7º Dia na Oitava do Natal
Memória Facultativa
São Silvestre I, Papa
Antífona de entrada
Vel:
Puer natus est nobis, et fílius datus est nobis: cuius impérium super húmerum eius: et vocábitur nomen eius, magni consílii Angelus. Ps. Cantáte Dómino cánticum novum: quia mirabília fecit. (Is. 9, 6; Ps. 97)
Vernáculo:
O povo que andava nas trevas viu uma grande luz. Pois nasceu para nós um pequenino, um filho nos foi dado. O principado está sobre seus ombros, e seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz. (Cf. Bíblia CNBB: Is 9, 2. 6; Lc 1, 33) Sl. Deus é Rei e se vestiu de majestade, revestiu-se de poder e de esplendor! (Cf. LH: Sl 92)
Ou:
Nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável. (Cf. MR: Is 9, 5) Sl. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! (Cf. LH: Sl 97, 1ab)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, que estabelecestes o princípio e a perfeição de toda religião no nascimento do vosso Filho, concedei que sejamos contados entre os discípulos daquele que é a plenitude da salvação da humanidade. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — 1Jo 2, 18-21
Leitura da Primeira Carta de São João
18Filhinhos, esta é a última hora. Ouvistes dizer que o Anticristo virá. Com efeito, muitos anticristos já apareceram. Por isso, sabemos que chegou a última hora. 19Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos, pois se fossem realmente dos nossos, teriam permanecido conosco.
Mas era necessário ficar claro que nem todos são dos nossos. 20Vós já recebestes a unção do Santo, e todos tendes conhecimento. 21Se eu vos escrevi, não é porque ignorais a verdade, mas porque a conheceis, e porque nenhuma mentira provém da verdade.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 95(96), 1-2. 11-12. 13 (R. 11a)
℟. O céu se rejubile e exulte a terra!
— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome! Dia após dia anunciai sua salvação. ℟.
— O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas ℟.
— na presença do Senhor, pois ele vem, porque vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo todo com justiça, e os povos julgará com lealdade. ℟.
℣. A Palavra se fez carne, entre nós ela habitou; e todos que a acolheram, de Deus filhos se tornaram. (Jo 1, 14a. 12a) ℟.
Evangelho — Jo 1, 1-18
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Início do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio, estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.
6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: ʽO que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mimʼ”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Deus enim firmávit orbem terrae, qui non commovébitur: paráta sedes tua, Deus, ex tunc, a saéculo tues. (Ps. 92, 1c. 2)
Vel:
Tui sunt caeli, et tua est terra: orbem terrárum, et plenitúdinem eius tu fundásti: iustítia et iudícium praeparátio sedis tuae. (Sl. 88, 12 et 15a)
Vernáculo:
Vós firmastes o universo inabalável, vós firmastes vosso trono desde a origem, desde sempre, ó Senhor, vós existis! (Cf. LH: Sl 92, 1c. 2)
Ou:
É a vós que os céus pertencem, e a terra é também vossa! Vós fundastes o universo e tudo aquilo que contém. Vosso trono se baseia na justiça e no direito. (Cf. LH: Sl 88, 12 e 15a)
Sobre as Oferendas
Ó Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz, concedei que vos honremos dignamente com esta oferenda e, pela fiel participação nos sagrados mistérios, sejam reforçados os laços que nos unem. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vel:
Vidérunt omnes fines terrae salutáre Dei nostri. (Ps. 97, 3cd; ℣. Ps 97, 1ab. 1cd. 2. 3ab. 4. 5. 6. 7. 8-9a. 9bc)
Vernáculo:
Enche-te de grande júbilo, filha de Sião, prorrompe em gritos, filha de Jerusalém! Eis que teu rei vem a ti; ele é justo e salvador. (Cf. Bíblia CNBB: Zc 9, 9a)
Ou:
Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. (Cf. MR: Sl 97, 3)
Depois da Comunhão
Senhor, que o vosso povo, sustentado com tantas graças, possa receber hoje e sempre os dons do vosso amor, para que, confortado pelos bens transitórios, busque como mais confiança os bens eternos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 31/12/2024
Em tudo dai graças ao Senhor!
A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos. A vós, Eterno Pai, adora toda a terra. A vós cantam os anjos, os céus e seus poderes: Sois Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo!
Chegamos ao último dia do ano, em que a Igreja nos incentiva a olhar para o ano que passou, vendo nele a nossa miséria, mas também a infinita misericórdia de Deus.
É por isso que, além de um grande exame de consciência que nos leve a pedir perdão a Deus por não termos sido fiéis, devemos render ainda grande ação de graças, agradecendo a Deus não somente pelo que Ele fez, mas por aquilo que Ele é.
É isso o que a Igreja quer nos ensinar. A ação de graças, de fato, é feita pelos benefícios recebidos, mas ao mesmo tempo, e sobretudo, é feita por ser Deus tão bom e digno de ser amado. Nós que o amamos devemos render graças a Ele, mesmo que não fôssemos admitidos ao Céu.
Como diz uma antiga poesia, da época de Santa Teresa d’Ávila, “aunque no hubiera cielo, yo te amara”, — “mesmo que não houvesse Céu, eu te amaria”. Sim, o amor de Deus não tem limites. É este o amor que queremos celebrar. É por isso que no dia de hoje, 31 de dezembro, a Igreja concede indulgência plenária aos fiéis que recitarem publicamente a oração de ação de graças “Te Deum”.
Vejamos a concessão que a Igreja faz no último dia do ano. Diz assim o número 26 do Manual de Indulgências: “Preces de súplicas e de ação de graças: Concede-se indulgência plenária ao fiel que, na igreja ou no oratório, participar devotamente do canto ou recitação solene do hino ‘Te Deum’ no último dia do ano, para render graças a Deus pelos benefícios concedidos no decurso de todo o ano”.
Então, a obra indulgenciada é esta: que nós, na igreja, participemos junto com outras pessoas do canto ou recitação do “Te Deum”. Além disso, o que é necessário para receber a indulgência plenária? Aquelas exigências costumeiras: que a pessoa, número um, faça uma confissão, depois receba a comunhão e reze pelo santo Padre, o Papa.
São três coisas: confissão, comunhão e oração pelo Papa. É evidente que a confissão e a comunhão não precisam ser no mesmo dia, ou seja, há um prazo para isso, porém seria bom que pelo menos a comunhão fosse no mesmo dia, isto é, que a pessoa esteja em estado de graça e possa comungar.
Mas isso é questão de conveniência. E por que eu digo que é extremamente conveniente? Porque é benéfico nós terminarmos o ano com uma santa comunhão, juntos com Cristo, Senhor e razão de ser do universo.
O Evangelho de hoje, do prólogo de São João, recorda-nos exatamente isso. Nada do que existe, existe fora dele, portanto, demos ao Cristo, Aquele que é, que era e que vem, toda honra e toda glória, a Ele, Senhor do tempo e da história, Cristo ontem, hoje e sempre.
Deus abençoe você!
Santo do dia 31/12/2024
São Silvestre I (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 31 de † 335
O papa São Silvestre é o último santo do ano civil. No Brasil realiza-se neste dia a célebre "corrida de São Silvestre", que originariamente era organizada de tal maneira que se chegasse à meta na chegada do novo ano. Infelizmente, este sentido simbólico foi destruído pelos festejos de réveillon, economicamente mais vantajosos para os meios de comunicação social.
Silvestre I foi bispo de Roma de 314 a 335. Mais do que o ano civil, ele encerra na história da Igreja uma época importante e inicia nova era. Seu longo pontificado se iniciou no momento em que, depois de tanto derramamento de sangue cristão, o Estado romano, por obra de Constantino I e de Licínio, publica o edito de tolerância religiosa para o cristianismo.
Pode-se dizer que Silvestre ficou um tanto oculto à sombra do primeiro imperador cristão. Sobre a vida deste Papa antes do pontificado, pouco nos diz a história. Só nos revela que ele pertencia ao clero romano, ocupava cargo de importância e teve, também ele, que se ocultar durante as últimas perseguições. Constantino Magno, em 313, com o edito de Milão, dava liberdade plena ao cristianismo. À munificência do imperador Constantino e de sua mãe Santa Helena, deve-se a construção de várias basílicas em Roma no pontificado de Silvestre. Podem ser lembradas as basílicas do Santíssimo Salvador no Latrão, São Pedro no Vaticano e São Paulo fora dos muros.
Quem chefiava a Igreja de Cristo naquele momento era o papa Melquíades, que veio a falecer pouco depois. O novo Papa escolhido para dirigir a sorte da Igreja foi Silvestre. Coube a ele a grande tarefa de, por meio de sábias leis, introduzir a religião cristã na vida dos povos, dando-lhes formação concreta e definitiva. A paz externa estava assegurada. Era preciso buscar a paz interna na Igreja. Tinham-se processado no seu interior duas grandes heresias que exigiram a ação prudente e vigilante do papa Silvestre: o donatismo e o arianismo. Os donatistas na África pregavam uma Igreja só feita de justos. Defendiam que no momento em que a Igreja tolera em seu seio pecadores, termina de ser a verdadeira Igreja de Cristo. Pior foi a heresia do arianismo, que reduzia Cristo a uma simples criatura de Deus, inferior ao Pai. Tanto contra a primeira como contra a segunda heresia o papa Silvestre tomou atitude enérgica. A heresia dos donatistas foi condenada no Concílio de Arles, e Santo Agostinho a condenou na África. Contra o arianismo foi convocado o Concilio de Niceia no ano 325. O Papa mandou dois representantes e deu-se a proclamação oficial que Cristo, Filho de Deus, é "consubstancial ao Pai, Deus de Deus, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro".
Coube assim ao primeiro Papa da nova situação de tolerância para o cristianismo dar grandes passos em vista à organização e dinamização da vida eclesiástica.
A lenda posterior floreou com exuberante fantasia a atividade de Silvestre I, tanto sobre seu relacionamento com Constantino como sobre uma suposta doação de Constantino, surgida no século IX, segundo a qual o imperador Constantino, como senhor do mundo, teria dado ao papa Silvestre imensos territórios do Império Romano. Para engrandecer a memória de São Silvestre I bastam os fatos estritamente históricos de seu pontificado.
A comemoração do papa São Silvestre leva a Igreja a refletir sobre a misteriosa realidade do entrelaçamento da história civil e da história da Igreja, entre a realidade social civil com seu governo próprio e as comunidades de fé guiadas pelos pastores.
A Oração coleta pede o auxílio de Deus em favor do seu povo, para que, conduzido por Deus nesta vida mediante a intercessão de São Silvestre, possa chegar à vida eterna.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Silvestre I, rogai por nós!