Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, Religioso, Memória
Antífona de entrada
Ou:
O Senhor a desposou para sempre, na fidelidade e na misericórdia. (Cf. Os 2, 21-22)
Vernáculo:
Eu, porém, como oliveira verdejante na casa do Senhor, confio na clemência do meu Deus agora e para sempre! espero em vosso nome, porque é bom, perante os vossos santos! (Cf. LH: Sl 51, 10. 11b) Sl. Por que é que te glorias da maldade, ó injusto prepotente? (Cf. LH: Sl 51, 3)
Coleta
Deus, Pai de misericórdia, que fizestes de Santo Antônio de Sant'Ana Galvão um instrumento de caridade e de paz, concedei-nos, por sua intercessão, promover sempre a verdadeira concórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Rm 8, 1-11
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos, 1não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. 2Pois a lei do Espírito que dá a vida em Jesus Cristo te libertou da lei do pecado e da morte.
3Com efeito, aquilo que era impossível para a Lei, já que ela estava enfraquecida pela carne, Deus o realizou; tendo enviado seu próprio Filho numa condição semelhante àquela da humanidade pecadora, e por causa justamente do pecado, condenou o pecado em nossa condição humana, 4para que toda a justiça exigida pela Lei seja cumprida em nós que não procedemos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
5Os que vivem segundo a carne aspiram pelas coisas da carne; os que vivem segundo o Espírito, aspiram pelas coisas do Espírito.
6Na verdade, as aspirações da carne levam à morte e as aspirações do Espírito levam à vida e à paz. 7Tudo isso, porque as tendências da carne são inimizade contra Deus: não se submetem – nem poderiam submeter-se – à Lei de Deus.
8Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. 9Vós não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus mora em vós.
Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. 10Se, porém, Cristo está em vós, embora vosso corpo esteja ferido de morte por causa do pecado, vosso espírito está cheio de vida, graças à justiça. 11E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora em vós, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais por meio do seu Espírito que mora em vós.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 23(24), 1-2. 3-4ab. 5-6 (R. cf. 6)
℟. É assim a geração dos que buscam vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.
— Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tornou firme sobre os mares, e sobre as águas a mantém inabalável. ℟.
— “Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação?” “Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime. ℟.
— Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador”. “É assim a geração dos que o procuram, e do Deus de Israel buscam a face”. ℟.
℣. Não quero a morte do pecador, diz o Senhor, mas que ele volte, se converta e tenha vida. (Ez 33, 11) ℟.
Evangelho (Lc 13, 1-9)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
1Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. 2Jesus lhes respondeu: “Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? 3Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. 4E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”. 6E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. 7Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’
8Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. 9Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás’”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Bonum est confiteri Domino, et psallere nomini tuo, altissime. (Ps. 91, 2)
Vernáculo:
Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! (Cf. LH: Sl 91, 2)
Sobre as Oferendas
Senhor, sejam aceitos por vós os frutos do nosso trabalho que trazemos ao vosso altar em honra de Santo Antônio de Sant'Ana Galvão; concedei que, livres da avidez dos bens terrenos, tenhamos em vós a única riqueza. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Minha herança é o Senhor: ele é bom para quem o procura. (Cf. Lm 3, 24-25)
Vernáculo:
Em verdade vos digo, vós, que deixastes tudo e me seguistes, recebereis cem vezes mais e tereis como herança a vida eterna. (Cf. MR: Mt. 19, 28. 29)
Depois da Comunhão
Renovados por estes sagrados mistérios, concedei-nos, Senhor, seguir o exemplo de Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, que vos serviu com filial constância e se dedicou ao vosso povo com imensa caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 25/10/2025
Como estaremos na hora inesperada?
A morte, repentina ou não, visitará a todos, mas cabe a cada um esforçar-se para estar em estado de graça, a fim de que, no dia do juízo, possamos mostrar a Deus com nossa vida todo o amor que, por Ele e para Ele, cultivamos.
No Evangelho de hoje, Jesus continua a refletir sobre o juízo, ou seja, sobre o fato de que prestaremos contas a Deus. Em primeiro lugar, ele cita dois acontecimentos da época: a história de quando Pilatos, governador da Judéia, mandou matar alguns galileus, sobre a qual Jesus afirma: Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus por terem sofrido tal coisa? Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo; em seguida, fala da a torre de Siloé, que caiu em cima de dezoito homens, que certamente, ao sair de casa para trabalhar, não imaginavam o que lhes aconteceria.
Essas são duas “notícias” de época que, em relação à imprevisibilidade, não se distanciam muito das tragédias atuais: mortes repentinas, explosão de carro bomba, acidente de trem, queda de avião…
É como se Jesus estivesse dizendo: “Tenha cuidado você que anda muito seguro de si, pensando que as tragédias só acontecem com os outros”. Um exemplo. Dom Luciano Mendes de Almeida, antigo arcebispo de Mariana, contava que, após ter sofrido um acidente, ainda no hospital, ouviu de um frade idoso que ficava a puxar o fio da barba: “É por isso que eu rezo antes de sair de casa”. Perplexo, Dom Luciano respondeu: “Mas, frei, eu também rezo antes de sair de casa”. E o frade, ainda puxando o fio da barba, disse todo convicto: “É. Mas tem que rezar direito!” É o exemplo típico de quem pensa que acidentes só acontecem com os outros. Mas podem acontecer com qualquer um. Afinal, não somos o centro do universo. Os desastres, acidentes e imprevistos acontecem com todo o mundo. A questão fundamental é estar pronto para se apresentar diante de Deus, pois quem não estiver pronto, irá para o inferno. É o que Nosso Senhor diz: Se não vos converterdes, perecereis.
Precisamos entender que acidentes acontecem, e não há nenhuma razão para sermos preservados deles. Eis porque devemos estar prontos para prestar contas a Deus. Jesus alerta para um resquício de soberba que está em nós devido ao pecado original: crer-se intocável. É frequente atender no confessionário pessoas revoltadas com Deus por causa da morte de um ente querido ou de alguma tragédia. Mas a pergunta é: será que essas pessoas achavam que seus parentes eram imortais, como se constituíssem uma classe superior de seres humanos?
É perceptível o resquício de soberba que aí está presente. O verdadeiro privilégio que nós temos não é o de não nos acontecerem acidentes, mas o de estarmos em estado de graça quando eles ocorrerem. Isso, sim, é privilégio; isso, sim, é um dom valiosíssimo de Deus. Não é por soberba, mas por aceitação humilde da misericórdia de Deus que devemos dizer: “Que maravilha! Estou em estado de graça. Vós sois tão bom comigo”. Acidentes e tragédias podem acontecer conosco, mas o que interessa mesmo é como estaremos espiritualmente se e quando eles acontecerem: Se não fizerdes penitência, perecereis.
Deus abençoe você!
Santo do dia 25/10/2025
Santo Antônio de Sant'Ana Galvão (Memória)
Local: São Paulo, Brasil
Data: 25 de Outubro † 1822
Estamos diante do primeiro santo canonizado nascido no Brasil. Antônio Galvão de França nasceu em 1739, em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, cidade que na época pertencia à diocese do Rio de Janeiro. O ambiente familiar era profundamente religioso. O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio para a Bahia, a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas. Com o clima antijesuítico provocado pela atuação do marquês de Pombal, Antônio entrou para os Frades Menores.
Em 1761 fez a profissão solene. Um ano depois, Frei Antônio foi admitido à ordenação sacerdotal. Depois de ordenado, foi mandado para o convento de São Francisco, em São Paulo, a fim de aperfeiçoar os estudos de filosofia e teologia. Terminados os estudos em 1768, foi nomeado pregador, confessor dos leigos e porteiro do convento. Foi confessor estimado e procurado. Grande devoto da Virgem Maria Imaculada, exerceu as funções de pregador, confessor, porteiro, orientador espiritual da Ordem Terceira Secular de São Francisco e guardião do convento do mesmo nome. Fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, hoje, mosteiro da Luz, onde em 1769 foi designado confessor. Distinguiu-se por uma vida apostólica e missionária, sendo chamado "homem da paz e da caridade".
Quando as forças impediram o ir e vir diário do convento de São Francisco ao recolhimento, obteve dos seus superiores a autorização para ficar no recolhimento da Luz, onde terminou sua vida terrena aos 23 de dezembro de 1822, confortado pelos sacramentos e assistido pelo seu guardião, dois confrades e dois sacerdotes diocesanos. A pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na igreja do Recolhimento que ele mesmo construíra. Foi beatificado por João Paulo II, no dia 25 de outubro de 1998 e canonizado, em São Paulo, por Bento XVI no dia 11 de maio de 2007, por ocasião da V Conferência do CELAM em Aparecida.
A questão das "pílulas de Frei Galvão" não foi mencionada nem no rito da beatificação nem no da canonização. Esta questão deve ser abordada com muito critério. A devoção está muito ligada à proteção da vida e da promoção da saúde à luz da devoção de Santo Antônio Galvão à Virgem Imaculada. Na oferta dessas pílulas Santo Antônio Galvão procurava levar as pessoas a uma atitude de vivência da mensagem do Evangelho, pois os papeizinhos levavam a mensagem seguinte: "Post partum, Virgo, inviolata permansisti. Dei Genetrix, intercede pro nobis", que significa: "Após o parto, ó Virgem, permaneceste inviolada. Mãe de Deus, intercede por nós". Na ação de comer ou devorar o livro, a mensagem está na linha do devorar o livro do profeta Ezequiel e do Apocalipse, e simboliza assimilar a mensagem. Portanto, deve se evitar toda a conotação de magia, realçando a conversão. Neste sentido, Santo Antônio Galvão poderia ser considerado e venerado como patrono da vida que nasce e da vida que corre risco por causa da doença.
Parece que de fato o santo começou a ser venerado mais como o homem da caridade e da paz. Em São Paulo foi declarado patrono da construção civil. Liturgicamente, seu nome não é simplesmente São Frei Galvão, mas Santo Antônio de Sant Ana Galvão, ou simplesmente Santo Antônio Galvão.
Os textos de sua comemoração realçam o homem da caridade e da paz. Eis a Oração coleta: Deus, Pai de misericórdia, que fizestes de Santo Antônio de Sant Ana Galvão um instrumento de caridade e de paz no meio dos irmãos e irmãs, concedei-nos, por sua intercessão, favorecer sempre a verdadeira concórdia.
A expressão "no meio dos irmãos e irmãs" lembra sua condição de religioso franciscano que tem como mensagem primeira o testemunho de fraternidade.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santo Antônio de Sant Ana Galvão, rogai por nós!