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3ª feira da 4ª Semana do Advento / Missa da Noite

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Antífona de entrada

Dia:

Eis que já chegou a plenitude do tempo, em que Deus mandou à terra o seu Filho. (Cf. Gl 4, 4)

Noite:

Foi assim que me falou o Senhor Deus: “Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!” (Cf. Sl 2, 7)

Ou:


Alegremo-nos todos no Senhor, porque nosso Salvador nasceu no mundo. Hoje, para nós, desceu do céu a verdadeira paz.

Dia:

Veni, et osténde nobis fáciem tuam, Dómine, qui sedes super Chérubim: et salvi érimus. Ps. Qui regis Israel, inténde: qui dedúcis velut ovem Ioseph. (Ps. 79, 4. 2)

Vernáculo:
Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, e sobre nós iluminai a vossa face! Se voltardes para nós, seremos salvos! Sl. Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. Vós, que a José apascentais qual um rebanho! Vós, que sobre os querubins vos assentais, aparecei cheio de glória e esplendor. (Cf. LH: Sl 79, 4. 2)

Noite:

Dominus díxit ad me: Fílius meus es tu, ego hódie génui te. Ps. 1. Quare fremuérunt gentes: et pópuli meditáti sunt inánia? 2. Astitérunt reges terrae, et príncipes convenérunt in unum advérsus Dóminium, et advérsus Christum eius. 3. Póstula a me, et dabo tibi gentes hereditátem tuam, et possessiónem tuam términos terrae. (Ps. 2, 7; ℣. 1. 2. 8)

Vernáculo:
Foi assim que me falou o Senhor Deus: “Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!” (Cf. Sl 2, 7) Sl. 1. Por que os povos agitados se revoltam? Por que tramam as nações projetos vãos? 2. Por que os reis de toda a terra se reúnem, e conspiram os governos todos juntos contra o Deus onipotente e o seu Ungido? 3. Podes pedir-me, e em resposta eu te darei por tua herança os povos todos e as nações, e há de ser a terra inteira o teu domínio. (Cf. LH: Sl 2, 1. 2. 8)

Coleta

Dia:

Apressai-vos e não tardeis, Senhor Jesus, para que sejam revigorados, com a alegria de vossa vinda, os que confiam em vosso amor. Vós, que sois Deus, e viveis e reinais com o Pai, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Noite:

Ó Deus, que fizestes resplandecer esta noite santíssima com a claridade da verdadeira luz, concedei que, tendo conhecido na terra este mistério, possamos também participar da sua glória no céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Dia:

Primeira Leitura — 2Sm 7, 1-5. 8b-12. 14a. 16


Leitura do Segundo Livro de Samuel


1Tendo-se o rei Davi instalado já em sua casa e tendo-lhe o Senhor dado a paz, livrando-o de todos os seus inimigos, 2ele disse ao profeta Natã: “Vê: eu resido num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!”

3Natã respondeu ao rei: “Vai e faze tudo o que diz o teu coração, pois o Senhor está contigo”. 4Mas, naquela mesma noite, a palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5“Vai dizer ao meu servo Davi: Assim fala o Senhor: ʽPorventura és tu que me construirás uma casa para eu habitar? 8bFui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. 9Estive contigo em toda a parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais famosos da terra.

10Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão a oprimi-lo como outrora, 11no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. Concedo-te uma vida tranquila, livrando-te de todos os teus inimigos.

E o Senhor te anuncia que te fará uma casa. 12Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 14aEu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempreʼ”.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Noite:

Primeira Leitura — Is 9, 1-6


Leitura do Livro do Profeta Isaías


O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu.

2Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. 3Pois o jugo que oprimia o povo — a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais — tu os abateste como na jornada de Madiã. 4Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue, tudo será queimado e devorado pelas chamas.

5Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz. 6Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar estas coisas.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Dia:

Salmo Responsorial — Sl 88(89), 2-3. 4-5. 27 e 29 (R. 2a)


℟. Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!


— Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme como os céus. ℟.

— “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!” ℟.

— Ele, então, me invocará: ʽÓ Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!ʼ Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel. ℟.




Noite:

Salmo Responsorial — Sl 95(96), 1-2a. 2b-3. 11-12. 13 (R. Lc 2, 11)


℟. Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.


— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome! ℟.

— Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios! ℟.

— O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas ℟.

— na presença do Senhor, pois ele vem, porque vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo todo com justiça, e os povos julgará com lealdade. ℟.


https://youtu.be/8Dr15EECAl8

Noite:

Segunda Leitura — Tt 2, 11-14


Leitura da Carta de São Paulo a Tito


Caríssimo: 11A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. 12Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo, com equilíbrio, justiça e piedade, 13aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.

14Ele se entregou por nós, para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Dia:

℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Ó Sol da manhã, ó Sol de justiça, da eterna luz esplendor: oh, vinde brilhar para o povo sentado na sombra da morte. ℟.

Noite:

℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Eu vos trago a boa nova de uma grande alegria: é que hoje vos nasceu o Salvador, Cristo, o Senhor. (Lc 2, 10-11) ℟.

Dia:

Evangelho — Lc 1, 67-79


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 67Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 69Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi, 70como tinha prometido desde outrora, pela boca de seus santos profetas, 71para nos salvar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam.

72Ele usou de misericórdia para com nossos pais, recordando-se de sua santa aliança 73e do juramento que fez a nosso pai Abraão, para conceder-nos, 74que, sem temor e libertos das mãos dos nossos inimigos, nós o sirvamos, 75com santidade e justiça, em sua presença, todos os nossos dias.

76E tu, Menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, 77anunciando ao seu povo a salvação, pelo perdão dos seus pecados. 78Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará, 79para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Noite:

Evangelho — Lc 2, 1-14


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 

℟. Glória a vós, Senhor.


Aconteceu que naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra. 2Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria.

3Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal. 4Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, 5para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.

6Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, 7e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria.

8Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho. 9Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. 10O anjo, porém, disse aos pastores: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: 11Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. 12Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura”.

13E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da corte celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo: 14“Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Dia:

Exsúlta satis fília Sion, praédica fília Ierúsalem: ecce Rex tuus venit tibi sanctus, et salvátor. (Zach. 9, 9).

Vernáculo:
Enche-te de grande júbilo, filha de Sião, prorrompe em gritos, filha de Jerusalém! Eis que teu rei vem a ti; ele é justo e salvador. (Cf. Bíblia CNBB: Zc 9, 9a)

Noite:

Laeténtur caeli, et exsúltet terra ante fáciem Dómini: quóniam venit. (Ps. 95, 11)

Vernáculo:
O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas. (Cf. LH: Sl 95, 11)

Sobre as Oferendas

Dia:

Recebei benigno, Senhor, os dons que apresentamos, para que, pela participação nos vossos mistérios, sejam perdoados o nossos pecados, e possamos aguardar de coração purificado a vinda gloriosa do vosso Filho. Que vive e reina para sempre.

Noite:

Senhor, seja do vosso agrado a oferenda da festa de hoje e, por este admirável intercâmbio, dai-nos participar da divindade do vosso Filho que elevou à comunhão convosco a nossa humanidade. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Dia:

Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou! (Cf. Lc 1, 68)

Noite:

O Verbo se fez carne, e vimos a sua glória. (Cf. Jo 1, 14)

Dia:

Exsultávit ut gigas ad curréndam viam: a summo caelo egréssio eius, et occúrsus eius usque ad summum eius. (Ps. 18, 6. 7; ℣. Ps. 18, 2. 3. 4. 5. 6ab)

Vernáculo:
Armou no alto uma tenda para o sol; ele desponta no céu e se levanta como um esposo do quarto nupcial, como um herói exultante em seu caminho. De um extremo do céu põe-se a correr e vai traçando o seu rastro luminoso, até que possa chegar ao outro extremo, e nada pode fugir ao seu calor. (Cf. LH: Sl 18, 6. 7)

Noite:

In splenóribus sanctórum, ex útero ante lucíferum génuite. (Ps. 109, 3; ℣. Ps. 109, 1a. 1b. 2. 3. 4. 5. 7)

Vernáculo:
Na glória e esplendor da santidade, como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei! (Cf. LH: Sl 109, 3bc)

Depois da Comunhão

Dia:

Recriados por este admirável sacramento, nós vos pedimos, Senhor, que, preparando o Santo Natal do vosso Filho, mereçamos colher com alegria os seus dons eternos. Por Cristo, nosso Senhor.

Noite:

Senhor nosso Deus, ao celebrarmos com alegria o Natal do nosso Redentor, dai-nos alcançar por uma vida santa seu eterno convívio. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 24/12/2024


O nascimento de Cristo em nossas almas


No amanhecer deste dia, Jesus quer nascer espiritualmente em nossas almas, como um sol luminoso em comparação com o qual não há nada mais brilhante.

Hoje, antes mesmo do despontar do sol, a Igreja costuma celebrar uma Missa chamada “da Aurora”, em comemoração do nascimento espiritual em nossas almas daquele cujo nascimento segundo a carne celebrávamos na noite de ontem, na Missa do Galo. A razão por que celebramos tão cedo esta Liturgia guarda uma profunda ligação com o simbolismo do amanhecer. Com efeito, à medida que a escuridão da madrugada vai dando lugar à luz do sol nascente, vão-se apagando as estrelas do céu, ofuscadas pelo fulgor suave que doira o horizonte. Assim também, é ainda sob as trevas da madrugada que começa a brilhar em nós a luz da fé, à semelhança daqueles pastores que, despertos à meia-noite, receberam a grata notícia: “Eu vos anuncio uma grande alegria: hoje nasceu para vós um Salvador” (Lc 2, 10-11). Aqui estão presentes, pois, todos os elementos que constituem a fé ainda nos seus albores: de um lado, o anúncio de viva voz (fides ex auditu) de que Cristo é o nosso Salvador; de outro, esse claro-escuro (fides de non visis) que ainda não permite enxergar com nitidez todas as maravilhas de tamanho mistério.

Por sua vez, a atitude imediata que tomaram os pastores, apenas ouviram as palavras do anjo, demonstra o dinamismo próprio da fé, que é por definição uma caminhada (é crescer de fide in fidem, dirá S. Paulo), ou seja, uma virtude divina nos impele a ir à procura daquele que nela nos é anunciado. Os pastores foram, assim, com grande pressa (cf. Lc 2, 16) até Belém para ver o que o Senhor lhes manifestara (cf. Lc 2, 14). Não ficaram inertes, estonteados pela visão inusitada do anjo, senão que correram para ver com os próprios olhos o que se tinha realizado. Alegres e triunfantes, como os primeiros fiéis, acorreram eles pressurosos a Belém, a fim de ver o Menino recém-nascido, Rei dos anjos, de todos os tronos e potestades. En, grege relicto, humiles ad cunas, vocati pastores adproperant: et nos ovanti gradu festinemus, eis que, deixado para trás o rebanho, os pastores apressam-se ao humilde berço, e nós, com passo apertado, corramos para os braços daquele que nasceu para nós.

Chegando à cidade de Davi, encontraram os pastores a Mãe e o Menino envolto em pobres faixas, numa cena por certo menos majestosa do que o encontro que há pouco tiveram com a corte celeste, mas não por isso menos radiosa, porquanto a luz de Cristo, Sol de justiça, deve alumbrar o nosso coração a ponto de encobrir o brilho de todas as outras estrelas da nossa vida. Se, com efeito, as correrias do nosso dia-a-dia, as nossas preocupações e projetos nos absorvem em tal medida, que parecem ser mais reais do que Cristo, é porque a nossa fé ainda não cresceu o bastante; é porque o nosso encontro com o Senhor não foi profundo o suficiente; é, numa palavra, porque ainda há em nós uma zona de escuridão que não se deixou iluminar.

Encontrar-se de verdade com Jesus significa renascer e ser regenerado, como lemos na segunda leitura da Liturgia de hoje (cf. Tt 3, 5), pois a todos que o acolhem, dá-lhes “a capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo” (Jo 1, 12, 13), sed ex Deo nati sunt. Não há verdadeiro encontro com Ele se não há, depois, vida nova, um jeito novo de olhar para a vida, orientando-se única e exclusivamente à luz de Cristo. E é somente assim, tendo a Jesus como o eixo da nossa existência, que podemos dar testemunho dele ao mundo. Eis porque o evangelista S. Lucas faz questão de notar que os pastores só contaram o que se lhes havia dito a respeito do Menino após o terem visto e estado com Ele: “E todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores”, não do que tinham lido e estudado, mas do que contemplaram com os olhos e apalparam com as mãos (cf. 1Jo 1, 1).

É esse encontro vivo e vivido que queremos ter com Nosso Senhor, que nasce hoje na alma de cada um de nós, como um tesouro preciosíssimo a ser guardado para sempre. Apostólicos como os pastores, devemos pois ser contemplativos como Maria, que guardava em seu coração — conferens in corde suo — tudo o que via e ouvia de seu Filho, a quem deu à luz na Noite Santa, mas de quem sempre se manteve grávida em seu Coração, levando-o consigo aonde quer que fosse. Que este Natal, por intercessão de nossa Mãe bendita, seja um verdadeiro e definitivo amanhecer de Cristo em nossas almas, um encontro íntimo no claro-escuro da fé com Aquele que, ao vir habitar entre nós, quis também viver dentro de nós.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
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Santo do dia 24/12/2024

Santa Paula Isabel Cerioli (Memória Facultativa)
Local: Comonte, Itália
Data: 24 de † 1865


Paula Isabel Cerioli nasceu em Soncino (Cremona ‑ Itália), aos 28 de janeiro de 1816. Seus pais eram o nobre Francisco Cerioli e a Condessa Francisca Corniani, ricos fazendeiros, e ainda mais ricos pela vida cristã que testemunhavam na família e na sociedade.

Recém nascida foi logo batizada, em casa, pois corria risco de vida: superada a fase crítica, no dia 2 de fevereiro se completou na Igreja o rito do Batismo.

Desde cedo teve que lidar com o sofrimento: aquele físico, pelo seu corpo frágil e não poucas vezes doente; aquele moral, vendo a miséria, na época muito presente entre as pessoas do campo, para as quais a mãe despertou cedo a atenção dela, com verdadeira sabedoria cristã.

Chegado o tempo da sua formação cultural e moral, como era costume na época para as famílias nobres, foi enviada no Mosteiro das Irmãs da Visitação em Alzano Maggiore (Bérgamo ‑ Itália), onde já tinha sido enviada a irmã e onde se encontrava a tia, irmã Giovanna.

Por quase cinco anos, a partir de 11 anos até 16, Constança ficou naquele colégio recebendo a formação prevista para as filhas da nobreza. Depois da volta para a casa, a vontade dos pais, na qual ela sempre reconheceu a vontade do Deus, a levou, com 19 anos, ao casamento com Gaetano Busecchi, de 58 anos, herdeiro dos Condes Tassis de Comonte de Seriate (Bérgamo ‑ Itália).

O não fácil casamento a viu uma esposa dócil e cuidadosa. Teve a alegria de gerar quatro filhos, dos quais porém três morreram recém nascidos; o outro, Carlos, morreu com 16 anos. Poucos meses depois morria também o marido, deixando Constança sozinha e herdeira de um grande patrimônio.

A perda do último filho e do marido foram para ela uma experiência dramática. Caiu num estado de grande aflição. Graças, porém, à ajuda de dois Bispos de Bérgamo, Mons. Luis Speranza e Mons. Alexandre Valsecchi, que a acompanharam espiritualmente, teve a força de se agarrar à fé. Se deparou com o mistério da Mãe das Dores e se abriu, através de uma profunda vida de fé e de caridade ativa, ao valor da maternidade espiritual, preparando-se, desta forma, para uma doação total de si a Deus no serviço dos pequenos e pobres.

Só poucos meses depois de ter ficado viúva abriu o seu palácio nobre para as meninas abandonadas do campo e em 1857, junto com seis companheiras, fundou o Instituto das Irmãs da Sagrada Família.

Tendo enfrentado não poucas dificuldades, no dia 4 de novembro de 1863, realizava a sua mais profunda inspiração, abrindo a primeira casa para a acolhida e a educação dos pobres filhos do campo, disponibilizando para isso a sua propriedade de Villacampagna (Cremona ‑ Itália). O primeiro e fiel colaborador era o irmão João Capponi, natural de Leffe (Bérgamo ‑ Itália).

Desta forma ela fundava os Institutos das Irmãs e dos Irmãos da Sagrada Família para o socorro material e a educação moral e religiosa da classe camponesa, na época a mais excluída e pobre.

Escolheu a Sagrada Família como modelo, ajuda e conforto, querendo que as suas comunidades aprendessem dela como ser famílias cristãs acolhedoras, unidas no amor atuante, na fraternidade serena, na fé forte, simples e confiante.

Feliz por ter se tornado pobre com os pobres, aos 24 de dezembro de 1865 morreu deixando aos cuidados da Providência o Instituto feminino já bem começado e a semente recém jogada do Instituto masculino.

Santa Paula Isabel Cerioli viveu tempos difíceis - em meados do século XIX - quando as regiões da Lombardia e do Veneto estavam sobe o domínio do Império da Áustria: tempos de fortes contrastes pelas consequências do liberalismo e do nacionalismo como herança da revolução francesa.

O perfil espiritual de Cerioli é marcado pela ação forte da Trindade que moldou a vida e o coração dela de maneira surpreendente. No centro de todo seu desejo e atividade tem sempre uma referência explícita a Deus Pai e ao seu Filho Jesus. Mas o desenvolvimento do seu testemunho espiritual foi marcado de maneira especial pela figura de Maria, Mãe das Dores.

Este mistério de Maria, que manifesta uma união total e profunda com o mistério de Jesus que na sua vida terrena não exclui a tentação e a cruz, para Cerioli não foi só objeto de contemplação exterior: durante o ano de 1854 se tornou verdadeira iluminação que vivificou o destino de sua vida e de sua obra: «Confessou que uma vez, considerando as dores de Maria Santíssima e imaginando um momento em que ela viu a morte do seu Divino Filho, sentiu um pressentimento tal e um tal aperto de coração, que angustiada se deixou cair sentada quase desmaiando. "Não sei — dizia depois — como eu posso ter sobrevivido, frágil e provada como estava".

Foi assim que lentamente se sentiu levada a ter em si mesma aquelas atitudes e disposições que foram próprias de Maria e que o filho agonizante, de maneira profética, a convidava a assimilar: «Mãe não chores, Deus te dará outros filhos».

Destacou-se pela maternidade espiritual, a caridade concreta, a piedade, a absoluta confiança na Providência, o amor para a pobreza, a humildade e a simplicidade e pela admirável submissão aos Superiores (os Bispos seus orientadores espirituais). Valorizou a dignidade e o papel da mulher na família e na sociedade.

O que caracteriza de maneira singular a ação apostólica da Santa é a constante referência ao modelo evangélico Jesus, visitado e vivido em várias formas contemplativas e no apostolado social, voltado de maneira especial para o socorro e a educação das crianças pobres do campo porque consideradas as mais abandonadas e as mais necessitadas. Criou colégios para órfãs e órfãos, abandonados e sem futuro; instituiu escolas, cursos de doutrina cristã, exercícios espirituais, recreações festivas e assistência às enfermas. Vencendo dificuldades e incompreensões de todo tipo, quis dar início a uma instituição religiosa constituída por homens e mulheres que, de alguma forma, imitassem o modelo evangélico do mistério de Nazaré constituído por Maria e José que acolhem Jesus para doá-lo ao mundo.

O propósito da Fundadora de mediar a paternidade-maternidade benéfica de Deus para os filhos abandonados dos pobres camponeses da sua época tem como referência fundamental a Santa Família de Jesus, Maria e José. E isso não como consequência de uma reflexão teológica sobre a Família de Nazaré por parte de Cerioli, mas da sua experiência prática pessoal.

A contemplação da Família de Nazaré sugere a ela a aceitação de um modelo de geração, de paternidade, de maternidade e também de filiação característicos só da fé, aberto para novos horizontes e nos caminhos para criar condições sempre mais eficazes para a afirmação da paternidade-maternidade de Deus.

Este projeto vocacional levou Irmã Paula Isabel a aceitar com alegria a pobreza total da Santa Família:

«Eis-nos a Belém! Ó, feliz Belém! Aqui, Irmãs, entremos com respeito, nesta humilde gruta, morada do Homem-Deus. Não tenham medo: aqui todos tem livre acesso. Que bondade! Prostremo-nos em silêncio num canto deste lugar e olhemos com respeito estes três augustos Personagens do Céu, e com a luz daquele fulgurante esplendor que ilumina em cada parte a querida choupana, meditemos com atenção o que Eles dizem e fazem, o que aqui acontece... porque é a partir destes primeiros exemplos que as Irmãs da Sagrada Família devem formar o seu espírito. Pobreza, eis o que por primeiro cai sob o nosso olhar... Ó pobreza, quanto você é grande! Quanto você é honrada agora que foi escolhida como companheira por um Deus Menino!».

A pobreza vivida e ensinada por esta Santa não é principalmente a pobreza de recursos materiais, e sim a renúncia a gerir os afetos de maneira pessoal para deixar a Deus a liberdade de doar o que a Ele agrada.

Fonte: vatican.va

Santa Paula Isabel Cerioli, rogai por nós!


Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil