Memória Facultativa
São João Diego
Antífona de entrada
Coleta
Ó Deus, que enviastes a este mundo o vosso Unigênito para libertar a humanidade da antiga escravidão, concedei, aos que esperamos com devoção a sua vinda, alcançar o prêmio da verdadeira liberdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura (Is 30, 19-21. 23-26)
Leitura do Livro do Profeta Isaías
Assim fala o Senhor, o Santo de Israel: 19“Povo de Sião, que habitas em Jerusalém, não terás motivo algum para chorar: ele se comoverá à voz do teu clamor; logo que te ouvir, ele atenderá.
20O Senhor decerto dará a todos o pão da angústia e a água da aflição, não se apartará mais de ti o teu mestre; teus olhos poderão vê-lo 21e teus ouvidos poderão ouvir a palavra de aviso atrás de ti: ʽo caminho é este para todos, segui por eleʼ, sem desviar-vos à direita ou à esquerda.
23Ele te dará chuva para a semente que tiveres semeado na terra, e o fruto da terra será abundante e rico; nesse dia, o teu rebanho pastará em vastas pastagens, 24teus bois e os animais que lavram a terra comerão forragem salgada, limpa com pá e peneira.
25Haverá em toda montanha alta e em toda colina elevada arroios de água corrente, num dia em que muitos serão mortos com o desabamento de seus torreões.
26A lua brilhará como a luz do sol e o sol brilhará sete vezes mais, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor curar a ferida de seu povo e fizer sarar a lesão de sua chaga”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 146)
℟. Felizes são aqueles que esperam no Senhor!
— Louvai o Senhor Deus, porque ele é bom, cantai ao nosso Deus, porque é suave: ele é digno de louvor, ele o merece! O Senhor reconstruiu Jerusalém, e os dispersos de Israel juntou de novo; ℟.
— ele conforta os corações despedaçados, ele enfaixa suas feridas e as cura; fixa o número de todas as estrelas e chama a cada uma por seu nome. ℟.
— É grande e onipotente o nosso Deus, seu saber não tem medida nem limites. O Senhor Deus é o amparo dos humildes, mas dobra até o chão os que são ímpios. ℟.
Evangelho (Mt 9, 35–10, 1. 6-8)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade.
36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”
10, 1E, chamando os seus doze discípulos deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade.
Enviou-os com as seguintes recomendações: 6“Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Ad te Dómine levávi animam meam: Deus meus, in te confído, non erubéscam: neque irrídeant me inimíci mei: étenim univérsi qui te exspéctant, non confundéntur. (Ps. 24, 1-3)
Sobre as Oferendas
Possamos, Senhor, oferecer-vos sem cessar este nosso sacrifício, para que, ao celebrarmos o sacramento que nos destes, realizem-se em nós as maravilhas da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Depois da Comunhão
Imploramos, Senhor, vossa clemência, para que estes divinos auxílios nos purifiquem dos pecados e nos preparem para as festas que se aproximam. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 09/12/2023
A presença de Cristo no sacerdote
"Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! No vosso caminho, proclamai: 'O Reino dos Céus está próximo.' Curai doentes, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expulsai demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!"
Em sua imensidade, Deus Se faz presente ao homem a todo momento e de modos os mais variados. Essa presença divina, porém, assume feições peculiares e, por assim dizer, mais visíveis nas diversas vindas que Ele, ao longo da história humana, faz não só à sua Igreja, mas também a cada um dos seus filhos. Em Cristo Jesus, cujo Natal esperamos ansiosos durante o tempo do Advento, Ele veio a nós na carne; o mesmo Cristo, com efeito, há de voltar uma vez mais em sua glória, a fim de dar aos bons os gozos do Céu e aos maus, a solidão do Inferno; há, contudo, uma terceira vinda — entre a primeira, na humildade natalícia, e a última, cheia de glória e autoridade —, em que o Senhor se faz representar pelos operários da "messe", quer dizer, pelos discípulos que, participantes do seu próprio sacerdócio, são chamados a pastorear as "ovelhas perdidas" a que alude o Evangelho deste sábado.
É por meio dos sacerdotes que Cristo "não cessa de construir e conduzir Sua Igreja" (CIC, 1548). Fiel à promessa de permanecer conosco todos os dias (cf. Mt 28, 20), é o próprio Jesus quem, servindo-se das mãos humanas dos que foram constituídos seus legítimos representantes, está presente aos fiéis e à Igreja, "enquanto Cabeça de Seu Corpo, Pastor de Seu Rebanho" (CIC, 1548). Eis aqui, pois, o sentido daquelas fortes palavras de São Paulo: "[...] desempenhamos o encargo de embaixadores em nome de Cristo, e é Deus mesmo que exorta por nosso intermédio" (2Cor 5, 20). Assimilados ao Sumo e verdadeiro Sacerdote, os que receberam o sacerdócio hierárquico fazem as vezes do próprio Senhor, agem em sua pessoa e, por isso mesmo, tornam visível no meio da comunidade dos fiéis a presença concreta de Cristo como chefe da Igreja (cf. CIC, 1549).
Neste tempo ao longo do qual clamamos pela vinda do Senhor: "Vinde, Senhor Jesus!", não deixemos de pedir que Ele venha também mediante os seus sagrados pastores: "Pedi [...] ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita!" Peçamos hoje que Deus dê à Igreja operários santos que, vivendo com fidelidade o seu chamado especialíssimo, sejam imagens vivas de Deus Pai, embaixadores de Cristo Jesus. Que o Senhor orne a Igreja com vocações santas, empenhadas em se tornar sinas radiantes de fidelidade ao Evangelho e operários dedicados, fecundos e apostólicos.
Deus abençoe você!
No Antigo Testamento, Deus instituiu três classes de ungidos para assistir e guiar o seu povo: os sacerdotes, os profetas e os reis. Como porém os primeiros e os últimos não só mataram os profetas como decaíram de sua altíssima função, Deus enviou o seu Filho para instituir um novo sacerdócio e reinado, a fim de que ao novo Israel, que é a Igreja, não faltassem bons pastores. Isso, no entanto, sob a condição de que as ovelhas não deixassem de pedir por eles: “Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores”. Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para este sábado, dia 9 de dezembro, e medite conosco mais uma página do santo Evangelho!
Santo do dia 09/12/2023
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin (Memória Facultativa)
Local: Tepeyac, México
Data: 09 de Dezembro† 1548
Juan Diego ou João Diogo Cuauhtlatoatzin nasceu por volta de 1474 em Cuauhtitlan, no México. Batizado em 1524, com 50 anos de idade, mudou o nome para Juan Diego, segundo o hábito dos missionários que davam o nome de João a todos os batizados, acrescentando-lhes outro particular, neste caso, Diego ou Diogo, conservando entretanto o nome indígena.
Estamos diante de um índio convertido à fé católica nos primeiros tempos da evangelização das Américas. Nem tudo o que se conta a respeito de São Juan Diego se pode comprovar com certeza pela história.
Consta que seu batismo foi fruto de uma convicção profunda, mudando o seu pensamento, o seu ser e o seu modo de vida. Também se batizaram alguns dos seus parentes, entre os quais um tio a quem foi dado o nome de João Bernardino e sua esposa recebeu o nome de Maria Lúcia. O missionário responsável pela evangelização e catequização da tribo nahua foi o franciscano Frei Toribio de Benavente. Juan Diego tornou-se um cristão fervoroso e fazia um percurso de 20km, na ida e na volta, para aumentar a sua instrução religiosa e, ao mesmo tempo, venerar a Virgem Mãe de Jesus. Isto revela a profundidade da sua fé e Juan Diego começou a ser conhecido como homem piedoso, de intensa espiritualidade, amigo da oração e concentrado na meditação dos mistérios religiosos. Tendo ficado viúvo, vivia em Tulpetlac, perto do seu tio, com quem permaneceu após a morte da sua esposa, ajudando-o nos trabalhos do campo.
Pelos relatos, a 9 de dezembro de 1531, Juan Diego dirigia-se, como de costume, à celebração eucarística, quando, em Tepeyac, ouviu uma voz que o chamava como se há muito o conhecesse e o esperasse, convidando-o para lhe falar e confiar uma missão. Esta "Senhora do Céu", que se identificou como a "Mãe do Verdadeiro Deus", instruiu-o a dizer ao bispo Frei João de Zumárraga que construísse um templo no lugar. O bispo pediu um sinal. Depois de várias tentativas aconteceu o milagre das rosas colhidas em pleno inverno. Nesta última aparição a Virgem deixou sua própria imagem impressa milagrosamente em seu tilma (manto), um tecido de pouca qualidade, que deveria deteriorar-se em vinte anos, mas que não mostra sinais de deterioração até ao presente, desafiando qualquer explicação científica sobre sua origem. Em ampliação da face de Nossa Senhora os seus olhos parecem refletir o que estava à sua frente no dia 12 de dezembro de 1531, isto é, Juan Diego e o bispo!
Diante destes fenômenos extraordinários o bispo acreditou em Juan Diego. Em breve, começaram as obras de construção de uma pequena ermida, que foi sendo sempre renovada até chegar à atual basílica, inaugurada em 1976. Por ocasião da inauguração da ermida primitiva, o entusiasmo arrastou idosos e jovens, que participaram com alegria da celebração. Era como se um povo novo nascesse de um império destruído e, de repente, acordado de um sono profundo, mas sintoma de uma tomada de consciência social muito válida para construir um futuro diferente. A mensagem da Santíssima Virgem a este índio que se tornou o primeiro santo católico indígena das Américas mostra sobretudo a universalidade da mensagem do Evangelho, bem como a necessidade de uma evangelização inculturada nas tradições de todos os povos.
Juan Diego morreu no dia 3 de junho de 1548, com 74 anos de idade. Foi beatificado pelo papa João Paulo II em 6 de maio de 1990, no México, e canonizado pelo mesmo Pontífice em 31 de julho de 2002. Sua festa é celebrada no dia 9 de dezembro.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Juan Diego, rogai por nós!