6ª feira da 3ª Semana do Advento
Antífona de entrada
Vernáculo:
Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, e sobre nós iluminai a vossa face! Se voltardes para nós, seremos salvos! Sl. Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. Vós, que a José apascentais qual um rebanho! Vós, que sobre os querubins vos assentais, aparecei cheio de glória e esplendor. (Cf. LH: Sl 79, 4. 2)
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, pela anunciação do anjo, a Virgem imaculada acolheu vosso Verbo inefável e, como habitação da divindade, ficou repleta da luz do Espírito Santo. Concedei que, a seu exemplo, abracemos humildemente a vossa vontade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura (Is 7, 10-14)
Leitura do Livro do Profeta Isaías
Naqueles dias, 10o Senhor falou com Acaz, dizendo: 11“Pede ao Senhor teu Deus que te faça ver um sinal, quer provenha da profundeza da terra, quer venha das alturas do céu”. 12Mas Acaz respondeu: “Não pedirei nem tentarei o Senhor”. 13Disse o profeta: “Ouvi então, vós, casa de Davi; será que achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus? 14Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 23)
℟. O Senhor vai entrar, é o Rei glorioso!
— Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tornou firme sobre os mares, e sobre as águas a mantém inabalável. ℟.
— “Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação?” “Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime. ℟.
— Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador”. “É assim a geração dos que o procuram, e do Deus de Israel buscam a face.” ℟.
Ó Chave de Davi, que abre as portas do Reino eterno: oh, vinde e livrai do cárcere o preso, sentado nas trevas! ℟.
Evangelho (Lc 1, 26-38)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Exsúlta satis fília Sion, praédica fília Ierúsalem: ecce Rex tuus venit tibi sanctus, et salvátor. (Zach. 9, 9)
Vernáculo:
Enche-te de grande júbilo, filha de Sião, prorrompe em gritos, filha de Jerusalém! Eis que teu rei vem a ti; ele é justo e salvador. (Cf. Bíblia CNBB: Zc 9, 9a)
Sobre as Oferendas
Aceitai, Senhor, nós vos pedimos, este admirável sacrifício que vos oferecemos para que, pela participação neste sacramento, recebamos os bens desejados que a fé nos faz esperar. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Armou no alto uma tenda para o sol; ele desponta no céu e se levanta como um esposo do quarto nupcial, como um herói exultante em seu caminho. De um extremo do céu põe-se a correr e vai traçando o seu rastro luminoso, até que possa chegar ao outro extremo, e nada pode fugir ao seu calor. (Cf. LH: Sl 18, 6. 7)
Depois da Comunhão
Guardai, ó Senhor, sob a vossa proteção, aqueles que alimentastes com o pão celestial, para que encontrem em vossos mistérios a alegria da verdadeira paz. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 20/12/2024
O templo que Deus sempre desejou
A Virgem de Nazaré, pobre aos olhos humanos, é a mais rica, a mais esplêndida e a mais bela de todas as criaturas, porque é o templo místico, preparado desde a eternidade, que o Filho de Deus escolheu como sua morada.
O Evangelho de ontem abria-se com um cenário solene, bem no coração de Israel, no Santo dos Santos, onde Zacarias, comunicado pelo anjo do Senhor, recebera a notícia de que lhe nasceria um filho, o Precursor de Cristo. O Evangelho de hoje, por sua vez, abre-se com um cenário humilde, numa cidadezinha esquecida no interior da Galiléia, na casa da Virgem Maria, que, visitada pelo mesmo anjo, recebe a notícia de que lhe nascerá um Filho, o próprio Deus altíssimo. De um lado, temos um destacado sacerdote da tribo de Abias, no Templo de Jerusalém; de outro, uma Virgem pobre e desconhecida, vivendo numa choupana menos do que miserável. A ambos se dirige o mesmo anjo, com a mesma majestade, para lhes comunicar os desígnios de Deus. De um lado, vemos um suntuoso templo de pedra, construído por mãos humanas; de outro, o templo, incomparavelmente mais santo, do corpo e da alma de Maria, formado com todo o esmero pelas mãos divinas de quem nela nasceria. Porque, com efeito, o templo que, no Antigo Testamento, Deus quis fosse preparado para si não era mais do que tipo e figura deste templo místico que é a Virgem SS., em cujo Coração, nova Arca da Aliança, Cristo nasceria antes espiritualmente para depois, num mistério impenetrável, fazer-se carne em suas entranhas. Se o contraste entre o luxo da Jerusalém e a pobreza de Nazaré já é marcante, não o é menos o contraste entre a pobreza espiritual da Cidade Santa e a riqueza de graça e amor escondida, qual um tesouro reservado só para Deus, no Coração Imaculado de Maria. Se é lamentável a incredulidade com que Zacarias, representando toda a casta sacerdotal, recebeu a notícia do anjo, é infinitamente admirável a fé com que Maria deu o seu “sim” à mensagem mais inacreditável que jamais houve: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus”.
Deus abençoe você!
Santo do dia 20/12/2024
São Zeferino (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 20 de † 217/218
Zeferino é um dos papas que teve longo pontificado: segundo Eusébio de Cesareia foi papa de 202 a 219, e segundo o Catálogo liberiano, de 198 a 217. Precisamente o longo pontificado é uma das poucas coisas que sabemos com certeza a respeito de são Zeferino. Trata-se de detalhe tanto mais interessante, porque os tempos nos quais são Zeferino exerceu o sumo pontificado não eram certamente tempos muito tranquilos. Foi de fato durante o seu pontificado que se desencadeou a perseguição de Setímio Severo.
Este, que se tornara imperador no ano 193, durante os primeiros anos, embora sem abolir o regime de perseguição, não incentivou a sua aplicação, tanto que foram anos de paz para a comunidade cristã. Melhor dizendo, segundo o testemunho de Tertuliano, o próprio Setímio Severo um dia se opôs a uma manifestação popular contra os cristãos. O mesmo Tertuliano, todavia, atesta com o seu desprezo polêmico que particularmente na África não era praticada a mesma tolerância. De qualquer modo essa tolerância terminou em todo o império no ano 200-202, aproximadamente, e foi um edito de Setímio Severo que "proibiu sob pena grave, toda propaganda judaica, e tomou a mesma decisão a respeito dos cristãos", conforme a História Augusta.
Era uma reviravolta, pois pela primeira vez era emanado um edito explicitamente contra aqueles que pensavam em se converter. Entre os mártires ilustres desta perseguição estavam Perpétua e Felicidade, martirizadas em Cartago juntamente com Saturnino, Secúndulo, Revogado, Saturo. Talvez tenha morrido mártir também santo Ireneu; mártir com toda a certeza e até mesmo na presença de Setímio Severo, foi santo Andeolo. A paz voltou em 211 com a subida ao trono de Caracalla e continuou praticamente também sob os sucessores Macrino, Heliogábalo e Alexandre Severo.
Por isso só impropriamente são Zeferino pode ser considerado mártir, como o fez o cardeal Barônio (e depois dele o Martirológio Romano), "de seu arbítrio e contra a tradição que sempre venerou Zeferino como confessor". Não obstante a ausência de perseguições, são Zeferino não teve pontificado fácil.
Foi sepultado nas catacumbas de são Calisto, num edifício onde foi sepultado depois também são Tarcísio.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Zeferino, rogai por nós!