Santo Estêvão, Protomártir, Festa
Antífona de entrada
Vernáculo:
Sentaram-se os príncipes, e falavam contra mim; e os maus perseguiram-me. Ajudai-me, Senhor, meu Deus, porque o vosso servo seguia os vossos ensinamentos. (Cf. MRQ Mosteiro de Singeverga) Sl. Feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo! (Cf. LH: Sl 118, 1)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Senhor, concedei-nos imitar o que celebramos, para aprendermos a amar até os inimigos, pois festejamos o martírio de Santo Estêvão, que soube orar por seus perseguidores. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — At 6, 8-10; 7, 54-59
Leitura dos Atos dos Apóstolos
8Naqueles dias, Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. 9Mas alguns membros da chamada Sinagoga dos Libertos, junto com cirenenses e alexandrinos, e alguns da Cilícia e da Ásia, começaram a discutir com Estêvão. 10Porém, não conseguiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava.
7, 54Ao ouvir essas palavras, eles ficaram enfurecidos e rangeram os dentes contra Estêvão. 55Estêvão, cheio do Espírito Santo, olhou para o céu e viu a glória de Deus e Jesus, de pé, à direita de Deus. 56E disse: “Estou vendo o céu aberto, e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus”. 57Mas eles, dando grandes gritos e, tapando os ouvidos, avançaram todos juntos contra Estêvão; 58arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem, chamado Saulo. 59Enquanto o apedrejavam, Estêvão clamou dizendo: “Senhor Jesus, acolhe o meu espírito”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 30(31), 3cd-4. 6 e 8ab. 16bc e 17 (R. 6a)
℟. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
— Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza; por vossa honra orientai-me e conduzi-me! ℟.
— Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel! Vosso amor me faz saltar de alegria, pois olhastes para as minhas aflições. ℟.
— Eu entrego em vossas mãos o meu destino; libertai-me do inimigo e do opressor! Mostrai serena a vossa face ao vosso servo, e salvai-me pela vossa compaixão! ℟.
℣. Bendito o que vem em nome do Senhor. Nosso Deus é o Senhor, ele é a nossa luz (Sl 117, 26a. 27a) ℟.
Evangelho — Mt 10, 17-22
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: 17“Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. 18Vós sereis levados diante de governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e das nações. 19Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados como falar ou o que dizer. Então naquele momento vos será indicado o que deveis dizer. 20Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós. 21O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão. 22Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Elegérunt Apóstoli Stéphanum levítam, plenum fide et Spíritu Sancto: quem lapidavérunt Iudaéi orántem, et dicéntem: Dómine Iesu, accípe spíritum meum, allelúia. (Act. 6, 5 et 7, 59)
Vel:
In virtúte tua, Dómine, laetábitur iustus, et super salutáre tuum exsultábit veheménter: desidérium ánimae eius tribuísti ei. (Ps. 20, 2. 3)
Vernáculo:
Escolheram então Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; apedrejavam, enquanto ele invocava: “Senhor Jesus, acolhe o meu espírito”. (Cf. Bíblia CNBB: At 6, 5 e 7, 59)
Ou:
Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra; quanto exulta de alegria em vosso auxílio! O que sonhou seu coração, lhe concedestes; não recusastes os pedidos de seus lábios. (Cf. LH: Sl 20, 2. 3)
Sobre as Oferendas
Senhor, ao celebrarmos hoje a gloriosa comemoração do mártir Santo Estevão, pedimos que vos sejam agradáveis as oferendas de nossa devoção. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Estou vendo o céu aberto e o Filho do Homem, de pé à direita de Deus. Senhor Jesus, acolhe o meu espírito, não lhes atribua este pecado. (Cf. Bíblia CNBB: At 7, 56. 59. 60)
Depois da Comunhão
Nós vos damos graças, Senhor, pela abundância da vossa misericórdia para conosco, pois nos salvais pelo nascimento do vosso Filho e nos alegrais com a celebração do mártir Santo Estêvão. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 26/12/2024
Martírio, projeto de amor do Espírito Santo
A festa de Santo Estêvão, protomártir, ilustra o mistério de amor que nos é revelado no Natal: o Filho de Deus, fazendo-se tudo para nós, quer que nós, deixando tudo por Ele, correspondamos com amor ao seu amor salvador.
Na Oitava de Natal, nós temos uma série de santos que são colocados diante dos nossos olhos como modelos de como nós devemos viver o mistério do Natal.
Pode parecer estranho que, um dia depois de termos celebrado o Natal do Senhor, nós estejamos celebrando um mártir como Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão, um diácono que, escolhido para servir aos pobres e às viúvas, dá o seu testemunho diante dos judeus e, como Jesus — numa morte muito semelhante à de Cristo —, vê o céu se abrir, vê Jesus ali sentado diante de Deus, e morre, dizendo: “Senhor, perdoai a esses meus algozes”.
O que isso tem a ver com o mistério do Natal? No Natal, nós temos Nosso Senhor, que vem. E, uma vez que Ele vem às nossas vidas, nós não nos pertencemos mais, ou seja, nós encontramos em Jesus aquele que é o nosso sumo amor. Uma vez que nós encontramos ao Deus de infinito amor, que vem, se inclina sobre nós e não somente mostra o seu amor, mas quer que nós vivamos e experimentemos o seu amor, então nós, ali, nesta realidade de amor, não podemos mais ser seduzidos por outros amores.
Esse é o mistério dos mártires. Os mártires têm esse lado heroico, da fortaleza, de quem prefere dar a vida e não perder o Cristo; mas, sobretudo, o martírio é um mistério de amor.
Quando você vê uma Santa Teresinha falando, na História de uma alma, no seu Manuscrito B, que o martírio era o sonho da sua infância; quando você vê Santa Teresa d’Ávila sair dos muros de Ávila com o seu irmãozinho Rodrigo para se entregar aos mouros, você vê ali o que está por trás do martírio: um amor arrebatador, um amor imenso por Cristo.
No Natal, nós celebramos que o amor se fez carne.
Deus abençoe você!
Santo do dia 26/12/2024
Santo Estevão (Festa)
Data: 26 de
Depois de Pentecostes os apóstolos dirigiram o anúncio da mensagem cristã aos mais próximos, aos judeus, aguçando o conflito apenas acalmado da parte das autoridades religiosas do judaísmo. Como Cristo, os apóstolos conheceram logo as humilhações dos flagelos e da prisão, mas apenas libertados das correntes retomam a pregação do Evangelho. A primeira comunidade cristã, para viver integralmente o preceito da caridade fraterna, pôs tudo em comum, repartindo diariamente o que era suficiente para o seu sustento. Com o crescimento da comunidade, os apóstolos confiaram o serviço da assistência diária a sete ministros da caridade, chamados diáconos.
Entre eles sobressaía o jovem Estêvão, que além de exercer as funções de administrador dos bens comuns, não renunciava ao anúncio da Boa Nova, e o fez com tanto zelo e com tamanho sucesso que os judeus "chegando de improviso", arrebataram-no e o levaram à presença do Sinédrio. Lá apresentaram falsas testemunhas que depuseram: "Este homem não cessa de falar contra o Lugar santo e contra a Lei. Ouvimo-lo dizer que Jesus Nazareno destruiria este Lugar e modificaria as tradições que Moisés nos legou".
Estêvão, como se lê nos Atos dos Apóstolos (cap. 7), cheio de graça e de força, como pretexto de sua autodefesa, aproveitou para iluminar as mentes de seus adversários. Primeiramente resumiu a história hebraica de Abraão até Salomão, em seguida afirmou não ter blasfemado nem contra Deus, nem contra Moisés, nem contra a Lei, nem contra o Templo. Demonstrou de fato que Deus se revelava também fora do Templo e se propunha a revelar a doutrina universal de Jesus como última manifestação de Deus, mas os seus adversários não o deixaram prosseguir no discurso, porque "dando altos gritos, taparam os ouvidos, precipitaram-se sobre ele, levaram-no para fora da cidade e o apedrejaram".
Dobrando os joelhos debaixo de uma tremenda chuva de pedras, o primeiro mártir cristão repetiu as mesmas palavras de perdão pronunciadas por Cristo sobre a cruz: "Senhor, não lhes imputes este pecado". Em 415 a descoberta de suas relíquias suscitou grande emoção na cristandade. A festa do protomártir foi sempre celebrada imediatamente após a festividade do Natal.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santo Estevão, rogai por nós!