4ª feira da 2ª Semana do Advento
Memória Facultativa
São Dâmaso I, Papa
Antífona de entrada
Vernáculo:
Povo de Sião, o Senhor vem para salvar as nações; e, na alegria do vosso coração, soará majestosa a sua voz. (Cf. MR: Is 30, 19. 30) Sl. Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. Vós, que a José apascentais qual um rebanho! (Cf. LH: Sl 79)
Coleta
Ó Deus todo-poderoso, que nos mandais preparar o caminho para o Cristo Senhor, fazei que, confortados pela presença do divino médico, nenhuma fraqueza possa abater-nos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Is 40, 25-31
Leitura do Livro do Profeta Isaías
25“Com quem haveis de me comparar, e a quem seria eu igual?” – fala o Santo. 26Levantai os olhos para o alto e vede: Quem criou tudo isto? – Aquele que expressa em números o exército das estrelas e a cada uma chama pelo nome: tal é a grandeza e força e poder de Deus que nenhuma delas falta à chamada. 27Então, por que dizes, Jacó, e por que falas, Israel: “Minha vida ocultou-se da vista do Senhor e meu julgamento escapa ao do meu Deus?” 28Acaso ignoras, ou não ouviste? O Senhor é o Deus eterno que criou os confins da terra; ele não falha nem se cansa, insondável é sua sabedoria; 29ele dá coragem ao desvalido e aumenta o vigor do mais fraco. 30Cansam-se as crianças e param, os jovens tropeçam e caem, 31mas os que esperam no Senhor renovam suas forças, criam asas como as águias, correm sem se cansar, caminham sem parar.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 102(103), 1-2. 3-4. 8 e 10 (R. 1a)
℟. Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
— Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! ℟.
— Pois ele te perdoa toda culpa e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão; ℟.
— O Senhor é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo. Não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas. ℟.
℣. Eis que o Senhor há de vir, a fim de salvar o seu povo; felizes são todos aqueles que estão prontos para ir-lhe ao encontro. ℟.
Evangelho — Mt 11, 28-30
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Deus tu convértens vivificábis nos, et plebs tua laetábitur in te: osténde nobis, Dómine, misericórdiam tuam, et salutáre tuum da nobis. (Ps. 84, 7-8)
Vernáculo:
Não vireis restituir a nossa vida, para que em vós se rejubile o vosso povo? Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, concedei-nos também vossa salvação! (Cf. LH: Sl 84, 7-8)
Sobre as Oferendas
Possamos, Senhor, oferecer-vos sem cessar este nosso sacrifício, para que, ao celebrarmos o sacramento que nos destes, realizem-se em nós as maravilhas da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Levanta-te, Jerusalém, põe-te no alto e vê: vem a ti a alegria do teu Deus. (Cf. MR: Br 5, 5; 4, 36)
Depois da Comunhão
Imploramos, Senhor, vossa clemência, para que estes divinos auxílios nos purifiquem dos pecados e nos preparem para as festas que se aproximam. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 11/12/2024
O leve fardo do amor
Médico das almas, Cristo foi enviado pelo Pai com o fim de substituir o pesado fardo dos pecados e da concupiscência pelo jugo suave da lei evangélica, dos preceitos da graça e da caridade.
Após nos ter mostrado nos versículos anteriores a majestade de sua divindade (cf. Mt 11, 27), agora, para que diante dela não nos aterrorizássemos, Cristo nos mostra sua humanidade, e com terníssimas palavras chama todos os homens para junto de si. De fato, um legislador e príncipe, em quem reside a maior autoridade e poder, não tem maior virtude do que a benevolência e a mansidão. Assim Moisés, legislador e chefe dos hebreus, foi o mais manso de todos os mortais (cf. Nm 12, passim). Assim Cristo, legislador supremo e Cabeça da humanidade, é o mais benévolo, o mais doce e o mais manso que jamais houve entre os homens.
a) “Vinde a mim”, não com pés corporais, mas com afetos de fé, esperança e caridade, de religião, devoção e piedade. A Cristo, com efeito, entregou o Pai todas as coisas e o enviou como médico peritíssimo, a fim de curar, com os fármacos do seu divino amor, todas as nossas doenças físicas e espirituais. Ninguém além dele é capaz de nos devolver por completo a saúde: “Vinde a mim”.
b) “Todos vós”, sem excluir ninguém. Pois não há neste mundo quem não sofra alguma doença espiritual e, portanto, não necessite do remédio que apenas Cristo pode dar. A todos, pois, o Senhor se oferece e proclama que é a Ele, e a mais ninguém, que todos devem pedir saúde e salvação. Foi assim, com doçura infinita, que Ele corrigiu, elevou e curou a pecadora Madalena, o publicano Mateus, o perseguidor Paulo, o traidor Pedro. E é assim que, ainda hoje, Ele chama a todos na SS. Eucaristia, dizendo: “Vinde a mim todos vós, enfermos, famintos, aflitos: eu vos darei descanso”.
c) “Que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos”, seja este fardo o peso dos pecados, que nos matam a alma e nos incapacitam para o amor, ou as dificuldades e tentações desta vida, “porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e a morada terrestre oprime o espírito carregado de cuidados” (Sb 9, 15).
d) “E eu vos darei descanso”, com a verdade de minha doutrina; pela força de meus sacramentos, que são os medicamentos os mais eficazes; por minha graça e minhas consolações internas, que tornam suaves e suportáveis as mais duras provações; e, enfim, pela glória felicíssima do céu, prêmio incomparável com o pouco que por ora sofremos na terra.
e) “Tomai sobre vós o meu jugo”, isto é, vós, que vos submetestes ao peso intolerável do pecado e da concupiscência, vinde a mim, e eu trocarei este jugo pelo meu, que é o peso levíssimo da lei evangélica, dos preceitos da graça e do amor. Eu, com efeito, vos aliviarei, porque o meu jugo, embora não deixe de ter o seu peso, é ao mesmo tempo um remédio de suave sabor e como que um leito em que podereis descansar tranquilamente, se tiverdes a paciência que esta mesma lei vos ensina e prescreve. Porque a paciência sobrenatural que vos prometo e garanto é um remédio único e singular para todas as doenças, sejam de corpo, sejam de alma: “Nada é áspero aos mansos”, diz S. Leão Magno, “nada é duro aos humildes”. Assim, pois, como uma cota de malha resiste aos cortes em virtude de sua flexibilidade, assim também a humildade e a mansidão suportam, por sua própria leveza, toda aspereza.
f) “E aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso”. Imitemos, portanto, a humildade e a mansidão de Nosso Senhor, recorramos a Ele com irrestrita confiança, e decerto havemos de sentir o quão suave é o jugo de Deus. Temos em Cristo Jesus um amigo infinitamente confiável, um médico prudentíssimo, que jamais nos faria sofrer além de nossas capacidades. Abandonando-nos diariamente ao seu divino Coração, aprenderemos por sua graça a vencer com mansidão todas as dificuldades que esta vida opõe aos que desejam adorar a Deus e só a Ele servir.
Deus abençoe você!
Santo do dia 11/12/2024
São Dâmaso I (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 11 de † 384
São Dâmaso foi o papa mais notável do século IV. O Liber Pontificalis, o documento histórico mais antigo relativo à vida dos papas, dá as seguintes informações sobre este Papa: "Dâmaso, espanhol de origem, filho de Antônio, dirigiu a Igreja de Roma durante 18 anos, dois meses e dez dias. Uma facção rival elegeu simultaneamente a Papa o diácono Ursino. Reunidos em sínodo os presbíteros de Roma confirmaram a eleição de Dâmaso, feita pela imensa maioria do clero e fiéis".
Dâmaso nasceu pelo ano de 305 e morreu em Roma em 384. Foi diácono do papa Libério, a quem sucedeu em 366. A eleição de Dâmaso a Papa coincidiu com uma época agitada. Logo no início de seu pontificado, teve que se defrontar com o antipapa Ursino, eleito pelo partido contrário. Além disso, teve que enfrentar a questão do arianismo, que negava a consubstancialidade de Cristo com o Pai, colocando em sério perigo a unidade da Igreja. Esta luta exigiu de Dâmaso uma atitude firme e corajosa, dando, inclusive, apoio ao grande defensor da doutrina trinitária, Santo Atanásio. Além disso, existiam resíduos de antigas seitas heréticas com grupos de fiéis, presidido cada qual por um bispo, tais como os marcionitas, os donatistas, os novacianos e os sabelianos.
O papa Dâmaso, consciente de sua autoridade durante as controvérsias, foi um dos primeiros a definir, inequivocamente, o primado do Romano Pontífice na Igreja universal.
Foi no tempo do papa Dâmaso que o imperador Graciano renunciou ao título de "Pontífice Máximo", que os imperadores romanos ostentavam como supremos hierarcas da religião estatal pagã.
Sob o papa Dâmaso celebrou-se em Constantinopla o II Concílio Ecumênico, que publicou a fórmula da confissão de fé, com a definição clara sobre a divindade do Espírito Santo que procede do Pai e do Filho.
Este pontífice ordenou o canto dos Salmos, nas diversas horas do dia, nas igrejas, mosteiros, obrigatório para os bispos e clero. A ele se deve o Calendário litúrgico romano. Grande merecimento deste Papa é de ter encarregado São Jerônimo de efetuar uma nova tradução da Bíblia diretamente dos originais gregos ou hebraicos e que entrou em uso na Igreja por muitos séculos com o nome de Vulgata. Em 374, Dâmaso publicou uma decisão relativa ao catálogo dos livros inspirados no Antigo e Novo Testamento, que assumiu importância capital na definição do Cânon da Sagrada Escritura. Promoveu a veneração dos mártires, cuidando de suas memórias históricas, monumentais e epigráficas.
A Oração coleta restringe-se a fazer memória de São Dâmaso como promotor do culto dos mártires: Concedei-nos, ó Deus, permanecer fiéis ao culto dos vossos mártires, promovido na vossa Igreja pelo papa São Dâmaso.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Dâmaso, rogai por nós!