4º Domingo do Advento
Antífona de entrada
Vernáculo:
Céus, deixai cair o orvalho, as nuvens façam chover o justo; abra-se a terra, deixe germinar o Salvador! (Cf. MR: Is 45, 8) Sl. Os céus proclamam a glória do Senhor, e o firmamento, a obra de suas mãos. (Cf. LH: Sl 18)
Coleta
Infundi, Senhor, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela anunciação do anjo a encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Mq 5, 1-4a
Leitura da Profecia de Miquéias
Assim diz o Senhor: 1Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que dominará em Israel; sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade.
2Deus deixará seu povo ao abandono, até ao tempo em que uma mãe der à luz; e o resto de seus irmãos se voltará para os filhos de Israel.
3Ele não recuará, apascentará com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor seu Deus; os homens viverão em paz, pois ele agora estenderá o poder até aos confins da terra, 4ae ele mesmo será a Paz.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 79(80), 2ac. 3b. 15-16. 18-19 (R. 4)
℟. Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos!
— Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. Vós que sobre os querubins vos assentais, aparecei cheio de glória e esplendor! Despertai vosso poder, ó nosso Deus e vinde logo nos trazer a salvação! ℟.
— Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a e ao rebento que firmastes! ℟.
— Pousai a mão por sobre o vosso Protegido, o filho do homem que escolhestes para vós! E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome! ℟.
Segunda Leitura — Hb 10, 5-10
Leitura da Carta aos Hebreus
Irmãos: 5Ao entrar no mundo, Cristo afirma: “Tu não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste-me um corpo. 6Não foram do teu agrado holocaustos nem sacrifícios pelo pecado. 7Por isso eu disse: ‘Eis que eu venho. No livro está escrito a meu respeito: Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade’”. 8Depois de dizer: “Tu não quiseste nem te agradaram vítimas, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado” – coisas oferecidas segundo a Lei – 9ele acrescenta: “Eu vim para fazer a tua vontade”. Com isso, suprime o primeiro sacrifício, para estabelecer o segundo. 10É graças a esta vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. Eis a serva do Senhor; cumpra-se em mim a tua palavra. (Lc 1, 38) ℟.
Evangelho — Lc 1, 39-45
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Ave María, grátia plena, Dóminus tecum: benedícta tu in muliéribus, et benedíctus fructus ventris tui. (Lc. 1, 28. 42)
Vernáculo:
Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre. (Cf. MR: Lc 1, 28. 42)
Sobre as Oferendas
Senhor, o mesmo Espírito Santo que com seu poder fecundou o seio de Maria, santifique estas oferendas, colocadas sobre o vosso altar. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho; e lhe porá o nome de Emanuel. (Cf. MR: Is 7, 14)
Depois da Comunhão
Ó Deus todo-poderoso, tendo recebido o penhor da eterna redenção, nós vos pedimos que, quanto mais se aproxima a festa da salvação, tanto mais cresça o nosso fervor para celebrar dignamente o mistério do Natal do vosso Filho. Que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Homilia do dia 22/12/2024
Acolher Jesus com fé
“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? (Lc 1, 42-43)
Queridos irmãos e irmãs, celebramos o 4º Domingo do Advento. Já verdadeiramente perto da festa do Natal, a Igreja nos recorda, como ouvimos na bela profecia de Miquéias, na primeira leitura, como sete séculos antes, é anunciado o lugar preciso onde o Messias deveria nascer.
Na realidade, quem teve a graça de assistir à Santa Missa todos os dias desta semana que passou, também teve a oportunidade de ouvir as principais e mais claras ou explícitas profecias que os antigos profetas fizeram sobre o Messias prometido: os anúncios de Isaías, Sofonias, Balaão, Jacó, Jeremias. Em cada uma destas profecias pronunciadas quinhentos, setecentos, mil e até dois mil anos antes do nascimento do Messias, Deus deu ao seu povo indicações preciosas sobre a Pessoa do Messias esperado, sobre os detalhes do seu nascimento, da sua obra, sua vida, sua paixão e morte; para que, no momento de sua chegada a este mundo e cumprimento destas profecias, ele fosse recebido no coração de seu amado povo. Infelizmente, como bem sabemos, apenas um grupo muito pequeno do povo de Israel prestou atenção e meditou constantemente nos seus corações sobre estas previsões de Deus e, portanto, foi apenas um grupo muito pequeno de pessoas justas e santas que acolheu o Deus que se fez homem para salvar os homens. Ao resto do povo de Deus, infelizmente, aplicam-se as palavras de São João Evangelista: “Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam” (Jo 1,11).
O profeta Miqueias na primeira leitura anuncia: “Assim diz o Senhor: ‘Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que dominará em Israel; sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade. Deus deixará seu povo ao abandono, até ao tempo em que uma mãe der à luz’” (Mq 5,1-2). Esta profecia nos fala claramente de Jesus, cujas origens são misteriosas (desde os dias da eternidade, diz Miquéias). Hoje nós sabemos o significado profundo destas palavras: Jesus nasceu do Pai Eterno antes de todos os séculos; Ele é Deus, e Deus é eterno. Miquéias diz, portanto, de forma misteriosa, que o Messias é Deus.
Ao mesmo tempo, esta profecia fala da Mãe de Jesus, descrevendo-a como uma mulher que dá à luz ao seu filho de forma misteriosa: “até ao tempo em que uma mãe der à luz”. A Mãe do esperado é simplesmente Ela, tão esperada como é esperado o Menino que deve dar à luz.
Miquéias prediz a vinda do Messias; fala-nos daquele que é eterno (portanto, Deus), mas que nascerá neste mundo de uma mulher misteriosa (em outras palavras, o mistério da Encarnação e do Nascimento de Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem).
Pois bem, todas estas profecias se cumpriram no dia em que Maria recebeu o anúncio do Anjo Gabriel; e todas essas previsões misteriosas simplesmente se tornaram realidade; e assim Deus começou a estar presente de uma forma absolutamente nova, no ventre virginal de Nossa Senhora.
Maria foi a primeira a acolher e a guardar no seu coração todas estas profecias. A sua fé lhe ajudou a compreender o significado profundo das palavras dos profetas, e nas passagens onde lemos a Bíblia sem encontrar quase nenhum vestígio do Messias, ela compreendeu perfeitamente que falavam Dele e quando o Anjo lhe fez este anúncio extraordinariamente grande e mais ainda extraordinariamente misterioso, ela não teve dificuldade em acreditar, mesmo quando a verdade que o Anjo lhe revelou fosse simplesmente impensável.
Por isso Isabel a abençoou, dizendo: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,45). É claro que Isabel fala das palavras do Anjo, nas quais Maria acreditou. No entanto, não somente delas, mas também de todas as profecias do Antigo Testamento. Daí que a profecia de Miquéias e o louvor da fé de Maria são colocados lado a lado.
No Natal comemoramos a vinda do Senhor, mas não devemos esquecer que a condição que Deus pede e exige para a sua vinda não é outra senão a fé do seu povo. Deus não quer ser um visitante e convidado inconveniente... Ele bate à porta e aguarda a nossa resposta. No Apocalipse lemos: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap 3,20). Deus quer vir; na verdade, Ele pede para vir, para ser admitido em nossos corações (estou à porta e bato); mas temos que abrir a porta.
A Santíssima Virgem é aquela que abriu a porta deste mundo a Deus. A sua fé foi a chave que nos abriu a Redenção. Nenhuma criatura nesta terra acreditou tão fortemente em cada uma das palavras que o Senhor falou ao seu povo, desde os tempos antigos. A sua fé é mais forte que a fé de Abraão, mais profunda que a fé de Moisés, mais ilustrada que a fé de David, Jeremias, Isaías, Miquéias e todos os profetas.
Maria Santíssima acreditou tão fortemente nas profecias, que elas se cumpriram se tornando realidade na própria Virgem Maria. Aqui está o louvor do Espírito Santo pela boca de Isabel: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,45).
Neste dia peçamos a Virgem Santíssima, que aumente a nossa fé para que possamos acolher Jesus, pelo menos um pouco, como ela o acolheu. Para que também nós possamos sentir a alegria da visita do Senhor e que Deus nos dê a graça de que esta sua visita seja a nossa bem-aventurança eterna que começou já na terra. Assim seja, amém.
Deus abençoe você!
Pe. Fábio Vanderlei, IVE
Neste 4º Domingo do Advento, o Evangelho nos mostra que quem quiser celebrar bem a festa do Natal precisa, a exemplo de Santa Isabel, receber Nossa Senhora em sua casa, isto é, abraçar fervorosamente a devoção à Virgem Santíssima, pela qual nos aproximamos cada vez mais da graça de Cristo.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para este domingo e prepare-se para vivenciar santamente o Natal de Nosso Senhor.
Santo do dia 22/12/2024
Santa Francisca Xavier Cabrini (Memória Facultativa)
Local: Chicago, Estados Unidos da América do Norte
Data: 22 de † 1917
Entre 1901 e 1913 emigraram só para a América 4.711.000 italianos, dos quais 3.374.000 provinham do sul; uma verdadeira doença social, uma distorção segundo políticos e sociólogos (não faltou quem dissesse que a emigração era um negócio para o Estado, resolvia a superpovoação). Mas ao lado dos dramas que a emigração suscitou, é necessário lembrar ainda hoje uma mestra de santo Ângelo Lodigiano, Francisca Cabrini, nascida em 1850, última de uma família de 13 filhos. Ela olhou para o fenômeno da emigração não com os olhos do político ou do sociólogo, mas com os olhos humaníssimos de mulher, de cristã, merecendo o título de mãe dos emigrantes.
Órfã de pai e mãe, Francisca teria desejado fechar-se logo no convento, mas não foi aceita por causa da precariedade de sua saúde. Aceitou então o encargo de atender a um orfanato, que lhe confiou o pároco de Codogno. A jovem, há pouco diplomada mestra, fez muito mais: concitou algumas companheiras a unirem-se a ela, constituindo um primeiro núcleo das irmãs missionárias do Sagrado Coração, postas sob a proteção de um intrépido missionário, são Francisco Xavier, de quem ela mesma, pronunciando os votos, assumiu o nome.
Como o santo jesuíta, gostaria de ter zarpado para a China, mas quando teve conhecimento do descuido culpável e do drama desesperador de milhares e milhares de italianos emigrantes, descarregados do porão dos navios no porto de Nova Iorque, privados da mínima assistência material e espiritual, Francisca Cabrini não mais hesitou.
Também ela na primeira das suas vinte e quatro travessias do oceano condividiu os dissabores e as incertezas de seus patrícios; mas é extraordinária a coragem com que enfrentou a imensa metrópole norte-americana e soube onde estabelecer o ponto de encontro e de socorro para os emigrantes. Antes de tudo olhou para os órfãos e os doentes, construindo casas, escolas e um grande hospital em Nova lorque, depois em Chicago, em seguida na Califórnia e irradiar enfim a sua obra em toda a América, até a Argentina.
A quem se mostrava admirado com ela por tantas obras, a madre Cabrini respondia com sincera humildade: "Por acaso não foi o Senhor quem fez todas essas obras?". Traduzidas em números estas obras são nada menos que trinta fundações em oito nações diferentes. A morte a colheu de improviso, após uma das inúmeras viagens, em Chicago, em 1917. Seu corpo foi levado triunfalmente para Nova Iorque na igreja anexa ao Colégio Madre Cabrini para que ficasse perto dos emigrantes.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santa Francisca Xavier Cabríni, rogai por nós!