2ª feira da 27ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
São Bruno, Presbítero ou Santa Faustina Kowalska, Virgem
Antífona de entrada
Vernáculo:
Ao vosso poder, Senhor, tudo está sujeito, e não há quem possa resistir à vossa vontade, porque sois o criador de todas as coisas, do céu e da terra e de tudo que eles contêm; vós sois o Senhor do universo. (Cf. MR: Est 4, 17) Sl. Feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo! (Cf. LH: Sl 118, 1)
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, que no vosso imenso amor de Pai nos concedeis mais do que merecemos e pedimos, infundi em nós vossa misericórdia, para perdoar o que nos pesa na consciência e para nos dar mais do que a oração ousa pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Jn 1, 1–2, 1. 11
Início da Profecia de Jonas
1A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amati, que dizia: 2“Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe que sua perversidade subiu até à minha presença”. 3Jonas pôs-se a caminho, a fim de fugir para Társis, longe da presença do Senhor; desceu a Jope e encontrou um navio com destino a Társis, adquiriu passagem e embarcou com os outros passageiros para essa cidade, para longe da presença do Senhor.
4Mas o Senhor mandou um vento violento sobre o mar, levantando uma grande tempestade, que ameaçava destruir o navio. 5Tomados de pavor, os marinheiros começaram a gritar, cada qual a seu deus, e a lançar ao mar a carga do navio para o aliviar. Jonas havia descido ao porão do navio, deitara-se e dormia a sono solto. 6O chefe do navio foi vê-lo e disse: “Como! Tu dormes? Levanta-te e reza ao teu deus; talvez ele se lembre de nós, e não morreremos”.
7Disseram entre si os marinheiros: “Vamos tirar a sorte, para saber por que nos acontece esta desgraça”. Lançaram a sorte, e esta caiu sobre Jonas. 8Disseram-lhe: “Explica-nos, por culpa de quem nos acontece esta desgraça? Qual é a tua ocupação e donde vens? Qual é a tua terra, de que povo és?”9Ele respondeu: “Eu sou hebreu e temo o Senhor, Deus do céu, que fez o mar e a terra firme”. 10Aqueles homens ficaram possuídos de grande medo, e disseram: “Como é que fizeste tal coisa?”
Pelas palavras dele, acabavam de saber que estava fugindo da presença do Senhor. 11Disseram então: “Que faremos contigo, para acalmar o mar?” Pois o mar enfurecia-se cada vez mais. 12Respondeu Jonas: “Pegai em mim e lançai-me ao mar, e o mar vos deixará em paz: eu sei que, por minha culpa, se desencadeou sobre vós esta grande borrasca”.
13Os marinheiros, à força de remar, tentavam voltar à terra, mas em vão, porque o mar cada vez mais se encapelava contra eles. 14Então invocaram o Senhor e rezaram: “Suplicamos-te, Senhor, não nos deixes morrer em paga pela vida deste homem, não faças cair sobre nós este sangue inocente; fizeste, Senhor, valer tua vontade”.
15Então, pegaram em Jonas e atiraram-no ao mar; e cessou a fúria do mar. 16Invadiu esses homens um grande temor do Senhor, ofereceram-lhe sacrifícios e fizeram-lhe votos. 2, 1Determinou o Senhor que um grande peixe viesse engolir Jonas; e ele ficou três dias no ventre do peixe. 11Então o Senhor fez o peixe vomitar Jonas na praia.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Jn 2, 2. 3. 4. 5. 8 (R. 7c)
℟. Retirastes minha vida do sepulcro, ó Senhor!
— Do fundo do abismo, do ventre do peixe, Jonas rezou ao Senhor, o seu Deus, a seguinte oração: ℟.
— Na minha angústia clamei por socorro, pedi vossa ajuda do mundo dos mortos e vós me atendeste. ℟.
— Senhor, me lançastes no seio dos mares, cercou-me a torrente, vossas ondas passaram com furor sobre mim. ℟.
— Então, eu pensei: eu fui afastado para longe de vós; nunca mais hei de ver vosso Templo sagrado. ℟.
— E quando minhas forças em mim acabavam, do Senhor me lembrei, chegando até vós a minha oração. ℟.
℣. Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado. (Jo 13, 34) ℟.
Evangelho — Lc 10, 25-37
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 25um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” 26Jesus lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como lês?” 27Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!”
28Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”. 29Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 30Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Eles arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora deixando-o quase morto.
31Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. 32O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. 33Mas um samaritano que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. 34Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. 35No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: “Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais”.
E Jesus perguntou: 36“Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” 37Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Vir erat in terra nómine Iob, simplex et rectus, ac timens Deum: quem Satan pétiit, ut tentáret: et data est ei potéstas a Dómino in facultáte et in carne eius: perdidítque omnem substántiam ipsíus, et fílios: carnem quoque eius gravi úlcere vulnerávit. (Iob. 1 et 2, 7)
Vernáculo:
Havia, na terra, um homem chamado Jó: era íntegro e reto, temia a Deus. Satanás saiu da presença do Senhor e feriu Jó com chagas malignas, desde a planta dos pés até o alto da cabeça. (Cf. Bíblia CNBB: Jó 1, 1. 2, 7)
Sobre as Oferendas
Acolhei, Senhor, nós vos pedimos, o sacrifício que instituístes; e pelos sagrados mistérios que celebramos em vossa honra dignai-vos completar a santificação daqueles que salvastes. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Há um só pão e, embora sendo muitos, formamos um só corpo, todos os que participamos do mesmo pão e do mesmo cálice. (Cf. 1Cor 10, 17)
Vernáculo:
Desfaleço pela vossa salvação, vossa palavra é minha única esperança! Quantos dias restarão ao vosso servo? E quando julgareis meus opressores? Todos os vossos mandamentos são verdade; quando a calúnia me persegue, socorrei-me! (Cf. LH: Sl 118, 81. 84. 86)
Depois da Comunhão
Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que inebriados e saciados pelo sacramento que recebemos, sejamos transformados naquele que comungamos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 06/10/2025
A misericórdia de ensinar a amar
Além de nos ter amado até o extremo e redimido ao preço de seu sangue, Jesus manifestou sua entranhável misericórdia para conosco ao nos dar, como fruto precioso de sua paixão e morte na cruz, a graça de correspondermos ao seu amor.
No Evangelho de hoje, Jesus nos fala do amor a Deus e ao próximo por meio da conhecida parábola do bom samaritano. Antes de tudo, é importante ter presente que, das grandes obras de misericórdia de Deus, talvez a maior de todas seja a graça de o amarmos de toda a alma e com todo o nosso ser, embora sejamos duros de coração, e ao próximo por amor a ele, ainda que, em virtude do pecado original, tenhamos uma vontade inclinada à injustiça e ao egoísmo. De fato, Deus foi misericordioso conosco não apenas ao nos ter amado e redimido, mas também ao nos dar a capacidade de respondermos com amor ao seu carinho de Pai. Que um homem pecador seja perdoado, elevado acima de sua natureza decaída e, ainda mais, capacitado a obrar sobrenaturalmente, sob o influxo da vida do próprio Deus, é uma dádiva pela qual deveríamos sempre dar graças ao Senhor. O projeto de santidade que ele tem para cada um de nós é, portanto, um grande estímulo e um excelente motivo para sermos gratos àquele que nos enriqueceu além de toda medida.Jesus, com efeito, é o bom samaritano que, descendo da Jerusalém celeste sob a forma de servo, vem a nós, pobres espoliados à beira da caminho, para ungir-nos com o óleo da sua graça e limpar-nos com o vinho do seu sangue. É ele quem nos coloca sob as costas e nos leva para a pensão de sua Igreja, onde somos confortados com os sacramentos e, com alma renovada, capacitados e educados a amar a Deus como nosso sumo e único bem. É, pois, na Igreja, no contato diário e nem sempre fácil com o próximo, que aprendemos a amar o Senhor, já que é impossível, segundo o Apóstolo S. João, amar àquele a quem não vemos se fazemos pouco caso dos irmãos, a quem vemos (cf. 1Jo 4, 20). A exemplo de Cristo, partamos a caminho dos nossos semelhantes, largados à beira do mundo, e com espírito apostólico os levemos para a única Igreja em que reside a plenitude dos meios de salvação, a única em que teremos, de fato e com segurança, acesso à graça de amar, servir e adorar a Deus como ele deseja ser amado, servido e adorado por seus filhos.
Deus abençoe você!
Santo do dia 06/10/2025
Santa Faustina Kowalska (Memória Facultativa)
Local: Cracóvia, Polônia
Data: 06 de Outubro † 1938
Helena Kowalska nasceu em 25 de agosto de 1905, a terceira de dez filhos, filha de Marianna e Stanislao Kowalski, agricultores da aldeia de Głogowiec. No batismo na igreja paroquial de Świnice Warckie, ela recebeu o nome de Helena. Desde a infância distinguiu-se pelo amor à oração, pela laboriosidade, pela obediência e por uma grande sensibilidade à pobreza humana.
Aos nove anos, ela recebeu sua primeira comunhão; foi uma experiência profunda para ela porque imediatamente se deu conta da presença do Divino Convidado em sua alma. Ela frequentou a escola por apenas três anos. Ainda adolescente, ela deixou a casa de seus pais e foi servir a algumas famílias ricas em Aleksandrów, Łódź e Ostrówek, para se sustentar e ajudar seus pais.
A partir do sétimo ano de vida sentiu a vocação religiosa na alma, mas não tendo o consentimento dos pais para entrar no convento, tentou suprimi-la. Em seguida, motivada por uma visão do Cristo sofredor, ela partiu para Varsóvia, onde em 1° de agosto de 1925 entrou no convento das Irmãs da Bem-aventurada Virgem Maria da Misericórdia. Com o nome de Irmã Maria Faustina passou treze anos no convento nas várias casas da Congregação, especialmente em Cracóvia, Vilno e Płock, trabalhando como cozinheira, jardineira e porteira.
Externamente, não havia sinal de sua vida mística extraordinariamente rica. Ela desempenhou todo o trabalho com diligência, respeitou fielmente as regras religiosas, foi concentrada, silenciosa e ao mesmo tempo cheia de amor benevolente e desinteressado. Sua vida aparentemente comum, monótona e cinzenta escondeu em si uma união profunda e extraordinária com Deus.
Na base da sua espiritualidade está o mistério da Divina Misericórdia, que ela meditou na Palavra de Deus e contemplou no quotidiano da sua vida. O conhecimento e a contemplação do mistério da misericórdia de Deus desenvolveram nela uma atitude de confiança filial em Deus e de misericórdia para com o próximo. Ela escreveu: Ó meu Jesus, cada um dos Seus santos reflete em si mesmo uma das Suas virtudes; Quero espelhar Teu Coração compassivo e misericordioso, quero glorificá-lo. Tua misericórdia, ó Jesus, fica gravada no meu coração e na minha alma como um selo e este será o meu sinal distintivo nesta e na outra vida. (Q. IV, 7).
Irmã Maria Faustina, destruída pela doença e pelos vários sofrimentos que ela suportou voluntariamente como sacrifício pelos pecadores, na plenitude da maturidade espiritual e misticamente unida a Deus, morreu em Cracóvia em 5 de outubro de 1938, com apenas 33 anos. A fama da santidade de sua vida cresceu junto com a difusão do culto da Divina Misericórdia na esteira das graças obtidas por sua intercessão. Nos anos 1965-67, o processo de informação sobre sua vida e virtudes ocorreu em Cracóvia e em 1968 o processo de beatificação começou em Roma, que terminou em dezembro de 1992.
Foi beatificada e canonizada por São João Paulo II. A beatificação se deu na Praça de São Pedro, em Roma, em 18 de abril de 1993 e no dia 30 de abril de 2000 foi canonizada. As relíquias da Irmã Faustina encontram-se no santuário da Divina Misericórdia em Cracóvia-Łagiewniki.
No Brasil, sua memória foi transferida para o dia 06 de outubro.
Fonte: causesanti.va (adaptado)
Santa Faustina Kowalska, rogai por nós!
São Bruno (Memória Facultativa)
Local: La Torre, Itália
Data: 06 de Outubro † 1101
Bruno, de família nobre de Colônia, Alemanha, nasceu em 1035. Fez seus estudos superiores em Reims e Paris. Ordenado sacerdote, voltou para sua cidade natal, exercendo o ministério pastoral.
O arcebispo de Reims, que conhecia suas grandes qualidades de inteligência e piedade, convidou-o para lecionar na célebre escola de sua Catedral. Mestre de grandes méritos, desempenhou o magistério sem grandes dificuldades enquanto vivia o arcebispo. Bruno, homem reto e piedoso, não suportou as arbitrariedades do novo bispo.
Depois de lecionar por mais de vinte e cinco anos em Reims, já cinquentenário, o cônego Bruno começou a amadurecer um projeto que faria dele o fundador de uma das ordens religiosas mais severas da Igreja. Após curtos estágios em mosteiros beneditinos, retirou-se com alguns seguidores para a região deserta de Chartreuse (Cartuxa), na diocese de Grenoble no sul da França. Procurou o bispo de Grenoble, expondo-lhe seu plano de vida religiosa. Este se entusiasmou com a iniciativa e ofereceu-lhes o lugar apropriado para a solidão. Estava lançada a semente da Ordem eremítica dos Cartuxos ou cartusianos, em que predominava a vida solitária, temperada apenas pela reunião dos monges nos atos litúrgicos.
Ao ser eleito Papa, Urbano II (1088-1099), antigo discípulo do mestre Bruno em Reims, chamou-o a Roma como seu auxiliar.
Pouco tempo ficou ali o amante do silêncio. Fundou na Calábria ainda o mosteiro de Santa Maria da Torre, onde veio a falecer em 1101. A Ordem dos Cartuxos que atravessou a história sem nenhuma reforma conta ainda com uma vintena de mosteiros, com pouco mais de quatrocentos monges, sendo que, há alguns anos, foi fundado o mosteiro Nossa Senhora Medianeira, em Ivorá, na arquidiocese de Santa Maria, Rio Grande do Sul.
A mensagem de São Bruno: Foi mestre intransigente da verdade. Mas o que talvez mais o tivesse distinguido foi a contemplação com especial realce no silêncio. São Bruno foi chamado por Deus a lhe servir na solidão. A Oração coleta pede que, por suas preces, estejamos sempre voltados para Deus, em meio à agitação do mundo. O mundo de hoje, tão bombardeado pelos meios sociais, certamente está precisando da solidão e do silêncio para encontrar-se com mais facilidade com Deus e com o próximo.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Bruno, rogai por nós!