Antífona de entrada
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Primeira Leitura (1Rs 19, 16b. 19-21)
Leitura do Primeiro Livro dos Reis
Naqueles dias, disse o Senhor a Elias: 16bvai e unge a Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar.
19Elias partiu dali e encontrou Eliseu, filho de Safat, lavrando a terra com doze juntas de bois; e ele mesmo conduzia a última. Elias, ao passar perto de Eliseu, lançou sobre ele o seu manto.
20Então Eliseu deixou os bois e correu atrás de Elias, dizendo: “Deixa-me primeiro ir beijar meu pai e minha mãe, depois te seguirei”.
Elias respondeu: “Vai e volta! Pois o que te fiz eu?”
21Ele retirou-se, tomou a junta de bois e os imolou. Com a madeira do arado e da canga assou a carne e deu de comer à sua gente. Depois levantou-se, seguiu Elias e pôs-se ao seu serviço.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 15)
℟. Ó Senhor, sois minha herança para sempre!
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor: nenhum bem eu posso achar fora de vós!” Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos! ℟.
— Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo. ℟.
— Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção. ℟.
— Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado! ℟.
Segunda Leitura (Gl 5, 1. 13-18)
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas
Irmãos: 1É para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai pois firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão.
13Sim, irmãos, fostes chamados para a liberdade. Porém, não façais dessa liberdade um pretexto para servirdes à carne. Pelo contrário, fazei-vos escravos uns dos outros, pela caridade.
14Com efeito, toda a Lei se resume neste único mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
15Mas, se vos mordeis e vos devorais uns aos outros, cuidado para não serdes consumidos uns pelos outros.
16Eu vos ordeno: Procedei segundo o Espírito. Assim, não satisfareis aos desejos da carne. 17Pois a carne tem desejos contra o espírito, e o espírito tem desejos contra a carne. Há uma oposição entre carne e espírito, de modo que nem sempre fazeis o que gostaríeis de fazer.
18Se, porém, sois conduzidos pelo Espírito, então não estais sob o jugo da Lei.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Evangelho (Lc 9, 51-62)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
E stava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém 52e enviou mensageiros à sua frente.
Estes puseram-se a caminho e entraram num povoado de samaritanos, para preparar hospedagem para Jesus. 53Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém.
54Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?”
55Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. 56E partiram para outro povoado.
57Enquanto estavam caminhando, alguém na estrada disse a Jesus: “Eu te seguirei para onde quer que fores”.
58Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”.
59Jesus disse a outro: “Segue-me”.
Este respondeu: “Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai”.
60Jesus respondeu: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”.
61Um outro ainda lhe disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares”.
62Jesus, porém, respondeu-lhe: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Sicut in holocáusto aríetum et taurórum, et sicut in míllibus agnórum pínguium: sic fiat sacrifícium nostrum in conspéctu tuo hódie, ut pláceat tibi: quia non est confúsio confidéntibus in te Dómine. (Dan. 3, 40)
Sobre as Oferendas
Ó Deus, que nos assegurais os frutos dos vossos sacramentos, concedei que o povo reunido para vos servir corresponda à santidade dos vossos dons. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Depois da Comunhão
Ó Deus, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, que oferecemos em sacrifício e recebemos em comunhão, nos transmitam uma vida nova, para que, unidos a vós pela caridade que não passa, possamos produzir frutos que permaneçam. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 26/06/2022
O rosto endurecido de Cristo
Quando vê aproximar-se a sua hora, Jesus endurece o rosto, tomado por uma “firme decisão”: partir para Jerusalém e entregar a própria vida. No Evangelho, o Cristo manda que façamos a mesma coisa, pois “quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.
A partir deste capítulo do Evangelho de São Lucas, tem-se a narração da subida de Cristo para Jerusalém: "Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém e enviou mensageiros à sua frente" (v. 51-52).
Assim como, no êxodo do povo de Israel, Moisés teve que enfrentar o Faraó, Cristo também vai preparando os discípulos para a Sua paixão. Os versículos iniciais da leitura proclamada neste domingo indicam uma determinação por parte de Cristo: o original grego é ainda mais veemente, ao dizer, lit., que ele "endureceu o rosto" (αὐτὸς τὸ πρόσωπον ἐστήρισεν). Aquilo a que as traduções dão uma interpretação espiritual o escritor sagrado manifestou simplesmente de modo físico, quase que reverberando as palavras do profeta Isaías sobre o servo sofredor (cf. Is 50, 7), que conservaria o seu rosto impassível como pedra (כַּֽחַלָּמִ֔יש).
Essa mesma expressão de firmeza Jesus quer que Seus discípulos assumam, quando diz: "Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus" (v. 62).
Uma pessoa que compreendeu bem essa mensagem de Cristo foi a grande mística e doutora Teresa d'Ávila, a santa da "determinada determinação". Em sua obra Castelo Interior, ao aconselhar as suas irmãs no atinente às "segundas moradas", ela escreve:
"Que ela [a alma] esteja de sobreaviso para não se deixar vencer; o demônio se afastará depressa se a vir com grande determinação de não voltar às primeiras moradas, preferindo a isso perder a vida, o descanso e tudo o que ele lhe oferece. Que seja viril, e não imite os que se deitavam de bruços para beber, quando iam para o combate, não me lembro com quem. Em vez disso, ela deve determinar-se com firmeza: vai pelejar com todos os demônios e não há melhores armas do que as da cruz."
Revela-se aqui, novamente, a grande ligação que existe entre a vida cristã e a mortificação. Não é possível seguirmos a Nosso Senhor sem que tomemos quotidianamente a nossa cruz para segui-Lo. Para entrarmos na posse perfeita do que Deus que é amor, precisamos antes fazer morrer o nosso "eu" egoísta e preguiçoso. Só viverá a glória da ressurreição quem resolutamente se entregar ao mistério da Cruz.
Deus abençoe você!
No Evangelho deste domingo, ao ver aproximar-se a sua hora, Nosso Senhor endurece o rosto, tomado por uma “firme decisão”: partir para Jerusalém e entregar a própria vida. No Evangelho, o Cristo manda que façamos a mesma coisa, pois “quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”. Ouça esta homilia dominical e fortaleça a sua resolução de servir a Deus, procurando imitar a “determinada determinação” de Nosso Senhor.
Santo do dia 26/06/2022
São João e São Paulo, Mártires (Memória Facultativa)
Local: Roma
Data: 26 de Junho † s. IV
João e Paulo, irmãos, foram eunucos de Constantino. Segundo as Atas, ambos, durante uma guerra, conseguiram converter o general Galicano, sob cujas ordens combatiam.
Depois da vitória, aquele cabo de guerra retirou-se para Óstia, e passou a viver ao lado dum santo homem de grande reputação, chamado Hilário. Sabedor do que sucedera com Galicano, Juliano, o Apóstata ordenou que o general sacrificasse aos deuses. O militar rapidamente, antes que o pilhassem, fugiu, buscando o Egito. Ali, pouco depois, capturado por pagãos, sofreu o martírio, entregando a bela alma ao Criador. Hilário, que se deixara ficar em Óstia, teve a mesma sorte daquele que o procurara e que com ele tão pouco convivera.
Em Roma, João e Paulo determinaram não mais tornar ao palácio. Juliano, irritado, fez com que fossem buscá-los. Tarenciano, o encarregado de aos dois homens arrancar a promessa de que sacrificariam aos deuses, encontrou-os na maior disposição de ânimo, prontos a enfrentar o que quer que seja, menos apostatar. E o imperador, no auge da cólera, mandou que os decapitassem e enterrassem na própria casa em que estavam vivendo, isto porque desejava espalhar a notícia de que os dois haviam sido enviados ao exílio - o que de fato se espalhou pela cidade, imediatamente após o martírio.
Morto Juliano, na campanha contra os persas, dois homens que haviam assistido à morte de João e Paulo revelaram às autoridades, agora sob Joviano e a fé do imperador Constantino, o lugar em que os corpos estavam sepultados.
Diz-se que Tarenciano, convertido, escreveu a história dos dois irmãos, que, antes de morrer, haviam incumbido um sacerdote, Crispo, um clérigo, Crispiano, e uma mulher, Benedita, para que lhes distribuíssem os bens entre a pobreza.
Os críticos não depositam nenhuma confiança na autenticidade desta narrativa que acima bosquejamos, simplesmente porque os fatos contradizem a história, uma vez que o imperador apóstata, sobrinho de Constantino, jamais residiu em Roma e, sob seu governo, não ocorreram perseguições sangrentas no Ocidente. Juliano, que repudiou a fé cristã e procurou restabelecer o paganismo, fê-lo, dizem os historiadores, mais por meios suasórios que pela violência, ele mesmo escrevendo em favor das antigas crenças.
Existe, entre a descrição da Paixão e a basílica dos dois santos mártires, uma certa concordância. A basílica, para o arqueólogo cristão, apresenta difícil e interessante problema. Instalada numa casa particular, elevava-se numa das mais antigas ruas de Roma, na região do monte Célio. As pinturas que a revestem, do século V, lembram Crispo, Crispiano e Benedita - porque representam dois homens e uma mulher sendo vítimas do martírio.
João e Paulo são duas personagens misteriosas? Quem foram eles? Há os que creem na Paixão e há os que supõem que os corpos sejam os do apóstolo São João, ou de São João Batista, e do apóstolo Paulo.
No resumo do martirológio, contudo, lê-se: "Em Roma, no monte Célio, os santos mártires João e Paulo, irmãos: o primeiro era intendente, e o segundo primicério da casa da virgem Constância, filha do imperador Constantino; os dois, ao mesmo tempo, foram decapitados e receberam a palma do martírio, sob Juliano, o Apóstata."
Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume XI. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 21 jun. 2021.
São João e São Paulo, rogai por nós!