Apoiadores do Pocket Terço
Terço com imagens no Youtube
Reze os Mistérios Gloriosos com imagens

Antífona de entrada

Homens da Galileia, por que estais admirados, olhando para o céu? Este Jesus há de voltar, do mesmo modo que o vistes subir, aleluia! (At 1, 11)
Viri Galilaéi, quid admirámini aspiciéntes in caelum? allelúia: quemádmodum vidístis eum ascendéntem in caelum, ita véniet, allelúia, allelúia, allelúia. Ps. Omnes gentes pláudite mánibus: iubiláte Deo in voce exsultatiónis. (Act. 1, 11; Ps. 46)
Vernáculo:
Homens da Galileia, por que estais admirados, olhando para o céu? Este Jesus há de voltar, do mesmo modo que o vistes subir, aleluia! (Cf. MR: At 1, 11) Sl. Povos todos do universo, batei palmas, gritai a Deus aclamações de alegria! (Cf. LH: Sl 46, 2)

Glória

Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.

Coleta

Ó Deus todo-poderoso, a ascensão do vosso Filho já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de graças, pois, membros de seu corpo, somos chamados na esperança a participar da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (At 1, 1-11)


Leitura dos Atos dos Apóstolos


No meu primeiro livro, ó Teófilo, já tratei de tudo o que Jesus fez e ensinou, desde o começo, 2até ao dia em que foi levado para o céu, depois de ter dado instruções pelo Espírito Santo, aos apóstolos que tinha escolhido. 3Foi a eles que Jesus se mostrou vivo depois da sua paixão, com numerosas provas. Durante quarenta dias, apareceu-lhes falando do Reino de Deus. 4Durante uma refeição, deu-lhes esta ordem: “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, da qual vós me ouvistes falar: 5‘João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias’”.

6Então, os que estavam reunidos perguntaram a Jesus: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em Israel?”

7Jesus respondeu: “Não vos cabe saber os tempos e os momentos que o Pai determinou com a sua própria autoridade. 8Mas recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra”. 9Depois de dizer isto, Jesus foi levado ao céu, à vista deles. Uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não mais podiam vê-lo.

10Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apareceram então dois homens vestidos de branco, 11que lhes disseram: “Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu”.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial (Sl 46)


℟. Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta!


— Povos todos do universo, batei palmas, gritai a Deus aclamações de alegria! Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra. ℟.

— Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta. Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa, salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei! ℟.

— Porque Deus é o grande Rei de toda a terra, ao som da harpa acompanhai os seus louvores! Deus reina sobre todas as nações, está sentado no seu trono glorioso. ℟.


https://youtu.be/ICMXOLTqqZk

Segunda Leitura (Ef 1, 17-23)


Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios


Irmãos: 17O Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê um espírito de sabedoria que vo-lo revele e faça verdadeiramente conhecer. 18Que ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos, 19e que imenso poder ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com a sua ação e força onipotente.

20Ele manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus, 21bem acima de toda a autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa mencionar, não somente neste mundo, mas ainda no mundo futuro.

22Sim, ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a Cabeça da Igreja, 23que é o seu corpo, a plenitude daquele que possui a plenitude universal.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Ide ao mundo, ensinai aos povos todos; convosco estarei, todos os dias, até o fim dos tempos, diz Jesus. (Mt 28, 19a. 20b) ℟.

Evangelho (Lc 24, 46-53)


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Lucas 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 46“Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.

48Vós sereis testemunhas de tudo isso. 49Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”.

50Então Jesus levou-os para fora, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os. 51Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu. 52Eles o adoraram. Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria. 53E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Creio

Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.

Antífona do Ofertório

Ascéndit Deus in iubilatióne, Dóminus in voce tubae, allelúia. (Ps. 46, 6)


Vernáculo:
Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta, aleluia. (Cf. LH: Sl 46, 6)

Sobre as Oferendas

Ó Deus, nós vos apresentamos este sacrifício para celebrar a admirável ascensão do vosso Filho. Concedei, por esta comunhão de dons entre o céu e a terra, que nos elevemos com ele até a pátria celeste. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos, aleluia! (Mt 28, 20)
Psállite Dómino, qui ascéndit super caelos caelórum ad Oriéntem, allelúia. (Ps. 67, 33. 34; ℣. Ps. 67, 2. 5abc. 5d-6. 19. 20. 21. 25. 29. 30. 33-34)
Vernáculo:
Reinos da terra, celebrai o nosso Deus, cantai-lhe salmos! Ele viaja no seu carro sobre os céus dos céus eternos, aleluia. (Cf. LH: 67, 33. 34)

Depois da Comunhão

Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis conviver na terra com as realidades do céu, fazei que nossos corações se voltem para o alto, onde está junto de vós a nossa humanidade. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 29/05/2022
Desapegar-se do mundo para elevar-se com Cristo

Das várias lições que podemos tirar meditando o mistério da Ascensão do Senhor, a maior delas é o desapego do mundo. Embora essa expressão pareça muitas vezes severa, trata-se apenas de um sinônimo para “liberdade interior”. Quem se prende às coisas deste mundo é incapaz de elevar-se para o Céu.

As lições que extraímos do mistério da Ascensão do Senhor são três, a saber: humildade, eficácia e desapego.

Primeiro, assim como Cristo Se escondeu de Seus discípulos, inaugurando outra espécie de presença entre eles — não mais aquela sensível, senão outra mais elevada, através da fé —, também nós precisamos nos ocultar, se quisermos efetivamente ascender com Ele aos céus. Isso aponta tanto para a virtude da humildade — por meio da qual nos ocultamos à vista dos outros e procuramos unicamente o louvor de Deus — quanto para a vida de oração, como ensinou Jesus: "Tu, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai que está no escondido" (Mt 6, 6). Quem ama, de fato, tem necessidade de estar a sós com a pessoa amada, tratando intimamente com ela, conforme dito de Santa Teresinha do Menino Jesus: "Para os amantes é necessária a solidão".

Esse escondimento é o que dá eficácia ao nosso apostolado, assim como o escondimento de Cristo nos céus foi fecundo para os Seus Apóstolos, como Ele mesmo havia anunciado: "É de vosso proveito que eu me vá" (Jo 16, 7). As nossas obras, igualmente, só terão frutos, se nos unirmos a Deus através da oração. De nada servem as preocupações e a agitação de Marta, sem o repouso "aos pés do Senhor" e a escuta da Palavra, que são a parte de Maria, "a única necessária" e a "que não lhe será tirada" (cf. Lc 10, 38-42). No seio da Igreja também, a vida contemplativa é como o coração de toda a sua atividade apostólica. É por isso que Santa Teresinha do Menino Jesus, mesmo vivendo durante toda a sua vida em uma clausura, pôde ser proclamada "padroeira das missões". Ela tinha descoberto o seu lugar "no coração da Igreja": o Amor, que dá forma a todas as obras cristãs, sejam quais forem.

Por fim, a última e mais importante lição que nos ensina este mistério é o desapego do mundo. Don Divo Barsotti dizia que uma folha grudada à árvore não é levada pelo vento: pode até ser agitada para lá e para cá, mas não voa. Se quisermos ascender com Jesus ao Céu, precisamos abandonar o que é terreno, romper os laços que nos prendem a este mundo e que impedem a nossa elevação espiritual. Embora a expressão "desapego" pareça muitas vezes severa, trata-se ela simplesmente de um sinônimo para "liberdade interior", já que o apego às coisas terrestres nos conduz justamente à escravidão. Desprendamo-nos, portanto, tendo diante dos olhos o desprendimento de Cristo, que é o nosso modelo.

Deus abençoe você!

Seja um apoiador!
Ajude-nos a manter o Pocket Terço: pocketterco.com.br/ajude

Homilia | Por que celebrar a Ascensão do Senhor? (Solenidade da Ascensão do Senhor)

Confessamos em um dos artigos do Credo que Jesus, quarenta dias após ressuscitar dentre os mortos, “subiu aos céus”, onde está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso. Mas o que isso significa, afinal? Qual a importância dessa verdade para a nossa fé e para uma boa compreensão do mistério da Encarnação? É sobre isso que nos convida a refletir neste domingo o Padre Paulo Ricardo. Ouça a meditação!


https://youtu.be/PWvFWUUYoXM

Santo do dia 29/05/2022


São Paulo VI, Papa (Memória Facultativa)
Local: Castelgandolfo, Itália
Data: 29 de Maio † 1978


Giovanni Battista Montini nasceu em Concesio (Brescia) em 26 de setembro de 1897, em uma família engajada na vida religiosa e civil. Com o testemunho de seus pais, foi-lhe transmitido o sentido da vida interior, da oração, do compromisso católico a ser perseguido consistentemente na vida pública e do apego à doutrina da Igreja e ao Papa.

No colégio Arici, em Brescia, foi aluno dos jesuítas nas escolas primárias e secundárias, depois frequentou o clube estudantil dos filipinos do famoso Oratorio della Pace. Na adolescência, após alguns retiros espirituais com beneditinos e camaldulenses, percebeu os sinais da vocação ao sacerdócio. Recomendado pelo diretor espiritual, ingressou no seminário diocesano, onde frequentou cursos externos por motivos de saúde. Concluído o processo formativo, foi ordenado sacerdote em 29 de maio de 1920.

O Santo caminhava para um compromisso paroquial quando foi enviado a Roma para continuar seus estudos: aluno do Seminário Lombardo e do Gregoriano, formou-se em filosofia; durante alguns anos frequentou o curso de licenciatura em Letras e Filosofia na Universidade de La Sapienza; depois frequentou a Academia de Nobres Eclesiásticos; em seguida, ele obteve uma licenciatura em Direito Canônico em Milão. Em 1923, chamado para fazer parte do quadro diplomático da Santa Sé, foi enviado para a Polônia, como funcionário da nunciatura de Varsóvia, onde permaneceu apenas quatro meses porque o clima muito severo não lhe convinha à saúde. De volta, formou-se em Direito Civil pela Lateranense.

Em outubro de 1924 ingressou na Secretaria de Estado como escriturário e entre 1930 e 1937 lecionou história da diplomacia pontifícia na Universidade Lateranense. Entretanto, em 27 de novembro de 1923 foi nomeado assistente do Círculo Romano da FUCI (Federação Universitária Católica Italiana) e dois anos depois como assistente central: manteve-se sempre profundamente ligado a este apostolado entre os jovens estudantes. Aos jovens estudantes transmitiu uma fé inteligente e livre, mesmo diante da oposição do regime vigente; uma cultura sedenta de verdade e aberta ao diálogo; uma liturgia límpida e elevada, da qual deveriam participar efetivamente; uma moral rigorosa, mas confiante no bem de Deus e do homem; uma caridade ativa. Em 1933 viveu com dor a demissão forçada deste cargo, mas suportou a prova com humildade, espírito de obediência e amor à Igreja.

Em 13 de dezembro de 1937 foi nomeado deputado da Secretaria de Estado. Durante a Segunda Guerra Mundial, dirigiu o Gabinete de Informação do Vaticano para procurar soldados e civis prisioneiros ou desaparecidos, a fim de aliviar o sofrimento das populações envolvidas na guerra. Ele também compartilhou em primeira pessoa a preocupação de Pio XII pela cidade de Roma, organizando assistência caritativa e hospitalidade para os perseguidos pelo nazi-fascismo, especialmente para os judeus. Com a queda do fascismo, colaborou na fundação das ACLI (Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos), contribuindo para a reconstrução da Itália.

Em 29 de novembro de 1952, foi nomeado Pró-Secretário de Estado para Assuntos Ordinários.

Em 1 de novembro de 1954 foi eleito Arcebispo de Milão e foi consagrado na Basílica de São Pedro em 12 de dezembro de 1954, fazendo sua entrada solene na Catedral de Milão na tarde da Epifania de 1955.

O Santo viu-se projetado numa extraordinária experiência pastoral que, através de novos caminhos de evangelização, o comprometeu profundamente a lançar soluções válidas para os problemas da crescente imigração e da difusão do materialismo e da ideologia marxista, sobretudo no mundo do trabalho. Neste trabalho conseguiu envolver as melhores forças culturais, sociais e econômicas no esforço de reconstruir o rosto cristão da Diocese. Ele estimulou o nascimento de novas ferramentas operacionais - escritórios, institutos, periódicos - para ajudar a atualizar a gloriosa tradição ambrosiana, mantendo-se fiel a ela. Sempre atento às pessoas distantes, organizou uma grandiosa missão de cidade (novembro de 1957), convidando-os explicitamente, com grande delicadeza e reconhecendo as falhas da Igreja em seu afastamento. Com previsão profética e em perfeita sintonia com o que teria sido a principal preocupação do seu pontificado, identificou a evangelização como a necessidade primordial da Igreja do nosso tempo. Por isso também se comprometeu fortemente com a construção de até cento e vinte e três novas igrejas para os subúrbios da cidade e para as cidades do cinturão industrial milanês, ampliado pela imigração interna após a Segunda Guerra Mundial.

Em outubro de 1958, com a morte de Pio XII, foi eleito João XXIII, que nomeou Dom Montini Cardeal no Consistório de 15 de dezembro de 1958. Durante a primeira sessão do Concílio Vaticano II, aberta pelo Papa João XXIII em 11 de outubro de 1962, Cardeal Montini foi significativamente apreciado por suas intervenções nos esquemas De Sacra Liturgia e De Ecclesia .

Com a morte do Papa João (3 de junho de 1963), após um breve conclave, foi eleito Papa em 21 de junho de 1963, tomando o nome de Paulo, escolhido, como escreveu em nota, "por admiração ao Apóstolo-missionário, que leva o Evangelho ao mundo, em seu tempo, com critérios de universalidade, protótipo da catolicidade”.

O Pontífice deu vida a inúmeras iniciativas, sinal de sua viva solicitude pela Igreja e pelo mundo contemporâneo. Foi o primeiro Papa a fazer viagens apostólicas nos tempos modernos, da Terra Santa à ONU, de Portugal à Turquia, da Colômbia a Uganda, até a Ásia (onde sofreu um atentado em Manila em 27 de novembro de 1970, permanecendo ligeiramente ferido), Austrália e Oceania: ocasiões que também tiveram profundo significado no campo ecumênico e político. Ele foi o arquiteto de um magistério constante para a paz, especialmente no Vietnã, Oriente Médio e África, com atenção vigilante à "Igreja do silêncio" e aos países do Oriente; instituiu o Dia Mundial da Paz. Dotado de uma marcada consciência ecumênica, iniciou iniciativas de encontro com outras confissões e com as grandes religiões do mundo. (Ecclesiam Suam, 1964).

São conhecidos os acontecimentos que caracterizaram o seu pontificado: a orientação e conclusão do Concílio, com a aplicação dos seus documentos, em particular a reforma da liturgia e da Cúria Romana, nos moldes da simplicidade da Igreja; as crises que afetaram o corpo eclesial em várias ocasiões naqueles anos, às quais respondeu colocando-se como guia para uma corajosa transmissão da fé; a reafirmação da tradição teológica sobre a transubstanciação, para responder a novas leituras que se afastem de sua plena compreensão (Carta Encíclica Mysterium fidei, 1965); a apresentação mais adequada aos tempos das profundas razões da escolha presbiteral celibatária (Carta Encíclica Sacerdotalis caelibatus); a difícil relação da Igreja com o mundo do trabalho, que cultivou na fidelidade ao ensinamento do magistério e na abertura aos novos contextos sociais (Carta Apostólica Octogesima adveniens, 1971); a ação clarividente com que se relacionava com os regimes comunistas para afirmar o valor da fé e da pessoa humana; o surgimento dos países do terceiro mundo e suas propostas sobre o desenvolvimento solidário (Carta Encíclica Populorum progressio , 1967) e a inculturação da fé (Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi,1975), numa afetuosa partilha dos sofrimentos dos pobres; o ataque aos valores da vida, especialmente a vida nascente, e da família, contrastados com inúmeros discursos e a proposição da encíclica sobre o amor conjugal e a regulação da natalidade (Humanae vitae, 1968); o protesto estudantil, ao qual respondeu com uma nova e apreciada modalidade de diálogo com a juventude; ataques pessoais, aos quais reagiu abraçando a Cruz e propondo o Evangelho com força humilde e amor extraordinário pela Igreja; as tensões políticas e sociais que em algumas nações culminaram na época do terrorismo, às quais ele se opôs a intervenções humanitárias sinceras que comoveram o mundo inteiro.

Depois de uma doença muito curta, morreu em Castel Gandolfo na noite de 6 de agosto de 1978, enquanto recitava com fé o Pai Nosso.

São Paulo VI foi um homem de profunda espiritualidade – fundada na Palavra de Deus, nos Padres da Igreja e nos místicos – e de caráter reservado. Humilde e gentil, ele era absolutamente sóbrio na vida cotidiana; dotado de uma alma confiante e serena, manifestou uma sensibilidade e humanidade excepcionais, enriquecidas por uma vasta cultura; revelou uma notável capacidade de mediação em todos os campos, garantindo solidez doutrinal católica num período de convulsão ideológica. Precisamente em tal contexto destacam-se ainda mais as suas virtudes incomuns: uma fé forte e envolvente, uma esperança indomável e encarnada, uma caridade vivida em uniformidade com a vontade de Deus como dom para todos os homens.

A oração, enraizada na Palavra de Deus, na liturgia, na adoração quotidiana do Santíssimo Sacramento, sustentou-o e fundou o cristocentrismo do seu pensamento e da sua ação, corroborado por uma significativa e exemplar veneração a Nossa Senhora: daí as razões das suas escolhas e suas orientações. Ele era prudente em suas decisões, tenaz em afirmar princípios, compreensivo pelas fraquezas humanas, sempre um zeloso Pastor da Igreja.

Um dos colaboradores mais próximos e confiáveis, o Cardeal Ugo Poletti, seu Vigário Geral para a diocese de Roma, traçou sua personalidade humana e espiritual em relação às virtudes: "Sua fé, o amor à Igreja, o domínio absoluto de si mesmo, ao longo sofrimento - penso também na solidão espiritual, acostumado a dar amor em vez de recebê-lo - o havia treinado para uma "linearidade de expressão" que os incautos chamavam de "frieza". […] Só quem soube aproximar-se de Paulo VI pode testemunhar a sua autêntica santidade heroica. A sua vida pública, severa e austera, era como um “véu de modéstia” atrás do qual gostava de esconder a sua verdade de relação íntima com Deus, por amor à Igreja e aos homens”.

Fonte: causesanti.va (adaptado)

São Paulo VI, rogai por nós!

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil