6ª feira da 10ª Semana do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero. Sl. Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! (Cf. LH: Sl 129, 3. 4 e 1. 2)
Coleta
Ó Deus, fonte de todo o bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura (1Rs 19, 9a. 11-16)
Leitura do Primeiro Livro dos Reis
Naqueles dias, ao chegar a Horeb, o monte de Deus, 9ao profeta Elias entrou numa gruta, onde passou a noite. E eis que a palavra do Senhor lhe foi dirigida nestes termos: 11“Sai e permanece sobre o monte diante do Senhor, porque o Senhor vai passar”. Antes do Senhor, porém, veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos. Mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto. Mas o Senhor não estava no terremoto.
12Passado o terremoto, veio um fogo. Mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa. 13Ouvindo isto, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta. Ouviu, então, uma voz que dizia: “Que fazes aqui, Elias?” 14Ele respondeu: “Estou ardendo de zelo pelo Senhor, Deus Todo-poderoso, porque os filhos de Israel abandonaram tua aliança, demoliram teus altares e mataram à espada teus profetas. Só eu escapei. Mas, agora, também querem matar-me”.
15O Senhor disse-lhe: “Vai e toma o teu caminho de volta, na direção do deserto de Damasco. Chegando lá, ungirás Hazael como rei da Síria. 16Unge também a Jeú, filho de Namsi, como rei de Israel, e a Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 26)
℟. Senhor, é vossa face que eu procuro!
— Senhor, ouvi a voz do meu apelo, atendei por compaixão! Meu coração fala convosco confiante, é vossa face que eu procuro. ℟.
— Não afasteis em vossa ira o vosso servo, sois vós o meu auxílio! Não me esqueçais nem me deixeis abandonado, meu Deus e Salvador! ℟.
— Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor! ℟.
℣. Como astros no mundo brilheis, pregando a Palavra da vida! (Fl 2, 15d. 16a) ℟.
Evangelho (Mt 5, 27-32)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 27“Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. 28Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. 29Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno.
30Se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno.
31Foi dito também: ‘Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio’. 32Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Illúmina óculos meos, nequándo obdórmiam in morte: nequándo dicat inimícus meus: praeválui advérsus eum. (Ps. 12, 4. 5)
Vernáculo:
Não deixeis que se me apague a luz dos olhos e se fechem, pela morte, adormecidos! Que o inimigo não me diga: Eu triunfei! (Cf. LH: Sl 12, 4. 5)
Sobre as Oferendas
Olhai, Senhor, com bondade nossa disposição em vos servir, para que nossa oferenda vos seja agradável e nos faça crescer no amor. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele. (1Jo 4, 16)
Vernáculo:
Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (Cf. Bíblia CNBB: Mt 12, 50)
Depois da Comunhão
Senhor de bondade, a vossa força salvadora nos liberte das más inclinações e nos conduza pelo caminho do bem. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 14/06/2024
Ser puro para ser casto
Para viver a castidade, não há caminho mais seguro nem mais eficaz do que viver a santa pureza: não se trata apenas de evitar as ações mais grosseiras; trata-se de viver com um coração como o de Jesus, como o de Maria, como o de S. José.
A Lei antiga: “Não cometerás adultério” (Ex 20, 14; cf. Dt 5, 18) proibia, segundo o teor da letra, apenas os atos externos de infidelidade conjugal. No entanto, o prescrito em Ex 20, 17: “Não cobiçarás a mulher do teu próximo”, proíbe também os internos. Por isso, as palavras que ouvimos de Cristo no Evangelho de hoje se dirigem contra a falsa interpretação dos fariseus, que haviam reduzido esse pecado somente aos atos exteriores: “Eu, porém, vos digo: todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração”. A palavra μοιχεύειν, como se vê pela nossa tradução litúrgica, significa propriamente “cometer adultério”; mas Cristo, e assim o entendeu sempre a Tradição da Igreja, compreende aqui, por uma única espécie, todo o gênero de pecados sexuais, proibidos pela Lei natural no sexto e nono mandamentos do Decálogo. Nesse sentido, os pecados contra a pureza estão proibidos, sob falta grave, em todas as formas que se podem cometer: (1) por pensamentos (que se tornam pecaminosos quando há consentimento voluntário), (2) por desejo e (3) por ações propriamente ditas, que podem ser (a) olhares desonestos, (b) conversas licenciosas e (c) atos de impureza, quer a sós (masturbação), quer com outras pessoas (adultério, fornicação etc.). Contra o perigo de cairmos em ações tão vergonhosas, que nos degradam o coração, endurecem a alma e matam o corpo, não há melhor remédio do que o proposto pelo próprio Cristo: evitá-las antes mesmo de terem a chance de nos tentar. Não é isso uma “repressão” violenta que nos levará à neurose, mas uma sadia vigilância, uma guarda delicada deste mundo precioso que é a nossa vida interior, uma heróica “covardia” que, fugindo sem demora ao despontar da primeira ocasião, nos dará um caráter forte, pronto para amar e disposto aos sacrifícios que tornam a vida uma oblação grata aos olhos de Deus. — Aos que quiserem mais informações sobre como viver a santa pureza, recomendamos a nossa direção espiritual sobre o celibato.
Deus abençoe você!
A castidade é um princípio de grandeza, que nos eleva acima dos prazeres do mundo; é um manancial de fecundidade, que nos torna semelhantes aos anjos; é uma fonte de felicidade e paz, que nos ajuda a cumprir com serenidade e coração tranquilo os nossos deveres. Mas é também um campo de batalha, em que infelizmente muitos sucumbem por não saberem com que armas entrar em campo e ignorarem que, para ser casto, não há melhor estratégia do que lutar para ser puro. E como chegar lá? Como viver essa que é uma das mais celestes virtudes e uma das mais belas oblações que o homem pode ofertar a Deus?Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, dia 14 de junho, e descubra como viver essa que é uma das mais celestes virtudes e um dos mais belos sacrifícios que o homem pode oferecer a Deus.
Santo do dia 14/06/2024
Beata Francisca de Paula de Jesus (Nhá Chica) (Memória Facultativa)
Local: Baependi, Brasil
Data: 14 de Junho† 1895
Filha natural de escravo, Francisca de Paula De Jesus nasceu em São João del Rey (Brasil) em 1808.
Aprendeu orações e devoções com sua mãe, embora - sendo mulher e escrava - não tenha recebido nenhuma instrução.
Depois de se mudar para Baependi, cidade em pleno desenvolvimento, ficou órfã. Em seu leito de morte, sua mãe recomendou que ela levasse uma vida de aposentada para melhor praticar a caridade e manter a fé.
Desde então, Francisca viveu sozinha em uma casinha em uma colina na periferia da cidade, dedicando-se à oração e ao cuidado dos necessitados, escolhendo assim, desde muito jovem, uma vida de pobreza e louvor, pobre entre os pobres.
Sua fama de mãe humilde rapidamente se espalhou entre os menores: quem se aproximava dela recebia orações, comida, consolo e conforto.
Toda a vida da Beata "Tia Chica" é um caminho para a liberdade: ela cresce sem sobrenome, não tem direito, porque é filha natural de uma escrava. O pai talvez fosse o dono da fazenda onde a mãe trabalhava. Totalmente analfabeta, ela aprende apenas uma coisa com sua mãe: o Rosário. Ela continua órfã ainda adolescente. Sua mãe a deixa como herança não dinheiro ou bens, que ela não tem, mas uma exortação: amar Jesus e Maria e ter caridade para com todos.
Permanece fiel a este convite durante toda a vida e - libertada da escravidão - apesar das muitas propostas de casamento, opta por não se casar, mesmo que permaneça secular: organiza encontros diários de oração em sua pobre casa, que logo se torna um local de peregrinação dos pobres e dos ricos que vêm de todo o Brasil em busca de conforto espiritual.
Ela sempre tem sua corrente nas mãos: o rosário. Quanto mais ela se liga a Deus, mais ela se torna verdadeiramente livre. Então, de repente, “Tia Chica” fica rica com a morte de seu irmão, que a deixa com uma imensa fortuna. Mas logo ela fica pobre de novo porque distribui tudo aos mais necessitados. A única coisa que ela guarda para si é uma quantia em dinheiro para construir uma capela dedicada à Imaculada Conceição.
Morreu aos oitenta anos, em 1895: foi sepultada na capela que deu o nome de Maria. Aqui, ainda hoje, muitos vêm redescobrir a verdadeira liberdade de espírito graças ao exemplo e à intercessão da escrava Francisca.
Fonte: causesanti.va
Beata Francisca de Paula de Jesus, rogai por nós!