padres como o Cantor do Amor Eterno que se revelou em Cristo desde Belém até ao Gólgota. Ele é também o poeta incomparável da Virgem Maria.

Enquanto empreendia mais uma missão pacificadora, Bernardo sentiu-se vencido pela doença; fez-se conduzir a seu mosteiro de Claraval e, rodeado pelo afeto e admiração dos seus monges, entregou sua alma a Deus. Era o dia 20 de agosto de 1153. A Igreja o elevou às honras dos altares doze anos depois, e lhe conferiu o título de Doutor da Igreja.

O hino próprio de Laudes e Vésperas traduz bem a grande figura de São Bernardo. Ele é cantado pela Igreja como luz celeste. O Cristo nele, sol vivo que flameja, o faz coluna, escudo e doutor da sua Igreja. Ninguém com mais ternura fala de Maria; semeia de claustros a Europa e o mundo inteiro; os papas o consultam e dos reis é conselheiro.

A Antífona do Benedictus o canta como luz do Verbo eterno que irradia em toda a Igreja a luz da fé e da doutrina. Ele é chamado de doutor melífluo na Antífona do Magnificat: Doutor melífluo, São Bernardo, do Esposo sois amigo, sois cantor da Virgem Mãe, sois ilustre em Claraval, e pastor dos mais insignes. No hino se diz que ele se derramou como mel sobre toda a humanidade.

As orações da Missa também são generosas em exaltar as grandezas de São Bernardo de Claraval. Na Oração coleta o santo é realçado como abade inflamado de zelo pela casa de Deus, isto é, a Igreja, uma luz que brilha e ilumina a Igreja. Na Oração sobre as oferendas a Igreja apresenta a Deus o sacramento da unidade e da paz, pela intercessão de São Bernardo, que por suas palavras e ações procurou incansavelmente a concórdia da Igreja. Portanto, São Bernardo é também exemplo a ser imitado na promoção da paz e da unidade. A Oração depois da Comunhão nos leva à imitação de São Bernardo no seu arrebatado amor pelo Verbo que se fez carne. São Bernardo precedeu São Francisco de Assis na contemplação dos mistérios da humanidade do Salvador. No sermão 83 sobre o Cântico dos Cânticos meditado no Oficio das Leituras, lemos: Amo porque amo, amo para amar.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Bernardo de Claraval, rogai por nós!

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil