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Antífona de entrada

Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor; chamarei um pastor que as conduza e serei o seu Deus. (Ez 34, 11. 23-24)
Sacerdótes Dei, benedícite Dóminum; sancti et húmiles corde, laudáte Deum. Cant. Benedícite ómnia ópera Dómini Dómino: laudáte et superexaltáte eum in saécula. (Dan. 3, 84. 87 et 57)
Vernáculo:
Bendizei, sacerdotes do Senhor, ao Senhor; bendizei, santos e humildes de coração, ao Senhor. Cant. Bendizei ao Senhor, todas as obras do Senhor; aclamai e superexaltai-o pelos séculos! (Cf. Bíblia CNBB: Dn 3, 84a. 87a. e 57)

Coleta

Ó Deus, criador de todas as coisas, que colocastes o bispo São Policarpo nas fileiras dos vossos mártires, concedei-nos, por sua intercessão, participar com ele do cálice de Cristo, e ressuscitar para a vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Tg 4, 13-17)


Leitura da Carta de São Tiago


Caríssimos, 13e agora, vós que dizeis: “Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, passaremos ali um ano, negociando e ganhando dinheiro”. 14No entanto, não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida amanhã! Com efeito, não passais de uma neblina que se vê por um instante e logo desaparece.

15Em vez de dizer: “Se o Senhor quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo”, 16vós vos gloriais de vossas fanfarronadas. Ora, toda a arrogância deste tipo é um mal. 17Assim, aquele que sabe fazer o bem e não o faz incorre em pecado.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial (Sl 48)


℟. Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Céus!


— Ouvi isto, povos todos do universo, muita atenção, ó habitantes deste mundo; poderosos e humildes, escutai-me, ricos e pobres, todos juntos, sede atentos! ℟.

— Por que temer os dias maus e infelizes, quando a malícia dos perversos me circunda? Por que temer os que confiam nas riquezas e se gloriam na abundância de seus bens? ℟.

— Ninguém se livra de sua morte por dinheiro nem a Deus pode pagar o seu resgate. A isenção da própria morte não tem preço; não há riqueza que a possa adquirir, nem dar ao homem uma vida sem limites e garantir-lhe uma existência imortal. ℟.

— Morrem os sábios e os ricos igualmente; morrem os loucos e também os insensatos, e deixam tudo o que possuem aos estranhos. ℟.


https://youtu.be/Fb9yuuL7yCM
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim. (Jo 14, 6) ℟.

Evangelho (Mc 9, 38-40)


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Marcos 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Invéni David servum meum, óleo sancto unxi eum: manus enim mea auxiliábitur ei, et bráchium meum confortábit eum. (Ps. 88, 21. 22)


Vernáculo:
Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado. Estará sempre com ele minha mão onipotente, e meu braço poderoso há de ser a sua força. (Cf. LH: Sl 88, 21. 22)

Sobre as Oferendas

Olhai com bondade, ó Deus, o sacrifício que vamos oferecer em vosso altar na festa de são Policarpo, para que, alcançando-nos o perdão, glorifique o vosso nome. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Não fostes vós que me escolhestes, diz o Senhor. Fui eu que vos escolhi e vos enviei para produzirdes frutos, e o vosso fruto permaneça. (Jo 15, 16)
Posuísti Dómine in cápite eius corónam de lápide pretióso. (Ps. 20, 4; ℣. Ps. 20, 2. 3. 5. 6. 7. 8. 14)
Vernáculo:
Com bênção generosa o preparastes; de ouro puro coroastes sua fronte. (Cf. LH: Sl 20, 4)

Depois da Comunhão

Alimentados pela Eucaristia, nós vos pedimos, ó Deus, que, seguindo o exemplo de são Policarpo, procuremos proclamar a fé que abraçou e praticar a doutrina que ensinou. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 23/02/2022
Há graça fora da Igreja?

É verdade de fé a afirmação infalível de que fora da Igreja Católica é impossível ser salvo. Mas daí não se segue que a ação salvífica de Deus, por meio de suas incontáveis graças, esteja limitada à contextura visível da Igreja, já que Ele não está subordinado aos meios que instituiu.


No Evangelho de hoje, logo nos primeiros versículos, vemos que os discípulos, como de costume, nada entenderam do que lhes havia dito Jesus, e isto se depreende das palavras um tanto arrogantes do Apóstolo João: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós”, que nos julgamos os únicos detentores legítimos da graça, “o proibimos, porque ele não nos segue”. A Igreja pronunciou-se definitivamente contra esse erro, ao condenar a proposição jansenista que afirmava não ser concedida nenhuma graça fora dos limites visíveis da Igreja Católica (cf. DH 2429), como se a ação salvífica de Deus estivesse de algum modo limitada. É verdade, sim, que não há salvação fora da Igreja e que esta, enquanto sociedade perfeita, possui uma contextura visível e institucional, reconhecível neste mundo em meio de outras organizações humanas. Isso não implica, contudo, que seja absolutamente impossível que alguém, não incorporado à Igreja como membro visível, mas ordenado a ela “por certo desejo e voto inconsciente” (Pio XII, Mystici Corporis) animado pela caridade e pela fé sobrenatural, obtenha a salvação eterna, por graça e misericórdia de Deus. O problema é que, segundo as disposições do mesmo Deus, o único caminho seguro de salvação que nos foi revelado consiste em crer, receber o Batismo e incorporar-se à unidade, tanto espiritual como visível, da Igreja de Cristo, de maneira que os que se encontram fora dela, num estado em que não podem estar seguros da própria salvação, “carecem de tantas e tão grandes graças e auxílios celestes dos quais só na Igreja Católica podem fruir” (Pio XII, ibid.), que a sua salvação se torna muitíssimo difícil, para não dizer de todo improvável. Ora, os limites visíveis da Igreja, com seus ritos santificadores e suas práticas voltadas a incrementar o fervor da piedade, são uma segurança e garantia para nós, mas não uma limitação para a ação de Deus, e para dar-se conta disto basta pensar que nós mesmos não seríamos cristãos se antes — quando ainda não pertencíamos à contextura visível da Igreja e, provavelmente, professávamos uma falsa religião — não fôssemos alcançados pela graça divina e movidos a dar o nosso sim ao convite que a Igreja dirige a quantos erram longe do único redil de Jesus Cristo: “Acorram todos conosco à única Cabeça, na comunhão de uma caridade gloriosíssima” (Pio XII, ibid.). E se nós, quando ainda éramos pagãos, recebemos o dom maravilhoso de conhecer a verdade e acolher das mãos benévolas de Deus meios tão seguros e apropriados à nossa santificação e salvação, temos agora o dever de atrair para a comunhão da Igreja, com afeto e firmeza, todos os que infelizmente ainda carecem deste sacramento universal de salvação, sem o qual ninguém pode entrar no Reino celeste.


Deus abençoe você!

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Homilia Diária | Um ancião levado ao fogo (Memória de São Policarpo, Bispo e Mártir)

O martírio de São Policarpo de Esmirna, cuja memória hoje celebramos, realizou de modo admirável aquelas palavras do Senhor: “Se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto”. Por amor ao nome de Cristo e à fé recebida dos Apóstolos, temos de estar dispostos, confiantes no auxílio da graça, a derramar o próprio sangue e oferecer ao Pai nosso corpo e espírito em holocausto de amor e fidelidade. Assista à homilia desta quarta-feira, dia 23 de fevereiro, e peçamos a intercessão deste santo mártir que fez de tudo para preservar a verdadeira fé.


https://youtu.be/UbgU-5tFS6Y

Santo do dia 23/02/2022


São Policarpo (Memória)
Local: Esmirna, Turquia
Data: 23 de Fevereiro † c. 155


São Policarpo, discípulo do apóstolo e evangelista São João, foi bispo de Esmirna na Turquia atual, onde acolheu Santo Inácio de Antioquia a caminho de Roma para o martírio.

Policarpo tratou com o papa Aniceto sobre a questão da data da Páscoa. No Oriente se dava preferência ao dia da morte de Cristo e, no Ocidente, tinha-se adotado a comemoração da Ressurreição do Senhor. As duas tradições foram mutuamente respeitadas.

Policarpo permanece na história da Igreja como um dos clássicos bispos mártires, sendo o outro Santo Inácio de Antioquia, que viveram ainda no tempo dos Apóstolos, e por isso são chamados Padres apostólicos. Policarpo escreveu uma carta dirigida aos filipenses.

Bispo de Esmirna, Policarpo é uma das mais venerandas figuras de Mártires da antiguidade cristã. O seu martírio foi relatado através de uma carta da Igreja de Esmirna para a Igreja de Deus que vive em Filomélio e para todas as comunidades da santa Igreja Católica, que vivem em todos os lugares.

A narração que atesta o seu martírio constitui o mais antigo documento sobre o culto dos mártires. O venerável ancião de 86 anos foi levado ao martírio numa fogueira. Vale a pena transcrever a descrição do martírio e, sobretudo, a oração que ele eleva a Deus, uma verdadeira ação de graças que, no seu gênero literário, aproxima-se das orações eucarísticas mais antigas, relato que se pode encontrar na leitura patrística de sua festa.

"Amarrado com as mãos para trás, Policarpo era como um cordeiro escolhido, tirado de um grande rebanho para o sacrifício, uma vítima agradável preparada para Deus. Levantando os olhos ao céu, ele disse: Senhor Deus todo-poderoso, Pai do vosso amado e bendito Filho Jesus Cristo, por quem vos conhecemos, Deus dos anjos e dos poderes celestiais, de toda a criação e de todos os justos que vivem diante de vós, eu vos bendigo porque neste dia e nesta hora, incluído no número dos mártires, me julgastes digno de tomar parte no cálice de vosso Cristo e ressuscitar em corpo e alma para a vida eterna, na incorruptibilidade, por meio do Espírito Santo. Recebei-me hoje, entre eles, na vossa presença, como um sacrifício perfeito e agradável; e o que me haveis preparado e revelado, realizai-o agora, Deus de verdade e retidão. Por isso e por todas as coisas, eu vos louvo, bendigo e glorifico por meio do eterno e celeste Pontífice Jesus Cristo, vosso amado Filho. Por ele e com ele seja dada toda glória a vós, na unidade do Espírito Santo, agora e pelos séculos. Amém.

Depois de ter dito Amém e ter terminado a oração, os algozes atearam o fogo e levantou-se uma grande labareda.

Então nós, a quem foi dado contemplar, vimos um milagre - pois para anunciá-lo aos outros é que fomos poupados. O fogo tomou a forma de uma abóbada, como a vela de um barco batida pelo vento, e envolveu o corpo do mártir por todos os lados; ele estava no meio, não como carne queimada, mas como um pão que é cozido ou o ouro e a prata incandescente na fornalha. E sentimos um odor de tanta suavidade que parecia se estar queimando incenso ou outro perfume precioso".

Observe-se a ação de graças dirigida ao Pai pelo Cristo na força do Espírito Santo. A comparação da oferta: o cordeiro feito pão.

Pelo fato de o fogo não ter devorado o corpo, Policarpo foi golpeado com punhal e os cristãos sepultaram os seus ossos. Neste ponto da carta temos um precioso testemunho do culto dos mártires já no segundo século da Igreja. A morte de Policarpo vem situada no ano de 155 ou 156. Eis a observação: "Desse modo, pudemos mais tarde recolher seus ossos, mais preciosos do que pedras preciosas e mais valiosos do que o ouro, para colocá-los em lugar conveniente. Quando possível, é aí que o Senhor nos permitirá reunir-nos na alegria e contentamento, para celebrar o aniversário de seu martírio, em memória daqueles que combateram antes de nós, e para exercitar e preparar aqueles que deverão combater no futuro".

As Antífonas do cântico evangélico de Laudes e Vésperas trazem em suas palavras a atitude do santo mártir.

Laudes: Há oitenta e seis anos que eu sirvo a Cristo, e nunca ele fez algum mal para mim; como posso, então, maldizer o meu Rei, meu Senhor e Salvador?

Vésperas: Bendito sejais, Senhor onipotente, que me destes a beber do cálice de Cristo, e me destes esta graça de tornar-me vosso mártir!

A Oração coleta apresenta São Policarpo como alguém que soube transformar a sua vida em ação de graças ao Criador e que está diante dos cristãos como testemunha eloquente da Paixão e Ressurreição do Senhor. Que nós possamos participar com ele do cálice de Cristo e ressuscitar para a vida eterna.

Para captar bem o lugar que Policarpo ocupa na Igreja como bispo e mártir convém tomar conhecimento ainda do Responsório da leitura patrística, que o apresenta como o anjo da Igreja de Esmirna, conforme o Apocalipse de São João.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Policarpo, rogai por nós!

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil