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Reze os Mistérios Dolorosos com imagens

Antífona de entrada

Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor. (1Sm 2, 35)
Loquétur Dóminus pacem in plebem suam: et super sanctos suos, et in eos qui convertúntur ad ipsum. Ps. Benedixísti, Dómine, terram tuam: avertísti captivitátem Iacob. (Ps. 84, 9 et 2)
Vernáculo:
Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração. Sl. Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. (Cf. LH: Sl 84, 9 e 2)

Coleta

Ó Deus, vós concedestes ao bispo santo Irineu firmar a verdadeira doutrina e a paz da Igreja; renovai em nós a fé e a caridade, para que nos apliquemos constantemente em alimentar a união e a concórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Am 3, 1-8; 4, 11-12)


Leitura da Profecia de Amós


3, 1Ouvi, filhos de Israel, a palavra que disse o Senhor para vós e para todas as tribos que eu retirei do Egito: 2“Dentre todas as nações da terra, somente a vós reconheci; por isso usarei o castigo por todas as vossas iniquidades. 3Se duas pessoas caminham juntas, não é porque estão de acordo? 4Se o leão ruge na selva, não é porque encontrou a presa? Se no covil rosna o filhote do leão, não é porque agarrou sua parte?

5Acaso, sem armadilha, se prende uma ave no chão? Acaso dispara a armadilha, antes de capturar a presa? 6Se ressoa na cidade o toque da trombeta, não fica a população apavorada? Se acontece uma desgraça na cidade, não foi o Senhor que fez? 7Pois nada fará o Senhor Deus, que não revele o plano a seus servos, os profetas. 8Ruge o leão, quem não terá medo? Falou o Senhor Deus, quem não será seu profeta?”

4, 11“Eu arrasei-vos, como arrasei Sodoma e Gomorra, e ficastes como um tição, retirado da fogueira; e, contudo, não voltastes para mim”, diz o Senhor. 12“Por isso, assim te tratarei, Israel; e, porque sabes como te vou tratar, prepara-te, Israel, para ajustar contas com o teu Deus.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial (Sl 5)


℟. Na vossa justiça, guiai-me, Senhor!


— Não sois um Deus a quem agrade a iniquidade, não pode o mau morar convosco; nem os ímpios poderão permanecer perante os vossos olhos. ℟.

— Detestais o que pratica a iniquidade e destruís o mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário, o perverso e enganador. ℟.

— Eu, porém, por vossa graça generosa, posso entrar em vossa casa. E, voltado reverente ao vosso templo, com respeito vos adoro. ℟.


https://youtu.be/G-qYNGgWztY
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. (Sl 129, 5) ℟.

Evangelho (Mt 8, 23-27)


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 23Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. 24E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia.

25Os discípulos aproximaram-se e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!” 26Jesus respondeu: “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?” Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. 27Os homens ficaram admirados e diziam: “Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?”

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Benedícam Dóminum, qui mihi tríbuit intelléctu: providébam Deum in conspéctu meo semper: quóniam a dextris est mihi, ne commóvear. (Ps. 15, 7. 8)


Vernáculo:
Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo. (Cf. LH: Sl 15, 7. 8)

Sobre as Oferendas

Possa glorificar-vos, ó Deus, este sacrifício oferecido com alegria na festa de santo Irineu; que ele nos leve a amar a verdade, para guardarmos inabaláveis a fé e a unidade da Igreja. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Eu vim para que tenham a vida e a tenham cada vez mais, diz o Senhor. (Jo 10, 10)
Quod dico vobis in ténebris, dícite in lúmine, dicit Dóminus: et quod in aure audítis, praedicáte super tecta. (Mt. 10, 27; ℣. Ps. 125, 1. 2ab. 2cd. 3. 4. 5. 6ab. 6cd)
Vernáculo:
O que vos digo no escuro, dizei-o à luz do dia; o que vos é sussurrado ao ouvido, proclamai-o sobre os telhados! (Cf. Bíblia CNBB: Mt 10, 27)

Depois da Comunhão

Ó Deus, por estes sagrados mistérios, aumentai em nós aquela fé que, mantida até o fim, coroou de glória santo Irineu; dai que também nós sejamos justificados, seguindo-a fielmente. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 28/06/2022
Quando Jesus parece dormir

“Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia”.


Explicação do texto. — “Naquele tempo”, após ter contado ao povo várias parábolas, “Jesus entrou na barca” (εἰς τὸ πλοῖον), isto é, no pequeno navio de que Ele costumava se servir em suas viagens, “e seus discípulos o acompanharam” (ἠκολούθησαν αὐτῷ οἱ μαθηταὶ αὐτοῦ), ou seja, os doze Apóstolos, que aqui o seguem como acólitos fiéis e obedientes. “E eis que houve uma grande tempestade no mar” (καὶ ἰδοὺ σεισμὸς μέγας ἐγένετο ἐν τῇ θαλάσσῃ), isto é, eis que se deu em pleno mar uma grande agitação e um tremor tão grande, que “a barca estava sendo coberta”, a ponto de não ser mais visível, “pelas ondas” (ὥστε τὸ πλοῖον καλύπτεσθαι ὑπὸ τῶν κυμάτων); “Jesus, porém, dormia” profundamente (αὐτὸς δὲ ἐκάθευδεν) sobre um travesseiro, na popa do navio (cf. Mc 4, 28), a fim de descansar um pouco de seus trabalhos e pôr à prova a fé dos discípulos. Estes, com efeito, aterrados ante o perigo iminente e não muito confiantes no poder do Mestre, apesar de já a terem constatado antes em numerosas ocasiões, aproximaram-se dele “e o acordaram, dizendo: ‘Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!’” (Κύριε, σῶσον, ἀπολλύμεθα). Mas Jesus, sabendo que todo aquele medo não tinha outra razão senão a pouca fé deles, repreende-os: “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?”, ou, segundo o teor dos originais gregos: “Por que sois tão covardes, homens de pouca fé?” (Τί δειλοί ἐστε, ὀλιγόπιστοι;). “Então, levantando-se”, Jesus, com a autoridade de quem se sabe Rei de toda a criação, “ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria” (καὶ ἐγένετο γαλήνη μεγάλη), em contraste com o grande sismo (σεισμὸς μέγας) que pouco antes se fizera sentir. Os discípulos, enfim, perguntam-se entre si, numa clara manifestação de que ainda era realmente pequena e superficial a fé que tinham em Cristo: afinal, “quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?”

Sentido simbólico. — A barca em que está Jesus é figura da Igreja, que é acossada de todos os lados, enquanto navega pelo mar deste mundo, pelas vagas de tantas perseguições e tentações, que a atingem não só por fora, mas também interiormente, pela infidelidade de muitos de seus membros. As ondas (isto é, as tribulações) podem chegar às vezes a proporções tamanhas, que se torne quase impossível, a um olhar excessivamente carnal, discernir onde no mundo está a Igreja, oculta em meio a tantos tormentos: “A barca estava sendo coberta pelas ondas”. O Senhor, entretanto, prefere permanecer “adormecido”, não por indiferença, mas por paciência, até que, estimulado pelas preces insistentes dos santos, Ele resolva em sua providência dar fim às tribulações e devolver aos seus a tranquilidade que desejam (cf. Tertuliano, De bapt., 12: PL 1, 1321). Assim, pois, a) na barca de Pedro temos figurada a Igreja Católica; b) na procela do mar vemos uma imagem das perseguições e crises pelas quais tem de passar neste mundo a Esposa de Cristo; c) a calmaria, por fim, é símbolo da vitória que apenas em Cristo podemos encontrar.

Sentido espiritual. — Além disso, o texto admite uma leitura espiritual. Com efeito, a) a barca sujeita à violência das ondas é símbolo da alma que luta contra a força das más paixões e resiste às tribulações e dificuldade da vida presente. b) Enquanto isso, o Senhor parece dormir, quando, esquecido de nossas misérias, nos permite ser atribulados pelos ventos e tempestades, não para nos fazer perecer, mas com o fim de acudirmos a Ele com fé sincera e confiança inabalável. c) Por fim, quando são aceitas as súplicas dos fiéis, que clamam: “Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!”, o Senhor bondosamente se levanta, increpa os ventos e restabelece a paz em nossas almas. Por isso, Deus permite muitas vezes que sejamos atribulados por um tempo mais ou menos longo: a) a fim de exercitar a nossa humildade; b) para que tenhamos ocasião de descobrir se é grande ou não a nossa fé; c) como estímulo à virtude; d) para que, na bonança que se segue à tempestade, se manifeste a sua glória; e) a fim de trabalhar mais o caráter do justos e f) lhes reservar no céu um prêmio ainda maior, por sua paciência e confiança.

Deus abençoe você!

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Homilia Diária | “A Verdade de Cristo é a Verdade de sempre” (Memória de Santo Irineu de Lião)

Como nos tempos de Santo Irineu, cuja memória celebramos hoje, também na época em que vivemos pululam muitos erros que, sob a aparência de “erudição” e “ciência”, têm a pretensão de desqualificar o ensinamento constante da Igreja e a função do Magistério eclesiástico de definir, de modo claro, definitivo e infalível, qual é a verdadeira fé, a verdadeira moral. Contra a tentação das falsas doutrinas, o fiel só tem um caminho: tapar os ouvidos às tolices dos presunçosos e seguir o caminho seguro da Tradição de dois mil anos da santa Igreja Católica. Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta terça-feira, dia 28 de junho, e peçamos ao Sagrado Coração de Jesus docilidade à sua Esposa, sustentáculo da verdade.


https://youtu.be/gydZD4S3nJ8

Santo do dia 28/06/2022


Santo Irineu, Bispo, Mártir e Doutor da Igreja (Memória)
Local: Lyon, França
Data: 28 de Junho † c. 202


Santo Irineu era discípulo de São Policarpo, bispo de Esmirna, e quase contemporâneo dos apóstolos. Era sacerdote de Lion, quando o santo bispo Potino ali foi martirizado pela metade do segundo século, com um grande número de fiéis.

Esses mártires, consultados pelos cristãos da Ásia Menor, se haviam cabalmente pronunciado contra a heresia dos montanistas. Mas como não ignorassem que todas as Igrejas do mundo estão obrigadas a concordar com a Igreja Romana, escreveram ao Papa Eleutério que ocupava, então, o lugar de príncipe dos Apóstolos. Escolheram para levar as cartas a Roma o mais ilustre personagem do clero de Lion e Viena, Santo Irineu, que recomendaram vivamente ao Papa, louvando seu zelo pela lei de Jesus Cristo.

Muito se admira quando se pensa que em tempo tão calamitoso, no mais aceso da perseguição, estando já morto o bispo Potino, e, por conseguinte, viúva esta igreja, e quando os principais vultos do clero, presos e encerrados em horríveis calabouços, esperavam de uma hora para outra serem degolados ou atirados às feras, tivessem querido privar esta cristandade desolada de pessoa tão necessária, o que nos leva a crer que esta legação tinha ainda por objetivo o interesse de sua igreja. Após a morte de Potino, a principal solicitude dos santos confessores e de todo o clero foi dar a este rebanho atribulado um novo pastor que pudesse preservá-los de completa destruição, e terminada a tempestade, levar ao redil as ovelhas dispersas, e reparar as perdas com novas conquistas. Ninguém mais adequado do que Irineu.

Foi, pois, escolhido, de comum acordo, pelos mártires e pelo clero para suceder a Potino. Devendo, pois, ir a Roma para receber a ordenação do santo Papa Eleutério, encarregaram-no das cartas concernentes aos assuntos da religião e prestando, segundo os requisitos das regras da Igreja, um testemunho autêntico de sua fé, piedade e mérito.

Santo Irineu compôs contra as principais heresias do tempo uma refutação completa em cinco livros. Eis o conteúdo e modo de exposição: a unidade de Deus, criador do céu e da terra, é proclamada por todos os séculos e todos os homens. A Igreja católica é a fiel depositária dessa tradição universal. A santidade é inseparável dessa Igreja. A Igreja é universal. É apostólica. Para confundir todos os hereges, basta a tradição da Igreja romana. (...)

Santo Irineu, após haver defendido a fé contra os hereges da época, após havê-la propagado nas Gálias pelos homens apostólicos que enviou de um lado a outro, como por exemplo os Santos Ferreol e Ferrúcio a Besançon, os Santos Félix, Fortunato e a Aquileu, a Valência, selou, por fim, com o seu sangue durante a perseguição de Severo. O que torna sua glória ainda mais resplandecente é que quase todo o povo morreu mártir com ele. Uma antiga inscrição, que se vê em Lion, na entrada de sua igreja, traz o nome de dezenove mil homens, sem contar as mulheres e os filhos. Seu sangue corria em rios nas praças públicas.

"Que a doutrina de tão grande Mestre possa encorajar cada vez mais o caminho de todos os discípulos do Senhor rumo à plena comunhão". Estes são os votos com os quais o Papa Francisco assina o Decreto com a data de 21 de janeiro de 2022, que declara Santo Irineu de Lyon Doutor da Igreja, com o título de Doctor unitatis.

Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume XI. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 21 jun. 2021.

Santo Irineu, rogai por nós!

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil