Memória Facultativa
São Roberto Belarmino, Bispo e Doutor da Igreja ou Santa Hidelgarda de Bingen, Virgem e Doutora da Igreja
Antífona de entrada
Coleta
Ó Deus, vós que criais e governais todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos a ação da vossa misericórdia, dai-nos a graça de vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura (1Cor 12, 12-14. 27-31a)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
Irmãos, 12como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. 13De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito. 14Com efeito, o corpo não é feito de um membro apenas, mas de muitos membros.
27Vós, todos juntos, sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo. 28E, na Igreja, Deus colocou, em primeiro lugar, os apóstolos; em segundo lugar, os profetas; em terceiro lugar, os que têm o dom e a missão de ensinar; depois, outras pessoas com dons diversos, a saber: dom de milagres, dom de curas, dom para obras de misericórdia, dom de governo e direção, dom de línguas. 29Acaso todos são apóstolos? Todos são profetas? Todos ensinam? Todos realizam milagres? 30Todos têm o dom das curas? Todos falam em línguas? Todos as interpretam? 31aAspirai aos dons mais elevados.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 99)
℟. Nós somos o seu povo e seu rebanho.
— Aclamai o Senhor, ó terra inteira, servi ao Senhor com alegria, ide a ele cantando jubilosos! ℟.
— Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, Ele mesmo nos fez, e somos seus, nós somos seu povo e seu rebanho. ℟.
— Entrai por suas portas dando graças, e em seus átrios com hinos de louvor; dai-lhe graças, seu nome bendizei! ℟.
— Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, sua bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente! ℟.
Evangelho (Lc 7, 11-17)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 11Jesus dirigiu-se a uma cidade chamada Naim. Com ele iam seus discípulos e uma grande multidão. 12Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único; e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade a acompanhava. 13Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão para com ela e lhe disse: “Não chores!”
14Aproximou-se, tocou o caixão, e os que o carregavam pararam. Então, Jesus disse: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” 15O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. 16Todos ficaram com muito medo e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo”. 17E a notícia do fato espalhou-se pela Judeia inteira e por toda a redondeza.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Sanctificávit Móyses altáre Dómino, ófferens super illud holocáusta, et ímmolans víctimas: fecit sacrifícium vespertínum in odórem suavitátis Dómino Deo, in conspéctu filiórum Israel. (Cf. Ex. 24, 4. 5)
Sobre as Oferendas
Inclinai-vos, Senhor, às nossas súplicas e acolhei benigno as oferendas dos vossos fiéis, a fim de que os dons, que cada um trouxe em vossa honra, sirvam à salvação de todos. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Depois da Comunhão
Senhor, o vosso dom celeste penetre nossas mentes e nossos corpos, para que em nós prevaleça sempre, não o sentimento, mas a força deste sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 17/09/2024
“Eis que levavam um defunto”
“Jesus dirigiu-se a uma cidade chamada Naim. Com ele iam seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único; e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade a acompanhava”.
São três as ressurreições de que nos falam os evangelhos, porque são três os tipos de mortos que o Senhor quer trazer à vida. A primeira ressurreição que realiza Cristo é a da filha de Jairo; a segunda, como vemos narrado hoje no Evangelho, é a do filho da viúva de Naim; a terceira, por último, é a de Lázaro, irmão de Marta e Maria. Nestes três ressuscitados vemos, pois, os três mortos ou, antes, as três mortes de que nos quer livrar Jesus. A primeira, como dito, corresponde à da filha de Jairo, que, tendo morrido criança e pouco antes de o Senhor chegar à casa, representa os que, por fraqueza ou inconstância, caem pontualmente em falta grave, mas logo voltam a si e procuram o confessionário. A terceira, simbolizada em Lázaro, é dos que, fedendo há dias no sepulcro, fazem do pecado um estilo de vida, enfaixados em vícios e comidos pelos vermes de sua consciência. Entre um e outro extremo, isto é, entre os débeis e os obstinados, há outro gênero de mortos, que são aqueles que, levados pela procissão do mundo, querem ser cristãos sem sê-lo, por não terem a coragem de largar os costumes e modos de ver da vida passada. Apegados ainda a certos prazeres, presos a más amizades, acostumados a hábitos pouco honestos, creem-se cristãos sem se darem conta de que o mundo os vai carregando pouco a pouco à sepultura. A estes, entre os quais se contam muitos de nós, é preciso a decisão firme, ainda que dolorosa, de romper de vez com tudo o que leva ao pecado, próxima ou remotamente. Não há nesta matéria contemporizar nem fazer concessões: se queremos, neste mundo, ter vida e chegar vivos ao outro, temos de converter-nos sinceramente, deixando para trás o homem velho, arrojando-nos para frente, com os olhos bem postos na nossa única meta, que é possuir para sempre aquele que hoje nos diz: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te”.
Deus abençoe você!
Santo do dia 17/09/2024
São Roberto Belarmino (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 17 de Setembro† 1621
Roberto Francisco Rômulo Belarmino, nascido em Montepulciano, na Toscana, centro da Itália, em 1542, pertence à segunda geração dos santos da Companhia de Jesus. Portanto, deve ser considerado também como religioso.
Foi aluno de um colégio jesuíta e, aos dezoito anos de idade, ele mesmo fez-se jesuíta. Terceiro entre doze filhos, foi muito querido pelos pais, que notavam nele excelentes qualidades de inteligência e de coração. Sua mãe, uma santa mulher, irmã do papa Marcelo II, valorizava muito a vida religiosa, tanto que cinco de seus filhos abraçaram esta vida.
O contato com os padres jesuítas fez que Belarmino mudasse sua primeira ideia de ser médico para inclinar-se em favor da vida religiosa jesuítica. Para isso encontrou total apoio da mãe, mas resistência por parte do pai, que finalmente aprovou a resolução do filho.
Iniciou sua formação religiosa e seus estudos de filosofia e teologia, primeiro em Roma, depois em Florença e acabou se formando na Universidade de Pádua. O êxito dos estudos foi brilhante, de tal modo que, antes de ser ordenado sacerdote, foi enviado como professor e pregador em Lovaina, na Bélgica. Depois de dez anos na Bélgica, Belarmino foi chamado a Roma para fundar uma cátedra de apologética no Colégio Romano.
Como jesuíta trabalhou sobretudo no magistério, na direção dos jovens religiosos da Ordem e na pregação. Mas o que iria dar grande notoriedade a ele foi sua atividade teológica a serviço das doutrinas do Concílio de Trento e da refutação das doutrinas dos luteranos e calvinistas. Foi durante os anos de seu magistério em Roma que Belarmino escreveu sua monumental obra, com o nome de Controvérsias, exposição serena, profunda e exaustiva sobre a doutrina da fé, em resposta às negações e distorções das doutrinas heréticas. Escreveu também um Catecismo mais fácil e popular da mesma doutrina. O amor à Igreja e à verdade, que ressalta nestas obras, foi a paixão da vida de São Roberto Belarmino.
Em 1599, Roberto Belarmino foi nomeado cardeal, sendo então o mais eminente teólogo das Congregações romanas. No curto período de 1602 a 1605, dirigiu o arcebispado de Cápua, onde atuou como pastor modelar. Com a morte de Clemente VIII, que parece tê-lo isolado em Cápua, voltou às suas atividades em Roma. Além de assessor teológico do novo papa Paulo V, exerceu intensa atividade de escritor, de diplomata e de político. Era admirado por todos por sua grande simplicidade de vida.
Ao aproximar-se dos 80 anos de idade em 1621, retirou-se para a casa do noviciado de Santo André no Quirinal. La expirou, depois de ter recitado o Credo no dia dos Estigmas de São Francisco, cuja memória ele conseguiu que fosse celebrada em toda a Igreja. Foi canonizado em 1930 e, pelos seus preciosos escritos de teologia e tratados de espiritualidade, o papa Pio XI lhe conferiu o título de Doutor da Igreja.
Roberto Belarmino se santificou como religioso, educador, teólogo, professor, pregador e pastor de almas como presbítero e bispo. Foi testemunha de Cristo e procurou em todas essas formas de vida e atividade a santidade, mostrando que há muitos caminhos na busca da perfeição da caridade.
Através de São Roberto Belarmino a Oração coleta coloca toda a Igreja em contato com a fé católica da Igreja a ser conservada sempre integralmente: Ó Deus, que, para sustentar a fé católica da vossa Igreja, destes ao bispo São Roberto Belarmino ciência e força admiráveis, concedei, por sua intercessão, que o vosso povo se alegre de conservá-la sempre integralmente.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Roberto Belarmino, rogai por nós!