Sábado da 27ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
Santa Maria no Sábado ou São João XXIII, Papa
Antífona de entrada
Vernáculo:
Ao vosso poder, Senhor, tudo está sujeito, e não há quem possa resistir à vossa vontade, porque sois o criador de todas as coisas, do céu e da terra e de tudo que eles contêm; vós sois o Senhor do universo. (Cf. MR: Est 4, 17) Sl. Feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo! (Cf. LH: Sl 118, 1)
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, que no vosso imenso amor de Pai nos concedeis mais do que merecemos e pedimos, infundi em nós vossa misericórdia, para perdoar o que nos pesa na consciência e para nos dar mais do que a oração ousa pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Jl 4, 12-21
Leitura da Profecia de Joel
Assim fala o Senhor: 12“Levantem-se e ponham-se em marcha os povos rumo ao Vale de Josafá; ali me sentarei como juiz para julgar todas as nações em redor. 13Tomai a foice, pois a colheita está madura; vinde calcar, que o lagar está cheio: as tinas transbordam, porque grande é a sua malícia. 14Povos e mais povos no Vale da Decisão: o dia do Senhor está próximo no Vale da Decisão.
15Escureceram o sol e a lua e as estrelas perderam o brilho. 16Desde Sião rugirá o Senhor, fará ouvir sua voz desde Jerusalém; tremerão céus e terra, mas o Senhor será refúgio para o seu povo, será a fortaleza dos filhos de Israel. 17Sabereis, então, que eu sou o Senhor, vosso Deus, que habito em Sião, meu santo monte; Jerusalém será lugar sagrado, por onde não mais passarão estranhos.
18Acontecerá naquele dia que os montes farão correr vinho, e as colinas manarão leite; aos regatos de Judá não há de faltar água, e da casa do Senhor brotará uma fonte, que irá alimentar a torrente de Setim.19O Egito será devastado, e a Idumeia, devastada e deserta, por causa de suas atrocidades contra os filhos de Judá, derramando sangue inocente em suas terras.
20Judá será habitada para sempre, e Jerusalém, por todos os séculos. 21Vingarei meu sangue, não o deixarei sem castigo”. O Senhor está habitando em Sião.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 96(97), 1-2. 5-6. 11-12 (R. 12a)
℟. Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
— Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, e as ilhas numerosas rejubilem! Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, que se apoia na justiça e no direito. ℟.
— As montanhas se derretem como cera ante a face do Senhor de toda a terra; e assim proclama o céu sua justiça, todos os povos podem ver a sua glória. ℟.
— Uma luz já se levanta para os justos, e a alegria, para os retos corações. Homens justos, alegrai-vos no Senhor, celebrai e bendizei seu santo nome! ℟.
℣. Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11, 28) ℟.
Evangelho — Lc 11, 27-28
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 27enquanto Jesus falava, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e lhe disse: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram”. 28Jesus respondeu: “Muito mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Vir erat in terra nómine Iob, simplex et rectus, ac timens Deum: quem Satan pétiit, ut tentáret: et data est ei potéstas a Dómino in facultáte et in carne eius: perdidítque omnem substántiam ipsíus, et fílios: carnem quoque eius gravi úlcere vulnerávit. (Iob. 1 et 2, 7)
Vernáculo:
Havia, na terra, um homem chamado Jó: era íntegro e reto, temia a Deus. Satanás saiu da presença do Senhor e feriu Jó com chagas malignas, desde a planta dos pés até o alto da cabeça. (Cf. Bíblia CNBB: Jó 1, 1. 2, 7)
Sobre as Oferendas
Acolhei, Senhor, nós vos pedimos, o sacrifício que instituístes; e pelos sagrados mistérios que celebramos em vossa honra dignai-vos completar a santificação daqueles que salvastes. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Há um só pão e, embora sendo muitos, formamos um só corpo, todos os que participamos do mesmo pão e do mesmo cálice. (Cf. 1Cor 10, 17)
Vernáculo:
Feliz o ventre da Virgem Maria que trouxe o Filho do Pai eterno. (Cf. MR: Lc 11, 27)
Depois da Comunhão
Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que inebriados e saciados pelo sacramento que recebemos, sejamos transformados naquele que comungamos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 11/10/2025
A felicidade de estar em graça
Entenda nesta homilia por que são os laços sobrenaturais da graça, e não os vínculos de sangue ou as riquezas terrenas, a única fonte da verdadeira alegria cristã.
Os dois versículos que compõem o Evangelho de hoje, a Igreja tradicionalmente os emprega para honrar e enaltecer a Virgem Santíssima, e é curioso notar que é a esses mesmos versículos que muita gente alheia à fé católica costuma apelar para “diminuir” a inegável grandeza de Nossa Senhora. No entanto, “muito mais felizes são”, de fato, “aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”. Ao pronunciar essas palavras, Jesus não rejeita o elogio que aquela mulher exaltada fizera à sua Mãe; antes, pelo contrário, serve-se dele a fim de ressaltar que, mais do que os laços de sangue, o que realmente conta é o amor e a fidelidade. “Os vínculos sobrenaturais que estabelece a graça de Deus naqueles que lhe ouvem a palavra e a cumprem são mais profundos e valiosos do que os que estabelecem naturalmente os vínculos de sangue” (A. Royo Marín, La Virgen María. Madrid: BAC, 1968, p. 30). Assim como Maria é muito mais ditosa e mais próxima de Jesus por sua plenitude de graça do que por tê-lo concebido em suas entranhas puríssimas, assim também nós somos familiares de Deus, não por pertencermos ao povo da Antiga Aliança, mas pela graça que, derramada pelo Espírito em nossos corações, nos torna efetivamente filhos adotivos do Pai. Não é a carne que nos une, mas o mesmo Batismo, a mesma fé, a participação na mesma natureza divina. De modo semelhante, mais do que riquezas e saúde, o que realmente nos pode fazer felizes nesta vida é amizade com Deus, é o estado de graça, é a fidelidade a Cristo. Que a Virgem Maria nos conceda hoje, por sua intercessão, a graça de finalmente compreendermos o valor da graça divina e desprezarmos os “consolos” deste desterro. Que ela nos faça, pois, bem-aventurados, não por causa dos bens terrenos, mas pela fé que nos abre as portas da vida eterna.
Deus abençoe você!
Santo do dia 11/10/2025
São João XXIII (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 11 de Outubro † 1963
Angelo Giuseppe Roncalli nasceu a 25 de Novembro de 1881, em Sotto il Monte, Província de Bérgamo, Itália. Passou a infância na cidade natal, crescendo numa família rural de origens humildes. Em 1892 entrou no seminário de Bérgamo, onde em 1895 começou a escrever as «notas espirituais» que depois fariam parte do Giornale dell anima. Em 1900 foi enviado a Roma, onde se formou em teologia e, em 1904, recebeu a ordenação sacerdotal. No ano seguinte foi chamado pelo bispo Radini Tedeschi a voltar para Bérgamo, tornando-se o seu secretário, permanecendo ao seu lado até 1914, assimilando a sua vivacidade pastoral e o seu espírito reformador.
Depois da experiência da guerra, tornou-se diretor espiritual no seminário maior. Em 1921 transferiu-se para Roma a fim de desempenhar o cargo de presidente do conselho central da Obra da propagação da fé.
A 3 de Março de 1925, Pio XI nomeou-o visitador apostólico na Bulgária. Recebeu a ordenação episcopal a 19 de Março sucessivo, escolhendo como lema Oboedientia et pax. No dia 17 de Novembro de 1934 tornou-se delegado apostólico na Turquia e Grécia, e no dia 23 administrador apostólico do vicariato de Constantinopla. Depois, a 23 de Dezembro de 1944, foi transferido para a França, onde foi núncio apostólico durante oito anos. Na conclusão do seu mandato, a 12 de Janeiro de 1953, Pio XII criou-o cardeal e três dias depois nomeou-o patriarca de Veneza.
Em 1958, após a morte do Papa Pacelli, participou no conclave que teve início a 25 de Outubro. Já com 77 anos, depois de onze escrutínios, foi eleito Papa na tarde do dia 28, com uma escolha que foi interpretada no sinal da «transição» no final do longo e difícil pontificado do Papa Pacelli. Três meses depois, no dia 25 de Janeiro de 1959, na basílica de São Paulo fora dos Muros, surpreendeu todos anunciando a intenção de convocar «um concílio ecumênico para a Igreja universal», manifestando também a vontade de proclamar um Sínodo diocesano para Roma e de atualizar o Codex iuris canonici. Foi uma decisão inesperada e clamorosa, que suscitou uma repercussão vastíssima na opinião pública e orientou de modo preeminente todo o seu pontificado. De fato, a partir desse dia dedicou-se com determinação à realização da assembleia, que depois de três anos de preparação, teve início a 11 de Outubro de 1962 na presença de mais de dois mil bispos e numerosos observadores de Igrejas não católicas reunidos em São Pedro. O mesmo Pontífice concluiu a primeira fase dos trabalhos conciliares a 8 de Dezembro sucessivo, indicando a perspectiva do «longo caminho» que ainda se devia percorrer e que teria sido concluído pelo seu sucessor, Paulo VI.
Se o concílio absorveu grande parte das suas energias, não podemos esquecer as outras linhas fundamentais de um pontificado que se mostrou profundamente radicado na dimensão pastoral e episcopal do serviço papal. Em cinco anos multiplicaram-se as visitas e os encontros com os fiéis de Roma, consolidou-se a internacionalização do colégio cardinalício e valorizou-se cada vez mais o papel dos episcopados locais. A propensão ao diálogo encontrou terreno fértil sobretudo nos âmbitos do ecumenismo e das relações com as outras religiões. Ao mesmo tempo, teve início a política de abertura destinada a melhorar as relações entre a Santa Sé e os países do bloco comunista, e aumentou a competência do Pontífice no cenário internacional, como demonstrou, entre outras, a ação pacificadora durante a crise dos mísseis em Cuba, em 1962. O Papa Roncalli dedicou também à paz a sua oitava e última encíclica Pacem in terris, publicada em Abril de 1963. Precisamente naqueles meses as suas condições de saúde agravaram-se repentinamente devido ao aumento do tumor que lhe tinha sido diagnosticado no Outono precedente. Faleceu na noite de 3 de Junho de 1963. No dia 18 de Novembro de 1965, durante a última fase do concílio, o Papa Montini anunciou o início da causa de beatificação, juntamente com a do predecessor Pio XII. Foi proclamado beato por São João Paulo II a 3 de Setembro de 2000 e santo pelo Papa Francisco no dia 27 de abril de 2014
Publicado no L Osservatore Romano edição em português, n.18 de 03 de maio de 2014. Disponível em https://www.vatican.va/. Adaptado pela Equipe Pocket Terço.
São João XXIII, rogai por nós!