3ª feira da 1ª Semana do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Vi um homem sentado num trono excelso; a multidão dos Anjos o adora, cantando a uma só voz: Eis aquele cujo nome e império permanecem eternamente.(Cf. MR)
Coleta
Senhor, atendei com bondade paterna as preces do vosso povo suplicante; dai-lhe luz para ver o que deve ser feito e coragem para realizar o que viu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Hb 2, 5-12
Leitura da Carta aos Hebreus
5Não foi aos anjos que Deus submeteu o mundo futuro, do qual estamos falando. 6A este respeito, porém, houve quem afirmasse: “O que é o homem, para dele te lembrares, ou o filho do homem, para com ele te ocupares?
7Tu o fizeste um pouco menor que os anjos, de glória e honra o coroaste, 8e todas as coisas puseste debaixo de seus pés”. Se Deus lhe submeteu todas as coisas, nada deixou que não lhe fosse submisso. Atualmente, porém, ainda não vemos que tudo lhe esteja submisso. 9Jesus, a quem Deus fez pouco menor do que os anjos, nós o vemos coroado de glória e honra, por ter sofrido a morte. Sim, pela graça de Deus em favor de todos, ele provou a morte.
10Convinha de fato que aquele, por quem e para quem todas as coisas existem, e que desejou conduzir muitos filhos à glória, levasse o iniciador da salvação deles à consumação, por meio de sofrimentos. 11Pois tanto Jesus, o Santificador, quanto os santificados, são descendentes do mesmo ancestral; por esta razão, ele não se envergonha de os chamar irmãos, 12dizendo: “Anunciarei o teu nome a meus irmãos; e no meio da assembleia te louvarei”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 8, 2a e 5. 6-7. 8-9 (R. cf. 7)
℟. Destes domínio ao vosso Filho sobre tudo o que criastes.
— Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo! Perguntamos: “Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?” ℟.
— Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poder sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes: ℟.
— as ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas. ℟.
℣. Acolhei a palavra de Deus, não como palavra humana, mas como mensagem de Deus, o que ela é, em verdade! (1Ts 2, 13) ℟.
Evangelho — Mc 1, 21b-28
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
21bEstando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.
23Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24“Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. 25Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele”!
26Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” 28E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a região da Galileia.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Iubiláte Deo omnis terra: iubiláte Deo omnis terra, servíte Dómino in laetítia: intráte in conspéctu eius in exsultatióne, quia Dóminus ipse est Deus. (Ps. 99, 1. 2)
Vernáculo:
Aclamai o Senhor, ó terra inteira, servi ao Senhor com alegria, ide a ele cantando jubilosos! (Cf. LH: Sl 99, 1. 2)
Sobre as Oferendas
Possa agradar-vos, Senhor, a oferenda do vosso povo; ela nos obtenha a santificação e o que confiantes vos pedimos. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância, diz o Senhor. (Jo 10, 10)
Vernáculo:
Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado! (Cf. LH: Sl 15, 11)
Depois da Comunhão
Deus todo-poderoso, que refazeis as nossas forças pelos vossos sacramentos, nós vos pedimos a graça de vos servir por uma vida que vos seja agradável. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 14/01/2025
A autoridade da palavra de Deus
A palavra de Deus é sempre eficaz; com ela, o mundo inteiro foi criado e nós, se dermos ouvidos ao que Ele nos tem a dizer, seremos criaturas novas, renascidas para a verdade e livres das mentiras do diabo.
No Evangelho que a Igreja hoje proclama, Jesus dá início ao seu ministério em Cafarnaum. Ele começa a pregar a sua palavra, palavra que se manifesta, desde o primeiro momento, como libertação eficaz das garras do demônio. O povo, admirado da doutrina do Senhor, espanta-se ainda mais com a autoridade que Ele imprime ao próprio discurso: “Que é isso?”, perguntam-se uns aos outros. “Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” Trata-se de um “ensinamento novo dado com autoridade” — isto é, com ἐξουσία —, que impele e convence, não por estar baseado em estratégias retóricas ou de propaganda, mas por ser real, verdadeiro, apegado ao ser mesmo das coisas. A palavra com que Jesus inicia sua pregação é eficaz, como o foram também aquelas primeiras palavras com que Deus trouxe o mundo à existência: “Deus disse: ‘Faça-se a luz!” E a luz foi feita” (Gn 1, 3). O que Cristo pronuncia tem, pois, consistência em si mesmo, tem o poder de produzir aquilo mesmo que expressa e significa. O Senhor não mente e, quando lhe damos ouvido, dissipa as mentiras com que o demônio nos engana, seduz e afasta da realidade. Se hoje, entregues à graça divina, escutarmos o que Ele nos tem a dizer, por meio da doutrina que a sua Igreja guarda e difunde há dois mil anos, veremos como nos caem as escamas dos olhos, como nossa vida toma o rumo certo, como se realizam nossas aspirações mais profundas e nobres — nosso desejo de uma verdade que só se encontra no Evangelho e de uma felicidade, eterna e abundante, que só se encontra no Coração daquele cuja fama começa hoje a espalhar-se por toda a região da Galileia.
Deus abençoe você!
Santo do dia 14/01/2025
São Felix de Nola (Memória Facultativa)
Local: Nola, Itália
Data: 14 de † s. III/IV
Em Nola, na Campânia, refugiara-se o santo bispo Máximo em paramos desertos, quando da perseguição de Décio, em 250. Os perseguidores saíram, então, no encalço de São Félix, que Máximo ordenara sucessivamente leitor, exorcista, finalmente sacerdote, e que destinava para seu sucessor. Preso, foi Félix carregado de correntes. O chão cobriram-no de cacos para que não pudesse repousar. Entretanto, o bispo Máximo, na montanha deserta para a qual se havia retirado, estava prestes a morrer de fome e frio, deitado no chão sobre espinhos, exposto às injúrias do ar, sem alimento, arcado pelos anos, pela tristeza e pela inquietação em prol da salvação do seu rebanho, orando noite e dia. Deus não o abandonou.
No meio da noite, surgiu um anjo na prisão de Félix e, com a voz e o esplendor da luz, o despertou. A principio julgou Félix que se tratava de um sonho, e dizia que as correntes, as portas e os guardas o impediam de o seguir. Ordenou-lhe o anjo que se levantasse; os ferros caem-lhe das mãos, do pescoço e dos pés, as portas abrem-se, os guardas continuam a dormir; Félix sai e, por caminhos desconhecidos, chega ao lugar onde se achava o santo ancião Máximo, prestes a dar o derradeiro suspiro. Reconhecendo-o, abraça-o e beija-o, mas encontra-o frio. sem voz, sem pulso, sem movimento. Restava-lhe apenas alguma respiração. A primeira coisa a fazer era dar-lhe alguma comida. Félix procura, roga, e percebe, finalmente, acima da cabeça um cacho de uvas; pega-o, aproxima-o da boca do ancião moribundo, que já tinha os dentes apertados e nada mais ouvia. Afasta-lhe os lábios ressequidos, aperta a baga e faz deslizar o suco. O enfermo readquire um pouco de força, volta-lhe a palavra, reconhece Félix e diz-lhe: "Vindes muito tarde; há muito que Deus me havia prometido o vosso auxílio. O estado em que me achais bem evidencia que não fugi por medo à morte; o que fiz foi desconfiar da fraqueza do corpo. Por favor, levai-me ao meu Félix põe-no aos ombros e leva-o". O bispo vivia pobremente, e como criadagem tinha apenas uma velha.
O próprio Félix, após receber a bênção de Máximo, que lhe colocou sobre a cabeça a mão, ficou oculto durante algum tempo em sua casa. Legara-lhe o pai grandes haveres, mas ele distribuíra a maior parte aos pobres. Tendo-se aliviado um pouco a perseguição, mostrou-se ao povo fiel, a quem instruía pelas palavras e mais ainda pelo exemplo do que havia sofrido. Os pagãos não conseguiram suportá-lo muito tempo. Foram na casa e, sabendo que fora para a cidade, onde ensinava os cristãos, para lá acudiram empunhando espadas. Mas ou porque Deus os cegasse, ou porque alterasse o rosto do santo, não lograram os pagãos reconhecê-lo. Ao próprio Félix perguntaram onde estava. Ele, percebendo naquilo a mão de Deus, disse-lhes, rindo, que desconhecia inteiramente o tal Félix que andavam procurando. Os perseguidores retiraram-se para outra banda e continuavam sempre a perguntar pelo paradeiro de Félix, quando alguém lhes afirmou que se tratava da mesma pessoa à qual tinham dirigido a palavra pouco antes. Imediatamente refizeram o caminho. Mas o santo, advertido pela bulha do povo, ocultou-se num casebre que dava para a praça. Estando aberta como estava teria sido agarrado, se no momento não tivesse feito a sua teia uma aranha, fechando a abertura das ruínas. Os perseguidores acharam que seria loucura supor que um homem tivesse podido passar por lá sem romper a teia, e, certos de que tinham sido objeto de chacota, afastaram-se. Quando sobreveio a noite, Félix rumou para um bairro mais distante, onde, sendo conduzido por Deus, descobriu uma velha cisterna quase seca, numa estreita abertura entre duas casas. Lá se acomodou e lá viveu, ao que dizem, seis meses. Numa das casas vizinhas, havia uma santa mulher que o alimentou durante todo o tempo, sem o saber, pois quando amassava pão ou cozia carne, ia pô-los no peitoril da cisterna, sem saber o que fazia, certa de que os guardava na casa, e logo se esquecendo do que fazia e por onde fora ou voltara. Deus nutriu, assim, milagrosamente o servidor, até que a paz voltasse à Igreja. Foi São Paulino, que de cônsul romano se fez bispo de Nola, quem nos contou tais atos e milagres de São Félix.
Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume I. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 31 dez. 2021.
São Felix de Nola, rogai por nós!