Santo Antão, Abade, Memória
Antífona de entrada
Vernáculo:
O justo florescerá como a palmeira e crescerá como o cedro do Líbano, plantado na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus. (Cf. MR: Sl 91, 13-14) Sl. Como é bom agradecermos ao Senhor, e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! (Cf. LH: Sl 91, 2)
Coleta
Ó Deus, chamastes o abade Santo Antão a vos servir no deserto numa vida heroica, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de renunciar a nós mesmos e de amar-vos acima de tudo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Hb 4, 1-5. 11
Leitura da Carta aos Hebreus
Irmãos, 1tenhamos cuidado, enquanto nos é oferecida a oportunidade de entrar no repouso de Deus, não aconteça que alguém de vós fique para trás.
2Também nós, como eles, recebemos uma boa-nova. Mas a proclamação da palavra de nada lhes adiantou, por não ter sido acompanhada da fé naqueles que a tinham ouvido, 3enquanto nós, que acreditamos, entramos no seu repouso. É assim como ele falou: “Por isso jurei na minha ira: jamais entrarão no meu repouso”. Isso, não obstante as obras de Deus estarem terminadas desde a criação do mundo. 4Pois, em certos lugares, assim falou do sétimo dia: “E Deus repousou no sétimo dia de todas as suas obras”, 5e ainda novamente: “Não entrarão no meu repouso”.
11Esforcemo-nos, portanto, por entrar neste repouso, para que ninguém repita o acima referido exemplo de desobediência.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 77(78), 3 e 4bc. 6c-7. 8 (R. cf. 7c)
℟. Não vos esqueçais das obras do Senhor!
— Tudo aquilo que ouvimos e aprendemos, e transmitiram para nós os nossos pais, à nova geração nós contaremos: As grandezas do Senhor e seu poder. ℟.
— Levantem-se e as contem a seus filhos, para que ponham no Senhor sua esperança; das obras do Senhor não se esqueçam, e observem fielmente os seus preceitos. ℟.
— Nem se tornem, a exemplo de seus pais, rebelde e obstinada geração, uma raça de inconstante coração, infiel ao Senhor Deus, em seu espírito. ℟.
℣. Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo, aleluia. (Lc 7, 16) ℟.
Evangelho — Mc 2, 1-12
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
1Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. 2E reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra. 3Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os teus pecados estão perdoados”. 6Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: 7“Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus”. 8Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: “Por que pensais assim em vossos corações? 9O que é mais fácil: dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, pega a tua cama e anda’? 10Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, – disse ele ao paralítico: – 11eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!” 12O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Desidérium ánimae eius tribuísti ei, Dómine, et voluntáte labiórum eius non fraudásti eum: posuísti in cápite eius corónam de lápide pretióso. (Ps. 20, 3. 4)
Vernáculo:
O que sonhou seu coração, lhe concedestes; não recusastes os pedidos de seus lábios. Com bênção generosa o preparastes; de ouro puro coroastes sua fronte. (Cf. LH: Sl 20, 3. 4)
Sobre as Oferendas
Nós vos pedimos, Senhor, aceitai os dons do nosso serviço apresentados em vosso altar na comemoração de Santo Antão, e concedei que, livres dos impedimentos terrestres, tenhamos só em vós a nossa riqueza. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor encarregará dos servos da casa para lhes dar a alimentação na hora certa? (Cf. Bíblia CNBB: Lc 12, 42)
Depois da Comunhão
Tendo nos alimentado, Senhor, com vosso sacramento salutar, fazei-nos superar todas as tentações do inimigo, como destes a Santo Antão a graça de esplêndidas vitórias sobre as forças das trevas. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 17/01/2025
O horror do pecado
Entre as doenças físicas e o pecado não há proporção imaginável: embora as primeiras nos debilitem o corpo, o segundo, muito mais grave, pode levar-nos à morte da alma.
Jesus, ao perdoar e curar no Evangelho de hoje aquele paralítico descido do teto, mostra-nos que o principal não são as enfermidades do corpo, mas as da alma. O pecado, com efeito, é um mal muito mais grave do que qualquer doença orgânica. Esta pode tirar-nos a vitalidade física e prostrar-nos na cama por uns meses, ou mesmo toda uma vida; aquele, ao contrário, se não for curado a tempo, pode levar-nos para a perdição eterna. Mas para nos darmos conta dessa realidade tremenda, dessa desproporção existente entre os males físicos e espirituais, precisamos de uma luz especial. De fato, os homens, mergulhados nos assuntos e problemas materiais deste mundo, somos muitas vezes incapazes de enxergar a deformidade que nos causam as desordens morais. Se nos fosse dado contemplar, como o foi a muitos santos e místicos, a feiura de um pecado grave, sentiríamos tal repugnância, seríamos tomados de tal horror que nada mais nesse mundo — nem prazer nem ambição — poderia desviar-nos do nosso fim, que é Deus. Não devemos, pois, tratar o pecado como se fosse uma “ninharia”, algo sem importância de que mais tarde, talvez quando sobrar tempo, nos confessamos sem lá muito arrependimento. Não. O pecado, ao romper o elo que nos une a Deus — a graça santificante — tem como salário a morte da alma, a condenação a uma eternidade de tormentosa solidão. Que Deus nos conceda a graça de, iluminados pela fé, percebermos que mais vale ter um coração livre para amar num corpo paralítico do que um corpo são, mas espiritualmente podre e aleijado.
Deus abençoe você!
Santo do dia 17/01/2025
Santo Antão (Memória)
Local: Tebaida, Egito
Data: 17 de † 356
Santo Antônio, abade, na tradição portuguesa é chamado Santo Antão. Este nome parece vir de Portugal. Santo Antão, muito venerado no Brasil, sobretudo como Patrono dos animais domésticos, é cultuado no mundo inteiro.
Santo Antão nasceu no Egito por volta do ano 250 e morreu com mais de 100 anos, em 356. Jovem ainda, perdeu os pais. Deles herdou uma considerável quantidade de bens, ficando aos seus cuidados uma irmã. Pouco depois, ouvindo o Evangelho na Liturgia: Se queres ser perfeito, vai, vende o que possuís e dá aos pobres (Mt 19, 21), considerando estas palavras dirigidas a ele, deu aos vizinhos sua melhor terra, vendeu o patrimônio que tinha, mantendo apenas o necessário para si e sua irmã. Mais uma vez, ele ouviu a passagem do Evangelho: Não vos preocupeis pelo dia de amanhã (Mt 6, 34), desfez-se de tudo o que possuía, confiou sua irmã a uma Casa de Virgens, retirou-se para um lugar solitário ou ao deserto, onde começou a levar vida de penitente, dedicando-se a trabalhos manuais, à oração e à leitura. Seu exemplo teve vasta ressonância e foi propagado em toda a Igreja por Santo Atanásio. É considerado o pai dos monges e de todas as formas de vida religiosa.
Antão teve muitos discípulos, fundou vários mosteiros, embora pessoalmente vivesse a maior parte do tempo em lugares solitários. Se ele é cognominado de "Abade" é porque foi considerado o pai, o iniciador do monaquismo na Igreja e não porque estivesse à frente de uma Comunidade monástica. Sensível aos problemas de seu tempo, colaborou para o bem comum com as autoridades eclesiásticas e civis.
A mensagem de Santo Antão: Procurou viver radicalmente o Evangelho, cumprindo o mandamento da pobreza e procurando realizar o mandamento do amor de Deus e do próximo. Ele serve a Deus por uma vida heroica, renunciando a si mesmo e amando a Deus acima de tudo. Sobressai a renúncia aos bens terrenos para possuir a única riqueza.
A Oração depois da Comunhão lembra que Antão, diante das muitas tentações pelas quais foi acometido, obteve esplêndidas vitórias. Trilhou, pois, o caminho da perfeição apontado por Cristo no Evangelho.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santo Antão, rogai por nós!